Vamos para a Tua Terra: Uruguai
5/14/23 - Episode Page - 56m - PDF Transcript
Na tua terra, na tua terra,
Vamos, na tua terra,
Na tua terra, na tua terra,
Vamos, na tua terra.
Olá, outra vez.
Olá, Manuel.
Olá, novamente.
Cá estamos.
Cá estamos, é verdade.
Hoje vamos viajar.
Sabes a teu onde?
Para cá, sabes.
Mais ou menos.
Faço uma ideia.
Faço uma ideia.
Vamos viajar até Uruguay,
que é um país da América Latina,
explicando logo a seguir
ao extremo sul do Brasil
e também ao lado da Argentina,
e, claro, para o mar,
no caso do Atlântico.
Tem um pouco mais de três milhões de pessoas,
e mais de metade,
a gente mora na zona da capital,
que é Montevideo.
Antes da chegada dos europeus,
que os europeus já sabem
por chegaram a esta zona,
foi a terra ancestral do povo indígena
Xarrua, que, entretanto,
depois dos europeus lá chegarem,
foi devidamente dizimado,
ou quase toda a gente.
Interessaram-se tarde pelo Uruguai.
A verdade é essa, os europeus.
A primeira cidade, a Colônia do Sacramento,
foi fundada pelos portugueses,
já só nos finais do século XVII,
e só cem anos depois, mais ou menos,
é que os espanhóis se instalaram
em Montevideo,
bandará a pancada,
no caso com os portugueses.
É verdade,
fica numa geografia muito particular,
o Uruguai,
entre dois impérios,
os espanhóis e os portugueses,
e, portanto, andou sempre a ser disputada
por uns e por outros.
Depois das respectivas
independências das Colônias,
andou também de Bolandas entre os herdeiros,
no caso o Brasil,
e a Argentina,
até que depois, no século XIX,
se tornou independente
com o nome República Oriental do Uruguai.
O arranque não foi fácil,
nunca é,
o arranque é sempre mais difícil, claro.
E depois, a primeira metade do século XX,
foi marcada por instabilidade política,
confrontos, crise económica,
depois os ataques
do famoso grupo de guerrilheiros
Tupamaros,
e depois a fechar uma ditadura militar.
A democracia chega em 1985,
e hoje Uruguai é um caso de sucesso
a todos os níveis.
Tem uma sólida da classe média,
e é um exemplo na defesa dos direitos humanos
e da igualdade.
É uma espécie de oasis
política, económica e social
na América do Sul,
ou pelo menos tem sido,
nos últimos tempos,
há uma nuvem,
assim, menos auspiciosa,
que tem pairados sobre o país,
como,
olhar todo mundo,
é preciso também,
aqui, defender,
fazer da devogada Diado do Uruguai.
Para nos contar um pouco mais sobre
Uruguai,
o nosso convidado
é o Nicolás Bragunde Bayardi,
que nasceu em 1986,
em Montevideo,
lá estudou,
e depois também estudou em Espanha
e em Portugal,
onde vive desde 2013,
e, cá, é educador social,
e é músico de cúmbia.
Olá, Nicolás,
estás bom?
Estou, estou bom.
Estou maravilha,
podia dizer,
só bem de um país,
só coisas bonitas à casa.
É verdade,
é estranho,
para a América Latina,
mas,
como você disse,
é um oasis dentro da América Latina.
É mesmo que bom,
é um país que não é muito grande.
Nunca vi os números,
quando foram independentes,
no século XIX,
e já não foi no início,
em 1821,
21 pessoas.
É a questão que vivemos
como um processo longo de independência
até a declaração da Constituição,
que foi em 1825,
foi a primeira declaração,
a questão que havia da disputa
entre a Argentina
e o Império do Brasil,
está bem?
E aí,
introduziu-se,
em Grateja,
para dizer,
para mim,
me interessa aqui o negócio
do Porto de Montevideo
e do Porto de Buenos Aires,
pelo quanto,
vamos a criar um Estado,
e foi quando se criou
o Estado do Uruguai,
através do Uruguai.
Tudo é vivio,
75 mil pessoas,
no Uruguai.
Incrível.
Incrível.
E este pequeno país,
qual é o segredo,
de ser tão...
Poucos.
É certo,
mesmo de ser pouca gente.
Básicamente,
porque não é verdade,
somos poucos,
somos,
estamos só 3 milhões e meio de pessoas,
como vem,
disseste um milhão e meio,
na minha cidade,
de Montevideo,
e acho que isso vem,
porque,
as civilizações
pré-coloniais,
como eram os Xahuas,
já eram um povo pequeno,
um povo nómada,
não era como grandes imperios,
Incas,
ou Aztecas,
ou Maias,
que eram,
eram povos,
muito populosos, né?
Pelo quanto, acho que,
aí vem.
O Xahuas,
um povo assim, mais ou menos,
mítico,
não sabe exatamente...
É,
é e...
E foram,
onde vieram.
O Xahuas,
através de um futebol.
O sentido.
O povo Charrua,
basicamente,
era um povo,
pronto, como vendeis,
nómada,
que da jacoleta,
trabalhava,
vamos dizer,
vivia da jacolha
e da pesca,
e da casa,
e que,
sobretudo,
foi muito famoso
por ser grandes jajeros,
sentidos por isso que,
quando se fala de futebol
no Uruguai,
se fala da seleção Uruguai,
se fala sempre da gaja Charrua,
né?
Por isso, por ser,
porque era um povo,
basicamente,
muito,
muito lutador.
E foram nós que inventaram
os assados,
e o Manol tá louco falar
dos rachos.
É,
aí sou de violência.
Sou violência colesterol,
máxima.
Não porque,
na verdade,
os que introduziram
a vaca,
foram os espanhos
Hernandarias.
Imagina,
o importante é que a vaca
para o Uruguai,
que na escola,
ensinam-nos que foi a pessoa...
Pessoa,
tipo,
Hernandarias,
Hernandarias.
