Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: Vácuo, trincheiras, abacates e melancias

Joana Beleza Joana Beleza 10/28/23 - Episode Page - 53m - PDF Transcript

Esta semana, Ricardo Araújo Pereira declara-se espantado.

João Miguel Tavares adota à sígila Yuke

e Pedro Mexia sente-se das credeita, seja lá isso que for.

Está reunido o programa cujo nome estamos legalmente impedidos de dizer.

Olá, sejam muito bem-vindos à semana mais assustadora do ano, como já deve ter reparado

pelo excesso de abóboras, chegou o dia das bruxas, ou halloween, para quem responde

maybe quando podia dizer, talvez.

Hoje assumimos a pasta do feixe-luz, numa época em que tudo está muito associado à

escuridão, há uma cor que se destaca claramente, o laranja.

Uma cor ignorada durante todo o ano, que tem aqui uma oportunidade para brilhar.

Será uma dica para um determinado partido sair da sua caverna e tentar tirar o país

das trevas?

Não sei, mas a verdade é que por aqui o halloween não tem só uma cor.

O rosinha consegue ser tão assustador como o laranja, ou o azul, ou o vermelho.

Precisamos urgentemente de um sistema de luzes Matrix LED Vision para nos tirar deste filme

e fazer-se luz.

Alguém tem o número de um renou a austral e a tech?

Bom, enquanto procuro, o meu trabalho está feito.

Iluminar o caminho para o que se segue.

Bom programa.

Ora viva, sejam bem-vindos no final de uma semana em que se soube, da intenção, à

esquerda do PS, de levar a votos a decisão do governo de privatizar a TAP, uma semana

também em que perdeu apoios o modo como os ativistas climáticos têm protestado,

mas claro, tudo isto são pequenas questões perante o assunto que domina realmente a atualidade,

a guerra no Médio Oriente e é por ela que começamos com o Ricardo Araújo Pereira a

escolher a pasta de ministro do vácuo por causa disto.

It is important to also recognize the attacks by AMAS did not happen in a vacuum.

António Guterres, secretário-joal das Nações Unidas e a declaração que desatou uma controvérsia

que avalou a política internacional com razão, ou injustificadamente, Ricardo Araújo Pereira?

Ao Carlos, eu achei, sem ironia, que o Guterres tinha feito um excelente discurso.

Sinceramente acho que é um ótimo discurso porque assinala a opressão continuada dos

palestinianos pela construção de colonatos ilegais e desrespeito das regras do direito

internacional, etc., assinala o horror do atentado terrorista era excelente, concessão de quatro

palavras que são não aconteceu no vácuo, são essas quatro palavras, porque a minha

questão é a seguinte, a gente espera que o secretário-joal da ONU seja capaz de passar

por esta cristaleira que é o conflito israelo-árabe sem partir taxa nenhuma e, portanto, o que

ele fez é o equivalente a...

É capaz de ser difícil a seguir essa manobra.

Não, é muito difícil, é muito difícil e por isso é que a gente não pode dizer,

olha, fiz aqui um discurso só, tem que buscar um contagotas e deitei uma gotinha de gasolina

só.

Ou seja, eu fiz um bolo excelente, o discurso é um bolo excelente, tem a melhor farinha,

os ovos mais frescos, no fim, puso um no colher de café de cianeto, é isso, esse é o problema

que eu...

A minha questão é a seguinte, de ataques terroristas, que é aquilo que ele está a falar, de ataques

terroristas pode-se dizer que não surgem, não vêm do vácuo, o que é que significa

essa frase?

Porque eu reparei, se ele tivesse dito o contrário, que eu também acho que é inadmissível,

se ele tivesse dito o seguinte, atenção que estas mortes de civisi engasam, incluindo

mulheres e crianças, isto não vem do vácuo, vem, vem, vem, porque a questão é a seguinte,

um ato de guerra é um ato de guerra que não vem no vácuo, naquele ponto do globo, porque

tem que ser enquadrado em décadas de um conflito, agora, ataques terroristas e crimes de guerra

sim, vêm do vácuo, são injustificáveis.

Isso quer dizer que entende a reação intempestiva de Israel, exigindo a admissão do secretário

João dos Estados Unidos?

Acho que Israel aproveitou as únicas quatro palavras do discurso, se o discurso não tivesse

tido aquelas quatro palavras, será que esta reação teria sido esta?

Há também ocupação sufocante, Aula, é também um sufocante.

Sim, sim, mas a ocupação sufocante não tem nada contra isso, porque é de facto uma

ocupação sufocante, a partir do momento em que dois milhões de pessoas estão confinadas

numa espécie de prisão a ser aberto, isso é a definição de sufoco condicionário.

Nem acrescentar as várias relações das nossas unidas nesse sentido.

E pronto, ele diz é o que é sabido.

Sim, é isto, eu creio que, lá está, mesmo o que Israel está a fazer, apontar a bater

mulheres e crianças, sim, vem do vácuo, a gente não pode dizer, bom, temos que compreender

porque isto está enquadrado, não, não, não, vem do vácuo, sim, estas coisas, atos

de guerra são terríveis, não há dúvida, mas de facto não vem do vácuo, porque há

um conflito continuado.

Coisas como esta, de ir perseguir especificamente civis que estão no festival de música, ou

a bater a tiram mulheres e crianças em gás, são coisas que eu diria, isto vem do vácuo

no sentido em que não são justificadas por nenhum contexto.

No seu entender, aquilo que António Guterres disse é verdadeiro ou falso, Pedro Machia?

O que o António Guterres disse, eu acho que na verdade é tudo verdadeiro.

Até o vácuo?

Até o vácuo, mas já, já vou qualificar o vácuo, qual seja.

Eu acho que não vai aparecer sonsos nem desonesto, é desonesto dizer que o discurso António

Guterres foi para o Amaz, alguma coisa do gênero.

eu ouvi textos a dizer em o seguinte, a ler em, sim, sim, isso é verdade, mas eu também

vi textos a dizer assim.

Claro, é o contrário.

O discurso do António Guterres, vamos ver ponto por ponto, e citava todas as frases,

exceto.

Claro, claro, mas é isso que eu vou dizer.

É isso que eu vou dizer.

Aqui não sei o que, isto é hora, é verdade.

E é, era tudo verdade, de facto, é, foi o que eu disse, era excelente discurso.

O que o António Guterres disse foi não só o que corresponde às decisões das Nações

Unidas sobre essa matéria, como aquilo que a maioria das pessoas, de bom senso, boa

feba, informadas, o que quiseram, acham é que a morte liberada de civis, seja por milícias

e exércitos e etc., é um crime, terrorismo, é terrorismo de guerra, etc., isso é evidente.

