Vamos para a Tua Terra: Roménia
6/25/23 - Episode Page - 1h 1m - PDF Transcript
I.
Vamos para a tua terra
Olá, Emmanuel!
Olá, Hugo!
Como é que tu estás?
Olha, hoje vamos viajar até à Romênia, que é um país dos balcans, na verdade.
Fica ali na junção da Europa Central, do leste e do sul.
E lá vivem mais ou menos 19 milhões de pessoas.
As fronteiras são as seguintes.
A sul está a Bulgaria, a norte a Ucrânia, depois tem ali a Moldávia no meio.
Depois do lado ocidental fica a Hungria e a Sérvia.
E para ir à praia também é preciso.
Do lado oriental está o Mar Negro.
O país com este nome România, ou România, no original nasceu só no século XIX.
Mas claro, a história antes disso é bastante longa.
Foi a Dácia, que hoje é uma famosa marca dos automóveis romanos.
O nome, este Dácia é o nome do reino, onde viveram os Dácios, um povo que lá viveu desde a Antiguidade.
Depois eles foram conquistados pelos romanos, que ao contrário do que se possa pensar,
estiveram lá muito pouco tempo. Não estiveram lá séculos e séculos e séculos e séculos.
Foi uma presença relativamente curta no tempo, mas o suficiente para deixar uma herança muito, muito curiosa.
Que é o quê? Uma língua latina.
A România está isolada linguisticamente em relação aos seus vizinhos.
Ninguém fala uma língua sequer vagamente parecida com uma língua latina.
Na verdade, olhando para um mapa, o país latino mais próximo da România é a Itália.
E de Roma, a Bucarest, são mais ou menos 2 mil quilómetros.
É bastante para uma língua só singueira.
A história da Dácia lá segue e depois vai ser dividida em principados,
o da Transsilvânia, o da Moldávia, da Valáquia,
Dónde era o cérebre velado, o empalador, o Drácula também,
conhecido provavelmente o romeno mais famoso da história.
No século 19, estes principados vão juntar-se e depois, um bocadinho mais tarde, acabam performar
o reino da România e vão buscar um alemão para ser um rei.
E esta dinastia, o Zohen Zohlen, vão acabar por levar o país a combater pelo lado.
É complicado, pelo lado certo na Primeira Guerra Mundial,
pelo lado errado na Segunda, mas ali um bocadinho antes do fim
trocaram de lado e combateram pelo lado certo na Segunda Guerra Mundial.
Só que estas andanças, de um lado para o outro, vão acabar por fazer com que seja ocupado
pela União Soviética.
O rei é forçado a abdicar e cria-se assim, forçado a abdicar e fugido com um boi
e com uma salva de tiros atrás das carruagens.
E cria-se assim uma república popular.
Apesar de ser um Estado comunista nesta altura,
nunca fez formalmente parte da URSS,
era o Estado dos chamados Estados Chatélites.
E depois, durante um quarto de século, a Romênia esteve nas mãos
de Nicolás Chausesco.
São 25 anos marcados por um culto de personalidade gigante
e por perseguições que costaram a vida a muitos milhares de pessoas.
Até a uma célebre Dia de Natal em 1989,
quando o regime vai ser derrobado e ele e a mulher são executados.
Desde então, a Romênia está a fazer o seu caminho com bastante sucesso.
Entrou para a União Europeia em 2007 e tem uma economia
que não para de crescer, mas uma das economias europeias
é maior índice de crescimento.
Para nos matar outras curiosidades, como por exemplo saber
como parecida é a língua portuguesa com a língua romênia.
Ou, se na Romênia corremos o mesmo risco de nos morderem o pescoço na rua,
vamos falar com a Adelina Solugiuque, que nasceu em 1981,
em Sudchava.
Depois, na faculdade estudou geografia e língua inglesa,
em 2004, porque já fez muitas coisas, desde limpezas,
até a gestão de uma oficina de motas Arleigh Davidson.
Olá, Adelina.
Olá, bom dia.
Tudo bem?
Está tudo obrigado.
A primeira pergunta é, o seu nome é mesmo Adelina,
não é uma portuguesação?
É mesmo Adelina, sim.
É o nome comum, na Romênia?
Na altura, quando eu nasci, não era.
Aliás, o meu nome foi escolhido pela minha irmã.
E que tinha uma boneca com um nome escrito nas costas.
E ela chamava-se Adelina, então, minha irmã, uma petição...
Mas teve sempre que estar a descobrir, porque o nome Latina descobri...
Nunca tive a curiosidade de descobrir a origem do meu nome.
Sempre gostei que era um nome diferente.
Ninguém tinha, nem na turma da escola, nem na faculdade.
Ninguém tinha.
Este nome era muito, muito, muito, muito raro.
E depois de chegar a Portugal, ele pensava assim,
ah, ninguém vai perceber nada do meu nome.
E toda a gente estava percebendo o nome à primeira.
Exatamente.
Descobri que era o nome português.
E até gostei, porque eu adoro calor.
Eu disse sempre que nasci num país cheirado.
E a Segónia largou-me ali em cima da Romênia.
Mas gostei.
A pronúncia é que é diferente.
Em Romênio é diferente.
Mas já sou Adelina desde 2004.
E 4, é verdade?
Gosto muito desta pergunta.
Fazendo aqui um jogo, fechamos os olhos e abrimos os olhos em Suchava.
Estou a dizer bem o nome da cidade.
Fui ver o Google como é que se dizia.
Em 1981, não direi porque em 1981 tinha acabadinho de nascer.
Mas vai.