Não sei muito bem a história,
mas sei que foi Hernandarias,
é uma personagem
muito importante na história,
nos livros de história
de Uruguai aparece.
Eu pense que é um desses
conquistadores, né?
É,
sim, foi um...
Não me extra,
claro,
imagina,
o Uruguai
habrá sido conquistado
a partir de 1700,
não me lembro exatamente,
me decido de algo,
pelo quanto acho que uns anos
depois foi Hernandarias
que introduz a vaca.
Qual é a questão que Uruguai,
há certa um pouco,
temos grandes terrenos.
Então,
imagina,
nós temos 13 milhões de vacas
e 3 milhões de pessoas.
Uau.
Tu saís de Montevideo,
novescentes,
ouves vacas.
Então,
por isso...
E a velha cultura,
sentiu a grande produção
em massa de...
de carne de vaca.
Sentiu,
eu...
A te chegar a Espanha,
quando emigrei,
não me lembro de comer porco.
Não comia porco.
Pelo quanto é isso?
Grande churrasco.
Sim,
foi mesmo um sítio,
um emunal que estava...
É assim,
a informação que eu tenho
é que foi lá que nasceu
o churrasco, a técnica
de fazer o churrasco.
Não digamos isso
a um argentino, por favor.
Sim,
eu sei que é uma grande polémica.
A grande polémica.
Mas...
Eu diria que...
Eu diria que...
Acho que está devidamente
documentado,
que foi lá.
Pronto,
é isso.
E, por exemplo,
eu acho que vem também
a cultura do sul,
no sentido assim,
como também o povo
do Rio Grande do Sul,
do Brasil,
também eles fazem grandes
picanhas, churrascos,
picanhas,
mas quanto acho que aquilo
é já uma cultura
daquela zona
da América Latina,
e sempre com a vaca no meio.
Já na sexta em democracia,
na sexta no ano a seguir,
a democracia se instalaram
no Uruguai,
que, como horas é que os seus pais
tinham da ditadura?
Falamos um bocadinho da ditadura
no Uruguai.
Ora bem,
vocês apanharam novos,
meu pai nasceu
em 1960,
minha mãe em 1961.
Meu tio,
se calhar foi a pessoa mais...
Pronto,
já é mais velha que minha mãe,
pelo quanto sim que
sofreu um bocadinho mais
a repressão e tudo isso.
Mas,
pronto,
há anos muito difíceis,
eu me lembro que
meu pai
era canhoto,
e quando chegou à escola
com ditadura,
proibíram-lhe
a escrever com a esquerda,
tinha que escrever com a direita,
porque senão dizia que era
um comunista.
Foi uma ditadura muito perseguida,
perseguiu a esquerda,
que aliás,
foi uma tradição do
quase todo o século XX
no Uruguai, não é?
Por acaso não.
Por acaso Uruguai,
se volhamos muito bem à história,
era um dos países mais
com mais história democrática
do mundo.
Foi uma ditadura
tão só de quinze anos,
e acho que houve outra,
senão...
Os anos trinta, penso-se.
De 1930, mais de 12 ou 3 anos,
e já está logo,
foi sempre democracia.
Foram 15 anos,
porque o golpe militar,
o último golpe militar
foi em 1973,
até em 1985,
mas meus pais,
a maior lembrança que têm
é quando chegou à democracia,
com a libertação dos presos políticos,
inclusive Pepe Mujica,
que devemos conhecê-lo,
uma pessoa argentina popular,
e eles se lembram muito disso,
e lembram-se de, pronto,
de a escrita.
Ou seja, um tipo que depois vai ser...
Presidente da República,
entre mil e novecentos e de...
dois mil e dez e dois mil e quinze...
Que foi um dos fundadores
dos Tupamaros, exatamente.
O sentido era,
os Tupamaros foram,
foram no início,
uma gerilha urbana.
Isso era grande diferença,
normalmente nós...
assimilamos as gerilhas
como gerilhas gurais,
que estão no campo.
Qual é a questão?
Que Uruguai é um país plano.
A colina...
Ou seja, não tem aquelas montanhas
que associamos à guerrilha,
aquelas chelvas em montanhas.
Exatamente, para os poderes colos de Número,
o Uruguai é pradera.
Pastos,
e so...
pequenas, colinas...
Por quanto não é um lugar fácil
para esconder-se nos campos.
Então, tendo em conta de que
a maior população estava em Montevideo,
a gerilha...
foi interna, dentro da cidade.
Como é que se faz a gerilha interna?
Com bombas, esse tipo de...
Eles...
Não eles podem contar,
porque no início,
o sentido da gerilha dos Tupamaros
foi lutar contra o fascismo.
A ditadura, portanto.
Antes.
Foi antes.
Foi a década de 1960.
E lutar contra o capitalismo,
basicamente,
era uma gerilha comunista.
Qual é a questão que,
a partir dos anos 60,
em América Latina,
começaram a ver diferentes golpes militares
impulsados por Estados Unidos,
como todos sabemos, né?
E eles já estavam a reparar
que Uruguai ia ser um próximo,
ia ser um próximo país para fazer...
Pronto.
E cada vez mais,
os militares,
em termos políticos,
conseguiam ter mais força.
Mas quando isso,
tornou também a luta,
não só armada,
contra o fascismo,
mas contra a polícia,
contra os militares.
E na verdade,
que os Tupamaros acabam,
uns meses antes do golpe militar,
quando metem dentro de prisão
os líderes, inclusive a Pepe Mujica,
foi quando, uns meses depois,
veio o golpe militar,
pelo quanto os Tupamaros não...
foram, não tiveram ativos durante a ditadura.
Tavam todos presos.
É isso, um sentido.
É por isso que aí os Tupamaros,
e logo, ao voltar à democracia,
eles legalizaram e formaram um partido.
Formaram um partido,
sim, formaram um pequeno partido
dentro de um grande frente amplo,
porque nós temos um grande partido,
que se chama Frente Amplo, que é de Esquerdas,
mas que entram todos as diferentes...
Pronto?
E essas vidas estão mais ou menos sanadas,
com a eleição do Mujica?
