Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: Pinóquio, o “piquito” e a crise da habitação

Joana Beleza Joana Beleza 9/2/23 - Episode Page - 51m - PDF Transcript

Durante o mês de agosto, em que damos descanso aos nossos espectadores e ouvintes, Ricardo

Araújo Pereira sentiu-se em casa.

João Miguel Tavares garante que foi um santo e para Pedro Mexia foi um mês de zumba na

caneca.

Já de regresso, o programa que os nomes estamos legalmente impedidos de dizer.

Em primeiro lugar, a segurança e em segundo, sejam muito bem-vindos de volta a este fantástico

programa.

Esta semana a Renault assuma pasta da humanidade, uma pasta de enorme responsabilidade, a maior

delas todas, e é por isso que Renault criou o Human First Program, um programa único

que se dedica a garantir a segurança de todos os humans, não só os que conduzem, mas

também todos os que andam na estrada através de várias tecnologias de segurança.

Human First Program, em português, pessoas em primeiro lugar.

Podia ser um slogan genérico de uma qualquer campanha, mas neste caso, com resultados reais

a apresentar, não que os slogans dessas mesmas campanhas não sejam verdade, mas geralmente

referem-se apenas a um grupo seleto de pessoas, os próprios candidatos, as suas famílias

e amigos, são humanos na mesma, não são.

Mas bom, há muito mais para saber sobre este fundamental programa, vá ao nosso website

para descobrir tudo sobre o que Renault já faz por nós, os humans, na estrada, mas First

Program, usufrua deste programa que vai ouvir agora.

Ora Viva, sejam bem-vindos depois de um mês de ausência em que parámos nós, mas o mundo

não abrandou, o presidente da República foi à Ucrânia, que continuou invadida pelas

tropas de Putin, o Papa juntou multidões em Lisboa, falta agora fechar as contas da

jornada e saltou para a ordem do dia uma controvérsia sobre as circunstâncias que

fazem com que um beijo nem sempre seja só um beijo.

Vamos falar de tudo isso e de mais qualquer coisa, mas daqui a pouco, na distribuição

de pastas ministeriais, mas começamos para já com o debate que se instalou à direita

a respeito das candidaturas presidenciais para de 2026, daqui por dois anos e meio.

Qual é a pressa, Ricardo Arroz Pereira?

Carlos, isto...

Estou a citar um proto, um... alguém que é dado como proto ao candidato.

Um seguro é um proto ao candidato.

Já se falou de ele, tem se falado de ele também, não é?

Não sei.

Vamos lá ver.

Qual é a pressa?

Este jogo das presidenciais depende muito deste de timing, toda a gente se lembra que

Jorge Sampaio antecipou-se e essa jogada de antecipação fez com que ele fosse o candidato

da esquerda.

Tantai, mas está afetirado com a comédia.

Exatamente.

É uma questão de timing, o timing é muito importante, mas isto começa com o Marcos

Mendes, não é?

O Marcos Mendes.

Sim.

Primeiro, com uma entrevista à Pedro Nascendo da Lopes, em que o antigo Primeiro Ministro

elaborou sobre aquilo que considera ser o perfil necessário para o próximo presidente

da República, dizendo que não pode ser ninguém solene.

E depois...

Ele deve ter o cabelo penteado para trás e desidir a uma autarquia no centro do país.

Depois disso, Marcos Mendes veio assumir estar disponível para vir a candidata de Sarulém.

Uma vez que o disto aconteceu ainda em agosto, será caso para encarar este debate ainda

no âmbito de outra hora chamada Silicisan?

Não, lá está.

Isto é... há uma modalidade de bicicletas que eu não sei como é que se chama, mas

é num circuito oval e os dois competidores estão a andar muito vagamente.

Às vezes até param, a olhar um para o outro, e depois então arrancam.

Qual é que arranca?

E a corrida presidencial tem muito dessa... eu não percebo aquilo, devo dizer.

Estos estudios de governos sombres, do...

É, sim.

Sim, é.

Este programa.

Isso.

Isso.

Da que o que se chamava?

Assim já notaram que uma das nossas formas figuras retóricas favoritas é uma comparação

que demora a perceber.

Demora a perceber se é possível.

Quem dá alguém diz.

Então, o orçamento estava e alguém... eu próprio já disse.

Há um filme de Fassbinder feito com a produção Franco Alman...

Era só... era só uma pescadela de uns dos nossos estudios.

Os nossos estudios.

Eu vou fazer outra, que é mais fácil de perceber, que é.

Eu acho que o que estes dois fizeram, Marcos Menos e Santana Lopes, foi pôr o pé na água

a ver se está boa.