85, com 4 anos, abri assim os olhos e estava em Suchava em 85.
O que é que nós viemos pela sua mão?
O que é que nós viemos?
Uma altura muito difícil do país,
onde havia muitas restrições.
Os meus pais tinham que ir logo cedinho da manhã
para ficar na fila, para comprar pão ou leite.
Muitas das vezes levavam a minha irmã para comprar mais quantidade,
porque era uma certa quantidade que se podia comprar por pessoa.
As lojas de carne, de especiarias, eram muito vazias.
Só que em dinheconescimentos,
o que trabalhava no hospital,
em cargos mais altos,
é que conseguiu aquela...
não é comida, aquela coisa de banana.
Nós descobrimos que as bananas são com os meus 10 anos ou mais.
Mesmo assim, chegavam verdes
e nós tínhamos que embrulhar em papel de jornal,
ficar num arumário para madrugcer.
Ou seja, coisas que hoje são banais
e que, se calhar nos anos 80 na remédia,
eram coisas mesmo muito raras?
Muito raras, muito raras.
É uma cidade pequena, Suchava?
É uma cidade pequena, sim.
Mais ou menos quantos habitantes têm ideia disso?
Estamente não sei.
Nem na altura e agora também não.
Mas não era tipo um milhão de pessoas, morava menos de um milhão de pessoas?
É sim, é isso mais ou menos,
porque a Rúmenia é maior que o Portugal.
Não se imaginamos, eu quer dizer,
lembro-me de algumas imagens que nós viemos nos museus.
Temos uma ideia de, estes anos 80 e para trás, claro,
de um país que estava triste e deprimido.
Ou seja, até quase os tons de cinzentos,
imaginamos assim uma coisa muito cinzenta,
depois com grandes obras públicas,
aquelas coisas, aqueles edifícios gigantes.
Podemos dizer que sim, havia muita restrição.
Até andar na rua, conduzir o caro,
eram dias pares e em pares.
Quem tinha o número da matrícula par andava nos dias pares
e quem tinha em par andava em dias em pares.
Muita coisa não me lembro,
porque felizmente eu tive uma vida feliz,
cresci também na aldeia dos meus avós
e ali não se passava nada,
estava eu contente com os cavalos,
com as hortas, com os animais.
Pouco tempo passávamos na cidade.
Porque seus pais tinham escolhido
que era melhor para as crianças estarem no campo, era isso?
Não, sempre que conseguiam os meus pais
nos fins de semana, nas feiras,
iam ajudar os pais, os meus avós.
Desde pequenina fui ensinada a trabalhar
e a arrumar a casa, e a arrumar o quarto.
E sempre era ali que nós íamos.
E era muito diferente a vida na cidade
ou a vida no campo?
Sim, muito diferente.
Além da televisão era preto e branco,
só havia emissão desde uma certa hora
até as cascas novo da noite,
depois já não havia nada,
só havia dois canais, acho eu, na altura,
mas passávamos muito tempo na rua a brincar,
com os vizinhos, com os colegas,
não era aquela coisa de ficarmos muito em casa.
Aliás, até os meus oito anos, nove,
vivi no apartamento,
só tirando quando íamos para casa dos avós.
Depois os meus pais compraram uma vivenda,
ali também, quando eu comecei a ter mais noção das coisas,
também foi bom, porque eu saia na rua e brincava.
Com os seus amigos?
Sim, não sentia muito aquele cinzento,
nós não sabíamos as preocupações.
E sobretudo quando você é criança,
tem sementes noção dessas coisas,
sobretudo quando os pais conseguem mais ou menos
as experiências da realidade.
Mas havia-se uma ideia de que se era mais feliz
entre aspas na cidade ou no campo,
ou seja, havia um distanciamento no campo,
se calhar da realidade política,
as pessoas ligavam talvez menos,
ou pelo contrário, era muito mais notório
se calhar as dificuldades económicas,
por exemplo, no campo da cidade.
Depende da situação de cada um,
honestamente, não senti com aquela idade,
eu não sentia as dificuldades,
mas sentia as restrições que nós tínhamos.
Sentia as restrições de fora,
não as restrições da...
Em sua casa?
Em minha casa, sim.
Depois, tenho oito anos, quanto a esta revolução,
não é esta que acaba o regime do Chausês,
de uma maneira tão gráfica e brutal.
Lembra-se, já tinha um bocadinho de consciência
que estava a acontecer, foi uma euforia grande.
Sim, sim.
Só sei que...
Távamos a ver a televisão...
Diz-me era a Dia de Natal, não era?
Sim, sim.
Távamos a ver a televisão e a dar notícias,
e a mostrar os tanques a passarem,
e as pessoas serem beliadas na rua.
Só que nós ficámos um pouco protegidos,
porque a cidade, como fica no norte,
o que é que aconteceu mais foi em Bucareste,
então fomos mais protegidos,
e não sentimos tanto a ameaça,
foi só ver na televisão que nós percebemos,
e a perguntar aos pais o que é que tinha acontecido,
eles tentaram explicar...
Era um misto de medo, com excitação, de alegria,
porque não é toda a gente que pode se desistir
no seu país, ao fim de uma ditadura, não é?
Sim, sim.
Dá um misto desses sentimentos todos?
Era euforia porque...
O que é que os meus pais sempre disseram,
é que é verdade,
durante o regime do Ceausescu,
as pessoas acabavam à escola,
uma profissional recebia uma casa,
tinham condições para comprar uma casa,
recebiam certas coisas, tinham trabalho, logo...
O problema foi sempre a restrição de alimentar,
de comida, e também a restrição de sair do país.