Ou é uma questão...
Eu diria que não.
Por que?
Ainda os apoiantes,
os saudosistas da ditadura,
tem ainda essa fratura associada
assim dessa maneira?
Para...
Para chegar à ditadura,
os militares, o que assinaram
com os políticos da altura,
assinaram uma amnistia.
Vocês se esquecem
de todas as atrocidades que nós fizemos,
inclusive desaparecidos,
como muitos na Argentina,
no sentido de Uruguai, há muitos,
muitos.
Somos os meis da...
A Madre da Plaza de Mayo,
na Argentina,
no Uruguai também há,
muitos desapareciam até o dia de hoje.
Muitas outras crímenes
contra a humanidade que aconteceu,
aqui estão, e que assinaram
esse pacto
para que a democracia voltasse.
Qual foi a questão
quando a esquerda ganha
pela primeira vez na história do país,
em mais de 180 anos de democracia,
ganha pela primeira vez
em 2005,
com Tabaré Vasques.
Tabaré Vasques governa cinco anos,
dois mil e dez chega a Mujica.
E no mesmo dia da eleição
para o presidente,
abriu-se um referéndum,
qual é o referéndum?
Que se queria perguntar-lhe
ao povo uruguai,
se queria abrir as feridas
que ainda estavam abertas,
durante a ditadura e começar a investigar
os diferentes crímenes
que os militares fizeram.
E o povo respondeu, não.
Incrívelmente.
Isso é um segredo.
Eu acho que, como o ditado
que vocês devem deter também em português,
os ojos que não vêem, o coração que não sente.
Acho eu.
Eu também há muitos anos que estou no Uruguai,
então não consigo também...
Fora do Uruguai?
Estou fora do Uruguai, sim,
pelo quanto não consigo saber mais.
Pronto, é a realidade que se viviu
e que está.
Eu acho que os casos
é sempre bom ouvir estas histórias do sucesso,
porque há muitos países que podem aprender
a lidar com o seu próprio
passado.
É uma opção,
não é essa de fazer um referência.
Vamos fingir que não é condicionada.
Eu acho que o interessante aqui
é que...
perguntaram ao povo qual é a sua vontade.
Queres que eu refunchar a ditadura?
É isso.
Eu acho que é interessante.
Em Uruguai temos que ter...
Em Uruguai perguntas a todos, como a Suíça.
Sabe os referendos?
Achei um bom...
Sim, no sentido. Imagina se um governo
quer privatizar a água, porque
para saber isto, em Uruguai,
é por isso que um país de tanto sucesso
e uma oasis dentro da América Latina.
Todas as empresas, vamos dizer,
água, luz,
telefone, petróleo...
São públicas, 100% públicas.
E qualquer governo
que tente
privatizar, referendum.
Vamos lá, por um engenho,
referendum, sempre a uma consulada.
Essa parte tem a vantagem de de facto ser
uma das pessoas que
conseguem se gerir melhor.
De facto, tem essa particular
não tem
pobreza extrema, como existem
em outros países da América Latina.
Tem uma classe média, que é a maior parte
da população, e sólida,
uma classe média sólida.
Como é que é a Montevideo?
É para uma
cidade muito europeia.
Para mim...
Suponho que o crime seja mais baixo do que...
É igual.
É claro que
vai ser muito mais tranquilo o Montevideo,
que iria ser em Buenos Aires,
ou iria ser no Rio de Janeiro.
São países maiores.
O Uruguai é tranquilo,
é uma cidade com rio,
mas quando você tem
quilómetros e quilómetros
da jiveira,
que não se chama Rambla.
É o Rio que está no meu país.
É o Rio da Plata.
É um rio mais, que parece um mar.
Desde
uma margem que
a Montevideo, a outra margem que é
Buenos Aires, ama de 300 quilómetros.
É uma das fronteiras do Uruguai.
A frontera do Uruguai,
do lado
oeste.
Do lado oeste é
o Rio Uruguai, que divide
entre a Argentina
e Uruguai.
E do outro lado está o Brasil.
A frontera tegestre.
Depois por Baixó,
o sul de Uruguai,
que está a Montevideo, está a Colônia Sacramento,
como você vende este anteriormente,
está o Rio
da Plata, que nós chamamos de.
Que é um rio que divide entre
a Argentina também
e Uruguai, que partilhamos.
Por isso que os Montevidianos
e os
Buenos Aires,
chamamos-nos
dos Rio Platenses, porque somos
do Rio da Plata, os dois.
Dão-se bem.
É público.
Há-se uma de todos os países
que tem uma disputa com o outro, qualquer.
Portugal tem uma disputa,
não sei se não existe muito, mas, quer dizer,
histórica com a Espanha, também não tem
mais países com que embirrar.
O Brasil e a Argentina
também tem uma disputa
conhecida.
O Uruguai embirra com quem?
O Uruguai não embirra com ninguém.
Sério?
Não somos pequenos, quem vai embirrar com nós?
Sem ninguém, embirra com nós, com mais...
Você se embirra com quem?
Com o Argentino.
Com os Porteños.
Desculpem a todos os Porteños,
amigos que estão no Rio.
De Buenos Aires,
basicamente
é uma disputa mais.
É uma disputa que vem
sobretudo do futebol,
a tradição de futebol
nos países muito, muito forte.
As cidades são mesmo próximas,
ou seja,
se tem apenas um rio que se para isso?
Sim, há um rio que não se para.
Exatamente. Só.
Tu veias...
Não, porque eu digo que de Buenos Aires,
de Calonia do Sacramento, sim.
Tu consegues ver o Buenos Aires.
Porque o Buenos Aires,
se tu veis, o Rio Uruguai,
na focha do Rio Uruguai,
e o Buenos Aires
está mesmo
entre a focha do Rio Uruguai
e o início do Rio da Plata,
enquanto que o Montevideo está um pouco mais embaixo.
Mais Colônia do Sacramento
está mesmo à frente
de Buenos Aires.
Eu, desde o Montevideo,
quando olhei um mar, não vi isso nada.