Mas acho que é sonso não dizer, acho que é sonso dizer que aquela frase não tem

problema em nenhum, tu perguntas, não é verdadeira.

É, mas há uma diferença entre dizer uma frase, um de nós no café, por exemplo, o

Peter Singer, o filósofo, escreveu um artigo, se eu não fui publicado no DN, em que ele

diz, no entanto, a brutalidade mostrada pelo AMAS não surgiu do nada.

Não sei se houve muitas graças a este artigo, mas lá está o Peter Singer, não é?

Não é, se que seja o Anu.

Não é, se que seja o Anu.

E isso pode dizer mais que, mas que pico início com as palavras, na diplomacia, pico início

com as palavras é o que eles fazem.

É tal, está escrito o cartão de visitares.

Estão fechados em casas durante três semanas para escrever um tratado, as linhas, faz parte,

por exemplo.

Por que é que, agora, por que é que é verdade?

É verdade.

Deixe-me só dizer isso, porque isto é importante acrescentar.

Eu não concordo só com uma formação do Ricardo, que é que não vem do nada, que

vem do nada.

De facto, não vem do nada, mas praticamente todos os atos de violência são gerados por

uma situação de violência real ao doutor natureza, que alguém, um grupo, um país,

uma organização, sim, ou seja, não é?

Eu já falo disso uma vez, eu liar uns anos os textos dos Badermann Hof.

E os textos são muito interessantes intelectualmente e até convincentes.

Eu vou tirar a conclusão daqui, por isso está bem matar em pessoas?

Não, não está bem matar pessoas.

Aliás, o António Guterres, como católico, sabe-se muito bem a questão da violência.

Não é se ela é justificada ou injustificada a ideia da retaliação e da vingança, que

é em si mesma negativa, não sei, num caso de legítima defesa, e portanto não percebo

que se imagina agora o António Guterres uma pessoa que ele não é e nunca foi, mas também

que a frase, que a frase é errada, demonstra-se por ter sido citada provadoramente pelo embaixador

do Irão na Assembleia Geral das Estados Unidos.

Aqui chegados, a questão é, foi desajetado, foi longe demais por, porquê?

Está mal redigido, é uma micro frase, está mal escrita, agora não me venham dizer que

a frase não tem problema, a frase tem problema e distoa do resto do discurso.

Acho que a maioria das pessoas, talvez com a exerção da Israel que estaria sempre em

desacordo, mas a maioria das pessoas não fariam deste discurso um caso, se não estivesse

a frase, eu acho que a frase é infeliz, não digo mais do que isto, porque não lhe atribui

intenções malevolas, mas que a frase é infeliz é obstintivamente porque não há essa lógica

para que sempre uma pessoa, isto é uma frase da advogada de Feza, não é?

De uma advogada de Feza que vai dizer assim, é verdade que o meu cliente mantou o vizinho

aça-chulada, mas ele cortou-lhe a água, parrega, não, não há, esse mas não existe, esse

mas não existe.

Viu na frase de Guterres, João Miguel Tavares, uma forma de justificação do ataque terrorista

do Ramaz como o deu a entender, ou mesmo explicitamente o embaixador Israelita na ONU?

Não, justificação é uma palavra inadequada para este contexto, bem, a justificação

é declarar justo, ele não declarou justo e ele teve muito cuidado, aliás, em explicar

que nada daquilo se justificava, vamos ver, a definição de terrorismo, aparentemente

é essa, não é?

Ou seja, quando existem grupos terroristas, ninguém põe em causa que eles não tenham

uma justificação que poucos estão a fazer, todos eles, aliás, estão a lutar por um bem

que eles acreditam ser maior, mas utilizam métodos que os países de civilizados consideram

totalmente inaceitáveis, ou seja, podem lutar pelas vossas ideias, mas não desta maneira,

não atacando civis, não matando indiscriminadamente, é isso que significa autorismo.

Como a ales na guerra, etc.

Então, eu não acho que ele tenha feito isso, acho que a frase foi infeliz, eu concordo

com o que foi aqui dito, por eles, mas também acho, há uma coisa que não tem sido muito

sublinhada, que eu penso que pode justificar aquilo que foi dito, que é, António Couteres

tem pessoas que trabalham para as Nações Unidas a morrer em Gaza neste momento, e

aliás, nesse discurso, ele assinalou que 35 pessoas que trabalhavam para as Nações

Unidas já tinham morrido ali, as Nações Unidas estão presentes em Gaza e portanto

estão a ser vítimas, neste momento, dos bombardeamentos de Israel, que as pessoas dão

como indiscriminados, que parecem indiscriminados, que nós, em última análise, o nível de

quão indiscriminados são é dificil em devaliar, porque nós não sabemos o que é que eles

estão a atacar, sabemos o que é que eles estão a atingir, mas nós não sabemos o que

é que eles estão a atacar, justifica-se, não se justifica, é uma conta que eu acho

praticamente impossível de fazer, mas acho que Israel está a perder aquilo que é uma

guerra ainda-se talvez mais importante do que a guerra dos rocades e dos missas, está

a perder a guerra da comunicação, e isso é aquilo que é, e por sentir que está a

perder a guerra da comunicação está a agir de forma particularmente violenta, e portanto

a reação de Israel, às palavras de Antonio Couteres, também foi um início brutal,

porque senão já estariam por ir agir, e não façam o que nós fizemos, e não façam

o que nós fizemos no nosso tempo, a seguir ao nosso tempo.

Eu preocupo com várias coisas aqui, as reações de Israel estão a ser muito destemparadas

e não tem a ver com a indignação, só o questão do massacre, porque a maior parte

de pessoas foram evidentemente, foi muito solidária, mas o facto dela sentir que está a perder

a guerra na comunicação por causa das imagens, da guerra das redes sociais, por causa das

imagens constantes, e muitas vezes também até argumentos manipulados, como a questão

do hospital e do rocket e tudo isso, que incendeia, como se costuma dizer, as opiniões, Israel

está a perder essa guerra, está a reagir com muita agressividade, e tenho dúvidas

que não haja dentro da própria Israel, aliás, tenho muito poucas dúvidas, não sei

se tenho certeza que essas divisões existam, é a existência de divisões profundas, que

faz com que a própria atuação de Israel não esteja clara. Estas decisões ao fim

de 20 dias, avança, não avança, de vez em quando avança, estou à espera do quê,

negocei, não negoceio, há uma falta de clareza que também está a prejudicar a ação de

Israel, e eu acho que há demasiada coisa a resolver, desde logo o facto de eles terem

um neta anial, que simplesmente não viajar lá estar há muito tempo.

Como é que entende o modo que uma política portuguesa reagiu a esta controverso interancional?

