Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: Silêncio que se vai falar do silêncio

Joana Beleza Joana Beleza 9/9/23 - Episode Page - 47m - PDF Transcript

Esta semana, a Pedro Mochia, desta vez à distância, quer ter assento no Pólito Buro.

Ricardo Barous Pereira sente-se banalizado e João Miguel Tavares identifica-se com São Jorge, o santo que tinha um problema com dragões.

Está reunido o programa, cujo nome estamos legalmente impedidos de dizer.

Música

Olá, bem-vindos.

Esta é a semana em que arrenou-se uma pasta das novidades.

Uma pasta dedicada a falar sobre temas da atualidade e estimular o seu espírito de jornalista que adora saber uma boa novidade.

E a nova que lhe trago esta semana é que arrenou foi eleita Superbrand pelos portugueses.

É verdade!

Superbrand!

E o que é isto?

Se não trabalha marketing, provavelmente não faz ideia.

Mas deve ter reparado que esta distinção utiliza o prefixo Super.

Por isso, só pode ser uma coisa em grande, superior, como o superherói, superlua, o supericonomia.

Algo que também nunca deve ter ouvido falar, uma vez que é um fenómeno raro na realidade portuguesa.

Mas, sem vos aborrecer com muitos promenores, Superbrand destinga as marcas de excelência que se destacam no país.

E a arrenou é uma delas.

É superfiche, eu acho.

E agora, para isto não ser superaborrecido, terminamos.

Superbom programa!

Música

Ora Viva, sejam bem-vindos depois de uma semana marcada pela RAN3 Socialista,

que falaremos mais adiante, a semana em que o Primeiro Ministro voltou de férias,

entrou o MUD e saiu calado da segunda parte de uma reunião do Conselho de Estado,

rodeada de muita intriga, e escreveu uma carta à Presidente da Comissão Europeia.

E é por aqui que começamos com o Ricardo Araújo Pereira, a querer ser Ministro da Epístola.

Aprecia o género epístolar, Ricardo Araújo Pereira.

Aprecia, o senhor Carlos, aprecia o Epístola em geral, embora neste caso...

Mas parece-lhe bem neste caso.

Você anda a discutir, assim, em público, a correspondência de costa com úrsula.

Costela?

Costela com úrsula, não é epístola, não é?

Foi o que aconteceu.

É um travel-dinguist.

Pois é, acho que podemos discutir à vontade da correspondência dele,

porque esta daquelas cartas que ele não envia com aviso de recessão,

ele envia com aviso de envio.

Ele quis que todos nós soubéssemos que a carta que tinha seguido, exatamente,

no fundo é uma carta aberta, não é?

Como aquelas que às vezes aparecem nos jornaos,

ou baixacinados acham que realmente era preciso mais do sistema de saúde, mais investimento.

E é o que ele estava a fazer, só que em vez de submeter a um jornal,

submeteu a úrsula, por isso é que é...

Queria submeter, mas simultâneo.

Talvez, esse é o aspecto que faz com que, neste caso, o mais importante da palavra epístola

seja a parte da tola, faz parte da palavra epístola a palavra tola,

como referiu e bem.

Um certo pronista.

O que costa propõe à Comissão Europeia que a questão da habitação,

que não é um problema exclusivamente português,

desde o governo socialista, seja discutido a nível comunitário.

Veviabilidade numa iniciativa conjunta, a 27, sobre esta questão.

Acho improvável, até tendo em conta a resposta que ele obteve,

que foi, a gente já deu mesada para isso.

Foi o que eles disseram, portanto é o estudante.

O estudante escreveu aos pais a dizer assim,

eu às vezes gostava de ir almoçar, e os pais disseram,

mas é por isso que serve a mesada.

Fica-se com essa questão do ponto de vista do pai

ou do ponto de vista da memória do filho?

A minha agora, tenho as duas, tenho ambas experiências.

Por isso percebo muito bem a posição do costa,

também perceba da úrsula.

A carta do costa mereceu críticas por parte da oposição,

mas o presidente da República está convencido

de que ela é já um sinal de qualquer coisa.

E num papel de grande explicador nacional,

Marcelo decidiu ser o próprio, Marcelo,

a trocar por miúdos o que está em causa.

O que se trata é de civilizar a Comissão Europeia

para dar um tratamento, repareço justo,

flexibilidade, quanto a dinheiros

que possam ser utilizados no domínio da habitação.

Quando o sobrememolista manda a carta,

é porque tem a sensação de que a Comissão

está disponível para estudar o problema,

se não não mandava a carta.

Estou-lhe na diplomacia, nós mandamos a carta por mandar a carta.

Marcelo Rebelo de Souza convencido

de que antes de a carta já houve conversas

sobre o assunto com a Comissão Europeia,

vem na declaração do presidente João Miguel Tavares

uma esperança genuína ou uma farpa para o governo.

Não, eu não vejo aqui nenhuma farpa.

Estou-lhe na diplomacia e não se mandam cartas

por mandar a carta.

Acho que esta carta é uma carta normal

que sei que todos os anos a pedir coisas.

Todas as intervenções sobre a Europa de António Costa

deviam sempre ter como prólogo

a famosa declaração de que há coisa de animeio,

que é o... Já posso ir ao banco?

Foi com um ursula, não é?

Quando chegaram os fundos, finalmente,

os fundos da famosa...

O checão da Bazuca, dos PRRs...

Já posso ir ao banco.

E este espírito, na altura foi uma piada,

mas é daquelas piadas muito significativas.

A gente não pode, aliás, neste programa

valorizar as piadas, porque são um assunto muito sério.

Central.

E, portanto, é sempre essa postura.

A Europa tornou-se um pequeno ialheiro de Portugal,

tornou-se o décimo tercemeeste de Portugal.