É como se vê um oceano,
mas é água doce
e é água castanha.
Mas você sabe que está lá.
Que a Argentina está lá.
É verdade.
Com o povo argentino,
praticamente temos a mesma cultura,
no sentido de...
Fomos quase a mesma imigração
do século XIX, do século XX,
e chegou à Uruguai e à Argentina.
As mesmas regiões de Espanha, tudo isso.
As mesmas regiões de Espanhas, italiais,
na Argentina muito mais,
no sentido de Argentina tem muito mais italianos,
chegaram muito, muito mais italianos
que na Uruguai, mas na Uruguai também.
Fomos até chegaram,
foram para o Vaticano e tudo,
tem gente bem colocada no...
O Argentino, tanto.
O Papa.
O Papa e tudo.
Como somos poucos, nós chegamos a ser esses os lados.
Falamos um bocadinho da cena,
quando crescieste nos anos 90,
à Lociência nos anos 90,
falamos um bocadinho da cena cultural,
e de...
O que é que se fazia?
Bem, eu cresci
em meia Uruguai,
em meia Uruguai.
Os dois eram administrativos
de um hospital privado.
Trabalhavam, não eram médicos,
nem enfermenos, trabalhavam na parte administrativa
de aí.
Viviam um bairro que se chama
La Blanqueada,
porque é uma casa muito grande
de cor branca, é por isso que se chama La Blanqueada.
E que
era extremamente tranquilo.
Eu só jogava bola na rua.
Estava o dia todo na rua.
Viviam uma
zona muito, muito tranquila.
Estava cheio de crianças,
mas quanto era uma...
Foi uma criança muito, muito feliz
com cheio de amigos
e a brincar de um lado para outro.
Mas que tudo começa a
fazer muito mais difícil
a partir de ter essa sensação
e acho que todos os Uruguaios que vivimos na altura
temos.
Que situações, sobretudo,
começam a se complicar
cada vez mais
a partir da década dos 90,
meados da década dos 90,
no sentido...
Não espalhe um grande esforço
para...
para poder levar o prato na mesa
ou, pronto, tinha que trabalhar
muitas horas para poder ter
o mínimo sustentável
para poder...
viver tranquilamente, né?
Até que meu pai
conseguiu uma decisão
porque
minha avó, será mais dele,
é espanhola, é galega.
Então consegui ter um passaporte
na nacionalidade espanhola
e no ano 99
decidi emigrar para a Espanha
exatamente para a maior parte.
A tua voz dizia, graças a Deus, até que enfim
vamos voltar.
É sim.
Mas é isso no sentido
e eu me lembro de um Uruguai
que é muito tranquilo
até a partir da década dos 90.
A partir da década dos 90 tudo começa
a...
sobretudo mais...
não sei se é contestação social
porque eu acho que nós parecemos os portugueses também
podermos darnos
e não saímos, custamos sair à rua, né?
As redes sociais, então, são ótimas para isso
porque as pessoas já não...
As vezes tirem para a rua
vão para as redes sociais e isso não...
não há direito.
Mas pronto mais, é isso no sentido...
Eu me lembro da pobreza, começar já a ver
gente...
vai passar muito, muito, muito, muito mal
até que...
E criminalidade provavelmente a aumentar.
Pronto, e até já
quando eu, preadolescentes,
adolescentes, já começar de
a contestação social
sobretudo na área mais
dos estudantes, né?
Até que chega
a crise econômica no 2001
na Argentina com o famoso Corralito,
né? Aquela...
situação econômica que os bancos ficaram
com todas as poupanças da gente, né?
E devaluou-se extremamente a moeda,
né? E chega no Uruguai...
As coisas mais novas talvez não se lembrem
mas eu lembro-me de ver na televisão
de um dia para o outro, era filas gigantescas
na Argentina para comprar coisas
às lojas, não tenham nada, para tentar levantar dinheiro...
Exatamente, não? No sentido...
Sem mais ou menos quantos, início dos anos 90...
Isso foi em 2001.
Dezembro de 2001 na Argentina
na altura do Natal
ou antes do Natal
e chega no Uruguai
no ano 2002,
no sentido, só foi de dezembro de 2001
de julho de 2002
arrastou, arrastou uns
como efeito domínio
a Uruguai
e aí foi quando a minha mãe já
decide, ok, isso já não dá
já não dá para mais, já não dá para mais
sobretudo essa parte
econômica de ser tão repentina
e tão dramática
em países onde a classe média estava
instalada, é particularmente
chocante, porque
claro, nos países onde já são pobres
infelizmente
as crises econômicas
quase são intentáveis por dizer
como é que se fica ainda mais pobre, não é?
Aconteceu muito pobre. No AI foi isso
um sentido, uma classe média muito...
Sem muita gente de Uruguai nessa altura?
Moita, moita, moita
tu lembras disso, ou seja, do grupo de amigos
como sou...
O grupo de amigos, por acaso eu sou
o único, mas eu tenho pronto
não tão próxima
mas, por exemplo, o meu tio já
emigrou
Mas tu lembras dos teus
na escola de minutos começarem a desaparecer
a desaparecer no sentido de despaz emigrar
emigrar, sim, me lembro
e me lembro de
vou te contar uma anécdota
eu emigrei a maiorca
2004, março 2004
novembro 2004
novembro, vou para as festas
da aldeia do lado
da aldeia, não é uma cidade do lado onde moramos
os pais, isso aí como os amigos
a beber uma e de repente sento pelo ombro
viro para trás e uma colega
minha da escola de Uruguai
sentido, foi como wow
e não era para meter em Madrid, não estava
não, era uma aldeia de maiorca
mas sim, me lembro de muita gente
Estados Unidos e Espanha
Espanha pelo facto
da língua
mas Estados Unidos já vinha também
por exemplo a uma colônia muito grande
de uruguaios em Sydney
em Austrália, também foram
bastante, mas sobretudo na altura
esta de 2000, uma crise econômica
foi para Espanha e para
para Estados Unidos
imagina que na aldeia onde moramos
os pais, que alarou
em maiorca
uma aldeia de 4.500 pessoas
eu não sei quantos uruguaios devem haver mais
devem haver mais de
40, 50
e agora já fizeram filhos
já é uma comunidade
chegou um
30 anos atrás
e isso começaram a chegar
chegar, chegar, chegar
meu pai foi por isso, ele migrou
com um amigo que conhecia
esta pessoa que se chama Miguel
que vivia já na altura
15 anos
e meu pai decidiu ficar
e migrou com ele
conheciam o Miguel, fizemos amigos
arranjou o trabalho
e decidiu ficar
e ficou, ficou, ficou, até que a situação como
na Uruguanha não dava para
minha manja, não dava para
aguentar mais, decidiu ir embora
vamos, com meu irmão, minha mãe e eu
e tu? Tinhas 18 ou 19 anos mais
17
como é que foi? Não é nada fácil
para um rapaz
fim na dessa fase tão difícil
isso foi várias coisas, no sentido
foi, primeiro deixar tudo
tinha seus amigos, por que ele era teu namorado
ou não, não fazia destinas na altura?