Não todas as pessoas conseguiam sair do país com facilidade.
Era uma burocracia enorme.
Mesmo os atores, os cantores que costumavam ter concertos
ou atuar, era uma grande burocracia
para sair do país e tinham que fazer pedidos
e ser aceitos por várias instituições.
Então, uma pessoa comum era só ilegal
que conseguia fazer.
E sair do país.
E depois começa a atravessar a adolescência,
que é um período sempre incrível,
e vive-lo no meio de uma transformação gigantesca à sua volta.
Foi, deve ter sido, muito especial, não é?
Todo o país testava ele próprio,
numa adolescência, mais ou menos.
Sim, e de repente houve uma liberdade
de quase fazer tudo que acontecia
e andar na rua quando queríamos ver televisão.
Já começaram a aparecer os talha-móveis, aquela cena toda.
Sim, claro que foi esta coincidência da adolescência
que também, com o fim da restrição,
foi vivida de uma maneira diferente,
de se calhar de outras...
Era muito rápida a alteração,
ou seja, era mesmo alterações de,
não vou dizer dia para dia, mas de mês para mês?
Não, não fui assim muito rápida,
mas sentia-se-o à vontade das pessoas,
às lojas, já começaram a aparecer aquelas...
O McDonald's, não é?
Posto o McDonald's.
Foi mesmo quando eles abriram na nossa cidade,
era para esquecer toda a gente,
queria ir lá e provar,
e, digo-lhe, desde já o dinarito
que o meu pai mudava de vez em quando...
Era que tu ficou todo McDonald's?
Sim.
Mesmo não.
Agora, a minha mãe vai ouvir,
se calhar não vai perceber,
mas muitas vezes,
de páscoa ou de natal,
nós tínhamos comida em casa com fartura,
nós íamos McDonald's.
Descondidas?
Descondidas dos pais,
e depois, se eles perguntavam,
querem comer?
E nós, não, não, não temos fome,
mas nós tínhamos acabado de comer.
Diram McDonald's, não.
E depois começaram a chegar,
também se põe na música americana,
os ximos americanos,
essa ocidentalização,
se quiser...
Sim, sim.
E, como também a televisão
já estava mais com mais canais,
todos já, os computadores,
já começaram a aparecer,
então, começou a informação,
também chegar a nós,
e claro que tudo era uma novidade,
tudo era uma alegria para nós.
Claro que sim.
E depois, está a estudar,
no Liceu,
foi muito rápida que houve essa alteração,
da maneira como se sudava a história da Romênia,
no Liceu, suponho que sim,
de repente, do dia para o outro,
o programa de história tem que passar a falar
do período que vai dos anos 40,
até o fim dos anos 80.
Sim, claro.
Toda a história ficou,
só que foram autorados
os manuais escolares,
para incluir também
o último período
da transformação da Romênia
e o regime comunista,
quando acabou, sim,
foi feita esta alteração,
e aliás, todos os anos,
desde que eu saiba,
há alguma alteração nos manuais escolares,
e depois há
só aqueles livros de leitura obrigatória,
que vão mudar da ano a ano,
vão ficar ainda alguns antigos,
mas sempre eles fazem alterações.
Também naquela altura,
tivemos esta alteração
no nosso programa de escola.
Claro, hoje em dia, já se passaram mais de 30 anos,
deste dia, deve ser,
parecia incrível pensar,
olhar para trás e pensar, já se passaram 30 anos,
desde a queda do Tchausisco.
Pergunto,
a Romênia é um país dividido ainda,
ou essa ferida para trás
está completamente cerrada?
Ou seja, há pessoas que são nostálgicas
pelo tempo,
não vou dizer do Tchausisco,
mas a comunista da Romênia,
ou é um assunto que hoje
toda a gente está contento com o rumo
mais capitã dos anos?
Ainda estão aquelas pessoas
que falam do regime
e dizem que estava muito melhor naquela altura.
Ainda está um pouco dividido.
Mas quase 50 a 50?
Não, não.
Não digo 50 a 50,
se calhar um 20%.
E são as pessoas mais velhas.
Quem passou pelo regime
e viu a mudança,
é que
continua a dizer que
se vivia muito melhor
no tempo do Tchausisco,
só,
havia uma pequena alteração,
a liberdade
da pessoa se fosse um pouco mais
mais
não tão estreita,
e eles dizem que
se calhar o Tchausisco
ainda estava vivo.
Porque as pessoas geralmente
têm mais nostalgia da sua própria juventude
e não conseguem separar
estes tenham saudades de ser novas
e tenham saudades da situação que se vivia.
Exatamente.
Porque também na altura
a Romênia não tinha dívidas.
Não tinha dívidas.
Pelo contrário,
era um país que
vivia um
dinheiro à Romênia.
É uma política de acabar com a dívida externa
do Tchausisco,
que provocou depois essas cacias de alimentos
cheirais que foram exportados.
Exatamente, porque ele exportava tudo,
o país
era rico, não tinha dívidas.
Mas não tinha que comer,
mas a população
é que estava a sofrer.
E o Tchausisco tinha um
um
um
um
tanto dinheiro
e tantas
propriedades
e era um pouco triste
ver a situação de pobreza
das pessoas e a riqueza de...
Já visitam alguns desses palácios
do Tchausisco e o parlamento
em Boca Resta que me mandam
ver.
O parlamento já foi.
É conhecida,
também o meu pai trabalhou lá
é Casa do Povo.
Casa Poporlui.
Eu já lhe...
Inventar, que é um dos
edifícios maiores do mundo,
tem assim uma história qualquer, né?