A Europa é o décimo tercemeeste de Portugal.

E, sem dúvida, o décimo tercemeeste de António Costa,

no sentido em que o dinheiro dos 12 meses,

o dinheiro que Portugal é capaz de produzir,

do seu próprio PIB,

vai para pagar as contas, as contas do Estado,

muita arrasquinha, as reformas, a segurança social.

E, depois, quando é preciso, sei lá, fazer obras na castelheria,

então, vem o décimo tercemeeste, vem o subsídio de férias,

ou do Natal da Europa.

E a atitude é sempre essa.

E, portanto, eu aqui não acho,

se quer que o Marcelo estivesse a ser mau,

só contra a sobreinterpretação.

Neste programa já vamos ter outros momentos em que...

Não tem faltada a sobreinterpretação.

Não tem faltada a sobreinterpretação.

Há alguns fatos que dão a Azul muita interpretação.

Portanto, eu convido os nossos ouvintes e espetadores

a aguardarem por momentos em que, de facto,

há ali um...

Há um lastro próprio, propício para a especulação.

Exato, para a especulação e...

Todas as intenções de cada um dos intervenir.

E faco para as verdadeiras.

Como já recordou o...

Não sei se o João Miguel Tavares,

se o Ricardo Araújo Pereira, a Comissão Europeia,

veio entretanto lembrar, por intermédio de uma porta-voz,

que a habitação já está contemplada,

foi o Ricardo,

a verba generosa no PRR,

em que medida é que a divulgação da carta à Pedro Mexia

poderá ser entendida como uma forma de tentar alijar responsabilidades,

ou pelo menos repartir responsabilidades

acerca deste problema com a Comissão Europeia.

Bom, tudo aqui se passou dentro dos termos habituais.

Isto bem.

Talvez o que não seja habitual

é estarmos a discutir um assunto a sério.

E este não é no programa, mas o país,

que é o assunto da habitação, que é um assunto totalmente sério.

Mas é verdade que a questão é europeia,

aliás, não é por acaso que tivemos uma crise

que, com proporções mundiais,

começou muito mobiliário e até fora da Europa.

E, portanto, questões como esta,

e não apenas esta, têm uma componente europeia,

e é bom que haja aquelas harmonizações,

políticas conjuntas integradas,

sobre os todos eurocráticos,

mas legamente existentes e sérios.

Também é verdade que esta carta

permitiu à Comissão Europeia responder

como se responde nos peditórios e nas ruas,

que já dê, já dê, já dê para isso,

o que também é verdade.

E também é infelizmente habitual,

o último ponto, que é a possibilidade

de que, com esta carta,

não tanto com a carta, mas com o anúncio da carta,

o governo fazer uma das suas atividades favoritas

que é alijar responsabilidades.

Aliás, a responsabilidade é uma das poucas coisas

que se alija, não há muitas coisas

que peçam esse verbo.

E, de facto, a quantidade de problemas sérios,

e até às vezes alguns não sérios,

em que a resposta final do governo

que passa ao outro e não ao mesmo,

é aflitiva.

Há sempre uma força de bloqueio,

uns interesses corporativos,

alguém que não deixa de trabalhar,

agora tivemos o governo em modo que haveria

uma guerra a última semana.

Como?

Há sempre uma pandemia ou uma guerra.

Uma guerra, uma pandemia.

A Europa...

E, portanto, vem muito a calhar

e é muito dentro do modo desoperante do governo

que, ao fim de sete ou oito anos, já nem sei,

de governo,

este, como outros problemas,

começa a ser tratado como se estivesse...

como se estivesse a ser pensado pela primeira vez.

Este problema, como disse o presidente da República,

sim, ainda para concluir,

havia aí mais uma reflexão final?

Não, não, pode continuar.

Como o lembrou o presidente da República,

este assunto, este doceia da habitação,

ainda não está encerrado, fez questão,

Marcelo, de avisar o governo,

porque ainda vai ter de haver a regulamentação,

e aí, se calhar, já há espaço para alguma sobre interpretação.

Fiquei para outra altura.

Portanto, entregamos ao Ricardo Araújo Pereira

a pasta de ministro da Epístola,

quanto ao João Miguel Tavares.

Quero dizer desta vez, ministro do AMU,

a expressão foi usada pelo líder do PSD,

depois de ter vindo a público,

que António Costa não abriu a boca

do Conselho de Estado.

Se o primeiro-ministro não tem fair play democrático

para conviver com o equilíbrio de poderes em Portugal,

se o primeiro-ministro fica amoado,

se o primeiro-ministro quer acrescentar

a crise socioeconómica que já temos,

então, se venha uma crise institucional,

vai por mal caminho.

O Luiz Montenegro, no distrito de Porto Alegre,

acusando António Costa de ter amoado

e de andar às turras com o presidente da República,

acusou-se que o primeiro-ministro desmente de forma categórica,

contra-atacando,

aquilo que acontece no Conselho de Estado,

devia ficar no Conselho de Estado.

Nunca ninguém me ouviu falar,

nem nunca ninguém me ouvirá falar,

sobre o que acontece no Conselho de Estado,

quem fala e não fala,

quem disse isto ou quem disse aquilo,

por uma razão fundamental,

porque nós temos respeitar as instituições.

E o Conselho de Estado senta-me uma regra fundamental

de confidencialidade.

Quem nas últimas reuniões

tem decidido fazer fugas seletivas

ou contado mentiras sobre o que acontece?

O Conselho de Estado presta um péssimo serviço

às instituições, à democracia e ao Conselho de Estado.

O contra-ataque de António Costa,

depois de ter vindo da público,

entrou Mudi e saiu calado da reunião

do Conselho de Estado,

e depois de Luís Montenegro ter acusado de amuar.