na altura ainda, bem que não
mas eu vivia com minha avó
foi muito difícil de deixar a minha avó
na Uruguanha
a avó Uruguanha que vivia conosco
no sentido da minha mãe
pronto, decidimos deixar lá com
meu tio
isso foi primeiro
devastador
além disso
eu vou para a Mallorca
para uma aldeia de 4 mil pessoas
quando eu vivia em uma cidade
com dois milhões
acrescenta-se mais uma coisa
em Mallorca a língua oficial é o catalão
mas quanto na aldeia que é no meio
da seja tramutana, no meio da seja
interior de Mallorca todo mundo fala catalão
e eu não percebi nada
então estava como
onde é, eu estou
ficar desangado com os teus pais na altura
porque às vezes a conta dos adolescentes
fica um bocado desangado com as escolhas
que os pais fazem
na altura seca
eu empaticei muito com minha mãe
eu olhava
muito o sufrimento
e o sacrifício
que essa mulher fez
e agradeço, obrigado mamá
pelo meu irmão e por dormir
já, também
era suficientemente adulto
para perceber de que
já não dá aqui, lamentablemente
já não dá
a vida dos seus pais mudou muito
a vida deles mudou muito
imagina, meu pai
foi trabalhar na obra
quando trabalhava no empreendedor
e minha mãe a limpar casas
e a tomar conta de velhos
em Mallorca
e depois também estava trabalhando em uma cozinha
minha mãe é grande cozinheira
mas nunca tinha trabalhado em uma cozinha
hoje em dia, por exemplo, trabalhando em uma cozinha
aí em um restaurante
na minha aldeia
e foi muito difícil também para eles
Mallorca, como estava a dizer
não
não
não atacou minha mãe pela decisão
senão foi, vamos apoiar
e vamos estar aqui e tentar fazer
tudo possível para sobreviver
a mim
foi o adulto e pela minha
personalidade, que eu sou uma pessoa
extrovertida
não foi tão difícil para meu irmão
que era mais não, porque eu tenho um irmão
quatro anos menos que eu
até 14 anos na altura
13, 14
foi mais difícil para meu irmão
no sentido de uma pessoa mais introvertida
mais tímida
para ele foi mais difícil
para ele se rasgar
você aprende a falar catalão?
não
no início eu tenho que confesar
meus amigos, se houve isso
eles já sabem porque já confessei
já fui confecionário
eu tenho que dizer que no início
rejeitava porque não percebia
a complexidade
que é espanha
não percebo porque
fala outra língua que não é língua espanhola
com o tempo
e com a abertura mental
e comecei a perceber
de pronto a complexidade
e pronto as subculturas
ou culturas que existem dentro do estado espanhol
e uma das é o maior king
que é um dialecto do catalão
mas não consegui aprender porque
eu imediatamente
de chegar à maior casa
sobrevivei um humano
e comecei a viajar
depois fui a viver para escocia
depois tive humano e meio
em canarias
depois fui para Londres
depois fui a estudar a valência
e depois vim para aqui
cheguei aqui há dez anos
então não tive o tempo suficiente para
percebo tudo
consegui perceber tudo e adoro a língua catalá
mas
confundo-me com o português quando tento falar
em termos sonores
é bastante parecido
minha namorada portuguesa vai lá
percebe tudo
acho que fala melhor ela que eu
imagina
foi bem recebido em espanha
os imigrantes da américa latina
vou falar por mim
e sobre todo
acho que aqui há uma grande diferença
que é acordo de pedo
se tu não me ofes falar
na espanha
tu não reparas que eu sou
do uruguai
acho que sou espanhol
isso muda
isso muda o quadro
não é o mesmo ser
um peruano
com os traços indígenas
que um uruguaiobranco europeu
não é
e eu já vivi
com amigos meus
latinos
há grande diferença que existe
enquanto
o facto de ser branco
há ele ser pronto de indígenas
ou de outra
outros traços
faciais
mas eu tenho que dizer
de que sempre fui bem vindo
trataram-me muito bem
sempre fui muito bem acolhido
tanto em valência, em gran canarias
como em maiorca
que considero minha teja também
são muitos anos lá
são quase
e a partir de uma idade tão importante
não é das sete anos, são idades muito formativas
os sete anos tenho amigos
lá
e quando os pais moram lá
e sempre foram também
muito bem acolhidos
pelo povo de Alaró
e pelo povo de Mallorca
em termos de acolhimento excelente
e como é que era a tua vida
antes de ir para Espanha
até aos 17 anos
o que fazias?
era basquete?