Então, pôr o pé na água, a ver se a água está quentinha.

O dedão.

O dedão.

E na verdade é um foco, os grupos.

É, até este produto existisse.

Alguém comprava, e agora estão a ver seus consumidores...

Numa corrida de fundo como esta, João Miguel Tavares, começar a correr tão cedo

não poderá provocar cansaço, desgaste, e até vir a tornar-se contra o producente

para quem... para o corredor que se percebida assim para a pista.

Não tem sido isso que a história tem mostrado.

Quem chega primeiro marca de terreno.

A Ana Salopes fez uma espécie de levantamento dos anúncios dos futuros presidentes da República.

E na verdade, Marcos Menos está no timing.

Que tem sido, em geral, ali a volta de dois anos, dois anos e tal, antes da própria eleição.

O timing não preste os propositados.

Você tem que seguir nós.

Mas tem que ser diferente.

Que o pessoal, em relação a isso, é diferente os que marcaram o timing, porque não eram apoiados

pela sua direção e os outros.

Não é bem a mesma coisa.

Mas tu, este, não sabes bem, não é?

Não.

Este, em princípio, será, não é?

Não sei.

Que haja outra...

Só estou a ver uma outra figura do PS.

O Peter Santana Lottes chegou a estar à frente com grande entusiasmo.

Nota que ele tem vindo a namorar o PS.

É, não é?

Luis Montenegro.

Diz que, afinal, ele vai voltar ao seu antigo partido.

Este, acho que há alguma espécie de dança.

Santana Lottes, que levou Marcos Menos a apresentar-se como pré-candidato, no comentário que faz

na CIC, foi a entrevista dele, Santana Lottes, também na CIC.

Parece plausível.

Sim, o Alfa e o Homega.

O Santana sempre está no princípio e no fim de tudo.

Eu acho...

Bem, ele diz, e quem sou eu, para duvidar.

Agora, na verdade, o Peter Santana Lottes é muito curioso, porque ele está, na verdade,

ainda a remover de 2004 e está a esperar a acabar a digestão para o Palácio de Belém.

Ele disse isso explicitamente.

Ele disse numa entrevista, faz muita impressão às relações entre a presidência e o governo

ao longo dos anos.

E eu acho que o país precisa de um ciclo novo nessa matéria.

Ele não só ambiciona ser presidente da República, como ambiciona reformular o seu papel na presidência

da República.

Eu...

Ega Giro de Verga.

Ega Giro de Verga.

Alés, ele escreveu também um livro até sobre isso, bastante interessante.

Onde é que ele parece sempre de mexer mais reunidas as primárias para as próximas presidenciais

à direita ou à esquerda?

Eu acho, não só acho que são reunidas em toda a direita como à esquerda, como tenho

uma proposta eleitoral.

Todos os candidatos, hein?

Era muito bom que os candidatos às presidenciais, não às primárias, mas às presidenciais, fossem

Marques Mendes, Santana Lopes, Durão Barroso, Pedro Passo Escolho, André Aventura, António

Guterres, Mário Centeno, Augusto Santos Silva, Ana Gomes, Francis Casiz, António José Seguro,

um candidato do PCP, um candidato do Bloco, um candidato do PAN, três desconhecidos e dois

com o Bloco.

E passava a segunda volta.

Passava a segunda volta.

Que tiveram 8%.

Que tiveram 8% de passar a segunda volta.

Porque isto realmente, atenção.

Ainda dizem que faltam talentos na política.

É possível que o limiar de passagem à segunda volta seja o mais baixo de sempre.

Evidentemente nós sabemos que há...

Vai haver uma decantação.

Vai haver uma decantação e que há um most valuable player em cada um dos campos.

Ou seja, se passos quiser, ninguém vai avançar contra passos.

Aventura já disse que não avança se passos avançar.

Pronto, então ainda larga mais e também diminui mais, enfim, dependendo das contas.

E não falei do António Costa.

Mas acho que isto não é o tipo de cara que passa o escoelho.

Eu acho que, na verdade, existe, a partida, um candidato mais óbvio, do ponto de vista

da história da personalidade, que seria Marques Mendes para o PSD e Santos Silva para o PS.

Não são, nem a direita nem a esquerda, os meus favoritos.

Enfim, a esquerda não tem favoritos.

Mas acho que é o que faz mais sentido.

Santos Silva para os caras institucionais todos que desempenhou pela...

Faltou aí o Guterres.

Não, o Guterres está...

Não, o Guterres, atenção.

O Guterres eu acho que é a única pessoa desta lista que ganhava a primeira volta.