Isto é só fumaças,

nós estamos esperando um episódio

politicamente significativo.

Quer dizer, ele acaba por ser politicamente significativo,

não por o famoso silêncio,

mas depois por aquilo que acabou de ser dito.

Mas a história do silêncio,

em si, é muito engraçada.

Nós gostamos muito deste programa

e aqui durante a semana toda

assistimos aos canções do silêncio.

O que é que quis dizer

o silêncio de António Costa?

Eu vou-se dias a discutir o silêncio

de António Costa, Luís Montenegro a dizer

é mu, pois vem António Costa e diz

não é mu,

depois vem Marcelo e diz

ficaria estupofacto e melindrado

se tivesse sido mu.

Mas isso ainda há o fato de

alguém ter feito questão

de pôr

notícias, de pôr a correr

na comunicação social,

que António Costa não falou

durante o Conselho de Estado.

E isto tem, evidentemente, significado.

Certo, e o próprio António Costa responde

e diz, não, eu realmente tinha

eras razões para ficar amohados

com os senhores conselhos de Estado

que andaram a revelar o meu amor

e andou-se nisto a semana inteira.

António Costa tem substancialmente razão

no sentido em que é suposto,

aliás, parece que as actos do Conselho de Estado

estão disponíveis, tipo, segredo de Estado.

Mas, quer dizer, foi só

desta vez que a gente soube o que o

Conselho de Estado, já houve algum conselho

de Estado que não se soubesse o que é

o que a classe tinha passado. Eu, quer dizer,

se calhar há muitos anos, mas quer dizer,

não era Marcelo, eu acho, sempre soubemos

o que estava a ser discutido no Conselho de Estado.

Aqui, a coisa, como o ambiente

está a mais curtar a faca,

a coisa torna-se mais sensível.

Mas, ao mesmo tempo, existe aqui

uma espécie de

instrumento político em cima

de relativas inutilidades.

A discussão mais

interessante foi

uma farpa que, essa sim,

meteu macacos,

pelo menos hipotéticos macacos,

e que foi o ponto mais interessante.

Já vamos dela, já vamos dela.

Mas, de acordo com o relato de expressa reunião

que aconteceu na segunda

parte do Conselho de Estado,

é bom lembrar que isto foi a continuação

de uma reunião que começava em julho,

foi uma reunião tensa.

Quem é que poderia ter interesse

em promover uma fuga de

informação como esta, nestas circunstâncias?

Eu, no Conselho de Estado,

a esquerda, quem fez as contas, a esquerda

parece estar em minoria.

Há muita gente que pode promover

essa fuga de informação.

Aliás, o Conselho de Estado está cheio de documentadores.

Muitas vezes, a vida

dessas pessoas, quer dizer, elas têm outros empregos,

quer dizer, a relevância nacional

dessas pessoas

e, em seguida, em documentadores,

o Conselho de Estado está cheio deles.

O próprio presidente da República,

como se diz e com razão,

é uma espécie de documentador morgue da República.

Não sei de onde é que veio a fuga,

porque, digamos assim, é como

aqueles jogos, ou como os filmes

dos romances da Agatha Christie.

Há demasiados suspeitos.

Não faço ideia quem foi.

Em defesa de Costa, é dito que o Primeiro-Milistro

já tinha feito uma intervenção inicial

na primeira parte da reunião que aconteceu

ainda antes do encontro do Conselho de Estado

fez questão de avisar

que o verbo que mais gosta de conjugar

não é o verbo falar,

é o verbo fazer.

Para que o Estado funcione bem,

cada um

deve estar no seu próprio galho.

A função de um Primeiro-Milistro

não é se comentador.

A função de um Primeiro-Milistro é ser fazedor,

é fazer.

O Primeiro-Milistro, assim, a distinguir

competências, apreciou a metáfora

do galho?

Apreciei.

Apreciei.

Após

o hipotético silêncio

no Conselho de Estado,

é uma metáfora que também cala

o que ele verdadeiramente quer dizer,

que é que este Marcelo é um macaco velho.

Em princípio, era isso que ele queria dizer.

Optou por dizer-lo desta forma.

É mais elegante dizer, vamos ficar cada um

no seu galho.

E foi isso?

Como ele diz que cada um

quer dizer que o próprio

também é um macaco velho.

Talvez.

E não sou o que eu vou desmentir.

São dois macacos velhos.

Estamos todos numa árvore, aparentemente,

e na selva,

em princípio é a conclusão disto.

Mas foi uma semana realmente excelente

em que os jornalistas passaram

de, enfim, querer saber

o que é que se passa nos bastidores

do que ele disse, o que é que ele disse,

o que é que ele não disse, o que é que ele não disse.

Deve ter sido uma...

Atenção.

Há pessoas que dizem, chamam isto,

um amu, é uma hipótese, é o amu.

Para já nós temos várias hipóteses,

temos aqui este problema que é

o silêncio

da parte de António Costa

durante o Conselho de Estado.

E isso pode ser verdadeiro ou falso.

É a pessoa que está a dar essa informação,

pode estar a mentir.

Sabemos que pode ter a vida.

O que temos a certeza

é que não houve silêncio

sobre esse hipotético silêncio.

Alguém, de facto, veio cá dizer isso.

E falou-se muito dele.

Sim, eu desvalorizaria isto.

O tema pode ser

o contrário da tensão.

Ou seja, o clima

no Conselho de Estado

pode estar,

pelo contrário, em vez de estar tão tenso como as pessoas

dizem, estar tão distendido

que é possível a António Costa chegar lá

e trautear uma canção,

no caso, a 4.33 de John Cage.

Chegou ao Conselho de Estado

e cantou uma cantiguinha.