Sim, e tem por baixo uns túneis
e assim...
Mas também há muitos mitos que se contavam
de como é que se vivia, né?
Que as pessoas andavam em túneis
debaixo da terra.
Eu ouvi falar, agora não sei quanto
era lidado, porque há zonas que
não se podem visitar.
É ali neste edifício.
Se chega... Acontece-lhe ter discussões com as pessoas
mais velhas acerca deste assunto
de se era melhor antes ou agora?
Não.
Honestamente não. Os meus pais
sempre
não foram
apoiantes do regime
e
nós
nestas conversas de adultos
na altura não nos metíamos
e agora
pouco que se fala, ou de vez em quando
que se fala, pronto
respeito
a opinião da pessoa, mas não vou
entrar
na conversa
porque como você
estava a dizer,
são maneiras diferentes de
vivermos
e vivemos
de maneira diferente
e sentimos de maneira diferente.
Mas é uma atitude rara hoje em dia
que as pessoas estão todas desejos
de andar apancadas umas coisas
ou de discutir umas coisas outras.
Eu ultimamente sou muito calma e respeito
a opinião das pessoas
porque
nós temos uma opinião,
outra pessoa tem outra opinião, acho que
não vale a pena insistirmos
a opinião, é respeitar.
Depois
a Europa esteve dividida em dois
blocos, e bem, isto está
dividido em dois blocos, não é o
leste, se quiser, o oeste
esta
até depois que acaba com a entrada
da România na União Europeia
é quase um descobrir as suas raízes
no Ocidente da Europa,
na parte do Ocidental da Europa
quase como se tivesse estado cortada dos seus
parentes
e os pais ocidentais, houve esta sensação
de estar a redescobrir a Europa Ocidental?
Por acaso
não senti isso
o que é que senti
é que há outra coisa além
do meu país
são muitos sítios
giros, muitas países
bonitas
e que podemos descobrir outras
culturas
e cada país
se identifica com
algumas coisas
mas não senti
que eu fazia parte
do outro país
claro, culturalmente apesar de
partilhar a língua, culturalmente
terá mais proximidades com os países
que estão ali à volta do que
com os países do sul da Europa
mas esta ideia da língua
não deixa de ser uma comida erromântica
de haver esta ligação
e também a Moldavia
fala um rumeno e
iroso
que foi também
a pretensão aromênia
é por isso que também eles falam um rumeno
de resto não, são mais
para o este que encontramos
as línguas latinas
similiança
com parecido é com o português
já me aconteceu partilhando aqui uma experiência
estar a procura de uma coisa que precisava
para uma biografia que estava à procura
e vou dar um site rumeno
e qual não é o meu espanto quando percebo tudo
não seria capaz de escrever
não é porque tem umas terminações muito diferentes
mas percebi tudo o que estava a acontecer
é uma sensação incrível
e eu digo que
não tirei nenhum curso de português
foi mesmo com as pessoas
a falar, a corrigir-me
no início tinha vergonha
quando era corrigida
tinha vergonha
e já um tempo
um tempinho não falava a vontade
mas depois gostava
e dizia mesmo as pessoas
para me corrigirem
e o meu segredo no início
era utilizar palavras
e frases que eu sabia
que são corretas
era muito simples
mas era este o meu segredo
e não tirei nenhum curso
quando
pedia nacionalidade
tivemos de fazer
o teste português
de compreensão, de leitura
de escrita
e tive
o 96
parabéns
é muito bom
fiquei muito contente
claro que sim
e muito orgulhosa
acho 90% dos portugueses
não tirei 96% neste teste
e também gosto de
escrever corretto
em português
porque Portugal, vamos fazer agora
esta viagem, fez a sua, foi depois da faculdade
foi quando era bastante
jovem, estudante
que decide imigrar a isso
sim
tem uma história muito engraçada
na altura
eu namorava com o meu ex-marido
e ele
tive que deixar tudo
porque os pais divorciaram
os pais divorciaram
e ele queria ajudar a mãe
para pagar a metade do apartamento
para ela ficar descansada
e ter uma reforma
tranquila
falou com os vizinhos
com todos os conhecidos
que tinham muitos primos
na Austria, na Alemanha
mas de repente um vizinho
disse que tinha um trabalho para ele
em Portugal
então ele deixou tudo
e veio para Portugal
passado 8 meses também
foi atrás dele
o amor era tante, foi atrás dele
e pronto, desde então
fiquei cá
20 anos, parada quase
lembra-se
com certeza, mas como é que foi a primeira sensação
de quanto chegou a Portugal?
a primeira sensação
foi estranha
porque
você tinha viajado muito, conhecia muitos países
não, só viajei
uma vez para Itália
também como estava um pouco habituada
não fui tão
tão chucante
a imagem de chegar aqui
para Portugal e ver tanta
evolução e ver tantos prédios
e
mas
foi bom porque
claro que os primeiros
dias, as primeiras semanas
foi visitar
as coisas
e ver aqui o oceano
ao lado, eu adoro
o praia, adoro o mar
ver o oceano
ao lado, eu adorei
adorei mesmo o país desde
desde o início
depois, quando houve
língua
essa é a sensação de
estou a perceber, não estou a perceber nada
é isso, é isso
parecia
conhecido, mas não conseguia
perceber
perceber ao certo
nós também estávamos habituados um pouco
às telenovelas
já estavam a passar na Romênia
mas era mais
espanhol
foi assim uma
uma experiência
engraçada
claro que
como qualquer imbecrante
no início foi muito complicado
até pelo
nome, que os romanos
tinham na altura
que são ciganos
sempre era
até
uns dias atrás, alguém me disse
ah, mas vocês são ciganos
não, não somos
depois
a ideia é que os romanos
estão aqui só para roubar
eu também estava nova
na altura a procurar trabalho
claro que
não muita gente estava à vontade
de falar português
foi difícil esses primeiros
foi muito difícil
quanto tempo durou essa dificuldade?
