Vamos para a Tua Terra: Índia, Uttar Pradesh
4/9/23 - Episode Page - 1h 5m - PDF Transcript
Na tua terra, na tua terra,
Vamos, na tua terra,
Na tua terra, na tua terra,
Vamos, na tua terra.
Zindagi ki na tutelari
Olá, o nosso destino hoje é a Índia, mais precisamente a cidade de Jaunpur, no estado de Uttar Pradesh,
que fica no norte deste gigante país, a que os locais chamam Barata.
Na verdade, Uttar Pradesh significa precisamente a Provincia do Norte,
pelo lugar onde agora fica este estado, onde moram 200 milhões de habitantes,
já passaram muitos impérios, como por toda a Índia,
umas vezes impérios-indus, outras vezes impérios-musulmanos.
Isto é claro, depois aparecerem os indus e os musulmanos,
que as pessoas já lá andavam muito antes de uma coisa e de outra.
É aqui também que fica a Sagrada Varanasi, nas margens do Ganges,
e é aqui também que fica Agra, onde a mais bela história do amor indiano,
o imprador Shah Jahan, construiu o mais belo templo para a sua amada, Muntaz Mahal.
E é também neste canto do mundo que foi berço de deuses.
É verdade, lá terão nascido Rama e Krishna,
e estes deles depois voaram dali para outras partes da Ásia,
muito antes dos europeus da New Age os terem descoberto.
E depois, antes deles, outros europeus, os gamas e os albuquerques,
e depois também os ingleses, que lá puseram o pé e tornaram parte do seu império no século XIX.
A complicadíssima estrutura social indiana assentou como uma luva a dos ingleses,
que usaram para fortalecer o seu poder.
A Índia foi dividida em muitos reinos, cada qual com seu príncipe,
que nos reinos musulmanos se chamava Sultan, e nos reinos hindus se chamava Marajá.
E depois, durante 100 anos, também foi aqui feita grande parte da resistência ao império britânico,
e depois a resistência pacífica dos heróis nacionais Gandhi e Nehru venceu,
e em 1947 os ingleses foram mandados de volta para a sua ilha.
Depois da independência a Índia foi retalhada,
os musulmanos formaram a norte o Paquistão, com mais um bocadinho azul,
depois de uma guerra civil apoiada pela Índia, se tornou o Bangladesh.
E a Índia, meditariamente hindu, seguiu o seu caminho para se tornar uma potência mundial.
Continua a ser um dos centros espirituais do mundo, mas não consegue disfarçar também as suas fraquezas,
as tensões religiosas, e sobretudo o fosso entre ricos e pobres.
E se a Índia não é nem a pobreza romantizada pelo Hollywood,
nem a riqueza fabulosa dos marajás romantizada por Bollywood, o que é que é Índia?
Para além da terra da comida picante, das monções, das vacas sagradas,
e de onde, diz-se, nunca ninguém volta a mesma pessoa.
Para nos ajudar a descobrir, ou se calhar não, o nosso convidador é o Xiv Kumar Singh,
que nasceu em 1981 precisamente em Jaunepur, depois estudou em Nova Delhi e também em Lisboa,
onde vive desde 2007. É professor de estudos indianos e também da Índia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
É autor do primeiro dicionário português Índia, é tradutor e ainda o presidente da Associação Casa da Índia.
Olá Xiv, bem-vindo. O mundo inteiro sonha ainda à Índia pelo menos uma vez na vida.
Como é que começou a sua viagem ao contrário para sair da Índia?
Ah, este não é a primeira vez que faz-me esta pergunta, mas acho que...
Eu costumo dizer que não foi eu escolhi o português, foi o português que me escolhiu.
E pronto, quando eu estava na universidade, no ensino superior, eu queria aprender qualquer língua estrangeira
e na universidade em que me formei, não permitem fazer entrada diretamente para os cursos.
Temos um exame de ingresso. Eu fiz para o português e para o italiano e consegui, pronto, boas notas nas duas línguas.
Mas a universidade não permitiu, no mesmo anulativo, ter duas línguas no mesmo nível.
Então, eu não sabia qual é que escolher o italiano ou o português.
Eu tinha mais tentação para o italiano, porque o meu amigo estava a estudar no centro cultural italiano
e eu conheci, pronto, a professora dele e era muito bonita.
E logo eu apaixonei-me por ela e por isso queria muito o italiano.
Mas, pronto, perguntei a um veterano e ele disse que o italiano tem muita gente,
vai para o português, vai ter melhoras saídas.
E, pronto, na Índia, nós temos ainda esta tradição de dar ouvido,
respeitar as opiniões dos mais velhos e pronto, eu aceitei o conselho dele e acho que pronto...
Foi um bom conselho?
Exatamente, foi um conselho e acho que foi um bom conselho ou a sugestão de Deus, digamos.
E pronto, eu segui e hoje não me arrependo.
E nós começamos como na minha...
No meu primeiro semestre, éramos quase 60 alunos.
No sexto semestre, chegamos quase 5 ou 6.
E só eu tornaria, digamos, acadêmico para trabalhar neste contexto português índia
ou português e índia.
E pronto, foi assim.
Sim, mas cresceu no norte da Índia, como nós falámos,
este estado, o Tarpradeste, a Provincia do Norte, fica um bocadinho abaixo de Dede
e para quem conhece o mapa da Índia, do outro lado do mundo,
em relação ao sítio onde estamos agora.
O português não era consistente em uma...
Ou seja, há uma vaga memória portuguesa muito distante cá embaixo, em Goa, no estado de Goa.
Mas cálculo que nunca tinha, provavelmente, se calhar, tinha alguma dificuldade a dizer?
Não é bem assim, porque o meu primeiro contacto,
não o contacto, o primeiro conhecimento sobre Portugal
ou sobre a história portuguesa foi no livro da história do oitavo ano.
Lá este livro tinha a história dos descobridores lendários das várias partes do mundo
e uma das histórias era da Vasco da Gama.
Só porque, pronto, portuguesas chegaram à Índia, foi esta rota,
mas uma coisa assim, e depois tinha me esquecido.
Mas quando eu comecei a estudar em Nova Delly,
aí é que vinha a saber que aqui há várias línguas da Europa,
que estão a ensinar, espanhol, francês, alemão e português também.
E pronto, como na pergunta anterior, foi este contacto.
Mas sim, quando eu, felizmente, consegui bolsa de insudocamos
para estudar língua e cultura portuguesas aqui em Lisboa,
e quando os meus familiares ou parentescos souberam que é Portugal,
muita gente não tinha ideia onde é que é Portugal.
Alguns até achavam que era no Medio Oriente, o mundo islâmico, não é?
Não foi fácil chegar a casa e dizer aos pais, vou estudar para Portugal?
Para meu pai, não foi difícil, até para ele foi um orgulho,
e por acaso não me quero elogiar próprio,
mas era uma bolsa da Índia toda, e eu consegui, então, pronto,
para a família toda também é um orgulho, não é?
A minha mãe não queria tanto, porque o filho vai tão longe,
durante um ano todo vai ficar longe, não é?
Um ano todo que se transformaram numa data dele já?
Exatamente, então foi assim.