E dentro da teoria da sobreinterpretação,

na verdade, tecnicamente, se alguém conta

que António Costa

ficou em silêncio,

não se pode dizer

que contou aquilo que foi dito.

Não pode.

Contou aquilo que não foi dito.

Entretanto, no meio desta turbulência

deu-se a rentrer a socialista

ver alguma relação

a Ricardo entre o regresso oficial

dos socialistas

e a marcação da reunião

do Conselho de Estado para a VES

para preparar a sociedade.

E acho que também contribui para explicar.

Portanto, é primeiro Conselho de Estado

no dia seguinte de rentrer a socialista.

Portanto, para o Ministro Popavós

no Conselho de Estado, porque sabe que no dia seguinte

vai ter o grande comício de rentrer

e tem que estar com as cordas vocais

e nós estamos entusiasmados

na sobreinterpretação,

tens a certeza que quem marcou o primeiro

a data foi quem?

António Costa ou Marcelo Belo de Sousa?

Estou lindo de jornais

que foi primeiro a academia socialista

marcada e depois...

Marcelo foi um dia...

Isso, nós sabemos.

Vamos comparar a agenda.

Nem de tudo o que vem a público corresponde.

Na inauguração da chamada academia socialista

houve uma frase de Costa

que dizia Pedro Mechia

que é com otimistas irritantes

que o país anda para a frente.

Todos os otimistas são irritantes.

Não vai dizer isso.

Os otimistas são pessoas

que acreditam numa coisa bizarra

que é que as coisas em geral correm bem.

É uma coisa que não tem base empírica nenhuma

na vida de ninguém, praticamente.

O Xeta.

Xeta, hoje do Hollywood, durante 17 anos para ir.

Eu sou um otimista ao Pedro Mechia.

A seguir um benefacto estranho.

O otimista irritante é redundante.

Por isso, não creio que seja

claro que é preciso

coisas em política que são...

O pessimismo não faz falta em política

porque o pessimismo é paralisante.

Mas o otimismo em si mesmo não é nada.

É um equívoco.

E dentro dos bonos

anunciados pelo primeiro ministro

sobretudo para os jovens

qual lhe pareceu ser

Pedro Mechia o mais significativo?

Eu acho que são todos significativos

por duas razões.

São significativos porque

são bem-vindos.

Isto é.

São significativos porque

em várias matérias

fiscais e outras

de transportes

e outras vão

beneficiar os jovens.

E é bem-vindo para o Partido Socialista

que todas as sondagens

dizem que os jovens

são, digamos assim, o seu ponto fraco

neste momento.

Não há grande entusiasmo

entre os jovens pelo Partido Socialista

aqui ao atributo.

É muito tempo e os jovens

em geral não gostam muito que está no poder.

Pedro Mechia ainda está com a experiência

de receber as propinas do curso direito.

Isso é o que tu queres, não é?

As propinas do curso direito?

Acho que já passaste.

Nada que envolva o direito.

Obrigado, muito obrigado.

Já dei como comissão europeia.

Já dei para isso.

Agora, as medidas em si são boas,

não só essas do IRS,

da exação do IRS no primeiro ano.

Aliás, não só tinha

vindo propostas do PSD nessa matéria,

como também já houve propostas

da esquerda nessa matéria chumbadas

pelo PS na Assembleia da República.

Portanto, parece-me

uma boa ideia.

E há uma que me intriga, que eu acho que é interessante,

mas que me intriga

pela experiência francesa, que é o cheque-livro.

Dado aos jovens

que chegam aos 18 anos,

é porque o cheque-livro,

em França, por exemplo,

foi basicamente o cheque-manga.

Praticamente todos os jovens franceses

compraram

manga e não-livros

no sentido mais clássico.

Não tenho nada contra.

Mas não sei se era isso o propósito.

Como?

Faz crescer a economia japonesa.

Não, faz crescer a economia japonesa.

Mas não sei se as

intenções, digamos assim,

educativas e culturais

procuradas com essa medida

têm nesse resultado.

Em França, certamente, não ficaram muito contentes com o que aconteceu.

O João Miguel Tavares fica, então,

ministro do AMU.

Agora, a vez do Pedro Mexia, voltamos a ele

a se tornar ministro do

queimódromo.

Queima-se

nesse queimódromo, Pedro Mexia.

Queima-se o tempo, sobretudo,

porque não interessa nada falar de presidenciais

durante o tempo.

Mas queimam-se os chamados presidenciáveis.

Queimam-se aliás a um ritmo alucinante,

porque

eu escolhi

este tema

quando

o público

trazia uma notícia

de uns jantares e almoços

de Ruirio e da

possibilidade de Ruirio não pôr

parte de uma candidatura às presidenciais

e isso foi logo desmentido por Ruirio.

A certa altura, regressou

a baila o nome de Doron Barrozo

na Universidade de Verão do PST, disse que não.

A dança

dos presidenciáveis,

de que já tínhamos falado aqui na semana passada,

continua

a bom ritmo, nomeadamente

com as especulações essas

em torno de Ruirio e de Doron Barrozo.

Como é que entende este frenozia?

Entendo por dois...

Há várias razões,

algumas são deliberadas

e outras são,

não sei se são exidentais, mas são infelizes.

As deliberadas é que

há um facto que não há um candidato evidente.

Não há uma pessoa,

nenhum destes nomes,

tirando o caso eventualmente de Guterres,

que com a Camerão me pode-se algo remoto

que ele sequer é candidatar.

Nenhum destes nomes é evidente

nem a passagem

à segunda volta quanto mais

ganhar na primeira.

Por outro lado,

há muitas pessoas a querer marcar lugar.