Com o apoio agoterras, entre os partidos de esquerda e críticas entre os partidos de direita?

Sabe o que é que eu acho, é isso, eu acho imensa graça àquelas pessoas, às vezes

tens aquelas pessoas que se acham muito sofisticadas e que vêm dizer que os conceitos de direita

e esquerda já estão muito velhos e que não interessem para nada. Vê-se. É porque com

raríssimas sessões as pessoas dividem-se entre esquerda e direita no apoio ao AP e no apoio

a Israel, é uma coisa impressionante. E de facto os partidos em Portugal respondem em

si e no caso do PS, existe uma tradição histórica de ligação na altura ao LPE, a proximidade

da Antárea Fátima de Soares, quer dizer existe todo um enquadramento histórico que

é muito importante e, portanto, o governo portugueses, mesmo as tomadas prisionais da

António Costa, encostam-se muito àquilo que é o António Guterres e neste embate Israel

versus Palestina, eu acho que tendem a cair para o lado, não do AMAS, não estou a dizer

que o AMAS, evidentemente, é uma coisa inaceitável, mas tendem a cair para o lado de Palestina.

Aliás, uma das coisas que está a acontecer, não sei se é surpreendente, mas talvez seja

que, se estamos nos, no momento em que os partidos da direita radical têm bastante

força, há muito pouca direita ante Israel, coisa que sempre houve, foi, aliás, o elemento

constitutivo da direita no século 20. Ou vão problemas e tu fazes a vista.

De uma direita, de várias direitas no século 20. E os partidos que estão no poder,

nomeadamente, ou o que fazem parte da colegação neste poder, têm estado pró-israel, isso

é uma novidade, enfim, a circunstância é terrível, literalmente, mas isso é um bom

sinal, no sentido que o antissemitismo de direita parece-se ter abrandado. O credito

tem abrandado, mas, pelo menos, não se manifesta, não se tem manifestado.

O mandato de António Boteiros, não, não, depois disto ficou comprometido, ou as explicações

que deu no dia seguinte, dizendo estar chocado com o modo como as palavras que preferiu foram

interpretadas, de alguma forma, as explicações podem, de alguma forma, ter atenuado a controvérsia.

Para Israel, está, em certa medida, de ponto de vista psicológico, compreensivelmente,

o que não chega como justificação, está numa lógica de responder a dobrar a tudo

incluindo isto, mas não se pode dizer que, bom, agora a relação entre Israel e as

nossas unidas deixa de ser idílica, como tem sido, nunca foi, aquelas resoluções,

foram resoluções não cumpridas por Israel e portanto não é como...

A administração Biden também não se pronunciou sobre este caso concreto, até agora, sobre

as palavras de António Boteiros.

Mas a edição, devo dizer que as pessoas que acham que não fazia diferença nenhuma,

faz muita diferença ter uma administração americana, pelo menos, sã da cabeça, não

só o Biden, enfim, que estava elhinho essas coisas que a gente sabe, mas que tem estado

bem como o Bolincano, que pareceram uma pessoa particularmente sensata e atuante.

Já se pode dizer que são os radicais de um lado e de outro que estão, não só a conduzir

a guerra, mas talvez a ganhá-la, Ricardo da Luz Pereira.

Sim, porque isto inviabiliza a solução que eles não querem, aparentemente, e que é

a única solução, acho eu, possível e dissente, que eles não querem, que os radicais não

querem, é a única solução possível e dissente, que é, enfim, que é tão frágil, é uma

solução política, negociada, de respeito pelas regras internacionais, de dois estados,

e, portanto, essa solução é tão frágil, que é fácil...

Boa cuta aula.

Aliás, havia um acordo, um pré-acordo, que estava a ser cozinhado entre, quer dizer,

com a mediação americana entre Israel e Arabia Saudita, que era, assim, uma luz, uma pequena

luz de esperança naquele contexto, e o que este ataque do AMAS vai fazer foi, por isso,

as declarações do... o que se chama o Senhor da Turquia, o do Erdogan, foram bastante

mescoladas, bastante mescoladas, pro AMAS, pro AMAS.

Mas esta é sempre a minha estratégia, quando deram dois tiros no rabin, também era, claro,

e foi um judeu que o matou.

Exato.

Entregamos ao Ricardo Aruz Pereira a pasta de ministro do Vácuo, quanto ao João Miguel

Tavares, quer dizer, desta vez, ministro do abacate e da melancia.

Nesta sala de frutas que quer servir-nos, o que é que distingue a melancia do abacate,

João Miguel Tavares?

É a cor do seu interior, e eu queria me pôr do lado do abacate.

Não se percebeu bem, mas isto vem a propósito dos protestos do grupo Climáximo, os ativistas

que, entre outras ações, pintam ministros de verde.

Veu-os mais como melancias ou como abacates?

Não, são definitivamente melancias.

Aquela é uma velha piada que se repete muito, mas que eu gosto muito, porque é uma piada

feliz que diz que estes grupos são, dizia-se isso também, a propósito dos verdes, não

é?

São como melancias...

Os verdes partidos.

O partido dos verdes.

Não são como melancias, no sentido em que são verdes por fora, mas depois, quando

nós abrimos, são vermelhos por dentro.

E estes grupos da Climáximo é a mesma coisa, e, portanto, quando eu faço a referência

ao abacate, eu sei que o abacate não é muito ambientalista, sobretudo, da maneira

como ele é cultivado em Portugal, mas o abacate tem realmente essa vantagem em relação

ao melanciar, que nós abrimos, ele é verde por fora e também é verde por dentro.

E este verde por dentro é um pedido que eu aqui faço, que é que eu acho que era mesmo

útil para os grupos e as associações...

Quer fazer um apelo ao Climáximo?

Quer fazer um apelo ao Climáximo, não é?

Parece que é esportado, com toda a atenção.

É uma regra geral para todo o ativismo, para todo o ativismo, que é, vocês escolhem

uma luta e lutem só por ela.

E não por tudo o resto da valda.

Estão um pouco interseccional, José.

Pois é.

Não, são muito pôtes interseccional.

É isso.

É isso.

Interseccionalidade.

Acabem com isso, porque...

Não, mas o problema de interseccionalidade é esta.

É que está a dizer, por meu problema, isso.

É que está a dizer e depois faz com que as pessoas que até concordam com essa luta,

em parte, ou com aquilo que é o coração dessa luta, se afastem porque não queriam

levar com outra atralha toda que vem atrás.

E, portanto, hoje em dia...

Alternativa é isso não ser o coração da luta.

Tem sido muito cruzada aquele pessoal que, de repente, mostra uns calitados a dizer que

é o Piers for Palestine, não é?