Mas, por exemplo, em Nova Delly, muita gente conhecia Portugal,
não por causa da história indoportuguesa, digamos,
mas sim por causa da na altura Figo, e também o, acho que,
guardaredas da altura foi o Ricardo, então por causa delas,
e também por causa de, eu sei, por causa dessas duas, três jogadoras,
muita gente na minha universidade conhecia Portugal,
e curiosamente, quando acho que o primeiro,
lembro-me, acho que o primeiro campeonato em que Ronaldo participou,
muita gente, muitos universitários, estavam a torcer por Portugal.
Eu devo dizer que na Índia, quando perguntavam onde eu era,
e dizia que era português, falavam sempre, as referências
eram o Vasco da Gama, e o Cristiano Ronaldo, e eu me lembro de pensar,
é a primeira vez que eu ouvi estas dois nomes na mesma frase.
Acho que em Portugal não há muitas ocasiões de estes dois nomes.
Mas eu quero voltar ainda mais atrás, como é que foi,
cresceu numa cidade, cresceu numa, esta cidade que,
John Purco, falamos um bocadinho desta cidade.
A escala indiana não é uma mega-cidade, não é uma cidade.
Sim, não é uma mega-cidade, como falou, é muito perto da Varanasi,
digamos, entre aspas, a primeira maior cidade da John Purco seria Varanasi.
Mas há 40 quilómetros de...
ainda um pouco mais, mas por aí. Agora não, mas, digamos,
na minha infância, quando queriam coisas boas, bons tratamentos,
ir para, digamos, apanhar bons comboios da longa duração
ou da longa distância, tinha que ir à Varanasi.
A John Purco não havia estas condições.
Mas agora coisas estão a melhorar muito,
ainda também divido o crescimento económico que ainda está a ter,
então há constantemente mais investimento nas áreas infrastruturas todas.
Eu nasci em a John Purco e...
mas os meus pais estão a trabalhar...
Pais não, o meu pai estava a trabalhar na outra região, que é Jharkhand,
que é perto da Calcutta.
O sítio o chama-se Dhanbad.
Então eu cresci e estudei nessa região.
Mas sempre passava quase um mês ou dois na Mineterra Natal,
porque o meu pai são seis irmãos e uma irmã,
e terminando a memória, os meus avós, que também eram seis irmãos, viviam juntos.
Então tínhamos uma família muito grande,
quase tão grande que às vezes eu não conhecia os meus próprios tios,
achava que o pronto era uma confusão.
Então por que isso tudo foi isso?
Porque por causa disso o que acontecia?
Praticamente todos os anos sempre havia um a dois casamentos,
um tio, uma tia, assim e aqui.
Então sempre tínhamos sempre desculpas de ir à Terra Natal,
porque participar no casamento é uma coisa sagrada.
Se não participar, às vezes as relações podem acabar para sempre,
então é tão forte.
Então tínhamos que ir sempre lá e durante um mês, dois meses,
fazíamos vários viagens, vários...
E agora, pronto, os dias da casamento agora também reduziram na Índia também.
Os dias duravam uma festa?
Eu lembro-me da minha infância, vivíamos pelo menos dois, três dias na casa da noiva,
porque toda a processão, todo o... como é que você diz, aquela...
Toda a família do noivo vai...
Casamento real ou religioso ou dos rituais acontece na casa da noiva.
Então todos os familiares, parentescos, amigos do noivo
vão para a casa da noiva e ficavam lá durante dois, três dias,
como são todos convidados, não é?
Tenho que ter uma boa vida entre as pessoas, não é?
Boa comida, boa estadia e várias coisas.
Agora, como a vida na Índia também está a mudar bastante,
as pessoas já não têm tempo para passar três, quatro dias no sítio,
agora eu sou mais ou menos uma noite.
Mas ritual são vários.
Então os preparativos para este dia ou esta noite principal de casamento
começam pelo menos quinze dias antes.
Então há um dia de música, há um dia de henna, há um dia das roupas,
depois há dias em que se for numa aldeia, toda a gente da aldeia,
particularmente as mulheres, a tarde, juntos vão cantar, dançar
e às vezes há algumas mulheres como homens, outras mulheres como mulheres.
Então aquelas brincadeiras também.
E nesta parte de homens não podem entrar.
Então este tipo de coisa também.
Como se mesmo se põe na manhã à noite.
Para dançar e cantar tanto precisa da energia, não é?
Então tem que comer bem.
E acho que não sou na Índia, mas em boa parte da cultura Oriente
faça muito questão de servir bem, mesmo se é muito pobre ou muito rico,
toda a gente quer servir melhor os seus convidados, os seus familiares amigos.
Então fazer, comer é uma coisa que faz parte da gente dos indianos.
E às vezes pode ser um problema para senão não indianos.
E até às vezes para indianos, porque as pessoas que já estão a viver na cidade,
já estão a adaptar de alguma forma, pronto, uma vida não tão tipicamente indiana, mas também.
Mas no interior às vezes fazem questão de comer tanto o tanto que podemos ficar muito mal.
Não conseguimos dormir à noite.
Então, da vez em quando o acontece, ainda é comigo.
Então eu vou a sítio como o que me apetece, mas depois vão dizer,
ah, um por mim, um por mim, um por mim.
E aquelas vezes chantagem.
E mas tem que ser, tem que fazer, porque é outra realidade.
Se não comer, as pessoas podem ficar desangadas, ofendidas.
Lembra-se de crescer nessa dualidade, já que você é numa cidade, não é?
Da vida mais cidadina e depois da vida mais tradicional, mas, se calhar, fora das cidades.
Lembra-se de sentir isto quando está...
Sim, sim, lembro-me, certamente.
E eu, pronto, quando chegamos à aldeia, agora não, agora pronto.
Mas na minha infância, lembro-me que boa parte da aldeia não tinha mesmas condições em que nós tínhamos,
o meu pai é funcionário público, então pronto.
E estamos falando da Índia dos anos de 80, 90.
É uma Índia completamente diferente de hoje.
Claro que ainda é quase um quarto da população da Índia,
vive debaixo da limiar da pobreza.
Mas pronto, praticamente hoje quem quiser trabalhar,
toda a gente está em trabalho, toda a gente consegue fazer algum dinheiro,
ainda condições não são tão boas, tão bem pagas como aqui no Ocidente,
mas claro, a situação é bastante melhor.
Uma coisa, outra coisa também, os miúdos da minha idade
tinham um pensamento completamente diferente, nunca tinham saído da aldeia,
como na sua introdução também falou da sistema da casta, da religião, etc.
Então, estes miúdos, estas pessoas da aldeia ainda estavam por uns 300, 400 anos atrás.
E nós, como eu cresci numa cidade e também era uma zona industrial,
em que tínhamos pessoas da mundo todo, da Índia toda.
Então, isso também fazia nos aprender muita coisa, viver, conviver.
Por exemplo, muitos dos meus amigos são, digamos,
que pretensam as famílias tribais.
Então, eles tenham uma determinada maneira de ser,
eles tenham um conhecimento completamente diferente,
mas muitas vezes estas pessoas não dão valor ao ensino,
casam-se muito cedo, vão trabalhar e muitas vezes abraçam alcoólica e outras coisas,
então, estragam a vida.
Explicamos um bocadinho às pessoas.
Falar sempre da Índia é sempre um bocadinho injusto, porque ainda é um continente, né?
