Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: Rezas, queixas e triplo salto de chapéu
Joana Beleza 3/18/23 - Episode Page - 53m - PDF Transcript
Esta semana, João Miguel Tavares declara-se Antunes.
Ricardo Araújo Pereira sente-se Ceabra e Pedro Mexia confessa-se Pichardo.
Está reunido o programa cujo nome estamos legalmente impedidos de dizer.
Esta semana o Renault etec assume a pasta do coaching, no sentido de ajuda.
E não se preocupe se não sabe o que é coaching, porque muitos dos próprios coaches também não sabem.
Estou brincar.
Basicamente coaching é o processo que ajudar as pessoas a vencer na vida.
E há o coaching financeiro, emocional, para dormir, para arranjar trabalho, para deixar o trabalho.
Enfim, há coaches especialistas em ajudá-lo em tudo e mais alguma coisa.
Como o Papa, que agora vem a Portugal ajudar milhares de jovens a desenvolver o seu mindset espiritual.
Ali, de branco, naquele grande palco a dar uma spread talk de fé e união.
Ou então, como o Renault etec, com 32 sistemas de ajuda à condução.
Um autêntico coach da estrada.
E pronto, resta-me dizer, assume o volante da sua vida e tenha um excelente approach ao programa que se segue.
Ora viva, sejam bem-vindos.
No final de uma semana em que se zoaram os alarmes no setor bancário,
com o fantasma bem presente da situação que há 15 anos mergulhou a economia mundial numa crise profunda.
Vamos falar disso daqui a pouco.
Disso e também de uma zaragata entre campeões no atletismo.
Mas antes, o Marujo Ricardo Araújo Pereira quer ocupar o posto de chefe de estado maior da armada.
Isso não pode ser considerado um ato de insubordinação Marujo Araújo.
É possível, é isso que está em causa Carlos, é isso que está em causa.
É por as coisas neste termo só para dizer Marujo Araújo.
Marujo Araújo, sim, sim.
Por acaso não tenho ideia do que é que o nome Araújo significa.
Se é que significa alguma coisa, em princípio não.
Mas...
O que se passa aqui?
O que se passa aqui?
Exato.
Você quer falar da revolta no Mondego?
A revolta no Mondego, sim, no barco.
E da missão militar que ficou por cumprir?
Alegadamente, porque o Mondego mete água.
Mete água.
Mete água.
O Mondego mete água.
Está a acompanhar esta história pelo ponto de vista dos Marujos ou do Almirantado?
O Carlos, nem de um lado, nem do outro, porque eu fui dado com a Minapete para o serviço militar.
E, portanto, o que é que uma pessoa, como eu, olha para este caso e o que é que vê?
Vê que estes militares que se recusaram a integrar esta missão, há aqui um problema,
que é o seguinte, eles não se limitaram a listar-se nas forças armadas.
Onde está, onde é óbvio, é um requisito, quando se recebe uma ordem, cumpre-se.
Eles ali estaram-se nas forças armadas portuguesas.
O que significa que quando se recebe uma ordem para operar material que não presta, cumpre-se.
E portanto, isso estava, não se pode dizer que eles não soubessem ao que iam.
Eles sabiam, sabem como é que funcionam as forças armadas, e também, em princípio,
sabem como é que funcionam as forças armadas portuguesas.
E, portanto, é muito difícil aceitar...
Não tem, perdão.
Que agora, que agora digam, ah bom, mas é exceto nos casos em que o material não presta.
É preciso enquadrar...
Isso significa que não há forças armadas portuguesas.
É preciso enquadrar melhor a história.
No domingo, treze militares da armada recusaram-se a embarcar no navio Patrulha Mondego.
Lá, por causa disso, o Mondego mete água.
Que devias coletar um navio espião russo.
Quem o descreveu assim foi o Almirante Govei Emel, chefe de chá de maior da armada.
Uma embarcação russa de passagem ao largo da madeira.
E os treze insubrutinados consideraram que o Mondego não tinha condições de segurança para a missão.
Há quem já tenha feito no tarde, no entanto que, à mesma hora, ia jogar-se um marítimo bem fico de um chá.
Vê alguma conjugação possível entre estes dois factos?
Carlos, mais uma vez.
O caso de ficas mais sensível.
A minha questão é a seguinte.
Em princípio, tenho logo uma inclinação para a simpatia pelos trabalhadores que não têm condições de trabalho.
Logo à partida.
Eu sei, eu percebo que quando se trata da tropa, isso não é exatamente assim.
Agora, que devia haver uma convenção internacional.
Em uma cidade suíça qualquer, as reunam-se lá e redigem em cião.
A convenção de cião determina que, quando bem fica joga, acabam seus operações militares.
Você precisa distribuir a patria menos quando há jogos.
Exatamente.
Quando bem fica joga, para tudo.
Para.
Para.
O Lou Bantu nos diz que, na guerra da África, isso acontecia.
E, portanto, sem precisar, sem ser preciso, uma convenção internacional.
É melhor por isso no papel, só para as pessoas, por exemplo, estes bárbaros da Rússia, não são sensíveis a isso.
E é bom que haja uma convenção internacional que os ilucide.
Queria notar que tu disse esta guerra da África, que é uma coisa que tem uma certa connotação reacionária.
Era uma guerra que estava aí.
E aconteceu em África.
Foi a guerra colonial toda a gente sabe o que é.
Queria ser.
Colunial também.
Colunial.
Mas não é...
Sim, sim.
Colunial é o que a gente utiliza.
Fichão sublinhado.
Sim, mas é uma guerra colonial porque...
Com certeza, quase.
Estes três centros.
Eu não sei se...
Ou do Ultramar.
Então, do Ultramar lá está.
O Ultramar é que é problemático.
Ou uma guerra, por exemplo.
Se eu tivesse dito, aquela guerra em que as províncias ultramarinas se revelaram, aí está bem.
Agora, a guerra da África é uma coisa meramente descritiva, não é?
Bom, voltando a este caso no Mondego, é só um caso na esfera militar.
Ou vê-lo, João Miguel Tavares, também implicações políticas.
É as duas coisas.
Ao caso na esfera militar, em que, surpreendentemente, estou de acordo com o defensor dos direitos
dos trabalhadores.
Porque é evidente que nós temos todo o respeito pelos direitos dos trabalhadores, mas o militar
não é um trabalhador comum que diz que não vai para a fábrica porque não tem condições
de trabalho.
Sim, foi o que eu disse, entendeu?
Exato.
É por isso que eu estou a concordar contigo.
Agora, por causa da guerra da África, tem que estar atento a todas as vezes.
Porque mesmo esta ideia de não há condições de segurança, parece uma piada quando se
está a falar de militares.
Parece uma coisa da guerra do Sol Nato, como assim não há condições de segurança.
A gente percebe o que é que eles querem dizer.