Isto é que vai ser que quando o Guterres ganhava a primeira volta.

Mário Centeno ninguém sabe o que é que vale.

Ah, e há o Almirante ainda.

Ah, pois?

E, portanto, isto é muito divertido.

Porque, na verdade, isto não são provavelmente tirando no caso do PS um bocadinho.

Não são provavelmente linhas políticas, não.

Há uma diferença muito grande entre a linha política dos vários candidatos,

só para os candidatos do PSD.

Há uma diferença grande entre a linha...

Seguramente.

Sim.

Tempramentos políticos.

Sim.

Tempramentos, ambições, mas eu percebo que seja útil para os próprios marcar o lugar

que vai ter a senha o mais ser possível.

Mas sou útil para os próprios, para o país ainda diferente.

Quem tiver que ser será.

E os candidatos mais fortes não dão...

Os mais fortes, que são muito poucos, não dão mesmo hipótese.

Se você se passa escoelho e disser candidato na presidenta da República,

está morta a questão à direita, não é?

Por isso eu acho que ele não vai fazer.

Suponho mesmo.

Logo veremos sobre presenciais daqui por anime e falamos,

como diziem Marcos Mendes.

Portanto, se calhar, vamos falar antes.

E vamos então à distribuição de pastas e aos temas que marcaram este mês que terminou,

mês de agosto, com o João Miguel Tavares a querer ser ministro das quedas totalmente acidentais, claro.

Claro, então como não, não é?

Estamos a falar do acidente, cada um que ponha as aspas agora onde quiser,

que captou o grupo Wagner, dois meses depois da revolta dos mercenários contra o Kremlin.

Acredita em coincidências, João Miguel Tavares.

Acredito, acredita em coincidências, porque elas são primeiro planeadas pelo Vladimir Putin.

Eu acho que sim, sim.

O Kremlin já cumpriu uma etapa essencial neste processo,

que foi ir ao encontro daquela máxima que diz,

nunca acredita em nada, que não tenha sido desmentido pelo Kremlin.

Não, exato, exato, exato.

Quer dizer, e Putin tem realmente essa qualidade,

não é ele que decide as coisas que acontecem por acaso?

E de repente nós vemos um avião desabar, note-se,

não apenas com o número um do grupo Wagner, mas também com o número dois.

Eu acho que tantas, as pessoas às vezes perguntam,

mas por que eles parou dois meses e tal?

Espera que eles se juntassem.

Espera que eles se juntassem, ficassem lado a lado no mesmo avião.

Isso se chama produtividade, fica mais barato.

Não fala pena estar a gastar duas bombas quando podes.

E a verdade é que todos nós achávamos que aquilo tinha sido

uma demonstração de fraqueza.

A tarde dois Wagners com uma granada.

Exato.

Mas todos nós achávamos que tinha sido uma demonstração de fraqueza.

As pessoas perguntavam-te, mas como é que é possível

ver este senhor a marchar sobre o muscovo e depois não lhe acontece nada?

Há alguma espécie de amnistia geral?

Vá para a sala, vai para a bela Rússia, continua a cozinhar.

E de repente, puf!

Não marchará mais?

Não marchará mais.

E portanto, assim de repente...

Eu não gostaria de ser um inimigo do Vladimir Putin.

Como é que interpreta Pedro Mercier o facto do funeral do perigogine,

tal como o do fundador, número dois do grupo Wagner,

de terem sido funerais feitos de forma quase clandestina

e sem honras de Estado,

apesar de ambos terem condecorações de herói da Rússia

que supostamente dariam para que o funeral fosse um funeral testado?

De vista do regime, seria má ideia que fosse um funeral aberto,

porque desde o Azuma haveria uma constação pública,

logo que reprimida naturalmente,

dizendo que ele foi assassinado pelo Putin,

ou então havia uma onda de emoção pelo herói da Rússia,

sendo que o herói da Rússia é o senhor que esteve a duas horas de muscovo há dois meses,

e aquilo de facto nós já falamos aqui da maioria das pessoas,

não só os especialistas como nós,

estarmos hoje apanhar bonés no que respeita aos avanços das tropas,

mas eu devo dizer que nada me surpreendeu mais,

surpreendeu a resistência da Ucrânia,

mas nada me surpreendeu mais que uma coluna de tanques

chegar a duas horas de muscovo sem ser detida,

sem ser bombardeada, sem ser com a população,

quando elas passavam claramente apoiando,

ou no mínimo, desentressada,

e portanto aquilo foi um golpe muito grande.

E as guardições militares?