Evidentemente que

o nome mais forte

do PS

ou que seria mais forte também, já foi testado,

foi o nome da Nagomes,

não é o nome oficial do PS, não será?

O oficial do PS e, portanto,

já há um candidato oficialista

e também já há candidatos das sensibilidades

ou pré-canidades

ou suportes, canidades e das tendências.

E depois, como ser presidenta

é um prémio de carreira aparentemente,

todas as pessoas que já foram

líderes dos partidos, primeiros ministros,

presidentes das câmeras

de cidades grandes

acham que têm como

horizonte

ser primeiro ministro.

Isso dá, e a ser presidenta da República,

isso dá muita gente.

A infelicidade é que,

até lá, há dois anos

de outros assuntos

como a habitação,

como o custo de vida,

como os impostos, etc.

Esses assuntos têm muito mais interesse

para o país, pelo menos em 2023,

do que

os presidenciáveis,

sendo que alguns são hipóteses

de atirar o barra à parede,

outras são hipóteses verdadeiras mas ridículas

e, portanto, isso depois

vai ser reduzido aos 4 ou 5

para as representantes das áreas políticas

e, depois, os

exóticos do costume.

Portanto, parece muito bizarro que se continua

e eu estou aqui a contribuir para

a bizarria.

É, a segunda semana seguinte

em que falamos do assunto,

portanto, também estamos a contribuir

para o...

Porque os jornais não falam de outra coisa.

Nós falamos daquilo que se fala

ao longo da semana.

Quem é que aproveita neste contexto

dos presidenciais, João Miguel Tavares?

Quer dizer, entretém, não é?

Como estamos a ver por aqui.

Mas o problema disso

é que parece que os problemas de Portugal

são uma de duas coisas.

Os verdadeiros, os jornoinos, um é

são irresolúveis e, portanto,

não vale a pena discuti-los.

O dois são tão difíceis de resolver

e têm tantos custos

que nem a oposição,

aquela posição séria que

despera um dia poder chegar ao governo

Portanto, falamos nos torceiros

da terceira categoria que é

daqueles que dá conversa de café.

Exato. Falamos de nada, entretém,

temos uma espécie de política cor-de-rosa

que é escolher qual é a próxima cara para Belém.

Porque a cara para Belém tem ainda

uma diferença em relação

a um futuro primeiro-ministro, porque o futuro primeiro-ministro

ainda pode apresentar um programa de governo.

A cara de Belém simplesmente vai para Belém

e vai ser presidente da República.

No fundo, isso significa que

os aspectos emocionais da política

estão muito mais presentes

do que os aspectos racionais

e sérios e estruturantes.

Sim.

Agora, isso pode ser uma consequência

de uma espécie de desencanto

com a política de acreditar

que a política é capaz de mudar

verdadeiramente as coisas

e não ser uma espécie de gestão do dia a dia.

Ou seja, isso não...

É porque há tantas eleições antes

e eleições significativas

que o facto desta insistência

das presidenciais, que é uma insistência

em caras, simplesmente,

não diz muito sobre o país.

É giro, não é?

É um caras político.

Já sabem quem vai votar em 2026?

Ricardo Araújo Pereira.

Tenho pensado nisso todos os dias, Carlos.

Aliás, não concordo nada com o Pedro.

O teu nome ainda não foi lançado?

Não, felizmente.

Acho que ainda não entrámos nesse nível de loucura.

Mas eu acho...

Ao contrário do Pedro, acho ótimo

falar em 2023 do que vai acontecer

em 2026.

Haja alguma coisa em Portugal

que se prepara com antecedência

e se tudo certinho.

Para já, para já, são tantas e tão boas opções

que uma pessoa até tem

fartura, não é?

Vamos ver o que é que acontece.

Não tem domos para propor,

porque tem havido tanta gente a propor nomes.

Estou muito satisfeito.

Podíamos contribuir também

fazendo com que este programa tivesse alguma utilidade

para variar.

Acho que este programa tem utilidade.

Acho que é um esforço que está acima

das nossas palavras.

Foi muito engraçado,

porque até no café houve uma pessoa

que se virou para mim e dizia

que o senhor que a conhece

acha que ela tem alguma hipótese.

É uma crónica de jornal.

É preciso substituir

a cadeira de literacia para a crónica.

Eu sofredi-se, às vezes,

todos nós que escrevemos nos jornais.

Tem que ter uma bolinha parecida

com aquela dos filmes chocantes

a dizer, ironia.

Nós podíamos concorrer em conjunto.

Não é possível uma cadeira de literatura coletiva.

É coletiva.

É tão grande o palácio,

podíamos nós, conseguíamos

fazer um arranjo de moda.

E temos muitas qualidades diferentes

entre nós.

E tudo junto,

acho que era ganhador.

O Ricardo não ficou entusiasmado.

Acho que o Ricardo não quer recobitar com nós.

Acho uma desprimoção.

Você, para vocês, acho que era ótimo

se o senhor era progredir na carreira.

Eu passar do Morista para apresentar rápido

e que acho que acontecia tão mesmo com o Zelensky.

Exatamente, acho uma desprimoção muito grande.

Ainda que começava uma guerra.

O Pedro Mexia fica, assim,

ministro do Queimódromo.

Isto também entrega as pastas ministeriais

para esta semana.

A altura, agora, para sabermos por que o Ricardo

era uspreira, se sente banalizado,

apesar de tudo ver alguma

utilidade na banalização?

Neste caso, não.

Carlos trata-se

da moção de censura que o Chega

vai apresentar, que toda a gente sabe

que não tem

nenhuma condições para passar a época.

Que alcance política é que vê

nesta iniciativa?

Isto é uma moção de censura às três tabelas.

Isto não é para atingir o PSD.

É para atingir o PSD.

É uma carambola de censura.