Mas, enfim, há ali um lado evidente, desobediência.
Isso é preocupante.
Ainda por cima, depois da palhaçada de tanques, termos agora esta coisa na Madeira.
Digamos que o prestígio das forças armadas portuguesas já viu os melhores dias.
Colocamos em cima disso aqueles antigos, oficiais generais que comentam nas televisões e que
nós descobrimos que é uma quantidade absurda deles que simpatiza com a Rússia e ainda ficamos
mais preocupados.
Sente que atenção, nós não falamos aqui dessa tese conspirativa, mas ainda havia mais
uma tese conspirativa.
O navio que ia ser descoltado era Rússia, que depois haveria lá gente e tal, que como
era Rússia não queria marcar.
Há uma manchete de um jornal semanário que...
Que ensinou.
Essa hipótese de ter sido uma rebelião politicamente motivada por ser um navio russo.
Eu prefiro uma rebelião desportivamente motivada do que politicamente motivada.
Mais val que fosse para verem o Benfica, o marítimo Benfica.
Mil vezes mais val ser para ver o Benfica do que para, porque é rússia e então não
queremos lá ir.
O navio do militar é numa democracia, é uma coisa muito pensável.
Esse é o lado militar e não aceitável, portanto é evidente que aí o governo tem razão,
portanto não se pode permitir aquele desrespeito, aquele mutino, aquele desrespeito pela hierarquia.
Agora, há um lado político que é, mas será que isso já estava?
O barco estava mesmo naquele estado absolutamente miserável, ser um motor sem funcionar, com
água poder entrar lá para dentro, cumprir o agravado de incêndio.
E aí voltamos às histórias das cativações, aparentemente ainda das datas de altura de
mariteno e dizer, olha, não houve dinheiro para o material da tropa, da marinha, da aviação,
fazer as suas missões.
E isso é um problema político e também é uma parte importante deste caso.
O comandante-suprême das sessas armadas, ainda pouco disse sobre este caso, vê alguma razão
para as cautelas a este respeito sempre tão louco as, Marcelo Rebelo Souza.
Eu acho que...
Presidente Marcelo.
Eu acho que é bom ele ser por dente.
Mas aqui até tenha sido um bocadinho por dente demais, porque eu acho que ele devia ter
sublinhado a questão hierárquica enquanto chefe surpreende das forças armadas e dessa
necessidade de respeitar.
Ainda que sem se comprometer muito, se que já podia ter sido um bocadinho mais directo
neste aspecto.
Mas ele diz ainda por cima, como não estava a que ele falar muito o assunto com aquele
clássico, temos que esperar pelas investigações e pela fiscalização, mas no final da conversa
disse-me uma coisa muito engraçada que é, temos que tirar proveito desta ocasião para
valorizar a defesa nacional.
Como quem diz, já que isto decorou mal, pode ser que assim o governo não lebrei mais
uns milhões e assim para a próxima o navio já não mete água.
O que é simultaneamente engraçado e te aparente.
A minha pergunta também devia haver com o facto de estar envolvido nisto um próto
ao candidato presidencial, que é, neste momento, o chefe do estado de melhor da armada.
Sim, é verdade.
O nosso problema é, hoje em dia, todos nós conhecemos o nome do chefe do estado de
melhor da armada, que é uma coisa que não acontecia desde 1976.
Deste dinheiro das vezes?
Não sei se o chefe do estado de melhor da armada era da armada, mas...
Não, eu não sei exatamente quem era o chefe do estado de melhor da armada em 1976.
É só para dizer que foi mesmo há muito tempo.
Nós, agora, conhecemos o nome do governo e ele pelas razões que todos nós conhecemos.
Quer dizer, mas isso é daquelas duas coisas.
Ao mesmo tempo aquilo aconteceu na armada, é normal que o chefe do estado da armada se manifeste.
Em que medida, Pedro Mexia, que as reações civis a este caso militar podem estar a ser
condicionadas por esta questão da notoriedade do chefe do estado de melhor da armada?
Quer dizer dois coisas sobre isso.
A gente precisa fazer uma nota prévia.
Eu tenho mais respeito genericamente pelas forças armadas que o Ricardo aqui demonstrou,
mas há uma coisa em que eu estou com ele, porque as nossas forças armadas que decidiram
que o Ricardo estava ináptido para o serviço militar declararam-me me em apto.
Há qualquer coisa que se passa no criterio dos forças armadas.
Me salvo pela reserva territorial, na chinuana que nós chamamos de agente.
Somos dois.
Se não realmente...
Os anos 72...
Se não realmente as forças armadas que eu já achava.
Olha, esta é uma pessoa...
Mas esta mesa há dois ináptidos e dois na reserva territorial.
Exato.
Tu também és ináptido, não é?
Eu sou.
Mas há aqui duas coisas diferentes.
Então somos o panela ideal para falar das forças armadas.
Para não poder palmecer toda a gente pode falar das forças armadas, não é?
Eu tenho diopetrias a mais para o efeito, para o combate.
O que acontece é que há...
O Ricardo não sei que desculpa até.
Há uma coisa que é da origem estritamente militar, que as queixas, o óleo, os motores
e a água entrar, é verdade ou não?
A VML diz que não é verdade.
Enfim, isso...
Ou é verdade ou não é verdade?
E depois em um segundo lugar, a obediência que desobedeceram ordens diretas, sentindo
que aquela missão não se fez, mas não foi rendida para nenhum outro navio.
Por exemplo, os russos passaram a 30 km...
E independentemente agora de serem russos e serem espiões ou não, não vou entrar por
exemplo, mas é uma coisa bizarra, porque forças armadas sem obediência, não é obediência
a tudo, mas há questões de obediência e claro que a segurança é uma objeção
justamente, mas há, como tu perguntavas, o que está a inquinar esta questão nas
direções políticas é o fato de termos um proto-candidato e um proto-candidato que
se manifesta numa imagem de eficácia, autoridade, etc.
E, portanto, seria estranho, seria sempre de investigar e de apurar, o que aconteceu
quando 13 membros da armada...
E, aparentemente, o capitão do navio também...
Desobedecem, não é?
Quanto eu percebi?
Não, o comandante do navio deu o navio como apto...
O que eu sempre comentei é que o comandante do navio tinha admitido que havia problemas
mas ele deu como apto para a missão, a embarcação.
Isso não é o fundo.
E via água, mas não é o fundo.
Está a fatacificação.
Mas, enfim, que tenha havido uma recusa das órdenes militares é uma questão importante.
Agora, saber como é que um proto-candidato baseado na autoridade lida com isso é muito
importante.
Isto está a ter uma repercussão que, se não fosse eu, se fosse um chefe do estado do
estado de armada desconhecido, o caso não tinha.