Exatamente, e portanto aquilo podia,

foi não só a primeira tentativa de possível golpe que nós vimos,

a que nós assistimos em direto,

como foi até agora a única pessoa,

todos os adversários de Putin e quase todos já mortos,

eram quase todos, um ou outro que não,

mas quase todos eram exteriores ao regime,

eram jornalistas,

eram oligarcas mesmo que mantivessem relações com o regime,

e há um ou outro político que era mais um insider,

mas neste caso era, este senhor era o capataz,

era o capataz e que provou também, mesmo antes do levantamento,

provou que o exército russo precisa de subestablecer alguns sítios,

porque já não tem poder militar, aparentemente,

além do mais, além do mais, a rejega a amificações da Grupo Wagner,

em África e tudo mais, e isso que se vai ver agora a seguir.

Mas foi uma série de surpresas terminado, numa não surpresa,

eu gostei muito do comunicado do Kremlin dizer

que é possível que tenha sido atentado.

Eu gostei muito, eles fizeram uma investigação muito apurada,

eu acho que aquele relatório foi mais rápido de produzir

que o relatório aqui das secretas que demorou 20 segundos,

a dizer, não, não, isto não, nada.

O que é que a morte de Prigogin, e antes dele,

de uma longa lista de vítimas, de estranhos acidentes,

revela-se sobre a força ou a fraqueza do Kremlin e de Putin?

Isto, para já foi uma das coisas surpreendentes da quinzena,

quando a pressão na televisão de Prigogin morreu,

que foi uma das grandes surpresas desta quinzena,

eu, quer dizer, se eu fosse diretor de jornal,

no dia 23 de junho, no dia 23 de junho,

o Prigogin rebelou-se contra Putin.

Deve haver linguagem desde esse dia.

Em princípio, a notícia está escrita desde...

Pois ele só morreu dois meses depois, em 23 de agosto.

A notícia estava escrita certamente desde essa altura.

Eu, se fosse diretor, diria, pá, ponham aí, morreu o Prigogin,

e depois deixam só um espaço.

Aí o DDS ia mandar, comeu uma sopa de novia e choque.

Neste caso, foi avião, e pronto, no dia, ponham-nos para cinco,

bom dia, está feita a notícia.

Somos os primeiros a dar no dia em que ia acontecer.

Esta, há aqui uma espécie de...

Parece-te porque o Kremlin é muito forte,

ou porque o Kremlin é fraco ao ponto de ter de eliminar

100 meias medidas quem lhe faz frente.

Às vezes parece-se uma modalidade especial de eutanásia.

Ou seja, a Rússia não discutiu o problema, não aprovou,

mas o Estado ministra eutanásias informais.

Toda a gente, quem se quiserem escrever, diz assim,

eu sou contra o Putin, tome, já está, leve-lo muito rapidamente.

Tenho o seu desejo satisfeito.

Entregamos ao João Miguel Tavares, a pasta de ministro das quedas,

quanto ao Pedro Mexia, quer ser desta vez, ministro del Piquito.

E eu lhe disse, um piquito e ela me disse, vale.

O beijo na boca, em tempestivo do presidente da Federação Espanhola,

de futebol a uma jogadora da seleção,

no momento da celebração pela vitória no Mundial Femenino,

um episódio que já fez correr rios de tinta,

que ainda não está completamente concluído.

Vê isto, Pedro Mexia, no âmbito de um contexto de euforia pela vitória,

ou parece-lhe que é considerar o facto da Robiales

ocupar uma posição de superior e erárquico de Rene Hermoso, a jogadora?

Bem, o contexto de euforia pela vitória já tinha tido no episódio anterior,

que esteja de uma forma ainda na bancada,

enfim, muito física também, ou seja, muito físico.

Ao lado da realeza?

Vamos lá ver, eu arritou um bocadinho,

que nas reações a este caso,

houve as pessoas que diziam que isto era uma coisa do ouquismo.

E eu, como antigo ouquista militante,

fiquei bastante ofendido com essa sugestão,

porque é evidente que um superior e erárquico

não pode dar um beijo, supostamente não consentido.

Não houve tempo para o consentimento.

Exatamente.

Não parece ter havido.

Neste caso é uma jogadora enfrenta todo o mundo,

e mesmo que não fosse enfrentar todo o mundo,

isso parece evidente.

Não queria que haja dúvidas sobre isso,

não tem nada a ver com o ouquismo.

Não tem nada a ver com o ouquismo.

Só se beija pessoas com quem se tem uma relação pessoal,

ou pelo menos consentida no momento em que isso acontece,

o superior e erárquico,

imagina que ela era namorada dele,

acho que não era um sítio apropriado para beijar a namorada.