Que realmente é impressionante, não sei, é que se tivesse na palestina a vida não

descorria muito bem.

Mas os grupos LGBT, isto é uma ideia louca, mas que eu deixo aqui, o que era?

Os grupos LGBT falavam de temas LGBT.

Os grupos antirracistas falavam de temas de antirracismo.

Os grupos ambientalistas falavam, imaginem só, do ambiente, ok?

E os grupos políticos falavam, sei lá, o PCP falava da luta anticapitalista.

É importante não confundir, não fazer com que tudo se misture.

Porque quando nós...

Eu dei uma atrapalha já, que estes senhores da Climáximção andam tão ativos, eu fui

realmente ao site e vi o que é que eles defendiam.

Aquilo é um delírio total, um delírio que é, se estes senhores acreditassem realmente

em tudo o que ali está, acho que a polícia deveria começar a levar aquilo a sério.

A quantidade de comparações com o holocausto são uma coisa delirante.

Antes havia câmeras de gás, agora o mundo inteiro é uma câmara de gás.

Ah, os combóis que levam carvão não são diferentes dos combóis que levavam os judeus

pós-crematórios.

Isto, é todo esse o tema.

E depois, claro, vem as suas propostas para o mundo melhor.

As propostas para o mundo melhor são do mais profundo anticapitalismo, que era o cabaco

on tudo e um par de botas.

E nós olhamos para aquilo, mas eu só queria mesmo ser...

Não posso ser só a favor...

É impossível ser a favor do ambiente e ainda assim tentar manter a economia do mercado.

E o que essas pessoas respondem é não.

Não é.

Então, não estamos no mesmo lado da mesma barricada.

E é uma pena, porque perdem uma quantidade infinidavel de gente.

E é assim que um tema maritório, e algo pelo qual vale a pena lutar, faz com que as pessoas

se afastam dos seus ativistas mais favorosos.

Surpreendeu o Pedro Mercier o facto do Bloco de Esquerda ter vindo esta semana distanciar-se

das ações dos ativistas, destes ativistas climáticos.

Maria Namor-Tágua diz que tem grandes dúvidas a respeito e a eficácia deste tipo de protestos.

Só espero que não a expulsem da esquerda.

Não.

Quer dizer, surpreendime-me no sentido em que o Bloco de Esquerda não costuma desautorizar

ativistas, mas que ela acho que os métodos não são os mais adequados.

Parece-se.

Então, leu a peça da sábado da Maria Enrique Espada sobre uma conversa com uma ativista

que de x-axis perguntas tinha que ligar para casa, tem que consultar os meus, não deve

ser superior, porque não há superioridade, naturalmente, para dar respostas que dava variada

entre não é só a questão do capitalismo, a questão do capitalismo é central, mas

é a questão das respostas ou lunáticas, como, por exemplo, essas medidas que vocês

propõem exigiam um custo absolutamente... para serem feitas agora, um custo astronómico,

etc.

Onde é que como é que financiavam disso?

E a resposta é que acabava-se com o exército e a polícia e as prisões.

Esta resposta não é uma resposta de um adulto, naturalmente.

E, independentemente, das coisas, daquilo que se possa dizer sobre cada uma desses

para eles que percebesam o Estado, como sim, antigamente, mas dizer assim, vamos financiar

é acabando.

Portanto, toda a gente sabe o que é que acontece quando deixa de haver autoridade pública

quem é que tem mais poder numa cidade.

Claro.

Ou então, ofensivas, que era, acabar com todos os empregos na aviação.

E a jornalista pergunta, ele está mas e isso era um desemprego, um desemprego em massa

das cidadãs, das milhares de pessoas trabalham e a resposta é as pessoas que trabalham...

Isto é verdade, estava lá no hortigo, as pessoas que trabalharam nos campos de concentração

também ficaram desempregadas.

É verdade.

É, atenção, acho que nem a aula mais radical do Bloco de Esquerda, nem aquelas que sejam

para o acampamento no verão, leem esta frase disso, realmente, isto é sensado.

Os meus pais eram tripulantes da aviação civil e nada a ver.

Para não brincar da comatróbia.

Não, não, não.

Eu estou a espera que eles sejam julgados em Nuremberg, a única coisa que me descanse

é que eles peguem para Nuremberg, ou...

Nuremberg está num site da Climáximo.

Vão de avião, mas não podem, talvez vão de Comboi, o que acaba por ser mais chato.

Sim, sim, tem mais.

Comboi tem assim uns ecos.

Também tem os ecos.

Deixem-me dizer-te que a frase de julgamentos de Nuremberg está num site da Climáximo.

E eles dizem, quando chegarem os novos julgamentos de Nuremberg, nós estaremos do lado certo

da história.

Sendo que nós há uma coisa que nós sabemos...

Ao contrário do Xião...

Já não acredito que o Jovem, ele estava a receber, na volta do Correio, uma resposta

e tivemos a pensar inicialmente, a esperar os temas, mas nós já sabemos, nos alguns

países, o que deu o radicalismo à Esquerda em termos eleitorais, as aberrações de direita

que foram eleitas nos últimos anos em vários países europeus e a quantidade de vezes que

eles alegavam, às vezes lunaticamente é verdade, o avanço da Esquerda radical, não

sei quem é mais.

E portanto, brinquei, brinquei, brinquei.

O que é que lhe parecem as propostas deste grupo Climáximo, Ricardo Araújo Pereira?

Nomeadamente, um exemplo, a ideia de criar um imposto de 99% sobre todos os rendimentos

a partir de 150 mil euros.

Eu, antes de mais nada, é preciso dizer ao João Miguel, isto é um tom de vermelho

muito específico, qual é o partido de vermelho que propõe 99% de impostos?

Não, esse não, está bem, sim.

Isto é um tom de vermelho mesmo muito específico.

Mas admitos que os grupos ambientalistas são fecadinhos à violência da propriedade

privada.

Isto lembra um bocadinho aquelas propostas de candidaturas de associação dos estudantes

que propunham construir uma piscina no telhado.

Com certeza.

A minha...

Da escola.

Dito isto, pareceu, eu esperava uma coisa mais revolucionária.

Por que isto de dizer, rapá, 99% de impostos para toda a gente ganha acima de 150 mil

euros por mês, não é?

E, princípio, isto não ia causar grande impacto nas contas portuguesas.

Por que é que declara receber mais de 150 mil euros por ano?

Por ano, não é?

Por ano.

O que é que declara receber mais de 150 mil euros por ano?

Meia dúzia de Palermas e, portanto, acabam por mercer, levar com 99% de impostos.

200% de preversa, se a tua explicação não se...

Não é.

Não, não tem impacto nas contas do Estado.