Isto vem sublinhar mais uma vez, se ainda fosse preciso, que é muito má ideia ter um militar
como proto-candidato, seja ele o comandante, o administrante que eu venho, seja ele o que
quem for.
Olha, mas pega aí que agora fica a curiosidade para saber porque é que ele não foi à tropa.
Não, porque...
Já agora eu queria só dizer que, como é óbvio...
Agora vamos obrigar o homem a fazer...
A mostrar o botinco linho...
Não, porque nada.
E perante o país...
Como é óbvio eu dava a capa de vocês os três com um braço atrás das contas.
Claro, e eu acho que as forças armadas sabem disso.
Mas quando eu tinha vinte anos...
Exato.
Quando eu tinha vinte anos, tive um penomotorax e na altura em que eu fui à inspeção, eles
estavam...
Estava muito laço o critério, por isso até um penomotorax hoje...
Deixa-me só contar-te, rapidamente, uma sendo inquietadora da minha inspeção militar.
Mas tu foste à inspeção?
Fui à inspeção, tive que preencher uma série de coisas que eu sabia não fazer entre
uma corba...
Concertar um motório.
Não, não, não.
E o senhor estava a ver aquilo assim.
Não, não, não.
O senhor não sabe fazer nada, depois foi ver meu processo assim...
Ah, é, vem de direitos.
Vem de direitos.
Vem de direitos.
Tá explicado.
Entregamos ao Marús Varoujo, o cargo de chefe de estado de maior da armada, quanto ao
João Miguel Tavares, queres ser desta vez ministro do Contágio e a doença é perigosa
ou há para ela bons remédios, João Miguel Tavares?
Eu espero que haja bons remédios, mas isto gata escaldado nesta matéria e algo...
Está a falar do perigo de contágio no setor bancário, depois da falência de dois pequenos
bancos norte-americanos, o facto do Banco Central Europeu não ter recuado na intenção
de aumentar as taxas de juros e depois ainda de saber que o queres suíço também estava
em problemas, será que esta intenção, esta manutenção da intenção de aumentar de
novo as taxas de juros, é mais um prego no caixão ou será um sinal de que, apesar
de tudo, as coisas estão controladas?
Mais do que a questão do aumento das taxas de juros, no final da semana as bolsas recuperaram
das suas quedas, o que demonstra que aquela coisa é chamada confiante, é sempre bom.
Esta sexta-feira é uma reunião de emergência do Banco Central Europeu, não está tudo
ainda resolvido.
Por isso é que estamos aqui a falar disso, é que na verdade faliram dois bancos, não
é que foi o Silicon Valley Bank e o Signature Bank, mas entretanto já foram mais um nos
Estados Unidos que foi, digamos assim, resgatado a última da hora e na Europa existe a história
do crédito suíço que não é um pequeno banco, é um banco bastante importante, é
verdade que aí os problemas não são iguais aos problemas americanos, tem a ver com a
própria reputação do banco e com muitos negócios duvidados em que o banco, que já
estava meio intervencionado, se tenha envolvido.
E com o acionista problemático.
E com o acionista problemático vindo da Zárabia.
O Saudita.
Exato.
O Banco Saudita, que disse que não punha lá mais dinheiro e por isso é que...
Não podia pôr mais do custalio 10%, não podia...
Entrou em um colapso.
Não podia ir a um aumento capital.
Agora, o que é extraordinário nestas coisas é que as finanças, para quem não é um mega
especialista, de preferência doutorada em matemática por Harvard e consegue perceber
aquilo que é o funcionamento das instituições bancárias, continuam a ser pós leigos um
facto misterio, porque qualquer um de nós diria, ah, mas esta coisa das inflações
agora, isto é bom pós bancos, não é?
Porque isto está aqui a subir, estão a conseguir mais e os emprestes me dizem, mas
não, parece que é bom para muitos bancos, mas também há certos bancos para quem isto
é mau.
É mau porque quem tem dinheiro emprestado não paga e, portanto, há um buraco que
os bancos...
Ou seja, dinheiro investido em títulos comparados muito longos, onde hoje em dia a diferença
de...
A inflação faz com que haja uma diferença de jus muito penalizadora e, de facto, aquilo
cai por ali abaixo e há muita gente que nos diz, não, isto não é igual a 2008, não
é igual a Lemon Brothers e eu também gosto muito da credibilidade a isso e vamos todos
acreditar que não é igual a 2008 a Lemon Brothers, não é evidentemente que não estamos para
aqui a dizer que deve existir qualquer espécie de corrida ou que quer que seja, mas a verdade
é que aquilo que acontece nos Estados Unidos não deixa mais uma vez de ser problemático
porque o Estado, ainda que de uma maneira mais ou menos engenhosa para não dizer que
foi diretamente o dinheiro de estatal que foi para ali, garantiu os taxos de pósitos
que, no caso nos Estados Unidos da América, é até 250 mil dólares, mas garantiu todos
os outros depósitos, seja ou não, acima de 250 mil dólares, com boas razões mais
uma vez, que foi para impedir-lhe que as tecnologicas pudessem...
Não é só não ver contagem, é porque ainda por cima aquilo é o banco das tecnológicas
americanas e, portanto, se só se garantisse os depósitos até 250 mil dólares, aquilo
é que acontecia que muitas empresas podiam ficar sem dinheiro para pagar os seus salários
e de empresas perfeitamente viáveis.
O meu ponto aqui é que há sempre excelentes razões, mas a verdade é que os bancos às
vezes são too big to fail, este aqui era too medium to fail porque não era especialmente
too big e depois dá ideias que uns já que são very little também não deixamos too fail
e, portanto, dá-me ideias que são sempre os mesmos que agafarem depois, claro.
Como é que encaram o perigo de uma nova crise financeira mundial depois de uma pandemia
e a juntar a uma guerra na Europa sem fim à vista da Pedro-Mexia?
Pois é que a diferença entre a crise financeira e a guerra e a pandemia é que a guerra com
estas proporções e a pandemia em geral foram experiências que estamos a ter pela primeira
vez e, portanto, não havia, propriamente, nenhum de nós tinha memória de uma pandemia
e tem devido uma guerra na Europa, a Guerra 10 de Yugoslavia, foram mais do que uma guerra
na E, não teve as proporções mundiais.
Uma crise financeira já houve e nós todos temos, assim como as crises financeiras, tem
uma dimensão de pânico, uma dimensão psicológica de psicologia das multidões e das individuos
também.
É psicologia das massas no próprio sentido da vida do termo.
Nós lembramos que, em 2008, houve palpites, garantias, conversas sobre riscos estétemicos,
tubic to fail, etc., e não foi um momento que tenha credibilizado, especialmente, e
eu não estou a dizer que isso tem que ser uma ciência exata, porque não é, mas não
se pode dizer que aquilo que nos foi, ao longo do processo, em 2008, tenha credibilizado
as mesmas pessoas e instituições que nos estão a dizer coisas agora em 2023, claro
que o PCI mostrou-se sereno, mais ou menos, mas não é uma fonte de inquieto de tudo
que deriva a disteir o acontecido de uma forma mais grave, esperamos, que tenha sido
mais grave da outra vez há 15 anos.