há anos mesmo?
arranjar trabalho
arranjei
passado um mês
já tinha falado na Romênia mesmo
tinha falado com alguém vina
para aqui trabalhar
cuidar de gêmeos
e também cuidar de casa
e tinha sorte que
o filho
mais velho do casal
falava inglês
e sempre
sempre conseguia comunicar
com eles
claro que
posso dizer que até
2008
calhar 2009
ou 2010
é que
foi difícil
a partir destes anos de 2009
2010
é que começaram
já a melhorar
é muita resistência aguentar
seis anos de uma vida mais difícil
sim, eu digo sempre
quando temos necessidade
ultrapassamos tudo
quando as pessoas se queijam
que eu não consigo
fazer aquilo
é porque não tem mesma necessidade
porque se
não tinha o que comer
ou
outra coisa
empenhava-se
para fazer
certa coisa
para ir em frente
mas é o comunismo
nós não tínhamos isto
nós não podíamos estar a espera
eu agora não consigo
não posso falar
não arranjo trabalho não
era mesmo sempre
e conseguir
e ultrapassar tudo
a começar a conduzir-se
era claro uma loucura
nós temos estradas
na Romania ainda
temos algumas autostradas
mas é pouco
é tudo nacionais
é tudo estradas
dentro das aldeias
então chegar aqui
ver tantas saídas
tantas indicações
mas
não era fácil
não era fácil
mas
como também gostava de conduzir
foi
adaptei-me muito rápido
ia para qualquer lado
se eu tinha que ir para um sítio novo
pesquisava no google maps
para ver
mais ou menos onde fica o sítio
e eu ia lá
sem gps
sem o ex
porque não havia na altura
e é uma liberdade grande
não é potente do seu carro estar na sua bolha
estar no seu território
então
adaptei-me muito facilmente
e uma pergunta mais pessoal
partilhava essa dificuldade
com a sua família na roménia
ou dorava assim
um bocadinho a pila
dizia não está tudo a correr bem
muito simpáticos todos
tinha que partilhar alguma coisa
porque
primeiro
durante
durante dois anos
não conseguia ir para a roménia
então eu tinha que dizer aos meus pais
primeiro
é porque nós tínhamos
visto de turista
se não saíamos do país
depois era mais complicado voltar
depois era questão
de montar
porque não
não podíamos mesmo
sofri muito
em 2004
em novembro
eu cheguei em maio
em novembro a minha irmã mais velha casou-se
e eu não consegui ir ao casamento dela
porque não podia mesmo
por causa de dinheiros
e
até hoje em dia
eu peço desculpa
não ter estado ao lado dela
num dia tão importante
mas claro que tinha que ver
outra questão
que na altura era importante
para
para a minha vida
nós estamos aqui a falar com a Adelina Solangiu
que sobre o seu país
a roménia, ou um dos seus países
porque também
dizia que é portuguesa
e romena
a situação dos
ou menos, em Portugal muda com a entrada
para a União Europeia, sentiu isso
sim, mudou bastante
mudou bastante porque já...
mas há uma oficialização, não é passada
sim, sim, sim
eu sei que na altura tinha dificuldade
em
não foi automático poder... o Schengen
não é poder... não, não foi
não foi automático
e nós aqui o que é que sentimos
há muito tempo
de nos ester o visto
de residência
e sem contrato
sem algumas
algumas obrigações
não conseguíamos ter
então quando a romena entrou na União Europeia
eu sei que fui a primeira coisa que nós fizemos
fomos uma loja de cidadão
e pedimos logo
o visto de residência
como cidadão europeia
porque depois há tantas
eu acho que se acontece em todas as nacionalidades
é um bocadinho uma pescadinha de rabo na boca
como vocês dizem em português
se não tem visto de residência não consegue um contrato
e se não tem um contrato não consegue um visto
de residência e parece que às vezes é
o sistema perverso feito de propósito
para as pessoas não conseguirem
é isso mesmo sim, sim
não podíamos ter o visto
sem o contrato de trabalho
é verdade
conhece bem a comunidade de romena
agora que ao fim de 20 anos a viver cá
infelizmente não
afastei-me um pouco
é muito grande
porque há muitos romenas em Portugal
havia mais
já muitos foram se embora
quando houve a crise
já muitos foram se embora
e a romena também está
num período de crescimento econólico
talvez seja convidativo
voltar a casa eventualmente
sim, mas é impressionante que eles vão se embora
depois
há alguns anos voltam
voltam porque
é outra mentalidade
ainda não temos aquela evolução
economia não é tudo
economia não é tudo
imagina vou dar um exemplo muito fácil
nós vamos
por exemplo
a loja de cidadão
e temos, nós chegamos aqui
tiramos o número
do ordem, estamos ali tranquilos
quando estamos chamados
vamos ser atendidos
na romênia não existe
e na romênia quem
não tem vergonha
vai passar a frente
então
de repente tu estás na fila
ir respeitar quem está à tua frente
de repente está
tão a passar por ti
nem dizem desculpa
nem nada
então há uma evolução
que na romênia ainda
está a acontecer
está a acontecer
sim
mas ainda assim deve ser que
algumas festas religiosas
como a Páscoa por exemplo
não coincidem exatamente
para os ortodoxos e para os católicos
costuma se juntar com outros
romênios nessas alturas
nem se esqueça isso é religioso
não sou
não sou aquela praticante
só
é por isso que
nessas alturas
a partir de 2017
eu afastei-me
da comunidade de ir a igreja
aqui de Páscoa
levar a luz
porque
porque a partir de 2017
eu consegui
ir para a romênia mais vezes
pelo menos duas vezes
dia sempre de Páscoa e de Natal
para passar
o tempo com os meus pais
com a minha família
por isso que eu afastei-me
só tenho alguns amigos
poucos
mas não, a comunidade dos romênios
não participe nas festas
que às vezes
são de dia
da romênia
ou Páscoa ou Natal
não participe porque
eu sempre
curer a casa
no sítio onde eu me sinto
tranquila
e protegida
como é que mantém viva
aqui atrás para a romênia
em Portugal
o que é que a sua casa
seria diferente
da casa de um português
que tenha nascido em Portugal
o que é que é diferente
os meus almoços com os amigos
quando os tenham sempre
vou cozinhar
os pratos típicos
claro que
também
alguma decoração
em casa
é típico
da romênia
mas
as outras coisas já
são muitos anos já, não é?