sim, eu sou alto mas eu agava basquete
adorava
as notas, tinha mais notas
estava estomado
desparrua nas aulas
desculpa para aquela altura
fazias muito desparado
fazias muito desparado
não e as aulas
eu
fui a um instituto
que se chamava
o Damaso
que era gigante
Hugo era gigante
e Manuel era gigante
e nós temos 4 turnos
quer dizer
são 4 horas de aulas
não é como aqui que está no dia todo
4 horas de aulas, mas quando você tem
ou pela manhã
você tem um intermedio que nos chamamos
que é de meio dia a 4
de 4 a 8
e de 8 a meia noite
mas quando você tem vários turnos
eu escolhi um intermedio porque digo
não gosto de acordar cedo
conhecia mais a vida
eu preferia estar como os amigos
fora
é absentismo
eu ia mas não entrava
e já
música já faz parte da tua vida
não, a música fui descobrindo
pouco a pouco em sentido
acho que a música foi
a partir de 2015
quando eu fui para o uruguai
tive 6 meses no uruguai
e voltei, foi como uma reflexão
também interna, foi como
passar a minha latinidade
e o meu país tem que estar
de alguma maneira representado em mim
e foi aí que fui descobrindo
já conheci a cumbia
no sentido de eu cresci com cumbia
mas
soltei-me
ok, vou a projetar isto
e comecei a projetar outra vez
ou seja, não te interessava nada
quando dinheiras de loxinha de vivias no uruguai
a cultura uruguai
não ligavas muito à música uruguai
sim, carnaval
isto é uma coisa
houve-se muito
música uruguai
quando tavas a crescer, lê-se os autores uruguais
ou seja, a cultura uruguai
é uma coisa
para os jovens é uma coisa
para cada país que passam fases
onde a sua própria cultura não é uma coisa
cool quando você é adolescente
ou as pessoas preferem o músico americano
ou europeia, seja o que for
mas não passaram por isso ou não
porque nós no uruguai
nós temos
a Buenos Aires à frente
temos a Argentina
nós somos 3 milhões, os outros são 40 milhões
nós o consumismo
que nós tínhamos cultural
constantemente através da televisão
as novelas são todas argentinas
ou venezolana colombiana
nós temos de tudo
hoje em dia tem turcas e tudo
não tem novelas
ainda bem
não
é tão bonista de mercado de ir para o uruguai
fazer novelas
mas é isso um sentido
quando eu era novo
nós consumíamos muito
muito muito o que era a Argentina
o momento achou eu
espero não estar enganado
mas o momento de ruptura
naquele ano 2000
apareceram grupos
que hoje em dia, por exemplo, quando me perguntaram
as músicas
nós tínhamos estado a ouvir, está tudo na playlist
se vamos para a tua terra
comentava com Emmanuel
incrível todas as sugestões
são 3 bandas
não teve a gostar
a Voela, a Perca e a Lacumana
são as 3 bandas incríveis
é isso que tínhamos estado a ouvir
e que podem procurar
na playlist do Spotify
muito incrível
isto tudo começa a aparecer nos anos 2000
essas duas bandas, não vão gostar
não vão gostar de um nome da banda
sim sim, vamos saber
e você que sabe
não
vai ser verdade
certeza que foi por isso que eles escolheram um nome
exatamente
são bandas que apareciam nos anos 2000
a Voela, a Perca e as bandas mais internacionais
que existam
vêm em fases grandes tornesas aqui na Europa
a Lacumana é cumbia
isso é plena uruguai
a cultura popular
para vocês aqui
o fado
para dançar
e sim consumíamos
consumíamos muita cultura uruguai
muita cultura uruguai
sobretudo temos o carnaval
o carnaval uruguai
o carnaval uruguai é o mais longo do mundo
começa fim de janeiro
e acaba em março
é pouca gente
é o segredê
é o carnaval uruguai
em Portugal temos
o paralelismo
será o carnaval do Rio de Janeiro
nada a ver
o carnaval uruguai
tu tens
tu tens duas áreas
uma
que vem
diretamente de o carnaval
de Cadiz
para ter uma referência sobre o carnaval
do uruguai e de Montevideo
tu tens que ter a referência do carnaval
de Cadiz
basicamente isso nasce porque
as xirigotas
são grupos de carnavalesco
vou tentar explicar da melhor maneira
as xirigotas
são grupos
de carnaval
de Cadiz
que se juntam
e são sobretudo
eles cantam
a protesta social
protesta de o que está acontecendo na vida
que aconteceu durante o ano
e vão cantando
e é toda uma paródia
os políticos da altura
e até hoje
qual é a questão
esta xirigota
em 1960
foi atuar a Montevideo
mas o que aconteceu
durante meses
até que arranjaram o barco
isso não vale tão longo
não
já que temos aqui
não, mas ele para sustentar
tiveram que fazer atuações
e isso com a mesma cultura
montevidiana
então começaram a imitar
as xirigotas
e as comparsas
de Cadiz
isso vem do lado europeu
mais nos temos no Carnaval do Uruguai
uma forte
influência afro
nós temos uma comunidade
afrodescendente
muito muito forte
sobretudo com uma música que é a música nacional
Uruguai que é o candombe
que não é o candombe
é o candombe
que é típico
dois bairros sul e palermo
que são bairros onde
os escravos
os antigos escravos
estavam no Montevideo
se libertaram e viviam
nesses bairros
como os conventinhos
que os conventinhos
imagina são, não são favelas
mas são predios
com um jardim meio
com varandas
a volta, com grandes
e aí viviam todos os negros
livres
e nasceu aí
e nós temos um desfile
de las chamadas
eles chamam ao povo
para dançar
então é um grande desfile
e então temos também essa cultura
desse lado afrodescendente muito muito presente
no Carnaval do Uruguai
agora é melhor
agora é melhor a altura
e é um concurso, então
qual é a grande diferença?