Com toda esta incerteza, o que é que vai fazer agora a inscripto ao Moedas, tendo
a comprar a rica da Rua Espreira?
O meu vasto investimento em criptomoeda, na verdade não existe, Carlos, o que me disseram
...
Já precisou arrechear o colchão com notas de banco?
Não, na verdade, o que me disseram foi o seguinte, já agora, só para ficar claro,
de facto, eu não tenho nenhuma única criptomoeda, nenhum criptocêntimo, não sei o que é isso
que é.
Tu é mais NFT, não é?
É NFT, sim.
O que me disseram foi, não faça as aplicações financeiras que não percebas, como eu não
percebo nenhum?
Sim, é isso.
O que eu tenho é contas a prazo, é isso que eu tenho.
Contas a prazo, e portanto, que funcionam assim, eu ponho o dinheiro no banco, o banco
paga-me juros, cobra-me comissões de manutenção, feitas as contas que ficamos na mesma e já
é bem bom, já é bem bom.
Se não desaparecer de lá, eu já penso.
Mas já tivesse essa experiência.
Já tivesse essa experiência, portanto, se não desaparecer, é simpático.
Isto aqui, nós estamos outra vez naquela...
Você sabe lá o que vocês investiguem, certificados da Forro hoje em dia, ganhos de banhos?
Não, é pá, não me vale a pena falar-se-me disso, porque depois, porque isso...
Deixa-os estar ali, deixa-os estar.
Eu tenho só sugestão de desaparecer-se.
Exatamente, mas...
Conhecendo a minha sorte, conhecendo a minha sorte, é isso que já aconteceu.
Portugal acabava.
Nós estamos outra vez naquela altura, não é?
É o costume, não é?
Atenção, agora não se preocupe.
Agora é que há solidez financeira, agora é que há regulação forte, ainda assim continua
a ser tudo um castelo de cartas que qualquer bojarda no Twitter faz desmanchar.
E portanto, eu fiz, é como aquele...
É como aquele...
É como o subtítulo do Doctor Strange Love.
É, aprendi a não me preocupar e a amar a bomba.
Eu sei que alguém, alguns, alguma vez, vai ficar com o meu dinheiro, mas vai lhe aceitar.
Mas vai lhe aceitar.
O João Miguel Tavares fica, então, ministro do Contágio, agora é vez do Pedro Mechia
se tornar ministro do Autogolo, validade pelo VAR ou, entretanto, revisão da jogada, Pedro
Mechia?
Não é, bem, uma revisão da jogada, o VAR diz-se uma coisa e o jogador ignorou.
Ele ignorou o que o árbitro disse.
Pode parecer que vamos falar de futebol, mas não é bem isso, vamos falar de uma controvérsia
que envolve a BBC e as críticas que um comentador da BBC, a velha glória do futebol inglês,
Gary Linniker, fez ao governo britânico por causa da política de imigração.
Qual é o seu ângulo de ataque para esta questão?
O meu ângulo é o seguinte, o Gary Linniker há muitos anos comentador nesse programa,
do Match of the Day, que é um programa muito visto e ele é uma pessoa muito acarinhada
e conhecidos de seguras públicas e acontece que a BBC tem com os seus jornalistas e parece
que, com colaboradores regulares, uma cláusula, segundo a qual eles não podem, porque a
BBC sequer é imparcial, eles não podem exprimir opiniões políticas controversas, não só
na antena, mas como nas suas redes sociais.
O Gary Linniker, que tem um estatuto que dá para fazer o que lhe apetecer, fez um tweet
sobre a política de imigração do governo, eu acho que ele tem razão na substância
o argumento de Hitler, um nuncação muito interessante, misturar o Hitler com críticas
à política de imigração do governo conservador, não é uma ideia muito interessante, mas
ele tem o direito de fazer isso.
O que acontece foi que a BBC, perante isso, se suspendeu, depois tentou substituí-lo,
ninguém o quis substituir e agora deram o braço a trofecer.
E fez o programa reduzido a meses e outros, por favor, e o próprio Linniker, que não
se retratou, não pediu desculpa, não etc., vai dizer que, bem, ele nunca pensou que estivesse
abrangido por essa cláusula.
Bom, o que esteu em Inglaterra, de várias pessoas atacar a substância, ou melhor, a
questão de se o tweet dele era bom ou mal, se pode ou não chamar, se pode ou não chamar
nazi à política de imigração da ministra do interior britânica etc., quando, isso
que é uma discussão, legitimamente, esconde a discussão que eu acho mais interessante,
que porque carga d'água é que um cidadão, que nem sequer é jornalista, ad hipotecar
as suas opiniões só porque isso, indiretamente, vai ferir a suposta, mas é suposta, imparcialidade
da BBC.
É uma limitação absurda e só ficou clara, que é absurda quando foi alguém, como alguém
escreveu outro dia, maior que a BBC, que é o Lenin Karnay, mas é uma, que os jornalistas
o façam a uma margem para a discussão sobre isso, porque, evidentemente, se um jornalista
toma posição e se se ocupa de um determinado assunto, pode haver uma desconfiança sobre
a sua imparcialidade.
Agora, um comentador de futebol não pode falar da política de imigração, onde bem
deve ser com os termos que bem quiser, era só que faltava.
Como é que veio o argumento do Adity Léron, de Gary Lenin, que é Ricardo Araújo Pereira?
Oh Carlos, vejo como irrelevante, neste caso, é irrelevante saber-se a comparação com
o nazis, é justificada ou injustificada, e como é que estube neste caso, se aquilo
que foi dito é bem educado, mal educado, correto, incorreto, verdadeiro, falso, não
interessa.
Não interessa.
A questão é...
Para já, é notável a ausência de silêncio sobre este caso, notável aí, e eu gosto que
se ensaia...
A ausência de silêncio, ou seja, o ruído que ela que...
O ruído, finalmente.
Por quê?
Por parte de pessoas que concordam com o que ele disse, lá está, lá está.
Exato, exatamente.
Finalmente, a liberdade de expressão interessa já não é referida erónicamente como a sacroscente
da liberdade de expressão.
Exato, é isso.
A final, a cultura de cancelamento existe, as pessoas reconheceram, escreveram com todas
as letras, cultura de cancelamento, ou seja, há cultura de cancelamento, mesmo quando
o cancelado é milionário, mesmo quando tem outras plataformas para se exprimir, mesmo
quando é um homem branco a criticar uma ministra que é filha de imigrantes a propósito de
imigração, mesmo quando não é despedido, concorde com tudo, é possível falar de cultura
de cancelamento.