Há o exemplo do casilhas e tal.

Sim, mas o casilhas e a carbonero,

nenhum deles era superior e era do outro.

Não era o superior e o erarquico.

Mas, portanto, o que ele fez foi evidentemente errado.

Mas depois o que ele continuou a fazer,

também não ajudou.

Aquela coisa do...

não me demite seis vezes,

com aquela gente toda aplaudir.

Não foi assim um espetáculo,

provavelmente muito...

muito significante.

E, ainda por cima, segundo algumas notícias,

pode sobrar para nós,

porque nós temos uma canidatura conjunta com a Espanha e a Marrocos,

e também não se sabia o que era a posição da Federação Portuguesa e tal.

Tito isto, evidentemente.

Houve sobre reações em que isto é repetido para quem não ouviu,

porque convém sempre.

Não é aceitável e ele devia demitir-se,

ou ser demitido,

mas não é uma violação,

não é uma série de outras palavras que as pessoas usam.

É essa ideia de que todos os atos imprópios

são da mesma natureza,

não é bom para ninguém uma violação.

Desvalorida os atos mais graves?

Sendo que não é aceitável pelas razões que eu disse.

E também não me parece que essa ideia de que dizer isto seja

entrar na moda de não sei o que.

Isto já era, vou utilizar a formosa expressão do 1940,

enximente por aventuras asaçantes,

isto já era errado em 1940.

Não se tornou errado com modas-nhumas recentes,

beijar na boca,

número um, uma pessoa que supomos que não consentiu,

segundo uma subordinava, digamos assim.

E, portanto, aparece-me aquele,

evidentemente, e eu não acho difícil que ele,

com o governo e a FIFA,

e toda a ajuda atrás dele,

acho que não há clima.

Ver este assunto e as reações que eu estou a provocar,

Ricardo Araújo Pereira, como um ato isolado,

um comportamento individual,

um indivíduo concreto,

ou como sintoma de algo mais profundo.

É mais uma vez, não queria acreditar, Carlos.

Foi também surpreendente.

Parece que há grunhos no dirigismo esportivo,

não dá para esperar disto.

Ainda por cima deste grunho específico,

um senhor com uma vida económico-financeira,

impoluta, sobre o qual não pendem

quaisquer suspeitas de focatruas e maróscas

e negócios obscuros e tal.

Fiquei muito surpreendido.

Como eu não conheço bem a figura,

é verdade.

Ele tem imensas supeitas.

É uma figura que eu não conheço suficiente.

Não é preciso.

É um presidente da federação.

É um presidente da federação.

Naqueles corredores, na FIFA,

todas essas organizações impolutas.

O que vai ser o próximo presidente da federação,

segundo os jornais?

Não, vai candidatar-se.

Sabemos que vai ser.

É o fico, não é?

É o fico.

O Carlos, isto era aquilo que o Pedro estava a dizer.

Dizem que está maduro para o cargo.

Era aquilo que o Pedro estava a dizer.

A gente não é...

Agora deixou de se tolerar isto.

Isto nunca se tolerou, não é?

Beijar na boca uma...

Às vezes não fosse tão falado antigamente.

É possível que não fosse tão falado.

Mas está de rara mesmo.

Esta empresa teve um trimestre maravilhoso,

o clotilo da contabilidade.

Não, nunca foi admissível.

Em lado nenhum, em lado nenhum foi admissível.

Mesas as pessoas dizem,

mas às vezes no futebol,

há aqueles abraços suados e tal.

Lembram-se quando fomos campeões em 2016.

Fernando Gomes, presidente da federação portuguesa.

Não deixou na boca.

O Éder, por duas razões,

porque provavelmente achou.

Eu não tenho direito de beijar este tipo na boca.

Mesmo que querem muito.

No número 2.

Tem que pôr em mix de peste.

Tem que pôr em mix de peste.

Outra que é, é provável que este senhor

não queira ser beijado por mim.

Tal como aquela jogadora,

aquela jogadora,

que sempre o juízo para ela

está a provocar.

Ali está da campeã do mundo,

à frente do homem.

Em princípio, aquela jogadora

não queria ser beijada na boca

por um careca de maior idade.

É para dizer, não repara.

Você não tem essa sensação.

Na qualidade de carecas de maior idade,

você não tem muita sensação

de que pessoas desconhecidas,

em geral, não querem.

E até conhecidas.

Às vezes até conhecidas.

Às vezes até pessoas que são

contratualmente obrigadas a fazer.

Não desapetece.

Quanto mais aqui.

E portanto, esta história,

esta história,

este tipo de pessoa,

o que acontece é o seguinte.