Não tem impacto.

O João Miguel Tavares fica então o Ministro do Abacate e da Molancia, é a vez do Pedro

Mercier se tornar Ministro do Erght, mas não é para totalar o partido que disputa

o mesmo segmento eleitoral do Chega.

Não, coitados, eu tenho uma imensa tornura por esses tipos que dizem que visceram no

vídeo, pinto com ele, disse no vídeo, andamos aqui nós a ser fascistas há 20 anos e veia

só o drabão da aventura e tem razão a votar.

Eu fico conduído com a...

Com a...

Com o olho desabado.

Com a situação dele.

Não, não está a ver com o...

Era para votar.

Era para votar.

Para votar o quê?

Para votar o quê?

Para votar uma coisa que é capaz de ter alguma importância, que é privatização

das caravelas.

As caravelas.

Estamos a falar da intenção do Bloco de Esquerda de tentar reunir votos no Parlamento,

votos suficientes para levar à votação, na Assembleia, a privatização da TAP, são

necessários pelo menos 10 deputados para levar um assunto, uma proposta do governo,

a votação, para que isso aconteça.

Que valor é que poderá ter esta contagem dos votos?

Tem o valor que tem na democracia representativa, os deputados tomarem uma posição.

Exato.

A repremar a posição que representa o seu eleitoral e tomar a posição que acham,

em consciência, deveram tomar.

O problema é que neste momento parece não haver deputados suficientes para fazer com

que os deputados estam em posição.

Pois está bem.

Mas eu acho...

Só preciso um 10.

Mas eu...

Mas o...

O PC ainda não respondeu a essa...

O PC ainda não respondeu a essa proposta do Bloco de Esquerda.

É que o vento está disponível.

É engraçado.

Uma aliança...

Até.

A razão por que isso...

A razão por que isso seria interessante, evidentemente, que é uma das principais razões,

porque o PS não lhe agradaria, é que o PS mudou da opinião sobre esse assunto.

Eles dizem que não, naturalmente.

E não só mudou da opinião nesse assunto, como há aulas do PS e dentro das aulas há

aulas.

Porque há pessoas que são o favor da privatização e são contra.

Umas eram contra e agora são o favor porque o chefe mandou.

E dentro das que são contra a privatização, umas vão votar a favor e outras vão votar

contra.

Pedro Nando Santos disse que cega a organização, isso é um daqueles filmes distópicos, cega

a organização.

Portanto, se a organização decide assim, a Alexandre Leitão segue, dissela, a sua

consciência.

Acho que ele abutulizou a consciência.

Pense pela minha cabeça.

Isso é uma frase desse gênero, que me parece um ótimo princípio para ser deputado.

Sempre o juiz de uma solidariedade que se tem compartilhado, etc.

Mas o Pedro Nounismo, essa doutrina que Norberto Bóbio tem, sobre o qual, exatamente,

não teve conta nas suas ensaias.

O Pedro Nounismo tem em matérias fundamentais uma posição que é diferente do costismo.

Isso também é interessante até para os eleitores, porque o que o Costa não vai ser

o primeiro memonistro para sempre, mais de 15 anos, ou 20, e depois sai, não é?

Não sei.

Estou ali, Costa.

Não vai ser.

É interessante saber o que é que segue, e eu acho que, eu digo isto, um bocado por

mal, naturalmente, mas também por bem.

Estou a dizer por mal.

Um bocado por mal, porque eu quero, eu acho ótimo que as pessoas do centro vejam as

opiniões do Pedro Nounismo para, depois, quando chegar a hora de votar, pensar em duas

vezes.

Por bem, porque eu sou favorável, é que saiba a opinião dos deputados há uns tempos,

nós falávamos sobre o novo aeroporto, que o PSD dizia, nós temos a nossa opinião,

mas não vamos dizer.

E isso é absurdo, os deputados têm que ter uma opinião e têm que ser clara qual é,

e têm que ter a margem para discordar, não vão votar contra o orçamento de Estado,

isso é absurdo, no seu próprio partido, mas têm que ter margem de liberdade para

discordar e seria útil para o país, seria clarificador.

Parece-lhe relevantes, o Miguel Tavares, sabendo-se das fraturas internas que a questão

pode abrir, na maioria socialista, como o Pedro Mestia estava a referir-nos agora, parece-lhe

relevante que a privatização da TAP seja submetida a votação no Parlamento e clarifique-se.

Claro que parece-lhe, parece-lhe super relevante, todos nós queríamos ver, eu e o Pedro por

razões ideológicas e o Ricardo por razões televisivas e o Maurísticas, todos nós queríamos

ver aquilo, todos nós queríamos ver, ir para lá a privatização e queríamos saber

como é que o Pedro não vota, e até o Língua Alcheira, eu já disse como é que vota, e

já está.

É o que é ver na mesma, é o que é ver na mesma, é o que é ver aquele espetáculo

todo, porque não é assim essa coisa de ser real.

E fazer assim aquela moda antiga de votação nominal?

Exato, fantástico, fantástico.

Exato, fantástico.

Acho que isso também não é uma votação.

Eu quero ver esse espetáculo, portanto sim apoio, apoio essa iniciativa.

A contagem de Pedro Nounistas dentro da bancada da maioria será um embarasse maior para

António Costa ou para o próprio Pedro Noun Santos, Ricardo Arujo Pereira?

Bom, mas há uma questão prévia é essa, Carlos, que é palavra embarasse, e isso é

que é fundamental, ou seja, lá está, em circunstâncias normais, eu acharia esta iniciativa

de levar a votação na Assembleia à privatização da TAP, boa, porque ao contrário daquelas

moções de censura que toda a gente já sabe que não vão dar em nada e tal, não tem

nenhuma hipótese de passar.

Isto é uma iniciativa que causaria verdadeiro embarasse ao PS, porque ficava finalmente registado

ali o que é que eles querem e quem é que dentro do PS quer o que, em circunstâncias

normais?

Então, do embarasse maior para?

Gosta?

Dependia, dependia do resultado da votação, sim, dependeria, mas isto seria em circunstâncias

normais neste momento, eu acho que é inútil fazer isto, a iniciativa do Bloco e do PCP

se juntar a ela é inútil, porque a gente já sabe qual é a posição do PS, estamos

em 2023, é um ano em par, nos anos em par, é privatização, nos anos em par, é nacionalização,

então se pode acastar muito então, nos anos em par, é privatização, para que eles já

sabem, é chover no milhado.

O Pedro Mexia fica assim, o Ministro do Ergde para votar, isto também entrega as pastas

ministeriais por esta semana, a altura agora para sabermos por que o Ricardo Araújo Pereira

se declara espantado e qual é o motivo do espanto?