O que está aqui em causa é o Chega

apresentar uma moção de censura

que toda a gente sabe que vai chumbar

só para poder dizer

olha, olha, o PSD

estava votar contra a nossa moção de censura.

Isto resolvia-se muito facilmente.

Deixava-se, em vez de estar aborrecer

o Polenário com isto, o Polenário

continuava a decorrer normalmente.

O PSD e o Chega

iam lá para uma daquelas salas

de bastidores nos corredores da Assembleia

com uma fitamétrica,

de ouvir pilinhas antisocialistas

e, pronto, quem tivesse

a maior pilinha antisocialista

voltava para o Polenário, eles comunicavam

olha, parece que é aqui este senhor

e estava feito.

Mas sabes que, se calhar, o tamanho

a Altega se consuantou entusiasmo

momentâneo.

Exatamente. Não, isto não há dúvida nenhuma.

Não há dúvida nenhuma.

Mas, lá está, íamos monitorizando

o consuante e dizíamos, olha,

em setembro de 2023

o deputado X.

E, assim, sucessivamente.

Podia ser uma cerimônia mensal.

Fica a sugestão e, se calhar,

haverá até canais televisivos

que se propõem de transmitir em direto.

Que coisa pegava na fitamétrica.

Eu acho que tinha de ser um funcionário.

Tinha de ser um funcionário.

Funcionário, né?

Ou, se calhar, o próprio Santos Silva.

O próprio Santos Silva. Eu votava nisso.

Quer ver?

Aquelas luvas de borracha.

Eu não sei se o nosso programa não podia,

nós tínhamos umas canecas,

mas em que tínhamos a fitamétrica

para medir pilinhas.

E eu acho que podia ser um ézito.

Portanto, uma vez que o que vai estar em jogo

é saber se o...

como é que votará o PSD.

A saída...

parece-lhe fácil?

A saída de Montenegro

ou a Montenegro corre o risco de vir a ficar emquela grada?

Eu ouvi o Montenegro

a responder a isto e dizer que era um deja vu.

Um deja vu.

Diz-se várias vezes um deja vu.

O PSD.

Parece realmente embarassado hoje em dia,

cada vez que ele fala ao longo do cheiro.

E, de facto, porque se deixou embarassar,

eu acho que se deixou embarassar pela esquerda,

como se deixou embarassar pela direita a farfala,

como nós já falámos aqui várias vezes.

Isso é um problema.

Eu não percebo qual é a dificuldade.

Ou, então, terceira hipótese,

porque não estabeleceu uma distinção das águas clara

e, portanto, não resolveu o problema à partida.

Não, o problema nem sequer é distinguir.

É que já disse coisas diferentes em determinados momentos

e as pessoas não sabem o que.

Nunca conseguiu arranjar uma resposta inteligente

para esse problema.

Portanto, fica preso nisto.

Eu nem sequer consigo perceber qual é o interesse.

Começou uma nova...

uma nova sessão legislativa

e lá vem a moção de censura,

que é uma banalidade,

uma coisa aborrecida, mais uma patete do cheiro.

Eu acho que as pessoas começam, também,

a estariam um bocadinho de vacinadas com aquelas patetices.

Portanto, por esta altura, o Luiz Montenegro,

que já tinha a obrigação de saber responder a isto,

de sientemente, em vez de com um déjà vu.

O que é que Ventura tem a ganhar com esta iniciativa política,

Pedro Mechia?

Tem a ganhar o que já disseram,

que foi entalar o PSD.

O problema é que, antigamente, era muito fácil saber

que era o líder da oposição.

Era o líder do maior partido da oposição.

E, neste momento,

ele já foi testada

perguntando às pessoas quem acham que é o líder da oposição

e mais pessoas dizem que é André Ventura do Luiz Montenegro,

porque ser o líder da oposição já não é ser o líder do maior partido da oposição,

é ser o mais estereónico.

E, portanto, por absurdo,

o líder é quem apresenta mais moções de censura.

E, portanto, isto é uma espécie de renovação da carta,

da carta de condição, não é da carta de condição,

mas é a renovação da carta de líder da oposição,

que é tão oposição

que quer que o governo caia numa moção de censura.

Ah, mas o governo não vai caia numa moção de censura.

Sim, mas eu fiz o que tinha a fazer.

E o PSD, ah, o PSD não quis.

Portanto, isto é alimentação.

É um jogo um bocado infantil,

mas é assim que nós estamos.

O desfecho está anunciado.

E, estás conocido por que é que o Ricardo Araus Pereira se declara banalizado.

O João Miguel Tavares, saindo agora do âmbito político,

quer esta semana vestir a Példo de São Jorge,

a cavalo e de lança na mão?

Exato, sim, para combater o dragão.

E o que é que o Leo vai identificar-se com o santo que deu luto ao dragão?

Na verdade, não estou a ser do âmbito político.

Quem saiu do âmbito político foi Rui Moreira.

A minha, o meu desejo era que Rui Moreira se mantivesse no âmbito político.

Estamos a falar, claro, metafóricamente,

a propósito das declarações públicas de Rui Moreira sobre Sérgio Conceição,

que considera, que Rui Moreira considera um treinador falhado,

atribui estas opiniões pouco abonatórias

do João Miguel Tavares ao adepto portista,

ao membro do Conselho Superior do Clube do Porto

ou ao presidente da Câmara da Segunda-Maior Cidade do País.

Exato, é isso mesmo.

Na tua pergunta está a resposta,

porque o problema é exatamente esse,

é a confusão de papéis.

E eu continuo na minha.

Depois de já terem saído,

é que nem sequer são as velhas escutas de agora,

mais para dizer, do hábito, a saber como é que chegar à casa.