Este tipo de pessoa

tem vontade de fazer uma coisa.

Acha que o mundo está a cá

para ele satisfazer as vontades.

E por isso...

Como é que comenta a greve

de fome da mãe do presidente da

Federação Espanhola

em protesto contra aquilo

que considera ser uma perseguição

ao filho?

Já saiu.

Já saiu, sim.

Mas é outra coisa.

Você saiu para o hospital?

Está bem.

Está bem, certo.

Mas lá está, é um episódio

que enviabiliza

um argumento frequente

que a gente colocaria

a este careca de maior idade,

que é gostavas que fizessem isso

à tua mãe.

Ou seja, que um senhor desconhecido

dela, que não é das suas relações próximas

e que ela não quer que o beijo na boca,

gostavas que fizesse a sua mãe.

A mãe, pelo juíste, está a favor disso.

É que nessa mesma cerimônia

não há só o piquito,

é também o tomatito.

Tomatito, sim.

Tomatito é uma série de coisas.

Mas reparem, este argumento,

mesmo este argumento,

às vezes as pessoas perguntam

como é possível.

Então ele não tem filhas,

não tem mãe,

não tem amigas.

É um bom argumento.

Porque isto é independente

de tu ter filhas, amigas e mãe.

É independente.

É uma questão de descensia base.

As pessoas não dizem assim,

oh Vlad,

então tu não tens filhos judeus

para perceberes que aquilo

do holocausto realmente

não foi uma ideia excelente.

Não é preciso.

É possível a gente ter

essa ideia sem...

O caso gerou uma revolta

em larga escala

com os jogadores técnicos,

dirigentes,

a dizerem que não volta

a uma seleção espanhela

enquanto o Robial,

este, se mantiver,

como presente da federação.

Como é que acompanhou este

de debates,

amigal Davares?

Bom, eu acompanhei mal

porque estive num grande péreo

pela europeu

e o único beijo que acompanhei

em grande talho

foi o verdadeiro

e o mais famoso do mundo.

O duclinte.

O duclinte.

Eu estive em Viena,

com a família,

no Belvedere,

no próximo Belvedere,

e isto lá estava o clinte.

O seu bicova lá.

Sim, o beijo

e é realmente magnífico.

E não sabemos se foi consentido.

É, parece que foi.

Há um enlêvo.

Há um enlêvo intervalo.

Há um enlêvo.

É um casal apaixonado.

É absolutamente deslumbrante.

E estão vestidos para a ocasião

com aquelas...

Com aquelas douradas.

Aquelas lantejolas.

Sim.

Aquela manto douradinho.

Exatamente.

Aconselho muito,

a quem puder,

ver aquele beijo.

Já este,

foi menos interessante.

É isto.

Foi menos conseguido.

Foi menos conseguido.

Foi...

Não me deixas dizer mais

porque agora vem

a parte mais plémica

porque eu acho que

esteve toda a gente mal, ok?

Toda.

A miúdita também teve mal.

Não.

Teve mal lá posterior

mas só deixamos especifici...

Estas são as duas imagens do auto-carro.

Sim.

Ou seja, aquilo que ele fez

é uma coisa totalmente inadmissível.

E pois disso,

vieram imagens,

imagino que colocadas também pelo próprio,

a mostrar o que se passou no auto-carro

e com as jogadoras todas aparentemente,

a festejar e a desvalorizar

e até brincar e agusar com o que aconteceu.

E portanto,

é evidente que

essas cenas do auto-carro

colocam a gênia hermoso

em causa, pela indignação

que ela mostra em primeira altura,

mas é isso que eu ia dizer.

Agora,

não colocam em casa a substância do caso.

Ou seja,

podem fragilizar a indignação

da jogadora de futebol

e das jogadoras da seleção de futebol,

mas, de tudo, podem colocar em causa

aquilo que aconteceu,

ou seja, aquilo é inaceitável.

Não sei se pode falar de indignação.

Ela foi desconforto.

Sim, mas as imagens,

o problema de colocar aquelas imagens...

Ela não deu nenhuma entrevista,

não cavalgou a situação,

só disse que não tinha

um beijo não autorizado,

não fez...

As jogadoras da seleção espanhola

e, pois, são nunca mais,

voltaremos a jogar enquanto ela conseguiu.

E isso, em vida,

houve uma onda que foi tomada.

E por isso é que aquelas imagens são libertadas,

que é, vejam como eles estavam divertidos

depois disso que aconteceu.

É evidente que aquelas imagens

fragilizam a onda de indignação.