O Carlos, meu Deus, eu fiquei perplexo, perplexo, então não é, há uma coisa, algo que parece

há uma coisa, como é que se chama aquilo, pá, a palavra falta agora, parece que é uma

cultura de, ai, de cancelamento acho eu, porque o Pedi, o Pedi é aquele senhor...

Pedi Cosgrave, o fundador da Web Summit que falou em Crimes de Guerra por parte de Israel,

Israel anunciou um boicote, a iniciativa que voltará a decorrer em...

Grandes multinacionais juntaram só o boicote...

E vê isto como um caso de cancelamento?

Eu vejo...

Por isso que é dito, mas Crimes de Guerra por parte de Israel, ele me teve num apagado...

Disse Crimes de Guerra por parte de Israel...

Crimes de Guerra por parte de Israel...

Crimes de Guerra por parte de Israel...

Uma proposição filosófica difícil de contrariar.

Isso, isso, isso.

Agora, eu fico satisfeito com o primeiro, sim, parece-me cancelamento e desta vez não

estou sozinho, parece que é mesmo, parece que é mesmo.

Estás acompanhado pelos teus.

Estou-se em senhor e acabou-se aquela coisa cínica de mais que ela era ou não, mas não

tem outras plataformas, então mas as pessoas não têm o direito de se enlignarem, então

mas não é o mercado a funcionar isto, então mas as empresas são obrigadas a comparecer

neste evento se não quiserem, então mas ele nem sequer foi despedido, ele demitiu-se.

Acabou-se essa conversa.

Ótimo.

O que é que todos os teus suponentes imaginários têm mesmo a voz?

Tem esta voz, nunca reparar.

Sempre.

Sempre.

Sempre.

Tem todos.

E depois?

Este não é igual porque estes são os grandes.

Estes são bonsinhos, é um cancelamento bom, por oposição é um cancelamento mau,

pro cancelado é muito diferente, imagino que pro assassinado também, só foi assassinado

por quem?

É bom, é por uma pessoa que tenha pouco poder.

Que é normalmente o que acontece quando as pessoas têm pouco poder, têm só o poder

da sessão.

Não é só a diferença entre o bom e o mal, é que o cancelamento até há 15 dias não

existia.

Não existia.

Não existia.

Não existia.

Era um fantasma, era uma invenção.

O que agora não só há assim, uma vagazinha.

Por exemplo, um senhor chamado Michael Eisen, Michael Eisen, que notem, é judeu, era editor

da revista científica, é life e life, foi substituído, ele anunciou no Twitter, foi

substituído porque, porque, pois retuitou uma notícia do Dianian, que é um jornal satírico,

que era uma notícia aliás engraçada, que satirizava a indiferença com que as vidas

dos civis palestinianos estão a ser tratadas.

Ele retuitou uma notícia satírica e então comunicaram-lhe, que era despedido de editor

da revista e vai alguém lá e diz assim, olha, isso realmente é lamentável, mas tu

cavaste a tua própria explotura porque te lembra, mas te andavas a perguntar, sarcasticamente

cancelamento, mas alguém foi cancelado e isso existe.

E a resposta deste Michael Eisen, é interessante que é a seguinte.

Essa é uma crítica justa, eu acho que é óbvio que o que começou por ser uma coisa

boa, a capacidade das pessoas se indignarem com os abusos de poder, transformou-se em

algo a terrorizador, turbas que se substituem às instituições e impõem penas que têm

a tendência para se tornar eternas e portanto a questão é a seguinte, nunca ninguém

criticou que as pessoas tivessem a oportunidade de se indignar, alguém alguma vez disse,

acho que as pessoas não se tivessem a indignar, não, não, a questão foi sempre a de assinalar

que havia gente que se julgava no direito de exigir uma punição e ficam imediatamente

definidas quando fazem isso e que acabavam, punição para pessoas que têm opiniões que

elas consideram desagradáveis, e que acabavam por ter poder efetivo para conseguir essa

punição como foi agora o caso do Pedi, eu recordo que o Pedi em 2018 tinha convidado

a Marrino Le Pen no dia 13 de agosto, Pedi sabe-se que Marrino Le Pen é uma das 1.200

oradoras da Web Summit, 14 de agosto, Pedi defenda a escolha, diz que a liberdade expressa

é importante, cita John Stuart Mill, 15 de agosto, cancela, porque eu ouvi que tivesse

a ver as reações da internet, portanto 14 de agosto, este John Stuart Mill sabe umas

coisas, 15 de agosto, por outro lado, o Crazy Eagle 23 também tem aqui uma opinião interessante,

e portanto, neste momento estamos neste ponto, não sei o que aconteceu esta semana

na Feira de Frankfurt, na Feira do Livro de Frankfurt, aconteceu ao mesmo tempo, portanto

o Pedi, que foi para a Brisas em 2018 e é mosquito em 2023, o que é curioso é que

na Feira do Livro de Frankfurt, o para a Brisas homenageou mosquito, a Feira do Livro de Frankfurt

fez na mesma semana o seguinte, esta senhora palestiniana ganhou um prémio, não vamos

atribuir-lhe o prémio, vamos cancelar a cerimônia da entrega do prémio, o que o Livro

de Frankfurt é problemática, ao mesmo tempo, dois ou três dias antes ou depois, vamos homenagear

Salman Rushdie pela sua determinação na face do perigo e pela sua obra, portanto é possível

o para a Brisas, ao mesmo tempo que os borracham um mosquito, dar uns parabéns a outro.

Não temos muito mais tempo, temos que avançar, mas em que medida estas opiniões políticas

de Pedi Cosgrave podem justificar, de algum modo, o boicote israel e depois o que seguiu

das empresas tecnologias, o Miguel Tavares?

Pode justificar de maneira nenhuma, nenhuma, nenhuma é o mesmo problema agora para este

agosto.

Agora as pessoas dizem, é israel, não é a mesma coisa, porque das outras vezes são

os pequeninos, são os pequeninos que estão a proteger-se de serem pequenitos, isto agora

é israel, que é muito grande, não, não pode fazer isso, espantoso, aquilo que começou

como uma cultura dos pequeninos e depois se virar contra eles, isto estava escrito nas

estrelas, como diz o outro, só para terminar, mas já agora, Pedi, também vale o meu

conselho para os ativistas, é pena, ele também não está só a dar opiniões sobre

inteligência artificial e o novo processador do Daerlum.

Para as suas redes sociais, Vlasso, ele tem que estar sempre em representação da empresa

nas redes sociais, tem que ir para mais.

Vê alguma luta ao longo do risco?

Não, não, eu tenho todo o direito de fazer isto, a minha única questão é este pessoal

é apanhado, também nesta ideia que tu tens que opinar sobre...