já estou de lado
da comida portuguesa
dia a dia
porque os pratos romênios
os típicos são
mais demorados a fazer
então
é sempre aquela coisa mais rápida
é mais fácil de fazer uma cidade portuguesa
mas o Emmanuel
já nos vai falar das práticas da romênia
vamos agora um tempo mais sério
tenho muitas vezes a casa
quero te perguntar como é que
a sua família
pode analisar da romênia
a romênia tem uma fronteira muito grande
com a Ucrânia
e nós sabemos que a Ucrânia
está invadida, está vivendo uma guerra
triste
como é que isto está a ser vivido
na romênia
com medo, com apreensão
é definido, são pessoas
que não ligam
e são pessoas que vão ver a televisão todo dia
então
eu sou da onde guerra
sou
problemas
a minha cidade
também fica a 40 km
da fronteira
com a Ucrânia
e no início falou-se de movimentações
de aviões ali nas bases
americanas na romênia
sim, nós temos uma base
nato na romênia
mas sentimos
muito, pelo menos na cidade
e quando foi a primeira vez
depois de começar a guerra
o que é que eu reparei
muitos caros
da Ucrânia
gente que está tentando fugir da Ucrânia
muitas pessoas
a falar ucrâniano na rua
houve uma troca de papéis
ou seja, havia muitos romênios
a migrar para a Ucrânia
e agora esse movimento contrário
tem uma imutemicação
de romanos
para o leste
nós sempre fomos para oeste
a Ucrânia não era um país
que chamava
assim
mas existe algum medo, ou seja
às vezes especula-se
que pode ser a intenção russa
recriar a união soviética
ainda nessa perspectiva
a romênia poderia estar
um impossível alvo
isso sente-se
na conversa das pessoas
sente-se
às vezes por causa
da televisão e da média
o que é que eles transmitem
na televisão
mas ter isto
não se sente assim
muita pressão, mesmo na cidade
queria estar um perto da fronteira
honestamente
não senti a pressão
de alguns amigos
que iam ajudar nas fronteiras
com alimentos
com água
muitas pessoas
ajudaram
a dar um alojamento
as pessoas
mas
continua tranquilo
não houve assim
nenhuma ameaça diretamente
ou
ver que as pessoas vivem com medo
ou saem na rua com medo
não senti isto
não senti, a vida continua
pronto
com outras pessoas ao nosso lado
falar ucraniano
mas é tanta gente assim
que está refugiada mesmo muita gente
muito notório no ano dia a dia
é muito, porque como é
a fronteira
a cidade da fronteira
são muitos
e nesse aspecto da sociedade romana
sente-se que está dividida
ou o apoio a ucrânia é praticamente unânimo
não, é dividida
é muito dividida também
são pessoas que
sempre vão
criticar o apoio
do estado romano
aos ucranianos
e nós
temos muitas
pessoas em dificuldades
financeiras que não recebem ajuda
a questão
a questão dos refugiados
exatamente
exatamente
e depois também uma nostalgia soviética
porque ainda assim fez parte do eixo soviético
soviético sim
sim, está dividida
e são pessoas que
pronto que não
que estão de lado
de eles, que pessoas que que estão
neutras
isso não provoca zangas entre as famílias
não provoca zangas grandes
essa divisão
até em países mais fora
ou seja, Portugal não é uma questão que ocupa muito os dias
bem, ocupa muita informação
mas mesmo assim
dividiu tanta gente
ainda que acho que é uma tendencialmente
uma unanimidade do apoio a ucrânia
mas mesmo assim as pessoas jangam-se
com essa questão
conhece também quem eu conheço
não
pronto
a gente muito pacífica
só que é a gente boa
não saia contando
eu digo sempre, quando não gosto das pessoas
ou é muito energia
para mim eu afaste-me
não
não gosto de conflitos
eu gosto
de
calma, de tranquilidade
é por isso que digo, eu afaste-me
quando vejo que
as pessoas são mais violentas
ou tem outras opiniões
que querem mesmo
impingir as pessoas
afaste-me
percebo, estava com curiosidade
de perceber como é que está a ser vivido
esta situação toda lá
quais são as principais diferenças entre
a România que deixou há 20 anos atrás
e a România que encontra hoje
é outro país completamente diferente
não, o país
continua a ser a terra do Drácula
continua a ser a terra de Drácula
todos
dizem que
todos me perguntam
claro que
há diferença
na construção
na evolução
da
economia
agora
muitos sítios ficam
iguais
a indústria, infelizmente
já está a cair quase toda
já não temos indústria
é um país de economia baseada nos serviços
sim, nos serviços, é exatamente
noto mais diferença
em
evolução tecnológica
e também
em
urbanizações novas
já se vê o estilo europeu
já se vê
a diferença
mas, de resto
também quando vou a casa
passo quase sempre
a matar saudades da família
o tempo com a minha mãe
em casa ficar ali na horta
apreciar a paisagem
que é muito linda
não estou
vou visitar
algumas
coisas novas
um McDonald's
um McDonald's novo
não, o McDonald's
continua antigo no sítio
e continua a ir lá
porque tem mais saudades de quando era mais nova
saudades
mais nova, parece uma coisa pouca de simpática
saudades sempre tenho
a comida da minha mãe
não posso dizer
que é um sítio
é sempre
os meus pais e a comida da minha mãe
quando chego ali
eu sei que a minha mãe vai me fazer
aquelas comidinhas boas
que passaram umas
duas semanas, volto com alguns quilos
a mais
e traz comida feita também da paroeste
mesmo da avião
não, mas
quase sempre
trago um bolo
que é típico
de lá
se chama Kosonak
que é tipo um bolo rei
com frutas cristalizadas
este tem
uma mistura de
nozes
com
ovo ali
deve ser ótimo
é muito bom
é muito bom
é tipo uma torta
a minha mãe sim
o que achou de Portugal?