Agora, agora é só falta fazer o mesmo quando alguém diz uma coisa que não nos é simpática.
Exato, isso.
É isso.
A questão é essa.
E, portanto, é assim, não é?
Nós, neste caso concreto, claro que como sempre, não é?
Como sempre as pessoas perguntam, mas não há subtilezas aqui, há sempre subtilezas,
não é?
As subtilezas, neste caso, têm a ver, por exemplo, com o tal contrato, estáis regras
de imparcialidade que a BBC obriga às pessoas a cumprir.
Só que, reparem, isto, resta-se há algum tempo, reparem, outubro de 2016, jornal da
SANA pelo despedimento de Gary Línicar por infração das regras de imparcialidade da
BBC.
Janeiro de 2017, rejeitada a petição para despedir Gary Línicar da BBC por violação
das regras de imparcialidade.
Junho de 2020, antigo diretor da BBC diz que Gary Línicar pode partilhar as suas opiniões
políticas e isso não quebra as regras de imparcialidade da BBC.
Novembro de 2022, antigo diretor da BBC avisa Gary Línicar que está a brincar com o fogo
ao fazer pouco das regras de imparcialidade da BBC.
Setembro de 2020, Gary Línicar terá de aderir às regras de imparcialidade da BBC no novo
contrato que acabou de assinar de 5 anos.
Agosto de 2022, Gary Línicar em polémica sobre imparcialidade no Twitter com a jornalista
da BBC.
No setembro de 2022, ex-diretor da BBC diz que a adesão de Gary Línicar ao acordo com
a imparcialidade é um processo que está em curso.
Outro setembro de 2022, Gary Línicar violou a imparcialidade das regras de imparcialidade
da BBC e diz a BBC.
E portanto, o que é que se passa aqui?
Ação, ainda dizem que os poetas gastam papel.
Gastam papel, que este é bastante.
Mas reparem, a questão é a seguinte, a gente, este acordo, a gente pode aceitar limitações
à liberdade de expressão.
Vamos transpor isto para Portugal.
José Alberto Carvalho, o principal pivô da TVI, se calhar nós podemos aderir à
ideia de que talvez não seja sensato ele usar as suas redes sociais para dizer, o António
Costa é um vigorista, ou o Luiz Montenegro não serve para líder da oposição, porque
é o apresentador do principal jornal da TVI, mas o FUTRE, e o Línicar é o FUTRE, o Línicar
é o FUTRE.
É a ideia de limitar a liberdade de expressão do FUTRE, é uma ideia com certeza, com certeza.
Ver esta controvérsia como um caso de ataque à liberdade de expressão, ou encontrar nela
outras subtilesas para usar a expressão que eu vou ficar usando?
Não, subtilesas existem, mas as colegas disseram tudo o que é importante, ou seja, a ideia
de tentar que haja um diretismo de imparcialidade da BBC, consegue fazer algum sentido na perspectiva
da BBC, portanto tentou refastar-se na esquerda, agora claro, agora, esse é o ponto.
Eu, com jornalistas, aliás, sou um defensor que haja regras para as redes sociais, aliás,
nós estamos aqui na CIC, isso também na altura foi expresso, e houve polêmicas
à volta disso.
Eu sou totalmente a favor, acho que os jornalistas pela profissão que desempenho não podem
andar no Twitter, tipo uma espécie de salvagaria, e depois mostrarem-se pessoas muito bem computadas
quando estão a fazer jornalismo, é uma espécie de Dr. Jackle, Mr. Hyde, que não faz nenhuma
espécie de sentido.
Agora, lá está.
É isto.
O Sr.
F.
Bolista, e a própria BBC já reconheceu isso, ele de uma notícia onde diz que os trabalhadores
de Freelancer não afete a atualidade informativa, em princípio vão ter novas regras para ele,
que é o que faz sentido.
O Pedro Mechia fica assim, o Ministro do Auto Golo, estão entregues as pastas ministeriais
por esta semana, a altura para sabermos por que é que o Pedro Mechia, de novo ele, esta
semana muito virado para o mundo do desporto, o Pedro Mechia declara-se Pitchardo, e Pitchardo
mais do que Évoro, Pedro Mechia.
Não muito, uma coisa nem outra.
E mais uma vez, isto não é um tema sobre o triple salto, como seria, não imaginá-lo,
trata-se de...
Então não é um apoio escolher Pitchardo para o...
Não, vamos lá ver.
Há duas questões substantivas, e há depois as bocas e as questões substantivas.
Então já vamos descascar as discussão substantivas e as outras, porque precisam quadrar isto,
os dois campeões de triple salto, ambos naturalizados portugueses, envolveram-se numa troca de acusações,
depois de Nelson Nevere ter dito à radio observador que Pedro Pitchardo foi comprado,
e por isso é que conseguiu tornar-se português em apenas três meses.
Que seja três meses, mas que seja três meses para toda a gente, não que seja dez anos
por um atleta, porque realmente não teve a mesma oportunidade ou não teve as mesmas
cunhas, mas por outra atleta, por uma questão poluística...
Pedro Pitchardo teve uma coisa.
Foi comprado um atleta para poder ter resultados a curto prazo.
É uma referência hoje a dia.
Comprado, é uma palavra forte.
Mas é, mas é como é, porque temos atletas que chegaram antes do Pitchardo, cada um tem
a nacionalidade.
Nelson Nevere, o ataque contra Pedro Pitchardo vem nisto, Pedro mecia uma crítica justa
ao dor de cotovelo.
Há sempre uma reserva que uma pessoa deve ter em relação aos seus sucessores, no sentido
de aos campeões que se lhe seguem, aos presidentes que lhe seguem, etc., aos ocupantes do mesmo
cargo, porque parece sempre maule uma certa dor de cotovelo, uma certa amargura.
Mas o Pablo Pitchardo nasceu em Cuba, e vai se la saber por que é que ele saiu de Cuba.
Parece que no sítio extraordinário.
E, a certa altura, tornou-se atleta no bem-fica e foi naturalizado.
Toda a gente sabe que os serviços relevantes prestados ao país, presentes ao futuro, são
uma cláusula que existe em muitas leis de naturalização e acho normalíssimo que uma
pessoa que pode trazer vantagens para o prestígio, para neste caso do desporto português, possa
ter um processo mais expedito, não me choca, não me choca, não sei exatamente quais são
as outras comprações, nós temos a lançadora do peso que também é, não sei qual era,
na sobredade dela, mas também naturalizada e tivemos os decos e os pepses e montes de
gente no desporto, no futebol, melhoramente.
Não me choca nada.
Não me choca nada na naturalização, nem me choca nada a rapidez na naturalização.
Acho que este bate-boque de, tu foste comprado, mas chamar uma prostituta, tu és uma menina,
não sei quem é mais.
Não dignifica.