Mas existe, para além dessa questão, das castas, também as tribos da Índia.
Isto são duas realidades que estão até juntas na mesma Ministério, penso eu,
para, no fundo, proteger as pessoas mais vulneráveis.
E estas tribos vivem um bocadinho à margem da sociedade indiana, a maioria dos indianos.
Sim, cada vez menos, porque a Índia também está a crescer
e, muitas vezes, os recursos naturais, etc. são nas zonas da floresta, etc.
Então, aqui, às vezes, é uma questão delicada.
Vamos proteger a natureza, vamos proteger as terras das tribos
ou vamos abraçar o desunulimento, porque Índia, como sabe, é um dos países,
acho que atualmente é ultrapassou a China, não é?
Então, Índia, constantemente, precisa de produzir pelo menos 10 milhões de empregos por ano.
Isto tudo não pode ser sempre como nós queremos, não é?
E também, muitas vezes, Índia precisa da tecnologia que não tem,
não há o que não tem, não é?
Que o Ocidente tem, então, também seria bom que a Índia tivesse estes conhecimentos que o Ocidente tem.
E às vezes, pessoal também imagina que Índia é um dos países onde há minas,
da caravão e tudo, fortemente dependem de vários centrais de eletricidade e tudo.
Então, estas coisas não podem acabar no dia para o outro.
Por exemplo, no Ocidente, desde o tempo da revolução industrial,
agora é que começaram a abraçar tecnologias entre aspas limpas, não é?
E os países desenvolvidos, como Índia, Brasília, África do Sul,
dependem dos recursos que têm, ou dependem dos apoios que os mais ricos podem dar.
Então, às vezes, os mais ricos não querem dar, querem negociar.
E os mais pobres nem sempre têm este preço para pagar, não é?
Então, as coisas estão a mudar.
Como referi que alguns amigos meus são das comunidades tribais,
eles também estão a mudar e também para proteger a cultura delas,
este povo para a terra delas, tanto o governo regional indiano ou o governo central,
dão alguns direitos especiais para estas pessoas.
A terra de um tribo pode comprar só outro tribo, não podem comprar outros.
Para que a terra ou terreno fica sempre na mão de um tribo.
Outras que têm reserva ou sistema de cota nas universidades, nos empregos,
e também há uma verba especial para melhorar as condições da vida destas pessoas.
Quando estava a crescer, lembra-se de reparar nessas desigualdades sociais,
nesse contraste enorme que existe em tantos... Lembra-se disso, lembra-se se você queriasse...
Sim, lembro, mas e ainda existem, às vezes eu... Pronto.
Né, a Índia também é um país onde cricket é muito popular, não é?
E cricket também acaba por, às vezes, apagar estas diferenças ou desigualdades
todas que está a falar.
É como o futebol faz, não é?
Exatamente, exatamente, como o futebol faz em Portugal ou na Europa.
Então, eu jogava cricket, durante muito tempo eu era capitão da minha equipa também, pronto.
E tínhamos jogadores de todas essas, digamos, secções da sociedade.
Tínhamos tribos, tínhamos da sistema, digamos, da casta baixa, da casta alta,
então era uma mistura de tudo.
E naquele momento que estamos a jogar, a ensaiar, não pensámos nessas coisas.
Mas depois cada um ia para a sua casa e a realidade era...
Exatamente, então imagina, eu sou vegetariano, os meus pais também são,
mas tínhamos alguns tribos, lá na comunidade tribal é muito normal consumir carne.
Muitas vezes porco, mas isto não impedia nós estarmos juntos, jogar, brincar juntos.
Então, isto... mas assim, voltando outra vez à questão,
sentia que muitos amigos meus, eu tinha 4, ainda estava a estudar, acho que no décimo,
primeiro, décimo, segundo ano, e alguns amigos meus da comunidade tribal já eram casados.
E quando eu casei, elas já tinham filhos, 3, 4 filhos.
Então, ainda quando eu vou, exatamente, ainda quando eu vou lá,
o meu amigo, ele também tem muito orgulho que um da nós está no estrangeiro,
está a fazer coisas boas, fazemos festa ou se deu que for,
mas às vezes fica o que o apena, que ele era um jogador muito bom,
mas como os pais não conseguiram apoiar, perdeu-se e pronto.
E num país com tanta gente, ainda é mais difícil conseguir o seu lugarzinho
só em uma data de carreiras, né, porque...
É uma concorrência gigantesca...
Certamente, mas também há muitas oportunidades,
as oportunidades que hoje estou a ver, talvez não eram mesmas na minha altura.
Por exemplo, ainda é um dos países em que constantemente o governo se estão a investir na educação,
há cada vez mais diversas cidades novas, escolas novas,
contrário muito daqui da Portugal ou do Ocidente em que estamos a fechar as escolas.
Na Índia ainda é uma coisa que estamos ainda a abrir mais escolas novas.
Essas infraestruturas...
Exatamente, isso tudo.
Mesmo na imaginação, na estrada nacional,
cada dia precisamos da milhares de pessoas para trabalhar,
na informática, nas indústrias, por exemplo,
área muito importante na Índia e testes,
e é um setor que está a empregar milhões,
todos os dias milhares, milhões.
Depois também restauração,
também, por exemplo, a indústria de caminho de ferro.
Também há milhares, são milhões de pessoas que estão a trabalhar.
Então há um setor que é setor organizado e há outros setor não organizado.
E também há...
Atualmente, sim, a situação não é que...
E também, como sabe, em termos de dados,
também é um dos poucos países atualmente que está em crescimento,
tem um crescimento em superior a 6 e pouco por cento.
Então, isso também comprova que
esta classe média indiana está a crescer,
e também, de alguma forma, dá muita força à economia indiana,
porque não é só uma classe que está a produzir,
mas, ao mesmo tempo, é uma classe que está a consumir.
Então, esta equilibria também é muito importante.
Vamos ver se a planeta aguenta.
Já a taxa da natalidade já não é tão acentuada
como nos anos de 70, 80, 90, mas continua ainda a crescer.
Os países estão a entrar mais tarde no desenvolvimento econômico,
tem hipótese, se vê-se muito em África,
de fazer o desenvolvimento mais sustentável
em termos ambientais, tem a hipótese de fazer não repetir...
Exatamente. Mas, como disse que a planeta aguenta,
não é só questão da planeta,
mas também a India também precisa constantemente
criar condições para esta população,
principalmente esta população e a população mais jovem.
Nos próximos, digamos, próximos 30, 40 anos,
a India vai continuar a ter uma população muito jovem,
contrário do Ocidente.
Então, é um lado, uma grande vantagem a favor da India,
mas também é um grande desafio a favor da India,
porque tem constantemente, se não os jovens não tiverem
maneiras de se ocupar, pode levar os jovens para outras áreas
que não seriam boas, certamente.
Lembra-se de ter o interesse de conhecer o resto da India,
porque isso é uma questão que me fascina.
Quando se estuda a história em Portugal,
em Portugal são 900 anos,
é um território realmente pequeno, 34 reis,
e mais ou menos em 2 anos a gente...
Pois.
Agora, como é que surgiu Portugal?
A gente consegue fazer mais ou menos essa...
A India é uma história milenar, muito gigantesca,
um território que só, a partir dos anos 50,
é metade do que foi,
durante a maior parte da sua história.