o que achou
estava sempre preocupada com a casa dela
sempre com saudades de casa
não digo saudades
será que deixei o caso fechado?
será que me esqueci de dizer se eu não existia?
aquela dura o meu pai ficou a cuidar
da casa mas ela como sempre
foi
pegada a casa dela
não
queria sair muito
não passou muitas férias
fora de casa só quando
agora ultimamente quando eu ia para lá
para cuidar da casa
e eles irem de férias
de férias
mas gostou
e claro que fomos à Fátima
fomos a Estátua do Cristórei
Cabo da Roca
aquelas viagens obrigatórias
para quem
nos visitava
e vai visitar
o Portugal
e a nossa casa
estamos quase entrar nas sugestões
mas ainda que queria lhe perguntar
eu adoro na sua biografia
esta passagem
pela uma oficina de Harley-Davidson
a gente fica fascinada com isso
gosta de motas?
adoro
tenho uma mota assim
uma Harley-Davidson
uma Dynasty de Bob
qual foi a viagem maior e mais
emocionante que fez?
maior, foi a pendura
do meu ex-marido
e fomos à Térumênia
são muitos quilômetros
são quase 4 mil quilômetros
foi pronto, assim, genericamente
já atravessou Portugal e Espanha e França
e isso tem que ser
isso tem que ser
na primeira viagem
porque depois
fizemos várias vezes de carro
mas de moda fomos
passamos claro
Espanha, França
fomos à Itália
passamos em Mónaco
paramos também
na Veneza
depois
acho que naquela altura
passamos Slovenia
Austria
Hungria
e chegar à casa
que viagem incrível quanto tempo é que demoraram
quer dizer que se põe de parar
não foram os seguintes
de sempre parar
foi daquela altura de Samae
por causa do dinheiro não podíamos
fazer as estadias no hotel
então levamos tenda
ainda mais emocionante
foi uma
experiência muito boa
é
e é
ou seja, e a Guiar
a Guiar
a Guiar
fiz
a famosa lesa les
quando a dois anos
quando fizeram o Nacional 2
foi muito
de chaves a faro, não é?
exatamente, de chaves a faro
porque tem aquele passaporte
tenho
tenho a diploma
tenho as fotografias
tenho tudo
apanhei também dois sustos
que faz parte
mas conseguir com a minha mota
com uma Arley por cima
que eles dizem que ali
as Arleis é mais complicado
e é
e pronto
várias viagens aqui
mas é mais
longa que eu fiz
ali numa semana
fiz
dois mil e tal quilômetros
é ótimo
incrível
maravilha, Manoel
vamos dar-lhe
agora e a aconselhar o avião
mas se calhar
peguem-me mas é numa mota
da lugar daquelas que dá para alugar
e metam
não mas aquelas que na cidade
que ela gira
a risca
a risca
mas da avião
eu risco de dizer
que se calhar vai ser dos destinos mais acessíveis
para ir e voltar
246€
e de volta
vou direto ainda por cima
muito fácil de visitar
a Ruménia
pegando aqui nas sugestões
da Adelina em relação aos lugares
mais acessíveis
Adelina não pode escapar
ao Castelo de Bran
não sei se nos pode falar um bocadinho
sobre esta sua escolha
porque
tem a ver com o Drácula
estar relacionada
sempre ao Drácula
então o Castelo de Bran
é um ponto
turístico
sem perder
quando se vai à Ruménia
é uma história nacional
não é que toda a gente adora contar
da Transsilvânia
mas também dizem
que nos perguntamos
quando fomos ali
ao Castelo de Drácula
do Castelo de Bran
com os amigos portugueses
nos perguntamos
qual é a relação
é verdade que ali
ficou o Drácula
dizem falas
que ele ficou
uma noite
já dá
para todo o turismo
mas quer dizer que ele andou
ali pela Transsilvânia não há uma dúvida
não é?