É que já saíram notícias sobre o bem-fica,

sobre o porto, sobre o braga, sobre o...

Quer dizer, isso que ainda não saíram pelo Sporting desta vez,

porque não sei se mudou o destilo, se ainda não houve oportunidade.

O futebol é um meio pouco recomendável,

mas muito pouco recomendável.

A Marta está lá em casa a querer ver a bola.

Mas não se mistura isso com a política.

Aliás, já agora, nem com a Santa Amada Igreja,

porque nós estávamos de férias,

mas eu vi de uma América Guiara,

de uma América Guiara,

o cardial estrela das Jornadas Mundiales da Juventude,

na capa dos jornal de notícias,

com uma bola de futebol assinada,

e depois de capção com a Cruz de Bispo,

a apoiar a regra de atura de Pinta Costa.

Mas por que, por amor de Deus, primeiro,

Pinta Costa não precisa,

eleira a lei de qualquer maneira?

Porque é que estas confusões entre a Igreja,

entre a política e o futebol,

é que as pessoas, por amor de Deus,

senhores políticos, presidentes da Câmara,

deputados, ministros,

ficam lá em casa a ver uma cerveja,

te chamem nomes ao árbito.

Se quiserem critiquem a contratação do filho

de Sergio Conceição,

critiquem certamente a falta de férias

de Sergio Conceição o que quiserem.

Ah, mas são políticos, não há ativo.

Calem a boca, é verdade que isto foi feito,

supostamente é mensagem privada.

Mas é mensagem privada nas redes sociais.

Portanto, não existem.

Exato, não existe nada privado

que seja trocado em redes sociais.

Parem com isso.

E o Rui Moreira, que tem um bocadinho mais de contenção,

e já agora largue o cargo do Conceito Superior

do Futebol Clube Porto, que só fica mal.

E depois disto ter acontecido,

agora, novamente, para o jornal notícias,

dizer se isto explica, sabe, o treinador

para fazer melhor, ótimo.

Diz Rui Moreira.

Talvez vale a pena, talvez vale a pena.

Não sei se o Ricardo está preparado para isso.

O Ricardo era hoje para ler na íntegra,

porque eu sei que gosta de dar voz

e dar a palavra Rui Moreira

a ler aquela declaração de Rui Moreira.

Temos aí o texto.

Está aqui, eu empresto, está aqui.

Ah, obrigado.

Então, o que ele escreveu foi o seguinte.

Agora temos o Mini.

Eu estou a ler a tasca.

Porque são coisas que...

Exatamente, que se diriam melhor na tasca.

Agora temos o Mini.

Ele refere-se ao Francisco Conceição,

que é o filho do treinador e um jogador que agora regressou

ao Clube,

que saiu a Desemali de Borla,

e o Sérgio Conceição, de volta, está a fazer cenas no banco

e continua tudo cego.

Copam assados, os jogadores, o árbitro varra,

até o apanha-bolas,

o anti-jogo dos adversários.

Ninguém viu, óbvio, homem.

Homem não está a cair.

Temos um treino da falhado.

Agradeçamos o passado e chau que se faz tarde.

Porque com ele não vemos lá

e não tem fair play.

E chau que se faz tarde.

E é isto?

Foi particularmente ofensivo que tu fizesse isto

com voz de Jorge Jesus.

Não fiz com sotaques boas.

Também não sabia se era a propriação cultural

fazer-a do Porto e tal.

Sim, sinceramente, eu acho que...

Mas na sequência disto,

parece-lhe que Rui Moreira

deve preocupar-se

com a reação

de Fernando Madureira,

o líder da claque portista, estas palavras,

porque Fernando Madureira foi

muito expressivo na resposta.

E o Rui Moreira foi muito bem educado.

Em princípio preocupa-se, tanto é que foi apagar

o que tinha escrito.

Mas eu, o João Miguel,

acha que não devia haver

dificuldade entre o futebol e a política.

São lá coisas...

coisas do João Miguel.

Peço desculpa.

Eu tenho a impressão que já perdemos essa batalha.

Por isso o que eu digo é o contrário.

Vamos reforçar...

Eu acho que o Rui Moreira

devia ser presidente

da Câmara do Porto,

do Futebol Clube do Porto,

do Porto Ferreira.

Tudo que tivesse Porto no nome,

Rui Moreira era presidente.

Foi boa também.

Porto Sante.

Tudo que tivesse Porto,

Rui Moreira era presidente.

Acabavam-se as suas inquietações,

cumpriam-se as ambições que ele tem

e já se usava de vir

para as redes sociais dizer coisas,

porque tinha o poder de demandarem tudo.

Entretanto, veio a publica notícia

de que na sequência deste episódio

desta mensagem de Rui Moreira,

que deu o que falar,

a newsletter diária do Futebol Clube do Porto

foi incluir críticas a problemas autárquicos,

como a gestão urbanística

e as dificuldades no trânsito.

Vem nisto, Pedro Mexia,

alguma relação de causa efeito

ou é apenas um acaso?

Teve piada.

Eu acho que teve graça, basicamente.

Acho que foi uma resposta engraçada.

Eu não tenho muito a acrescentar

no sentido em que acho que

os políticos no ativo não devem estar

a confundir-se, como gostam de dizer,

com meros adeptos, porque não são meros adeptos

para um lado.

Por outro lado, que o clima está muito

pesado e não vale a pena

contribuir para isso.

E depois, porque há relações

problemáticas entre o poder político

e o poder futebolístico no passado

e dinheiro e tribunais

e coisas de assistente.

Mas o Rui Moreira diz duas coisas

sobre séries e concessão,

que são do domínio do óbvio.

Uma é, obviamente, falsa,

quando diz que é um treinador falhado.