Calcula o ensino da história e seja muito mais localizado.
É uma misturada de tudo.
Tinha muita curiosidade.
Eu sempre tinha.
E como eu estava constantemente,
como eu falei na minha infância,
constantemente eu estavamos a viajar,
então eu gosto muito de viajar,
e através das viagens,
também aprendemos muita coisa.
Viajava como? Comboi?
Comboi, o melhor termo do comboio.
Ainda o meu meio de transporte favorito é comboi.
Que particularmente na India?
É bastante confortável,
porque já teve a experiência de viajar do comboio,
então aquele não é bem só um comboio ou um serviço.
Vai crujando com várias pessoas,
às vezes a criança é pronto.
Um tem uma coisa, outro tem outra coisa,
vamos partilhar, conhecer das histórias.
É muito importante não ter pressa de chegar.
Exatamente.
Então um comboio atrasar em 3, 4, 5 horas é normal.
Na India, eu estava há duas semanas em Varanasi,
e tinha que apanhar com o comboio para ir.
Outro sítio tinha uma palestra para dar,
e o comboio atrasou quase 10 horas.
Mas atrasou porque o clima não estava muito novo-eiro e estudo,
então o comboio também não podia arriscar.
De facto não estou a dizer que não haja outra pessoa que se irrite,
mas a maior parte das pessoas não fiquem irritadas,
e aquilo à volta faz com que as pessoas não se irritem.
Eu lembro de ficar parado, não fiquei 10 horas,
mas lembro de ficar parado numa estação,
e ninguém percebeu, nunca ninguém percebeu,
porque ficava-vos lá aquelas duas horas.
Ninguém percebeu?
Mas a gente estava com uma cama tão olímpica.
Exatamente, as pessoas não ficam...
incomodadas, digamos.
Mas é uma resignação, é uma maneira de ser?
É uma maneira de ser, certamente,
mas também nós ficamos...
Imagina, nós ficamos às vezes preocupados,
porque?
Porque, nestação, talvez, nós tenhamos coisas que nós queremos,
não tenhamos comida quente,
não tenhamos água, não tenhamos coisas...
E também, se há coisas...
Por exemplo, aqui no Ocino, se há coisas,
coisas são bastante caras, lá não.
Por exemplo, aqui, quando está a viajar na autostrada,
quando vai a qualquer área da serviço,
tudo é três ou quatro vezes mais.
Então muita gente não vai parar,
vai parar mesmo no destino, nem dia contrário.
Pode parar, a caminho, tudo é muito mais...
Quer dizer, aquele tem um mercado para cada bolso.
Se é capaz de gastar 20 rupias,
20 rupias seria quase 25 céntimos,
então tem produtos para 25 céntimos,
e se é capaz de gastar 2 mil rupias,
que seria quase 25 euros,
tem um mercado para isto.
E o sistema dos comboios é isto.
Eu lembro-me que uma vez houve um acidente,
então o comboio...
Eu também sou mais velho entre os meus irmãos,
mas eu, dos irmãs minhas, e o irmão.
Então quatro crianças,
o comboio atrasar quase 20 horas,
porque houve um acidente,
e então tiveram que fazer todo o percurso do aposto.
Então o comboio operava a qualquer sítio,
e depois dava-lhe de as pessoas que estavam a correr.
Então tudo o que tinham em casa,
estavam a trazer para lá, e tudo estava a ser vendido.
E assim passam, quando o comboio para,
há logo, surgem várias oportunidades de negócio.
Então isto tudo.
E como estava aquela pergunta de conhecer a Índia toda,
eu pessoalmente tinha isto,
e tive sorte de estudar numa das suas universidades,
que incentivava isto.
Eu fazia parte da Club da Mountaineering,
montanhismo, depois eu cheguei a conhecer
a fronteira até a China, nos Himalhas,
subi até 5 mil metros nos Himalhas.
Depois também cheguei até perto da fronteira
entre a Índia e a Pakistan,
no deserto da Índia.
Também outras coisas.
Então foi também uma sensação completamente diferente,
porque nesta viagem, nós tínhamos hóteis,
nós tínhamos que viver nas tendas.
E às vezes a tempo está bom,
e estamos tão cansados nem montarmos tendas.
Por exemplo, no deserto.
Às vezes acordámos, estamos assim no deserto,
arraia todo o lado e o seu.
Estas são algumas experiências,
pronto, acho que quando falo com os meus jovens hoje na Índia,
eu digo sempre para, aqui em Portugal também,
para viajar.
Quando os meus viajarem,
melhor cidadãos do mundo serão,
porque quando estamos a viver só numa determinada área,
ficamos com conceito, cultura, maneiras...
É sempre bom ver outras maneiras,
possibilidades de levar a vida.
Uma das, quando se fala esta coisa,
a Índia muda quem a visita,
vem sempre um bocadinho diferente lá.
E uma das, para além desta cama olímpica,
do que quando os combois atrasam 20 horas,
uma certa fluidez...
Não, eu falo que morra muita gente na estrada,
em Índia.
Mas nas grandes cidades,
há uma fluidez natural do trânsito,
sinto que não existem sentidos, nem faixas,
mas aquilo passa tudo, as famosas bozinas,
as pessoas estão a guiar por explosão,
tanto sabem que são.
E isto, que no início,
qualquer que não conhece bem a Índia,
passa...
O primeiro dia pensa, vou morrer aqui,
vou ligar à minha mãe a despedir.
E depois para atravessar a estrada também.
E depois as vendas começam a perceber
que aquilo é um organismo vivo
e passa...
Não quer dizer que não corra mal às vezes,
mas, em princípio, passa.
Isto é uma maneira de ver a vida muito otimista,
esta ideia de, isto passa,
o comboio a descegar,
é uma maneira muito otimista de ver a vida,
que faz parte da essência de ser indiano,
e que fascina quem vem de fora,
desde sempre que isto está escrito,
em quem visita a Índia, desde o tempo sememoriais,
e como é que é depois quem é da Índia,
vir para um mundo onde
essa naturalidade não existe.
Como é que foi a sua experiência de chegar a Portugal em 2017
e ver que as pessoas ficam furiosas,
o pessoal metro está um minuto atrasado,
ficam furiosas, porque...
e apitam e chamam nomes à mãe do tipo...
Sim, sim, sim.
Não parou na passadeira.
Como é que foi este choc cultural de chegar?
Para mim, a ideia continua a ser uma estranheza.
Às vezes também estou no caro dos amigos,
e por causa das coisas pequenas,
vão insultar as expressões.
Bem, bem das pessoas.
Exatamente.
Mas eu digo aos meus amigos,
então só mais de segundos,
pronto, ele cometeu o erro,
porque tu estás a ficar enervado
e na Índia dizemos
que estás a ferver o teu sangue.
Não precisa fazer isto,
mas isto também para mim é estranho.
E aqui também, por exemplo, na Índia,
também aquele conceito aqui
que na Europa nós temos muito de...
nós criáremos o nosso espaço,
o nosso, quer dizer, aqui no Ocidente,
cada um de nós temos o nosso espaço
e nós queremos que haja uma intrusão
neste espaço, não é?
Na Índia não existe isto.