é um concurso, tu tens várias murgas
representantes do lado europeu
no sentido de que vende
de Cadiz e tensa
os negros e lubolos, então é uma competição
de quem ganha?
a ver quem ganha, é mesmo
teatral
é um espectáculo
com muito muito profissionalismo
ganhasse muito dinheiro
mas o que ganha
o povo uruguai e montevidiano
é como as equipas de futebol
cada um é de uma murga
o futebol e o carnaval são
unidos
é mesmo
folclore uruguai
folclore montevidiano
e o que se vê durante as alturas?
mate sempre
não
por acaso os licores uruguai
não são grandes fãs
são fortes de cana de açúcar
chasa
sim, e doce
temos o grapa miel
grapa
com mel
é realidade ao dia a seguir
trouxeste-nos aqui boas sugestões
nós pedimos um livro
que está publicado em Portugal
chama-se
Veias Abertas da América Latina
é um livro com mais de 50 anos
eu penso que em Portugal foi publicado
ou pelo menos republicado há pouco tempo
do escritor Eduardo Galeano
escritor e jornalista do Uruguai
já morreu há pouco tempo
e o latino-americano
sim, um dos grandes escritores latino-americanos
estamos conversando aqui no Uruguai
não quer também estar a chatear os outros
por favor, não
fala-nos um pouquinho deste livro
das Veias Abertas da América Latina
considerado um dos grandes ensaios sobre a América Latina
eu acho que
é a melhor radiografia
da história
da América Latina que alguém
conseguiu dar
acho que
não pode ser explicado de melhor maneira
acho que é uma radiografia
do coração
da história do povo
da América Latina
e acho que como ele
não conseguiu ninguém descrever
e plantar
nessa pequena ironia
que tinha também Eduardo Galeano
a escrever
eu gosto muito também de outro que se chama
os braços abertos da América Latina
é muito parecido também
porque não há melhor explicação
não hesitas
quando perguntamos um livro que achaste fundamental
para conhecer o Uruguai
não hesitas, tem a escolher este...
não, eu acho que mais o autor
o autor representa
não só Uruguai, mas também a América Latina
no sentido
já olhias
quando vivias lá
sim, eu já lia
mas quando
voltei a dizer uma coisa, isso é muito interessante
quando eu ia à escola
estava... não... não se dava na escola
era demasiado revolucionário
quando ganha a esquerda no Uruguai
começa...
é o seu cirópricador na escola
o seu cirópricador na escola
Uruguai tem uma história de
também de grandes escritores
Mario Benedetti, um dos poetas mais famosos
da América Latina também
sentido, tem Saonetti também como
Saonetti é um
escritor Uruguai
com alianças
queria uma fantasias incríveis
senti-o de verida de ler também
é muito interessante
e depois daqui no filme, confesso
não vi, mas achei que é cheio de vontade de procurar
e acho que está naquelas plataformas
que agora não deixam as pessoas partilhar
as pessoas em casa
que é um filme que deve ser incrível só pela descrição
o banheiro do Papa
do César Charlone
que é baseado numa história real
de uma visita do Papa
segundo, uma pequena cidade de Uruguai
Melo
que ficam cheios de uma cidade pobre
que pensa assim, agora que a gente vai fazer uma fortuna
e contemple um gesto da loucura
deste filme
é lindíssimo esse filme, deveriam dever
por favor
basicamente conta isto
ver, Melo, vamos contextualizar Melo
é uma pequena cidade
quase fronteira deve estar a uns 50 km
norte de Montevideo
está no meio de Uruguai
é interior
que basicamente
está baseado nos anos
1988
todos os filmes desta visita do Papa
de Montevideo
só me lembro porque no
Montevideo, no centro de Montevideo
uma cruz gigante
o Papa estava aqui
mas eu não me lembro
e basicamente conta esta história
de que este boate
começa a ver um boate de que
João Pablo II
e a visita da cidade de Melo
e um pessoal fica
o que?
e estão esperando
a ver, pessoal
não havia Twitter, não havia Instagram
não havia nada, havia só
meio de comunicação, um televisão vai dizer
Melo vai encher-se com mais de 50 mil
fazer uma místia lá
e então
qual é o pessoal que começa
que é um pessoal pobre que vive
ou vive basicamente
ou da agricultura
ou do contrabando
artigo vacilero que compram
muito mais barato no Brasil
vão de bicicleta
50 km no meio do campo
até o Brasil, até a fronteira
até a leia mais próxima do Brasil
e logo contrabandeam
todos os produtos para vender muito mais caro
no Uruguai
e o pessoal diz
papá, vamos aqui
a tornar nós ricos
e o pessoal
imagina, começa a hipotecar suas casas
e começa a vender tudo que tem
para
receber a todos os turistas
que iam ver um papá
e conta
com seu reino
não vamos acabar
vamos convidar o pessoal a ver mais
o que conta é que este contrabandista
decide como decidirem fazer fortuna com o papá
construir uma casa de banho
no jardim
a que ver o filme
pois há que ver o que é que
seu papá parece
o que é que ele faz lá
exatamente
sim e agora está na altura de passarmos ao Emmanuel
que vai fazer o seu habitual
um pequeno roteiro
já estamos todos de vontade de ir ao Uruguai
já sabemos qual é a altura certa do ano para ir
é esta mesmo né
sim, a altura do carnaval
que acaba de de janeiro
a termos conforme a altura em que mostejam a ouvir
se verem que se não
já sabem se verem ouvir em abril, esperem um ano
antes disso
Emmanuel, conta no estudo
partimos de Lisboa, como sempre
e demoramos cerca de 15 horas a chegar a capital
Montevideo, fazermos Cala e Madrid
e tudo isto tem um custo de
693 euros
ida
precisa avisar, Nicolás, o Emmanuel
que é para a próxima semana
e é já para a próxima semana
este voo é de hoje a 8 dias
são os preços
na altura desta gravação
na altura desta gravação
não sabemos até lá o que pode acontecer
ou não ao Uruguai
pode baixar, pode aumentar
relativamente
alojamento
recomendo um espaço com um nome curioso
a Casa Vegana
é um espaço com umas tão particular
fugimos aos grandes hotéis
da cidade
e a vegan
tu não estás a sugerir as pessoas com a terra