Mas eu por mim não apinei sobre o que eles quiserem, por mim eu apinei sobre o que eles

quiserem.

O que é isso?

Sabe o que é que nós estamos a fazer aqui?

Então isso aí já é um basco, que tu a ver aí no vácuo, não é isso, não é isso,

porque não é feito com essa intenção, é com uma intenção de marketing, portanto

tu estás a lixar com o próprio marketing que tu estás a fazer, que é que às vezes

Bom, mas vá, eu não conto...

Vê, é um paraliso, Pedro Micheano, desta controvérsia e a controvérsia em torno das

palavras de Andálio Guterres, já falámos há pouco.

Não, porque eu não sou uma das pessoas que, não, daquelas muitas pessoas que elegeram

o Pé Diagrete e o Cânio U.S. como pensadores de nossos tempos, eu estou me nestintas para

que diz o Pé Diagrete e a meu apetimento indiferente, não acho que o que ele disse

tem, injustifique coisa nenhuma, há espécie que se cancelam livros de israelitas, de palestinianos

e eventos, acho que tudo um disparate pegável, não faz sentido nenhum, agora é interessante

que uma coisa que não existia, passou a existir, que era o cancelamento, não existia, foi

escrito por algumas mentes brilhantes de Portugal e ilhas a dos assentos.

Você acha que eu preciso de porque é que o Ricardo Araújo Pereira se declara espantado?

O João Miguel Tavares, a partir de agora só podemos anunciar os temas, identifica-se

esta semana com a sítula IUK, e dá-lhe o significado que tem no âmbito purocrático

ou está com vontade de propor uma outra formulação?

Não, não, é por causa do tal imposto.

IUK é o imposto único de situação, entrou no debate político por causa da proposta de

orçamento em que é previsto um agravamento para automóveis anteriores a 2007, como é

que entende da relevância que este tema ganhou no debate orçamental?

É daquelas coisas esquisitas, porque o tema então tendo a encontrar o bolo do orçamento

não é que é muito significativo.

Um vírus de coerosa mais por ano.

Sim, e os senhores já haviam gente dizer, ah, isto são aumentos de 1.000% e depois

a própria menina disse, bom, é uma paródia, dá a fazer simulações a 10 e a 20 anos,

que nós prometemos que o máximo que aumenta em 2024 é 25€, e portanto em 2025 vamos

fazer o mesmo e por aí ir à dieta, e portanto é verdade que não estamos a falar daquelas

coisas de uma dimensão extraordinária.

Então como é que se justifica que isto tenha ganho esta, será por falta de outros

sistemas de uma verdadeira dimensão?

A maneira como aquilo foi formulado dá um profundo sentimento de injustiça, que é

nós imaginamos que aqueles senhores velhinhos que já têm um carro todo poder lá na sua

quinta que só usam para ir uma vez por semana, buscar mentimentos à vila, e que esses desgraçados

agora vão ter que parar um valor muito mais elevado, e há uma outra objeção que eu

tal fez, foi isto quando as pessoas compraram aqueles carros em 2007, não faziam ideia,

portanto é um imposto que é colocado em cima das pessoas e que as pessoas não conseguem

imaginar a altura que fossem tributadas.

E é um bom princípio, mas o meu ponto que eu trouxe para aqui era apenas esta.

Onde é que estão os estudos, quer dizer, onde é que estão os números?

As pessoas que têm carros antigos são aquelas como a Orru Rio, que gostam de ainda se fazer

passear com carros com 30 anos, ou são mesmo os velhinhos que precisam de pescar mentimentos

à vila.

Quais são os números?

E é isso que não sabe, portanto dá-me ideia que é também uma das medidas que a gente

te diga para o ar, mas depois nós não sabemos, nem se são realmente os pobres que são mais

afetados, se isso não, ou até em questões ambientais, temos a certeza que obrigar as

pessoas ou estimular as pessoas a comprar um carro novo, ainda que super elétrico, não

é mais pesada em termos ambientais do que manterem o seu chá-sevelho.

Os donos das donas Elviras devem estar muito sangrados.

Já sabemos por que é que o João Miguel estava arceclar espantado, agora vamos tentar perceber

por que é que o Pedro Mechia se anuncia da esquerda Eita.

É uma palavra que sou um bocadinho de novidade, mas pronto, é um novo partido de esquerda

e de direita.

É uma senhora que é, neste momento, do Linka, do partido da esquerda alemã, mas que

chama-se o Wagenknecht, mas é muito popular entre os eleitores de extrema-direita.

E então vai formar um novo partido, que há algumas sondagens em que pode ter 20%, e

que é de extrema-esquerda no clima, nos pronomes e na migração, de extrema-direita na

economia e na sociedade, e de extrema-esquerda e extrema-direita na Ucrânia.

E portanto, vamos ver o que é que esta picadora Molinax vai conseguir, mas é extraordinário,

deve-se dizer, que não é extraordinariamente difícil fazer isto.

Isto não é uma jaringonça, porque há tantas coisas aqui, por isso é que eu disse na Ucrânia

ela é ao mesmo tempo de extrema-direita e de extrema-esquerda.

Ela é nacional e socialista, eu até acho na Alemanha já ouvi.

Esse, não nasce no vácuo, não nasce no vácuo, não nasce no vácuo, não nasce no vácuo.

Está na altura dos livros e outra vez esta semana um calhamaço que se lê ávidamente,

é mais uma reunião de crónicas de António Alubantunes, creio que já é o sétimo volume

de crónicas do escritor e é conhecido o quase desprezo com o que Alubantunes sempre se refriu

a este género, que considera menor, na sua produção literária, costuma chamar-lhe a

sua persina para crianças, por contraponto, imagina-se, à persina dos grandes, que são

os romances que publicou desde a estreia em 1979 com o Mório de Elefante, evidentemente

estes textos são de outra natureza, textos que escreveu para a imprensa, mas encontramos

neles o tom, a cadência e as obsessões que identificam de imediato a escrita de Alubantunes.

Esta reunião de crónicas é seguramente a última, recolhe textos de 2013 a 2019, Alubantunes

depois disso, depois de 2019 deixou de escrever o texto semanal que saía na revista Visão

e o que se sente aqui é uma intensidade emocional que podemos entender como uma espécie de despedida,

há muitas crónicas de despedida neste volume, de despedida de amigos, de despedida de familiares,

uma das mais tocantes, de despedida do irmão João Alubantunes, por exemplo, de despedida

de lugares, de despedida de memórias de infância, são textos de um equilíbrio muito delicado

entre um tom declaradamente confesional e os pregos do sentimentalismo, pregos, evitados

por Alubantunes, com uma boa dose de ironia e uma notável capacidade de fintar o lugar

comum.