Se reclamar muito o meu espaço, o meu espaço,
não significa, não quer dizer que as pessoas
não vão dar-lhe o espaço,
mas aquele espaço vai ficar sozinho
naquele espaço e acho que isto também
é uma das coisas não sendo
português ou europeu, estou a ver isto,
muitas famílias aqui estão a ver
que cultivaram durante a vida toda
aquele meu espaço, o meu espaço
e praticamente estão só naquele espaço.
Às vezes são pessoas perdidas.
Às vezes no metro ou outros sítios,
particularmente os meus velhos,
metem numa conversa, é o converso com eles,
mas também percebo que não,
eles não têm ninguém para conversar em casa.
Isto também é outra realidade.
E se a Índia não acontece?
Praticamente não.
Mesmo nas grandes cidades com o desenvolvimento
económico e claro que implica sempre uma adoção
de uma forma de vida diferente
e mais individualista talvez,
mesmo assim não é uma realidade.
Algumas coisas já estão a surgir na Índia também,
por exemplo, até há 10 anos,
só que há uns anos era impensável
que os seus pais vão viver sozinhos
ou vão viver no lar, era impensável.
Mas já estão a acontecer,
já os lares privados e tudo
também estão a surgir na Índia também.
Estas coisas estão a começar,
mas ainda a boa parte da sociedade
não vê isto bem.
Imagina, se os meus pais estão a viver no lar,
os meus familiares, amigos,
não vão gostar disso.
Pode ser que não vão me dizer,
não vão questionar a minha decisão
ou a decisão da minha família
ou dos meus pais,
mas ainda a sociedade não vê que, olha,
os pais gastaram a vida toda,
tudo para criar um filho
e quando chegou a altura de filho
contribuir, põe os pais no lar.
Então, ainda isto em um mercado não está tão aceito,
mas isto não quer dizer que não está a acontecer.
Já está a acontecer.
E às vezes há pais próprios que querem que, pronto,
eu sei que aqui estou a criar algo incómodo, etc.
Então, mas estas casos são ainda muito poucos.
E começa a parecer já gente que vive sozinhos,
escolhe não casar,
mulheres escolhem, por exemplo, a sua carreira em vez de ser mais,
mas essa é uma realidade.
Exatamente, como há abocado,
está a falar que a Índia está tão grande,
mas, de facto, Índia é um dos países
que fala sobre Índia,
é verdade, mas o contrário também é verdade, certo?
É o país onde há extrema pobreza, sim.
Mas também há muito menos.
Mas também você vai falar de as pessoas mais ricas do mundo.
Os cinco são indianos.
Exatamente.
Então, por exemplo, exatamente,
Mumbai e Delhi são os sítios mais caros
do mundo, podem ser.
E também pode falar de, ok,
anualfabetismo,
já não digo tanto, porque nos últimos
15 anos Índia melhorou muito,
mas, ao mesmo tempo,
por exemplo, o mundo todo,
os informáticos, boa parte, são indianos.
Hoje, você vai ver
o chefe de Google, é o Índiano.
É verdade.
Como ele se diz.
Intel.
Também é um Índiano,
certo?
NASA vai ver quase 30%
de recursos humanos são indianos.
Então, isso também quer dizer alguma coisa,
não é?
E, então,
certamente, há alguma
esta questão de
não ter sempre todas as condições.
De alguma forma,
também ajudam a criar
uma competência
nos indianos que outros não têm,
muitas vezes, porque têm, que têm.
Sabe também a questão que
se eu sair
da limiar da pobreza,
não vou sair sozinho.
Vou sair, sim, mas vai sair comigo
a minha esposa, dois filhos meus,
os meus pais também.
Então, as mesmas irmãs também.
Então, vai tirar da limiar da pobreza
quase 7 ou 8 pessoas.
E se vai ver, em termos de dados, nos últimos 15 anos,
ainda é aquelas países
que tiram mais pessoas da limiar da pobreza.
Salveu mais que 300 milhões
da pessoa sair da limiar da pobreza.
Quase 30% a Portugal.
Vale a chave, a educação?
Educação, certamente.
A educação pode
fazer uma diferença.
Os pais têm esta fé.
A minha mãe...
É muito importante fazer sentir
as gerações mais antigas,
a geração dos pais, que a educação
faz diferença.
Não perder fé no sistema, dizer,
ah, interessa lá, perder zoro anos
na escola, não vai servir de nada.
Ou seja, é preciso um otimismo.
Exatamente, contrário.
Eu posso dar exemplo da minha mãe.
Mas ela fazia...
Ela fazia nos,
todos os seus irmãos, estudar.
E, pronto, o meu irmão também está
fazendo agora o curso
do mestrado em gestão.
Ele trabalhou há uns anos
e está fazendo uma das instituições
melhores da Índia.
Isso também, acho que não é só
que nós somos bons alunos,
mas também porque os nossos pais
incentivaram em nós,
cultivaram em nós a importância
do trabalho.
E a área da educação, na Índia,
não existe sistema da segurança social
como aqui.
Na Índia, então, setor da educação
é um dos setores que está a fazer milagres.
E a educação publica é boa hoje em dia.
Exatamente. E acho que o governo
não está, entre aspas,
não está a dar dinheiro
para nós, para os subsídios,
mas está a dar dinheiro para
formar os bons recursos humanos.
E estes recursos humanos,
tanto na Índia, como fora da Índia,
estão a fazer...
Um sistema de educação publica.
As escolas públicas são boas na Índia hoje em dia?
Claro.
As escolas, digamos, dependem
da sítio a sítio. Não são tão boas.
Mas faz diferença ainda
para uma escola privada
ou uma escola pública, por exemplo?
Faz diferença, mas como aqui,
aqui também faz diferença, mas quando vai
chegar à universidade, todos nós ficamos
na mesma, digamos,
às vezes eu próprio,
alguns amigos meus
estudaram
nas escolas privadas,
muito melhor do que
as escolas em que eu estudei.
E muitos delas hoje têm uma vida
ou um trabalho muito...
Um ganhado muito inferior do que eu.
Mas é isto,
acho que muitas vezes, tanto no oriente
como no ocidente, destacamos
muito privado, privado, isto e aquilo.
Mas
acho que ainda ensino
tanto no oriente como no ocidente
ou na Índia, em Portugal,
o setor público está conseguido fazer milagres
apesar de, em Portugal,
não há tanto investimento como estamos a ver
na Índia.
Há cada vez mais investimentos, particularmente
para as meninas, várias iniciativas.
Uma das iniciativas é que...
Mas se é muito diferente
e temos oportunidades, nascer um rapaz
ou ser uma rapariga?
Não digo que não. Cada vez menos,
mas ainda assim.
Ser rapaz, ser rapariga...
Para a minha geração, talvez não,
mas para a geração dos meus pais e avós
era...
Imagina que
temos possibilidade
de ensinar
três pessoas, três crianças.
Há cinco crianças,
três rapazes e duas raparigas.
Certamente, raparigas ficavam fora.
Mas hoje não é isto.
E, de facto, curiosamente,
no setor da escola,
até 12º ano,
os melhores resultados
quem está a conseguir
são raparigas na Índia,
mesmo no setor privado e público também.
Então, isto também é uma coisa...
e mais um facto
que hoje o presidente da Índia
também é uma mulher.
E também uma tribal.
Então, estas são também coisas que...