Outro é, obviamente, verdadeira,

quando diz que não tem fair play.

Acho que é muito difícil contestar

qualquer uma destas afirmações.

Mas qual é o interesse de ter o presente

da Câmara do Porto a intervir

para todos os efeitos publicamente,

como disseram, essa distância

de diferenciador público e privado

nas redes sociais

e não se aplica verdadeiramente.

E, portanto, eu preferia que

esta semana

ou nas últimas semanas

o grau de tribalismo,

com o que se discutiu

prolongamentos,

vares e não sei o que mais,

mostram que isto é uma conversa completamente insalubra

ao pé da qual a política

é quase uma escola de virtudes.

Ele já dizia assim,

não vamos dizer que

não vamos também dizer que

a política é impluta

e, portanto, a política não se pode

misturar com o futebol, porque se vai sujar.

Mas, neste momento, por mal que esteja a política

não está tão mal como está o futebol

e com o grau de total irracionalidade,

eu lembro-me das pessoas, olha os otimistas,

os otimistas que diziam

isto do vara é muito bom

porque vai acabar com as polêmicas de arbitragem.

E houve uns maduros, meio luditas

que disseram, se calhar

não vai e não foi.

Já sabemos por que o João Miguel Tavares

se identifica com São Jorge,

agora vamos tentar perceber

por que é que o Pedro Mexia

se sente no Pólito Buro, está a falar

daquela Assembleia de Gerontes

que tinha o poder no tempo

da União Soviética?

Sim, de vez em quando

morreram alguns líderes da União Soviética

havia um delay

até nós sabermos

porque, no alguns casos, também não era

evidente que estivessem vivos antes.

E o que se passa nos Estados Unidos é muito inquietante.

Eu devo fazer aqui

o aviso que não estou a exercer

com aquelas formas de ida-dismo, isto é,

não acho que as pessoas mais velhas

tenham qualquer diminuição

do direito

ou da capacidade de estar na política

mas, no caso americano

só para falar de presidentes

ex-presidentes, líderes da bancada

no Senado, ex-candidatos

temos

Trump com 77 anos,

Biden com 80,

o Mitch McConnell que teve praticamente

um avc

que era em direto duas vezes,

já tem 80 anos,

81 a Nancy Pelosi

82 e a senadora

de Anne Feinstein

89

e não se vê ninguém

mais novo

ter um papel de protagonismo.

Isto tem a ver com o facto

de o Trump ter feito uma opa

sobre o Partido Republicano

e, portanto, não dá-se não Trump,

não há mais ninguém

e o Biden ter sido

eleito como um dico moderado

mas que também secou

qualquer

outra hipótese e a sua vice-presidente

não se afirmou durante estes anos

e, não negando

nem os méritos

de alguns

das pessoas dessa lista

nem o direito de estar na política até quando se sentirem bem

mas quando aconteceu uma coisa, como é que aconteceu

o Mitch McConnell duas vezes

nós temos de pensar sempre possível

como?

É preocupante

de repente não sabe onde está

não responde

fica a olhar no vazio

isso não é

um síntomo saudável

da política americana

Isto das questões geracionais

agora numa frase para cada um

parece relevante em política

João Miguel Tavares

Eu acho que o problema não é questões

geracionais nem de idade

o Churchill tinha 70 anos

quando acabou a Segunda Guerra Mundial

o Roosevelt andava de cada cada de rodas

e ficou no cargo

e foram extraordinários presidentes

Não, agora

Exato

Exato, agora quando o Mitch

está ali já por duas vezes

em conferências de princípio

que apaga totalmente durante vários segundos

é evidente que o senhor não tem condições

para continuar na política

Isto está a acontecer de Ricardo Tavares esperar porque os velhos não largam o oço

ou porque os mais jovens não se chegam à frente

Carlos, seja por que razão for

há duas maneiras de resolver o problema

uma é estimular a participação

dos mais novos na política

arranjar a maneira de eles participarem mais

a outra é impedir os velhos

de participarem

a nossa sociedade hoje em dia

que é muito tão amiga de proibir

em desta semana eu vi alguém

foi à escola de verão do PSD

propôr que os velhos estejam impedidos

de participar na política

não sei se é boa ideia, até porque reparem

em rigor, sem perjuízo

para que toda a gente deva participar

mas a idade

essas características

que são independentes da vontade de uma pessoa

a raça, o género, a idade

em princípio não são decisivas

naquilo que

pelo menos para mim, para votar numa pessoa

por exemplo, nós agora temos na corrida a presidência americana

um jovem

que ainda por cima é racializado

é um jovem racializado chamado Vivec

Ramazuami

tem 38 anos este jovem

e ele é realmente uma lufadazinha dar fresco

a idade republicana

e ele diz o seguinte, a borta é homicídio

medidas pós-jovens tem várias

por exemplo, aumentar a idade de votar pós-25

acabar com a idade de voto subir

ele acha que

a Ucrânia deve permitir

a ocupação dos territórios pela Rússia

que é para a gente avançar

portanto é este, é este...

é este jovem, é este jovem, eu não sei se...

lá está, não é decisiva a idade dele

esta a altura dos livros

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Há silêncios e silêncios. E silêncios que dão que falar. Falemos então do silêncio de Costa e do que se disse sobre ele. Como havemos de falar igualmente do género epistolar. Neste caso não há relutância em meter o nariz em correspondência alheia porque o remetente a fez chegar ao destinatário e a quem a tornasse pública. Do que se continua a falar é de presidenciáveis. Pelo menos desta vez – num país em que tão frequentemente se critica o improviso – as coisas estão a ser preparadas com tempo. Há ainda a questão promiscuidade entre futebol e política; por uma vez, uma oportunidade para a política sair valorizada pela comparação.  

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