As outras crónicas de António Alubantunes, prefácio de Daniel Sampaio e edição Don Quichote.

O João Miguel Tavares traz também um calhamaço com uma invocação do período da Guerra

Faria.

Exatamente.

E quer começar por declarar que o meu calhamaço é maior do que o do Carlos Vas Marcos?

Este calhamaço tem 1.100 páginas, notas incluídas é da autoria de Luiz Mené, ele

é um acadêmico americano, mas é daqueles acadêmicos que também escreve Pânio Yorker,

portanto, que sabe bem, domina as técnicas de jornalismo e do storytelling, o que faz

deste livro particularmente interessante.

Ele já tinha ensaiado num livro anterior chamado da Metaphysical Club uma história

intelectual e cultural da América entre o final da Guerra Civil americana e o início

da Primeira Guerra Mundial e esta é uma história cultural intelectual entre o final da Segunda

Guerra Mundial e a Guerra do Vietnam.

E ele mistura tudo, portanto, embora o calhamaço seja bastante impressionante destas suas

1.100 páginas, ele na verdade é feito de pequenas histórias, de pequenas biografias

e portanto, há aqui um pouco tudo, há George Worrell e a Elvis Presley e ao Bonnie and Clyde

e portanto o filme.

E portanto, tudo se cruza à economia, com a política, com a filosofia, com o cinema,

com a música e é realmente uma obra fascinante e bastante imponente e nunca aborrecida apesar

das suas 1.100 páginas.

E é uma edição del SINOR.

O Pedro Mercier sugere umas memórias do Cárcer, mas não hoje de Camilo.

Não, os cadernos do Cárcer do Gramsci, um jornalista, filósofo, teórico, deputado,

ativista, marxista, fundador do Partido Comista Italiano, e que passou os últimos 10 anos

da sua vida, um pouco jovem, porque passou os últimos anos da sua vida preso durante

o fascismo.

Escreveu 3.000 páginas de testes e de fragmentos sobre a condição operária, as classes

subalternas, como ele dizia, que são as que jornalistas em Itália, a eleição carasica

atólica e a filosofia da história.

E este é o primeiro volume dessa, de uma, penso que será uma atologia, dessas 3.000

páginas que acabou de sair.

E é um autor que tem 2 coisas muito interessantes, que é, sendo o marxista absolutamente fundador,

é também, de certa forma, o marxista crítico, que estava, passou muito tempo, já sem responsabilidades

políticas diretas, e portanto tinha uma espécie de latitude que o fazia fugir à linha

justa.

E em segundo lugar, é um dos autores de esquerda mais relidos à direita, porque causa do seu

conceito de hegemonia cultural e da maneira como se vencem as batalhas políticas através

da batalha cultural, às vezes lido por pessoas que não deviam ler livros, mas isso é outra

coisa.

O Ricardo Araus Pereira recomenda um livro sobre o elemento mais discreto, mas decisivo

da tecnologia com que estamos a viver.

Exatamente.

São as duas, as duas coisas importantes, discreto e decisivo.

É onde aqueles livrinhos da Fundação Francis Manuel de Chantes chamam-se algoritmos, do

Diogo Carose d'Andrade, e é sobre isso, sobre esse bicho, esse bicho invisível, homen e

presente, que está em muito mais cítios do que a gente imagina, que se chama algoritmo.

Sabe mais de nós que nós próprios.

Sabe muito, sabe muito de nós.

A questão é como é que, é o que o livro fala disso, como é que ele funciona, como

é que condiciona, é mais uma manifestação de que a ficção científica deixou a desejar,

que tal como o laser, os famos que são científicos, do século XX, propunham que no século XXI

nós iríamos disparar o laser contra ceres extraterrestres que nos queriam capturar.

E a gente chega ao século XXI e verifica que o laser é disparado pós pelos das virilhas.

É a laser, de facto, mas o nosso inimigo e o vestador e o inimigo é irritante, é irritante

e é um inimigo persistente.

Neste caso, também se comprova que no exterminador implacável aquela ideia de que as máquinas

as máquinas no futuro vão dominar a nossa espécie violentamente, desmente se é uma

coisa, é um domínio muito discreto, não é das máquinas, pelo menos até agora não

é das máquinas, é de meia dúzia de pessoas ao serviço das quais as máquinas estão,

mas é muito insidioso sim.

Ficam os algoritmos de Diogo Queiroz de Andrade, e é um livro da Fundação Francisco

Comelho Dostantes, e assim se conclui mais uma reunião semanal, dois ou oito dias à

mesma hora, os mesmos de sempre, também em podcast, a qualquer hora e a qualquer dia

da semana, Pedro Mexias, João Miguel Tavares e Ricardo Braus Pereira.

Ficam os algoritmos de Diogo Queiroz de Andrade, e assim se conclui mais uma reunião

Olá, sejam muito bem-vindos à semana mais assustadora do ano, como já deve ter reparado

pelo excesso de abóboras, chegou o dia das bruxas, ou halloween, para quem responde

Maybe, quando podia dizer, talvez.

Hoje assumimos a pasta do Fischluss, numa época em que tudo está muito associado à

escuridão, há uma cor que se destaca claramente, o laranja.

Uma cor ignorada durante todo o ano, que tem aqui uma oportunidade para brilhar, será

uma dica para um determinado partido sair da sua caverna e tentar tirar o país das

trevas.

Não sei, mas a verdade é que por aqui o halloween não tem só uma cor, o rosinha

consegue ser tão assustador como o laranja, ou o azul, ou o vermelho.

Precisamos urgentemente de um sistema de luzes Matrix LED Vision para nos tirar deste filme

e fazer-se luz.

Alguém tem o número de um renou ao austral e a tech?

Bom, enquanto procuro, o meu trabalho está feito.

Iluminar o caminho para o que se segue.

Bom programa!

Machine-generated transcript that may contain inaccuracies.

Foram apenas dez palavras, em inglês: “the attacks by Hamas did not happen in a vacuum.” Em torno desta declaração do secretário-geral das Nações Unidas, desatou-se uma controvérsia que cavou trincheiras, uma vez mais, também em Portugal. Foi também no fosso dessas trincheiras que caiu o responsável pela Web Summit, vítima de um processo que volta a colocar na ordem do dia a chamada cultura de cancelamento. Na frente do activismo climático, os jovens que gostam de pintar ministros de verde perceberam esta semana que não contam com o apoio do Bloco de Esquerda; vale a pena ir ler o que propõem e perceber que não é apenas o clima que os move. Está lançado o mote para uma salada de frutas que mete melancias e abacates.

See omnystudio.com/listener for privacy information.