São pequenas vitórias,
grandes vitórias muito importantes.
Então, estas estão
os sucessos da democracia indiana.
Claro que há muito trabalho para fazer,
mas em termos de
de representação, em termos de
qualquer pessoa conseguir chegar
a um lugar máximo numa democracia,
estes exemplos existem lá.
Muitos países na Europa ainda não tiveram
uma mulher primeira-ministra.
Em dia já tem mulheres, até
presidente e tudo.
E das várias religiões também.
Então, claro que há
um país em que estamos a falar
de 1.400 milhões.
E só 1% não quer viver
como deve ser, 14 milhões.
Exatamente.
Mais que Portugal, mais que Portugal todo.
Imagina, Portugal todo quer entrar
em França ou Espanha, ou não quer seguir
uma determinada maneira.
Alguém na Europa tem possibilidade
de mudar. Tem sempre um impacto gigantesco.
Exatamente. É muito, muito.
Mas Portugal é ótimo para mercados de nichos,
porque tudo resulta...
Exatamente. Então, tem tudo.
É uma coisa. Nós sabemos
esse grande crescimento económico.
Sente que tem sacrificado
a parte mais tradicional, tem mais
espiritual da Índia.
Ou Índia consegue, claro,
vamos aqui generalizar,
consegue fazer esse equilíbrio
entre aquilo que é a Índia
em forte desenvolvimento económico
e aquilo que é a Índia
tradicional e espiritual,
quase uma capital espiritual do mundo.
Eu também ensino isso
aos meus alunos nas culturas
da Índia. Índia é um dos países
ou um dos contextos geográficos
em que antiguidade
e modernidade estão a andar
juntos. Não há que
para ser moderno temos que apagar
o que é antico.
E se vai ver isso
nos Lúciadas, o que Cámoez
diz, particularmente no capítulo
7, que é dedicado a toda a Índia,
o que Cámoez diz em
1572, curiosamente
este faz
450 anos da
primeira publicação dos Lúciadas
e o que ele diz há
quase 500 anos,
ainda continua a ser verdade.
Ele fala que algumas pessoas
têm fé na mão
e outras pessoas
vivem, ou têm muito
respeito pelos animais,
alguns adoram
estátuas e isso tudo continua a existir.
Mas ao mesmo tempo, por exemplo,
um grande exemplo hoje,
hoje tem três primeiros ministros
da origem indiana.
Uma que é da Inglaterra, Richie Sunak
recentemente tornou-se outro
da Irlanda, o Varadkar
e pronto, o nosso primeiro ministro
da Portugal, António Costa.
Isso também tem e depois ministros
e secretários da Estado, nos vários
países, na Europa, na mundo todo.
Por exemplo, o ministro da Negócia
Strangéria da Singapura
e a indiana da Sul da Índia.
Mas
Richie Sunak
sempre, durante a companhia
se acompanhou, sempre fazia questão
que eu sou rindo.
Mas ao mesmo tempo, eu quero
levar a Inglaterra a ser
um país que é outra vez mais forte.
Então isso tudo, por exemplo,
eu conheço algumas pessoas que estão
a trabalhar aqui em Portugal, indianas
e estão a trabalhar
mesmo, por exemplo, o Telephone Performance
ou outras empresas
por exemplo,
com os bancos, etc.
E são pessoas a que viver na Europa
mas também não esqueceram
a sua cultura.
Ainda seguem e fazem os seus rituais
em casa, etc.
Mas também estão a fazer o seu trabalho
como decente. Ou seja, mesmo vivendo na Europa, uma casa
do indiano na Europa é diferente
um exemplo muito, muito interessante
até há um filme que, em dia quando
lançou o fogueta
de Andréan, ou Mangalian acho eu
e vai ver isso no Google
ou já documentários.
Majoritariamente, responsáveis
eram as mulheres. E aquelas são
mulheres tradicionais, não são mulheres
em fato e gravata, ou sai, etc.
não estou criticando que isto é
mal, mas são tradicionais
no sentido que estavam a usar as roupas
e saris, bindi, tudo
e elas
controlaram boa parte desta operação toda
e hoje sabemos que, em dia,
as potências espaciales
não é por causa de só os homens
ou só os que estudaram na
cidade e tudo, é por causa
de uma mistura de tudo.
E acho que, certamente
este otimismo, ou amanhã
será melhor, hoje não consegui
conseguir, não significa
que, pronto, vou desistir
do meu sonho, então, isto tudo
mantém a Índia continuar a viver.
E se também, por exemplo,
se falarmos da pobreza, vamos
falar da pobreza da Índia e da
América Latina, são dois contextos
completamente diferentes. Esta pobreza
imagina os pobres estão a viver.
Você vai lá, não é um
contexto violento.
Enquanto na América Latina, pode ser
completamente, mesmo falando
do Brasil, da favelas, etc.
Favelas existem em Mumbai também, perto
do Mumbai também, mas lá,
Exatamente, até
hoje em dia estão a fazer turismo
da pobreza. Então, há muitos
pobres, particularmente
as pessoas do Europa, vão lá
conhecer a pobreza.
Quase lhe perguntar isso precisamente.
Como é que vê, não a parte
da turismo pobreza, como é que
vê, como é que o Índia
não olha para este fascínio
do mundo, mas particularmente
o ocidental, dessas
carradas europeus
e americanos que vão à Índia a procura
de qualquer coisa, que ninguém sabe
muito bem o que elas vão fazer.
Como é que se olha para isto, com
graça, com interesse, com...
Alguns acham graça, outros
acham malucos, não é?
Porque
eu disse que
o apaz, o conhecimento que nós
estamos a procurar, o Deus
que nós estamos a procurar, está dentro
de nós, nós temos que refletir.
Então, reflexão é uma coisa muito
importante na cultura
indiana, seja qual for a religião.
Então, esta reflexão
continua, pronto, com muitas coisas.
Por exemplo, um dos livros
que é muito mais
traduzido nas línguas
todas, que é guita.
E este livro é livro
da psicologia. Então, muitas vezes nós
ficamos
magoados, tristes, não é?
Porque queríamos alguma coisa em nós
nós não sabemos, trabalhamos,
fizemos tudo por tudo,
passíamos, mas senhora sabemos
naquele momento, e agora, como é que
vamos aceitar, porque nós podemos
viver com angústia, não é? E ciência
médica, até dizer que quando
nós estamos com mais raiva,
mais tristeza, é o momento
em que mais as doenças podem nos atacar.
Então,
por causa das ações dos outros, vamos
nos castigar a nós, não. O que
tem que ser, também, é que aceitar aquela
realidade e
acreditar, eu pessoalmente também acredito
que tudo que é meu, vai chegar a
mim,
pode ser que eu puder ver algum atraso,
mas ninguém vai,
eu pessoalmente já tive
ocasiões, pronto, também estou
enquanto,
mesmo trabalhando na área da academia,
a área onde falamos muitas coisas
da ideologia, etc., mas também sabemos
que às vezes há coisas
não tão acadêmicas, mas
há coisas que
são destinadas para si,
mas pode contar-nos
essa experiência
mais bonística.
Então,
eu próprio já experiencia isto,
então, fiquei um bocado
triste no momento, o que é isto
eu merecia, mas não encontrei,
mas
este, digamos,
resultado, ou esta coisa que
achava que assim, eu merecia,
merecia, naquele momento eu não
recebi, mas recebi mais tarde.