Agora,

elas são absolutamente irrelevantes

para o caso rubiá-las,

porque, independentemente

da reação que elas tiveram

logo após o acontecimento,

é que ele é totalmente inaceitável

e o senhor devia ter consciência

O Pedro Mecia fica, então,

o ministro del Piquito

e é a vez do Ricardo Araújo Pereira

se tornar ministro do retorno.

Retorno espiritual ou material,

Ricardo Araújo Pereira?

Câmara diz, propriamente dito.

Bom, é que houve muito retorno espiritual.

Vi até alguns responsáveis por aquilo

a dizer que,

terminada a jornada mundial da juventude,

era até mesquinho estar a falar

em dinheiro que nojo,

porque, depois do ganho espiritual

que ela tinha representado para todos,

da experiência mística excelente

que tinha sido,

não fazia sentido estarmos agora

com esses materialismos.

Só que, antes da jornada mundial da juventude,

era, o argumento era esse,

era não calma,

o argumento era o contrário,

não seja um mesquinhos a falar

do dinheiro que vai ser investido

porque vai dar um retorno

que vai, o problema foi,

isto que aconteceu foi o João e o Pedro Feijão,

só que os Feijões não eram mágicos,

não eram mágicos,

no sentido em que os Feijões mágicos

fizeram com que o João conseguisse chegar ao céu,

não é? Aqui,

se calhar, veio o céu ter connosco,

se calhar foi isso,

que o Pedro Feijão não cresceu, de facto,

como prometido, mas o céu vai ter connosco.

E depois das jornadas,

ou da jornada,

alguns comerciantes vieram que achar-se

que consideraram o retorno financeiro fraco

e que ficou a quem daquilo

que lhes tinha sido sugerido

que ia acontecer.

É isso.

Trava o excesso de expectativas,

excesso de entusiasmo,

ao nível económico.

Mas essas expectativas,

esse excesso das expectativas

não é dos comerciantes,

foi o que lhes foi dito

várias vezes, repetidamente,

foi que eu tenho impressão

que o Carlos Moedas

até fez as contas.

Fez as contas.

Isto, como tirou o lápis

da quira que tinha a cavalo da orelha,

pegou num bloquem e disse assim,

ora, bom, isto são um milhão de visitantes,

a cinco euros de idades por dia.

Até ter sido avançado um número...

Houve vários números,

eram centenas de milhões de euros.

Todo o caso,

mesmo,

tendo em conta as queixas

dos comerciantes.

O que é facto é que o presidente

da Câmara de Lisboa,

apoiado pelo que poderemos designar

como o índice Pinocchio,

não percebe as razões de queixa

dos profissionais do comércio.

Eu não tive essa percepção.

Uma das pessoas

que ficou lá em minha casa,

que é brasileira,

foi até aqui, aos restauradores,

ao famoso restaurante Pinocchio,

e havia fila cá fora.

Carlos Moedas,

com uma percepção diferente

dos comerciantes que se queixaram

do fraco retorno financeiro

da passagem do Papa por Lisboa,

como é que avalia, Ricardo Araújo Pereira,

a fiabilidade deste indicador

económico inovador

apresentado por presidente da Câmara?

Ilvedíssima, Carlos.

Eu, hoje, quando gostava

de sair à porta do Pinocchio,

e estava lá uma visita de estudo do Izeque,

os miúdos todos, com os seus cadernos

de apontamento, a ver como é que está

o estado da economia portuguesa tendo,

em conta, a dimensão da fila do Pinocchio,

levar uma fitamétrica, cada um com a sua

fitamétrica, e depois

de medida a fila do Pinocchio

concluíram que estamos muito bem.

E vai haver, portanto,

novidades em breve.

O Pinocchio não safava no polígrafo.

Acho que não safava, pois não pegava.

Era, era inmediatamente, sim,

foi por causa de pessoas como o Pinocchio

com o polígrafo fecriado.

Foi caso é usar o seu bares de Pinocchio?

O João Miguel Tavares, católico

por empréstimo, já saiu

quando se ficou várias vezes como

católico a teu, esteve diretamente

envolvido de jornada

que trouxe o Papa Lisboa,

depois daquilo que assistiu,

presumir, um pouquinho louco

e em que participou, como é que é entendendo

esta questão do retorno económico, o João Miguel Tavares?

Eu, de facto, conspirei contra a autelaria nacional, porque tive 4 alemães lá em casa

e que não estiveram a ocupar um lugar num hostel ou num hotel lisboeta, portanto eu

prejudiquei por esse lado da atividade económica, mas as contas da economia são difíceis

de fazer.