que inventou os rascos de cá no hotel vegan
este é um roteiro muito inclusivo
porque as sustanções gastronómicas
não tem nada da vegan
mas o alojamento
é todo ele
e este é o único
porque é tão barato
é mesmo barato, a diária
é que ronda aos 15 euros
e tem uma consicração 9.1 em 10
no booking
é um país caro
muito caro
muito mais
deve ser 3 vezes mais caro que Portugal
não, mais duas vezes mais caro que Portugal
é
tudo
é um absurdo
e o pessoal ganha menos que aqui
como
ter trissura Uruguai
são poucos
como é que se faz
é um mercado paralelo que funciona
é trissura
hoje em dia a melhor economista que eu conheço
a minha mãe
consegue
as parte da cultura Uruguai
os tênis de um irmão passam por outra
e não
e a que será verdade
eu acho que o povo de Uruguai deve estar
com dívidas no sentido
imagina que
a última vez que eu estive lá
compramensado
no supermercado é pagada
as prestações
pelo tão caro que é isso
o pessoal não é muito
muito muito caro
ficar nota para irem bem apetreçados
o Chile é pior
o Chile como país da América Latina
deve ser muito mais caro que Uruguai
mas Uruguai é caro
tu tinhas nos deixado aqui
uma sugestão
o Nicolas Cabo Polónio
um lugar mágico
um lugar que
se fôssemos de Montevideo
para o oeste do país
vamos dizer como se fôssemos para a fronteira
com o Brasil
Cabo Polónio é
uma pequena aldeia
de pescadores
num meio de umas dunas
com o Oceano Atlântico
abrigados sempre pela
maior colônia de lobos marinos
de América Latina
que não existe
electricidade
está proibido
e não há água cojente
é um lugar mágico
uau, sim
e que só é permitido
como é que fica lá? tem hotéis limitados
eu vi que há bastante opções de alojamento
apesar de tudo
claro mas é porque no verão agora
o pessoal sua casinha
está proibido construir
construí-se até um momento
não há
não há asfalto
não há nada
e há duas maneiras de chegar
ou
vai a pé desde aldeia mais próxima
que valiza
e tem três horas
pela praia
pelas dunas
ou há um transporte que o único transporte
que pode chegar a Cabo Polónio
que são uns caminhões
aberto
tu te sentas no caminhão
e eles são quatro ou cinco caminhões
que são os únicos que são permitidos
ir pelas dunas
porque se imagina se vão destruir
e há bastante no verão
sim, no inverno devem viver lá
20 pessoas
passamos para sustanhas da capital
Monte Video
recomendo o mercado del puerto
onde podem comer uma tradicional empanada
ou um assado
e se o dá a ver
um centro antigo
podem passar pela plaça independência
e tem vários museus como o museu de artes
Torres Garcia
como o Nicol já falou aqui
é um bom programa para fazer
é andar, por exemplo, de bicicleta
pelas ramblas
nas maras do Rio Prato
durante o Porto Sol
é um belo programa
Cuidado com os dentes
e já que o Nicol se falou
que tem bastante de futebol
e não é possível
dissociar o uruguai disso
podem visitar, no centro histórico de Monte Video
o estádio
onde foi realizada o primeiro mundial
de sempre, em 1930
que é o estádio Centenário
que é atualmente a tecla declarada pela FIFA
como monumento histórico do futebol
e que pode, lá dentro, há um museu de futebol
que também pode ser visitado
quanto a outras cidades
o que falou aqui logo
a Colônia do Sacramento
é uma...
é uma cidade histórica
para quem gosta de históricos
e é reconhecida até pelo Unês
como património cultural
da humanidade
e nessa mesma cidade
há a Calha de Los Suspiros
que é a rua mais visitada da cidade
e há casas lá que têm mais de
250 anos
vale bem a pena
termino como sempre com
a comida, já que isso falou
churrasco ou assado
onde podem provar
chorizo, morcilha, malheira, bife
ancho com os matambrido de cerdo
é tudo ótimo
tem bons hospitais
é bom saber
também na categoria carne
há uma sanduíche bem típica
que é o Xivito
que é uma sanduíche uruguai
é carne, pão, queijo
alface, tomate e ovo
e muitos carnes
dizem o nome dos dois restaurantes
que dizem isto em um outro vídeo
ou estás muito desligado
estou desligado
não consigo agora mesmo para ser
no Tripa de Vizas o melhor é o Primozium
é considerado o melhor restaurante
que tem até um show de tango
eu gosto um também que é La Paziva
La Paziva
em um vídeo que é de carne
mas também é de cachorros quentes
no uruguai
há um jolot
em cada esquina a vender cachorros quentes
é comida também uruguaias
tanto dia ou após beber
24 horas, estão 24 horas
burgers e cachorros quentes
não é só para beber
é só para todo o povo
estou aqui em Portugal
diz que não há nenhum restaurante
100% uruguai mas que há um argentino
onde se pode
o Marcelo
foi um bom assado
a entranha dele é muito boa
e onde fica?
no factory
o chanta
e onde podemos ouvir?
regularmente estamos todos os meses
com o coletivo na abuel coletivo
com meu grande irmão
Gimos Cholutecas
no music box pelo quanto
procure na abuel coletivo
pelas redes sociais
podem ver-nos aí no music box regularmente
maravilha, foi incrível
ficarmos cheios de vontade de ir para o guai
não sei se não vamos mesmo já
se já vamos já
voltamos para a semana
para a tua terra
para a tua terra
para a tua terra
para a tua terra
vamos
para a tua terra
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O Uruguai não é muito grande nem tem muitas pessoas. Mas — apesar disso ou por causa disso — é um verdadeiro oásis. O músico Nicolás Bragunde Bayardi guia-nos pelo país que inventou o churrasco.
O Uruguai num prato típico: Asado (churrasco, igual ao que se faz nos restaurantes argentinos, por exemplo, o El Chanta, em Lisboa)
Num livro: As Veias Abertas da América Latina (1971), do escritor e jornalista Eduardo Galeano
Num filme: O Banheiro do Papa, de Cesar Charlone, baseado na história real da visita de João Paulo II a uma pequena cidade do Uruguai.
Num lugar imperdível: Cabo Polonio
Na música: No te va gustar, La Vuela Puerca, La Cumana (na playlist Vamos Para a Tua Terra, no Spotify)