Isto aconteceu, então
mas é isto
que faz a India continuar, porque
como falamos, que ainda é quase
um quarto da população
viva debaixo da limiar da pobreza, um quarto
seria quase 350 milhões,
quase 35 Portugal,
e se 35 Portugal
quiser fazer uma revolução,
nem o país,
nem acho que, eu duvido que o governo
indiano deve ter tanto
um exército tão grande
para controlar este tipo de número.
Isto tudo continuar pacificamente
certamente que há alguma coisa na própria
cultura que mantém este povo pacífico,
mantém de trabalhar, mantém de acreditar
na educação,
no trabalho, no futuro,
então, e
e outros países,
também curiosamente, que tiveram mais
ou menos independência na altura que a India
teve.
A situação da India é
completamente diferente do que outros países
que tiveram independência na Ásia
ou na África.
Muitos ainda estão a lutar pela sua
existência. Muitos acabaram
por ser editadores.
A India, fora da
América do Norte
e da Europa,
única democracia que continuará
a funcionar é a India.
Isto não é só porque
a India quer ser
um país democrático, certamente
há alguma coisa
que está na cultura, no pensamento do
povo, que apesar de ter
defeitos
e sucessos, há coisas para
melhorar certamente, mas acredita.
E acho
é isso que
os estrangeiros vão a procurar na
Índia, essa maneira de
tá tudo bem, tá tudo bem, vai correr tudo bem,
o convoy vem aí. É isso.
Às vezes
fazem perguntas sobre
quem nunca foi ainda
e fazem essas perguntas. Às vezes
fazem, por exemplo,
este conceito abstrato da
espiritualidade. A espiritualidade não é
uma coisa que eu vou, alguma vez,
conseguir explicar-lhe o que é a espiritualidade.
Eu posso lhe dar... A espiritualidade
é mais ou menos aquela ideia que eu posso
dar mil horas de aulas
da natação, mas quando
vai entrar na água
e a sua mente e o seu corpo
tem uma sintonia, uma coordenação,
não é? E no dia
em que consegue isso, já consegue nadar,
não é? E depois
nunca mais na vida vai
esquecer. Eu vou dar um
exemplo para ser mais simples, porque
definir...
dar uma definição
da espiritualidade é ainda mais complexa,
porque aquele não é somente, depende
de pensamento, mas também depende
de tudo o que nós estamos
a aprender e praticar.
Não, eu sou qualquer...
Eu leio a toda a gente
aprende que
mentir não é bom.
E nós mentimos. Então, e depois há
consequências.
Essas exemplos também fazem parte
da espiritualidade. Então, a espiritualidade
é o que? Dizer algumas palavras
ou algumas frases não há uma definição.
Uma maneira de ser.
Uma maneira justa de ser.
E podemos mentir ao mundo todo,
mas não podemos mentir à nossa consciência.
E seguir a sua consciência
ou ter tranquilidade
na sua consciência é que...
é pronto. Seria
mais ou menos
seguir uma vida
mais espiritual.
E muitos problemas
do mundo está a enfrentar, porque nós
nós estamos a ser honestos
conosco os próprios. E
este exemplo da Ucrânia e
Rússia, ou em Síria,
ou nas outras partes do mundo, muitas confusões
na África, às vezes na Índia também,
ou então
acho que
nenhuma coisa que a seres humanos
não consiga resolver.
Mas o que falta
falta honestidade.
Em que Portugal mudou a sua espiritualidade?
Em que estiver uma pessoa diferente
hoje do que era quando veio para cá em 2007?
Pronto, Portugal
também
tem um sistema.
A irritação no trânsito, por exemplo, pegou-se
ou...
Pronto, não, mas não sou santo
mas tento sempre incorporar
coisas boas em qualquer sítio que encontro.
Da facto isto
entrou mais na minha esposa do que eu.
Ficou...
Da facto onde tenta vamos falar
disto, ela ficou irritada
e isto é aquilo.
E disse, pronto, temos que ter...
Pronto, eu
tento, não estou a dizer sempre, mas eu tento
que as ações dos outros não devem
afetar a minha maneira de ser.
Porque eu não posso controlar as ações
dos outros, certo?
Então, eu devo
trabalhar sobre as minhas ações.
As minhas ações não devem criar
problemas para os outros.
Então, sabemos que...
Parece que as coisas são óbvias
mas eu acho que as pessoas têm às vezes
para sempre comer a mira à Índia, porque são
óbvias, mas que quando estão
sai do seu próprio acuário
acho que as viagens
estão à Índia mais do que outra coisa.
Há sítios que são especiais
para se refletir sobre coisas que poderiam
conclusões a que se chegaria
provavelmente na sua própria cidade.
Nós falamos de uma coisa
de índice de felicidade, não é?
E um dos países mais
no topo é Butão.
Então, e Butão não tem mesmas condições
que muitos países europeus têm.
Condições
mundanas, digamos. Então, isto também
uma...
para outro dia, mas também como é que vamos
definir cobreza?
Pobre é aquele que não tem BMW
mas está contenta a rir todo dia
ou pobre é aquele
que tem cinco BMWs
e não consegue rir durante cinco minutos.
Então,
isto também é uma coisa.
E acho que isto é que faz muita diferença
aos ocidentais.
Quando vão lá estão a viver que
muita gente mesmo na rua
está a viver com
piores condições
do ponto de vista ocidental.
Mas mesmo assim, consegue rir, sorrir,
não está estressado, está a conversar,
está em uma curiosidade de conhecer
o outro, conhecer o mundo.
E acho que isto é que faz muita diferença
quando
pessoas do ocidente
onde muitas vezes nós
passamos a vida toda
a adquirir
entre aspas máquinas,
bens, não é?
Ou bens vão lhe trazer
felicidade.
Como no início falamos do comboio.
O comboio custa muito menos
do que um BMW.
Em BMW só podem ter duas pessoas
ou muitas vezes vai viajar sozinho.
É uma questão da classe, não vai deixar
toda a gente entrar no seu BMW, não é?
Mas no comboio toda a gente entra, toda a gente conversa,
fala e pronto, a vida continua.
E como nós somos
seres, o ser humano também
um ser, um animal
sociedade. Nós precisamos da sociedade,
viver, conviver na sociedade.
E muitas vezes quando há
algum impedimento
para a nossa participação natural
na sociedade, aí estamos
desenhar
alguma, digamos,
infelicidade ou alguns problemas
para nós próprios.
Vamos, talvez, terminar com isto.
Nós conseguimos falar da comida
indiana.
Então nós comemos bem
para alimentar o nosso corpo.
Mas boas conversas são os alimentos
para a nossa alma.
E para conversar, como o próprio verbo
quer dizer conversar, não é? Um verbo
que precisa sempre de duas pessoas pelo menos.
Se não conversarmos, não compartilharmos,
não convivermos,
se não há com
a felicidade não está lá.
Está lá assim, ficamos com
essa belíssima mensagem
e agora para falar em pessoa que
tem cinco BMWs, está na altura
de chegarmos ao
habitual guia de viagens.
Vamos viajar até
precisamente
a Norte da Índia
e começamos por
Varanasi, que já foi aqui falado.