Acho que o Nelson Nevereus teve mal logo na altura em que foi apoiar um atleta de outro
país numa prova em que o Pitchard corria, aliás foi logo...
Saltava.
Saltava neste caso, em que levou logo nas orelhas do presente do Comitê Olímpico Português
e eu acho que ele fez mal e também não vejo que o Pitchard e o pai, seu treinador, também
tivessem ter entrado nesta troca de, não sou bem insultos, mas de remoques, acho que
eles estão a representar, estão a estiveram, estão a representar o país e, portanto,
isso exige uma certa compostura.
Nelson Nevereus, na sequência da sede ao mentor das declarações que fez, veio dizer que foi
mal interpretado, vê isto como um estelaçamento ou como uma tentativa de recuo, João Miguel
Dalvaro.
Vais isso com a desculpa mais batida e com falta de originalidade, que se usa cada vez
que alguém diz uma à genera, no espaço público, e depois vem dizer que foi mal interpretado,
não foi mal interpretado, acabamos de ver as imagens, não há mais interpretação na
quilo, ele utilizou as palavras erradas, provavelmente saiu-lhe, não se arrependeu em devido de tempo
e a verdade é que, embora o pitchard tenha sido desagradável na sua resposta, até agora
parece que é sempre Nelson Nevereus que começa, e é sempre ele que dá as primeiras cotoveladas
e depois a seguir a panha.
Justamente esta não foi a primeira vez que Nelson Nevereus falou da naturalização
de Pablo Pitchardo, que veio tirar-lhe o lugar de melhor atleta português do Trípolo
Salto, mas até aqui, Pablo Pitchardo nunca ele tinha respondido, respondeu agora e o
treinador, que é também o pai de Pitchardo, explica porquê.
Oímos todo e o vemos todo, em ocasiões não respondemos porque não nos preocupa,
mas parece que ele, como a primeira vez lo hizo, não lo respondimos, parece que ele
pensa que lo vai seguir laciendo, é hora de que ele responda para que sepa que Pedro
é bom tanto na pista como fora de la pista.
As razões para a resposta de Pablo Pitchardo nas redes sociais, uma resposta que saiu
violenta em que Pitchardo escreve mesmo a certa altura, a tua melhor marca é 17 metros
de 74, eu salto mais do que isso, de leggings com peridas e chapéu.
Será que se poderia promover uma competição entre ambos, Ricardo Araújo Pereira, para
ver se Pablo Pitchardo está mesmo capaz de saltar de chapéu e leggings?
Sim, eu isso pagava para ver, sinceramente, resolvam isso na pista, são dois grandes
atletas, as pessoas querem ver, não interessa, eu gostava de ter isso, são dois atletas
extraordinários, as pessoas querem ver o desempenho esportivo deles, que só está
ao alcance deles e de muito pouca gente no mundo, e não querem ir fiscalizar os vistos
do passaporte.
Parece que nessa história também a ensuridina um bem-fica Sporting ser relevante.
O bem-fica Sporting, mas onde?
No CF?
Não me convidem, eu quero esta proposta, vamos correr os dois, saltar os dois, um tem
leggings, outro tem chapéu, um vai com uma saca de batatas costas, isso interteima.
Parece que é uma esferesmo de avais.
O bem-fica Sporting no CF é parlamento, mas não quero ver.
Está esclarecido porque aqui o Pedro Mochias de Clara Pitchardo, quanto ao João M.
Alvaros, porque também quer ter um apelido novo de sentir-se antones com esta inflação
de antones no programa 2 não temo que sejamos multados pela AZAI ou pela autoridade da concorrência?
Não, a autoridade da concorrência é o que falta exatamente neste tema.
O tema que vamos tratar tem precisamente de haver com a inflação e com uma iniciativa
da Ministra Antunes, Maria do São Antunes, Ministra da Agricultura, ver como bons olhos
o João Miguel Tavares, o novo símbolo que vai servir de atestado nos supermercados de
que estamos a comprar um produto alimentar com o preço justo?
Acho que sim, era mesmo isso que nos faltava.
Era mesmo isso que nos faltava, era mais um selo e depois um observatório para meter
um selo, gente para desenhar o selo, funcionarmos porque quer limpar o selo, coisas para imprimir
mais um selo, o que é que seremos nós sem esse selo?
Mas como é que imagina que poderá funcionar o selo?
Não imagino nada, não, é um selo que mostra a justiça da cadeia de valor para perceber
que todas as pessoas, desde aquela primeira pessoa que apanhou a cebola, até tudo o que
passou até chegar à porta do supermercado, tudo aquilo que foi justíssimo e é uma cebola
feliz.
Quando vais ao continente, aqui estão cebolas felicíssimas porque têm sido justamente tratadas
durante todo esse processo.
Uma coisa dos preços dos supermercados é a maior trafolhice do governo para desviar
as atenções daquilo que é importante.
Histórico.
Se existe caracterização, e atenção, as conversas sobre os preços nos supermercados
até que ponto estão ou não a explorar para o doutor, quer dizer, é uma conversa anticuísima,
mas sabe-me para quem é que intervene isso?
Autoridade da concorrência.
É por isso que ela serve.
Se existe caracterização.
E já disse coisas desagradáveis, chama-se-me.
E sim, e aplica multas quando elas existem, é assim que funciona, mas é isso que funciona.
Porque quer dizer, sabe quem é que define o preço justo?
Quem define o preço justo é um mercado concorrencial a funcionar bem.
E quando um mercado concorrencial funciona bem, sabe qual é que é o nome que se dá
ao preço justo?
Que nome é que o preço justo tem?
É preço.
Isso.
É justo.
Esta semana falou-se muito...
Esta semana falou-se muito dos preços dos supermercados.
Muito dos preços dos produtos alimentares que estão a aumentar acima da inflação.
Diz-se, numa altura, em que as empresas de distribuição também estão a ver crescer
os lucros.
Veniste indícios de práticas especulativas, Pedro Mechia.
Vamos lá.
Bem, eu não sou nem socialista neoliberal e, portanto, não sou neoliberal de algumas
coisas, mas não acho que o Estado deve ignorar um problema social como é os preços do que
a base essencial te compra, mas também não ignora as questões de fiscalização, que
a autoridade de concorrência tem dita e tem multado em matéria de preços especulativos,
mas o preço fixo, como escreva a Susana Peralta no público, ou como diz o Ricardo,
a professora Susana Peralta.
A professora Susana Peralta.
Ele chama a professora todas as pessoas de quem gosta, mesmo que não sejam professores.
Neste caso, o preço fixo não funciona e não se sabe qual é, ou seja, não há uma,
não há uma.
E, portanto, essa ideia de que o Estado vai resolver as coisas, não garantindo a fiscalização
e as regras, mas com o selo, tudo que mete a selos, confesso que, em geral, me perturbo
um bocado, também há o selo...