passando para a capital do Careste
Conselho
visita pela parte
da cidade velha
e por alguns monumentos emblemáticos
o Palácio Cúrtia Veche
a Igreja de Sant'António
Bisericias de Latari
e a passagem Maca Vila Croce
e o Palácio do Parlamento
que é bastante imponente
também
a Conselho Fortemente
e também foi uma das sustões
da Adelina
a cidade de Sigilso Ara
que é uma das cidades medievais
mais bem preservadas
de toda a Europa
e a autêntica viagem no tempo
sim
é muito bonito
a cidade de Sigilso Ara
também não posso deixar de referir
Oradea
que é provavelmente um dos segredos mais bem guardados
da Romênia
que é agora
uma cidade toda
para a frente é que somos eco-edificios de arte novo
espaços verdes
uma coisa muito moderna
muito natureza
uma susta
para quem gosta de ski
uma estância de ski Peiana Brasov
também nas montanhas dos cárpetos
e também
Sibiu que foi capital europeia
da cultura em 2007
é uma das cidades mais bataladas da Romênia
e foi até considerada pela Forbes
um dos 10 lugares mais idílicos
para
viver
em relação às sustões
para quem anda de Arleigh
de transporte
a Conselha Estrada
Transfa-Garrison Road
é um verdadeiro paraíso
para quem gosta de alta montanha, curvas
e liga à Transsilvânia
à província de Valáquia
através de 5 túneis
27 viadutos
e 831 pequenas
pontes
a estrada tem 100 km de comprimento
só com estudo
mas atins de altitude de 2.042 metros
as paisagens pelo que eu vi
são de cortar a respiração
não sei se a Alunha já fez esta estrada
já fiz várias vezes
de moto também
é espetacular
até
o programa Tobguir
tiveram a gravar
a fechar tudo e a gravar
subirmos imagens da estrada
em tudo nosso imaginário
daquelas estradas
das pistas, é inacreditável mesmo
indo para as sugestões
seguirem uma pessoa com os dentes
muito comprides e afiados
não é o moto
não é o moto ok
há mais sugestões de livros
queres falar isso?
e a falar da gastronomia
a delina
elegendo-nos aqui o Sarmále
que é uma
especialidade tradicional romena
que consiste em rolinhos de repolho
recheados com uma mistura de carne moída
é isso?
e é bom
é muito bom
o mesmo recheio
pode se pôr
dentro dos pimentos
é o que eu faço
porque é mais fácil
é mais rápido
de fazer
de que a cove tem que ser folha
folha, enrolado
por ali com jeitinho
para não sair o recheio
e nem saber como lhe chamar
mas uma bola com carne
picada lá dentro e vestais e se tudo
mas depois pode ser
parece-se uma coisa até vagamente saudável
mas não é nada saudável
depois põe pilhas de natas e as sugestões
é isso?
sim, se não temos nada
mas é ser incrível de boa
é ser ótimo
faz muitas vezes não
é daqueles para achar que se faz
vez em quando não
recheio os pimentos
e faço
quando tenho convidados
em casa
e vão prevar sempre
uma sopa romena
ou um prato típico da romênia
incrível, nós vamos também ter
sugestões, isto tudo
isto que falamos
está na descrição deste
episódio que há de estar
quando estiver em podcast
ficamos também com livros
uma noite de amor, a primeira noite de guerra
um livro dos anos 30
de Camilo Petresco
que fala precisamente uma história
de um casal de jovens apaixonados
em Bucharest que vai tentar
manter a sua relação
durante a primeira guerra mundial
que não é fácil
não é nada fácil, sem guerra
sem guerra não é fácil
imagina da primeira guerra mundial
um filme, quatro meses, três semanas e dois dias
de Christian Mungiu
um filme
também
sobre o passado da romênia
no caso dos anos 80
durante ainda o regime comunista
de duas estudantes universitárias
que
tentam fazer um aborto
ilegal, tanto uma história sobre o passado
mais recente da romênia
e depois outra sugestão
isto são todos sugestões da Adelina
o Drácula de Bram Stoker do Francis Ford
Coppola não podia faltar
essa sugestão
foi muito bom, nós tivemos a falar com a Adelina
Solojuk sobre a romênia
e ficamos cheios de vontade de lá ir
não ficámos? Sim, completamente
obrigado Adelina e ficámos também
cheios de vontade de fazer uma viagem grande
de Harley
nem carta tenho
obrigada Adelina
obrigada eu pelo convite
foi ótimo, nós voltamos para a semana
não voltámos? Voltámos de senha
para a tua terra
para a tua terra
para a tua terra
vamos
para a tua terra
para a tua terra
para a tua terra
para a tua terra
para a tua terra
vamos
para a tua terra
para a tua terra
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Adelina Sologiuc fala-nos de como foi crescer nos dias cinzentos da ditadura de Ceausescu, da chegada a Lisboa e de uma viagem de quatro mil quilómetros de Harley Davidson de volta a casa. A viagem desta semana é à Roménia.
A Roménia num prato típico: sarmale, rolinhos de repolho recheados com carne, legumes e arroz (O Cantinho Romeno, em Lisboa).
Num livro: Última noite de amor, a primeira noite de guerra, de Camil Petrescu
Num filme: 4 meses, 3 semanas e 2 dias, de Cristian Mungiu; Drácula de Bram Stoker, de Francis Ford Coppola
Nm lugar imperdível: Castelo de Bran, na Transilvânia, o castelo do Drácula; a cidade medieval de Sighi?oara; a Fortaleza de Sighi?oara (património Mundial pela UNESCO); a cidade de Bra?ov; A região dos Cárpatos.
Na música: Rapsódia Romena No. 1, George Enescu; The Lonely Shepherd, Gheorghe Zamfir; Dragostea Din Tei, O-Zone (tudo na playlist Vamos Para a Tua Terra no Spotify.