Pelos vistos se diz outra maneira, como é que se deve dizer?
Vanaras, ou
também Varanasi,
ou os ingleses não conseguiram pronunciar
bem o Varanasi.
Então, sempre lhe viram
o Varanasi,
simplificaram como Benares.
Benares.
E Malais, como é que diz há pouco?
Himalais?
Himalai.
O problema é que em português tudo
que comecei com H, não é problema,
mas é uma característica.
Tudo que comecei com H fica
mudo e no Hindi, ou nas línguas
particularmente do Norte da Índia,
não há nada
que se escreve e não se lê.
Então, se H não vai ser lido,
se H não vai ser escrito, mas pronto.
Há sentido.
Para viajarmos até
Vanaras, temos de voar,
temos de desembolsar 840 euros,
só Hida.
Hida é verdade.
Vias de viagem do Emmanuel.
É uma das contribuições
da esta atual guerra entre
Ocrânia e Rússia.
As viagens ficaram muito caras.
Senão, no contexto normal,
custaria por volta de 700 euros
e de volta.
Mas o Emmanuel sugere sempre
que as pessoas não votem.
Sim, porque não é.
Vamos e voltamos para a tua terra.
Tá legal.
Voltamos de tudo terra.
A viagem dura
perto de 20 horas
e temos de fazer duas escalas,
uma primeiro em Sambul,
ou seja, de Lisboa para Sambul
e outra de Sambul
para
Nova Deli,
e depois de Nova Deli para
Varanasi.
Neste em Varanasi
podem ficar no melhor hotel
que eu encontrei no booking,
com uma pontuação de 9 em 10.
É precisamente o Stebanaras
e aqui é...
É o melhor preço de qualidade.
Melhor preço de qualidade.
Claro que não podemos surgir
ao Inevitável,
em Varanasi, que é o Rio Games,
onde milhares de peregrinos
indus, e não só,
se deslocam todos os anos
na esperança de se libertarem
da samsara, o círculo interminável
das reencarnações.
Qualquer coisa interrompe
para qualquer barbaridade que diga.
Fez bom trabalho do caso.
No fundo estão à procura de tal viagem.
Exatamente.
Muita gente vai a Varanasi,
de facto, mas nunca mais voltar.
Pelo menos na forma física.
E de facto,
nunca fui lá,
mas toda a gente que foi lá diz que
é uma viagem que vale só por si
e é absolutamente
impossível
passarmos ao lado
desta
viagem espiritual, que é ir até
Varanasi e ao Rio Games
um dos lugares mais...
Um dos lugares mais místicos do mundo.
É do universo.
Eu dei um curso
lá na Fundação Oriente
sobre sociedades e culturas contemporâneas
da Índia, e depois os alunos
fizeram uma proposta porque não organizaram
uma viagem de estudo, então organizam
uma viagem de estudo
mas meritamente sobre o norte
da Índia, e o ponto
que gostaram mais, e até
acharam que poderiam ter ficado mais dias
foi em Varanasi.
Nós ficámos
dois dias em Banaras
mas acharam que
se há alguma forma de cortar outra
parte da viagem e ficar mais tempo em Banaras
pronto, tudo já era planeado, não era possível
e não foi só
levarmos quase
14 pessoas
e 14 disseram isso.
E queriam viver lá mais
tempo, então aquele foi
mesmo disseram que isso não exista
em outra parte do mundo
porque lá fazem a ritual
a tarde, que é
Ganga Arti
e para temos que viver
não ficar nos barquinhos
estar mais próximo
de sítio de ritual etc
mas muitos não queriam
aquele era mesmo, mas já estavam
entrar em trans como se fosse
então foi interessante, foi fantástico.
Atalhando aqui um bocadinho
estamos a chegar ao fim de Varanasi
podem apanhar o convoy para Agra
e é em Agra
que está uma atração
que acho que é conhecimento de toda a gente
o Taj Mahal, aconselhamos
aqui uma nota de roda pé
mas aconselhar fazer aquela fotografia
com a da camada.
Olha, a ontem estava a pensar exatamente
nisso, nesta fotografia
a princesa Seriana, no banco
à frente de Taj Mahal
e aconselhamos
uma nota de roda pé a visitar bem cedo
eu acredito que há pelo 5 e meia da manhã
a concentração de pessoas
que também lá vão visitar, como as pessoas
que querem ir lá, aconselhamos a ir
pelo 5 e meia da manhã
e também é melhor evitar-se estas feiras
que fica aqui uma bela dica também
está fechado
aconselhamos também
além do Taj Mahal o metab mag
que significa o jardim da luz
da lua e representa um jardim islâmico
conforme quadrilateral
assim como aos jardins do París
mencionados no curão
é impressionante a vista que podemos ver aqui
é precisamente o Taj Mahal
se trouxe precisamente do outro lado
da margem do rio
com um ângulo
privilegiado para este
monumento
antigamente isto era um local muito exclusivo
ornamentado com fonte de estação
para agradar a elite da época
mas atualmente é possível
visitarmos e vermos
o Taj Mahal do outro lado
acrescente também aqui para terminar o forte
de agra
e uma cidade que fica a 35 km
distância de agra
que é por Sikri
que é uma cidade fantasma neste momento
é uma cidade que se pode visitar
e é totalmente construída de
Arnito Vermelho
tanto este
ou também este
agra forte
e também mais tarde da Delhi
que é Red Fort
o próprio nome está a dizer né
o forte de agra também é todo o Arnito Vermelho né
é exatamente
então
são quase mais ou menos
da mesma estilo
mas sim e também
há coisas que também são interessantes
em agra, podem comprar sempre o
Taj Mahal da Marmor, miniaturas
e também podem comer lá
uma dose típica que é pecha, agreca pecha
é muito famoso
eu ia perguntar se o Marmelha tem sugestões
tenho aqui, era só por questões
de tempo, mas conselho
o Delhi, é das
refeições mais populares na
Índia
e o Caril
há vários tipos da Caril
quem é vegetariano, pronto, e também
no vegetariano, então agra também acaba por ser
que tem muita influencia
da gastronomia Mughal
Persa, então
é uma culinária
bastante diversa
em termos de gastronomia não estamos mal servidos
em Portugal
no mundo em geral, os restaurantes indianos
são uma realidade
e boas restaurantes indianos
acho engraçado na Índia, anunciam
quando os restaurantes não são vegetarianos
ao contrário de cá que se anunciam quando são vegetarianos
em Índia, tipo, novidade
aqui serve secar, não são
vegetarianos, então é uma realidade
estamos a acabar mesmo, terminamos mesmo
a música que estiveram a ouvir
foi a sugestão do nosso convidado
e está na playlist
do Spotify
vamos para a tua terra, nós adoramos
muito obrigado nesta viagem
ao seu canto da Índia
e nós voltamos para a semana, obrigado
vamos para a tua terra
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Uma viagem pela Índia pode mudar a vida. A conversa com Shiv Kumar Singh também.
* A Índia num prato: Bhindi Massala (quiabos e especiarias, nos restaurantes indianos)
* Num livro: Godaan, de Premchand (em inglês The Gift of a Cow, sem tradução para português)
* Num filme: Monsoon Wedding, de Mira Nair
* Num lugar imperdível: a aldeia onde nasceu