Não tem.
Fetiu para fila atelista.
Também há o selo das boas notícias, lembram-se disso, não é?
Também havia um selo...
Também.
Que o Estado ou entidades competentes iam dar um selo do bom jornalismo.
E, portanto, estas ideias, eu não sou, eu nunca me virão no programa a dizer que eu
acho que viramos em Pyongyang, mas, de vez em quando, o PS tem, assim, uns chaltos para
frente de estatistas absurdos, absurdos.
Entretanto, o governo decidiu criar o Observatório dos Precios, o anúncio foi feito esta semana
pela Ministério da Agricultura agora e há sete anos.
Exato.
Porque esta entidade já tinha sido criada no Governo de Jeringonsa, no primeiro Governo
de António Costa.
Trá-se-se de distração, Ricardo Araújo Pereira, que será uma ideia tão boa que merece
a posta em prática duas vezes.
Eu creio, quer dizer, que gostava que fosse um Observatório para observar a observação
do outro Observatório.
Portanto, havia um Observatório que já estava a observar e, agora, cria-se um Observatório
para ver se o primeiro está a observar bem.
Em 2015, o Ministro era o outro, era Capola Sante, será que Capola Sante, o Ministro
da Altura, tem razões suficientes para vir processar Maria do céu Antunes à atual
Ministro da Agricultura?
Por pelágio, não é?
Por pelágio.
Só se o nome era diferente.
O primeiro Observatório chamava-se o Observatório da cadeia de valor.
Da cadeia de valor e agora este?
Eu não sei.
Você tem agora o Observatório dos Precios?
Eu há observatórios.
Mas notem também a plataforma do acompanhamento das relações na cadeia agroalimentar.
Eu vivi com uma pessoa que podia integrar este Observatório dos Precios, que era a
minha avó, que ela chegava muitas vezes a casa e dizia, serejas a 200 escudos o quilo.
E ficava sempre muito indignada, ela observava os paredes e irritava-se, imagina que seja
o que se faz aqui e portanto proponho a minha avó, agora já não dá, mas proponho senhoras
de idade para integrarem este Observatório.
Já se devemos, porque o João Miguel Tavares se declara Antunes, vamos agora tentar perceber
por que é que o Ricardo Araújo Pereira se anuncia, se abre, mais um apelido.
Pois anuncia, Carlos.
Não chega a ser Araújo e Pereira.
Toda semana quer ser se abre, Carlos, porque é notável o silêncio, é notável o silêncio
em torno de Miguel Cíabra.
Aqui o protagonista é Miguel Cíabra, um antigo presidente da FCT, da Fundação para
a Ciência e da Ativia.
Por causa de uma polêmica que nasceu no Twitter, quer contar a história.
Não nasceu no Twitter.
Não nasceu no Twitter.
O que aconteceu foi que no dia da mulher, acho eu, no dia da mulher o professor Miguel
Cíabra passou, ele é professor, passou por um cartaz sobre o dia da mulher e no verso
do cartaz garotujou a caneta, uma coisa do género o Homem Branco.
O Homem Branco está em vias de extinção na ciência, vamos comemorar o dia do survivor.
Exatamente.
E é notável o silêncio em relação a Miguel Cíabra.
Mas eu digo que nasceu no Twitter porque foi no Twitter ganhou escala e, portanto, na
quela altura era uma piada de casernas.
Bom, mas a questão é o seguinte, aquilo que o Miguel Cíabra escreveu em princípio
é uma piada.
Como é que a gente sabe que é uma piada?
Primeiro, há várias indicações.
Primeiro, é o facto de ele dizer que é uma piada.
A segunda é, está a escritar a mão no verso de um cartaz.
Quem está a falar a sério afique-se um cartaz, por exemplo, com 95 teses à porta de uma
igreja, quem está a agusar, gara-te-o já a mão, uma tese que nem sequer é bem uma
tese no verso de um cartaz.
E que assim não foi?
E que assim não, e que assim não, que estas duas pessoas querem quem afique-se a tese,
querem que...
Os escritas da máquina, querem quem...
O Lutero não escreveu a máquina.
Lutero e Miguel Cíabra.
Sim, que sejam ambos...
Isso é treta, o Lutero não escreveu a máquina, escreveu a máquina.
O Lutero escreveu a alma...
Pelo menos escreveu com caráteres impressos, aquilo está em exposição.
Imagina-se hoje não entender a letra dele.
Sim, que sejam ambos julgados por iresia é um bocado...
Agora, outra indicação de que aquilo é uma piada, de que a ideia de que o homem branco
está em extinção na ciência e que é preciso proteger o survivor...
São os números.
São os números.
Isso é o facto de, por exemplo, em 2015 o Miguel Cíabra ter ganho o prémio bial,
ele ganhou 200 mil euros, foi para ele e passou a equipa, e a equipa dele era composta
por Tatiana, Tolma Cheva, Sara Maia e Cristina Pires, para quem está preocupado com a extinção
do homem branco.
Que o estás a presumir, que são mulheres.
Eu estou a posumir que são mulheres.
Estou a posumir que são mulheres.
Agora, mas atenção, isto não chega, porque há pessoas que dizem assim, assim, com a
sugestesa, é uma piada, mas, primeiro, não tem graça, segundo, com isto não se brinca,
graças a Deus muitas, graças com Deus, graças com Deus, nenhumas.
E, portanto, a história do não tem graça, eu queria perguntar o seguinte, quem é que
decide?
Quem é que decide que não tem graça?
É que eu sempre tive a sensação que isto, das piadas, algumas pessoas acham graças,
outras não.
No tempo em que o YouTube tolerava, porque não era assim tão... não perturbava assim
tantas pessoas, que cada vídeo do YouTube tivesse não só os números dos pulgares
para cima, como também os números dos pulgares para baixo, no tempo em que isso ainda era
aceitável, essa barbaridade.
Eu, uma vez, vi 70 pulgares para baixo num vídeo do Chaplin, ou seja, há 70 pessoas
que não acham graças só ao Chaplin.
Quem é que decide que uma piada não tem graça?
É um comitê de sábios segundo, vamos supor que fazemos um referente mundial e 100% das
pessoas dizem, esta piada de Miguel Ciabra não tem graça, qual deve ser a punição
para pessoas que dizem piadas que não têm piadas?
Qual deve ser?
Eu, entretanto, a nova Medical School, que é uma school com o nome em inglês, a nova
Medical School criou uma comissão da avaliação, para avaliar uma piada, para avaliar...
Eles criaram uma comissão, se são médicos, acho eu, porque é a nova Medical School,
eu quero ver a Urina 2 destes médicos, eu quero saber o que é que eles andam a tomar
para formar uma comissão para avaliar uma piada.
Segundo, a não ser que não sejam médicos, quem é que integra a comissão?
Posso ser eu, eu acho que é uma trata-so de uma piada, eu tenho algum currículo nesta
matéria, se calhar eu e alguns camaradas de trabalho, podemos integrar esta comissão
uma vez que se trata?
Está a oferecer.
Sim, este caso é muito remunicente, o caso é muito remunicente do 2015 do Tim Hunt,
que é um senhor que também era, era prémio Nobel da Medicina, e uma vez no Twitter disseram
que ele tinha dito o seguinte na Coreia, perante uma plateia de mulheres cientistas,
é muito estranho terem convidado um monstro chauvinista como eu para falar a mulheres
cientistas, o meu problema com as miudas é, acontecem três coisas quando estamos no
laboratório, apaixonamos por elas, elas por nós, e quando a gente as critica elas
choram, talvez devesse haver laboratórios separados para rapazes e raparigas, e uma
senhora, jornalista, pôs isto no Twitter, claro que mais tarde descobriu-se o que ele
disse a seguir foi, não agora a sério, estou muito impressionado com o desenvolvimento
económico da Coreia, as mulheres cientistas desempenharam sem dúvida nenhuma um papel
importante nele, a ciência precisa de mulheres, as mulheres devem fazer a ciência, apesar
de todos os obstáculos e de monstros chauvinistas como eu, e as pessoas riram, se aplaudiram,
mas a que não tinha sido posta no Twitter, a que deu origem àquilo, portanto, uma pessoa
ser punida por piadas que não têm graça, valha-me Deus, mas é notável que você não
se entende.
Vamos aos livros e eu trago esta semana, calha bem, a propósito de provocações, um livro,
na verdade três livros no único volume, que é todo ele uma provocação literária,
aliás, desde o próprio título, Tuga, este joelho de quase mil páginas, é a reunião
da obra conjunta de Manoel da Silva Ramos e Alfas, o pseudónimo de João Alfacinha
da Silva.
É um caso de me vulgar dois autores que foram uma única entidade literária, publicaram
três livros no final dos anos 70 e princípio dos anos 80, todos eles livros com títulos
onde se percebe de imediato o tal intuito provocatório, Os Luziedas, em minúsculas
claro, As Noites Brancas do Papa Negro e Beijinhos.
São três livros que não respeitam convenções literárias e que quando as usam, é para
se subverterem, livros cheios de experimentação, tanto a nível da linguagem como da narrativa
e sempre com um humor truculento, meio selvagem, aliás, a introdução do poeta Manoel Portela,
dentro do mesmo espírito, tem por título sugestivamente, que grande calhamaço e depois
entre parênteses, a língua a ouvir-se, a vir-se, a rir-se.
Tuga uma trilogia de Manoel da Silva Ramos e Alfas, edição de V.S. Vasco Santos.
O João Miguel Tavares traz um ensaio sobre as origens da Guerra Fria.
Sim, já que várias vezes falei da Ana Apple, bom, é grande jornalista, grande historiadora
e a boleia da Guerra da Ucrânia, os seus melhores livros têm estado a ser republicados,
foi o caso do Goulart há pouco tempo, agora é esta cortina de ferro, também já tinha
estado disponível na civilização, mas a edição estava escutada, ela volta, vale imensa
pena para compreender aquilo que foi o estabelecimento da cortina de ferro na Europa a partir de
1945, a Ana Apple bantei a vantagem também de falar, pular, que ruso, e portanto fez
aqui um trabalho extraordinário de pesquisa e de jornalismo e de história, e é tudo
excelente.
Mas você já mexia, traz um livro sobre livros? Sim, é um livro sobre livros, tem este título
chamativo, que é o título dos 16 aqui recolhidos contra o Amazon, enfim, o Jorge Carrion
faz um ataque ao lado do hipermercado do Amazon, ao lado do concorrência desligado,
as condições de trabalho, a privacidade, tudo isso que nós conhecemos, mas no fundo
o que ele acha e essa é a frase a reter deste ensaio, é que o Amazon fez uma expropriação
simbólica do lugar da livraria, hoje em dia já não há livrarias, porque a distritorialização
matou o sentido de uma comunidade da livraria e o livro é mais interessante, acho eu,
desse ponto de vista, embora também as críticas pertinentes sobre o modelo da Amazon e das
livrarias online.
O Ricardo Erospre, traz um prefácio de Francis Colossin para um livro que tem muitas edições
disponíveis.
Mas esta, por que é que distingue esta das outras?
Duas coisas, as ilustrações do André Carrilho e o prefácio de Francis Colossin, que é
de facto importante.
Ah, o livro é um de sempre qual é?
É um de 1984, de George Orwell, que é um livro que tem sido vítima de uma espécie
de guerra cultural, em que...
Como aliás, o Orwell é geral.
Exatamente, em que uma certa direita tenta apropriar-se dele e uma certa esquerda não
tem problema nenhum, ainda deixa-lo ir e até achá-lo na Avelle.
Agora, Francis Colossin, e bem, ainda bem, faz um prefácio em que põe os pontos nos
is, por exemplo, resgata o livro, volta a resgatar, por exemplo, diz aqui, reparem,
diz que, por exemplo, a comunicação é um terreno, acerca desse livro, é um terreno
de batalha em que se exige um control total, nomeadamente traturando a linguagem, a nova
ilíngua é a mecânica usada para restringir o campo do pensamento, sim, é isso que acontece
quando se procura impor uma linguagem.
E já em 28 de fevereiro, o Francis Colossin, numa crônica nos presta chamada, e de repente
deve-se corrigir a literatura, a propósito do Orwell Dahl, escrevia que realmente, tal
como o senhor Winston Smith aqui neste livro, tem de rescrever jornais e textos do passado,
rescrever o passado é a essência do poder, e é uma abominação cujas consequências
são gigantescas, diz Francis Colossin, e eu acho que ele tem toda a razão.
E assim se conclui mais uma região seminal, dois a oito dias, à mesma hora, ou qualquer
hora, em podcast Pedro Mexia, João Miguel Tavares e Ricardo Boroujo-Pereca.
Machine-generated transcript that may contain inaccuracies.
Parece que o Mondego mete água. Os marujos insubordinaram-se e ficaram em terra. À hora do jogo do Benfica. Com russos ao largo. Está, pois, montado o folhetim em que o protagonista é agora um proto-candidato presidencial. Dois campeões de atletismo desentenderam-se em público. Aguarda-se o torneio que dirima o conflito, com um deles a saltar de leggings e chapéu. As perninhas dos banqueiros tremeram, esta semana. Como o sistema bancário é uma ciência oculta, quem souber rezar que reze. Rezar pelo controlo do preço das cebolas e das cenouras é que não vale a pena. Até porque o Governo anunciou a criação de um Observatório dos Preços - que já criou em 2015.
See omnystudio.com/listener for privacy information.