Ao mesmo tempo, aqueles eram 4 alemães marmanjões, nós tínhamos que lhes dar um pequeno almoço,

ainda lhes damos um jantarito e tal, e comiam que se faltavam, portanto, que claramente

o supermercado de lá da rua, teve a vida facilitada.

E há também aquelas empresas que fiz que estabeleceram protocolos, as empresas que

estabeleceram protocolos, onde o pessoal ia comer, porque eles podiam ir comer a determinados

sítios específicos, lhes davam os almoços e os jantares, esses certamente tiveram

umas contas bastante jeitosas, portanto, também dependem de onde é que se vai perguntar,

se formos a bater à porta dos hotéis de 5 estrelas, que aliás não estavam cheios de

periglinhos.

Outros terão tido a sua vida mais facilitada, mas acho que foi da ordem dos, daqueles milhões

políticos.

Não precisa ideia, quando tenham sido nos maiores, mas ficas lá com um parque, ainda

por cima é um daqueles eventos que a Direita apreciou, por motivos religiosos e tudo

isso, e acho que a Direita também apreciou por causa do multiculturalismo, portanto,

foi um evento, um evento de todos, todos, todos, um evento de todos, todos, todos, e eu...

Foi ver o Papa, Pedro Mexia.

O Ricardo precisava de cótomo em casa.

Só se... é fácil.

Não.

É mesmo que eu precisava.

Não fui em nenhum dos eventos, mas tive na Ana, no Enquanto em que o Papa, o Papa esteve

em blank.

Mas quer dizer, uma coisa sobre essa...

Mas o Anel?

Não, não.

Estive sequer, no mesmo piso que ele.

Queria só dizer uma coisa sobre esta história do retorno, porque o retorno não é, nunca

foi, a melhor dos argumentos.

Havia, para não termos no tempo, havia dois argumentos relevantes.

Um era o óbvio, desse que era um argumento, é um pré-argumento.

Devo ou não haver um bom acolhimento em Lisboa, acolhimento favorável a uma gerada

mundial de 2018, que vai trazer um milhão de pessoas.

Sim, é evidente.

Isso para mim é pacífico.

Segundo e discutível e problemático, o financiamento deve ter que intervenção

com dinheiro público, por oposição ao que aconteceu em Espanha, etc., onde houve pessoas

privados e houve um financiamento de outra natureza que não com dinheiro público.

Isso eu preferia que tivesse sido outro modelo e não este.

E o terceiro foi aquele que o João Miguel disse, mais do que como é que correram os

restaurantes e os alojamentos e os hotéis e o que foi naquela semana, é importante

saber o que é que fica para Lourdes e Lisboa, se aqueles espaços vão ter utilização,

se os concertos vão haver concertos ali, etc., etc., e eu acho que isso é relevante.

Nunca acredito muito que a jornada mundial da juventude, se o seu sucesso me disse em

bifeiras vendidas, nunca acredito muito.

Eu vou te mostrar uma compilação razoavelmente longa do Carlos Moedas, de gente a argumentar

o argumento decisivo do retorno e depois do momento exato em que não se verificam

desse retorno, porque contou foi a experiência mística.

Mas eu não vou falar de experiência mística, não estou falando nem de retorno, nem de

experiência mística.

A experiência mística é uma coisa que só diz respeito aos clientes.

A gente vai em sei.

E uma destas é a cara.

E o retorno, não era um argumento forte comparado com os outros.

Não sei como é que está a experiência mística.

O Ricardo darou-os para ficar ministro do retorno, e isso também trago das pastas

ministrais.

Nesta emissão de regresso em que estamos a procurrer alguns dos temas que dominaram

o espaço público durante o mês de agosto, temos estado a procurrer as sistemas e agora

temos de ir a correr para as que faltam.

E a altura de sabermos, o que leva o Ricardo Darou Espereda, outra vez ele, a dizer que

se sente em casa, mas não é porque tenha passado no refugio do lar este último mês,

espero.

Não todo, não.

É para falar do veto de presente da República, o pacote da habitação, de propósito do

governo.

Qual das várias razões apresentadas por Marcelo ele pareceu mais contundente, Ricardo.

O presidente classificou o projeto, entre outros aspectos, como lento, pouco ambicioso

e insuficientemente credível.

Bom, essas três, mas também não se vislumbram novas medidas de efeito imediato de resposta

ao sufoco de muitas famílias em face do peso nos aumentos dos juros e em inúmeras

situações nas rendas.

Também parece bem observado e ainda o facto do Estado não assumir a responsabilidade

direta na construção da habitação, como parece ser uma das maneiras bastante óbvias

de resolver este problema, é o Estado de Construir.

Dessa é uma maneira, em no meu tempo isto chamava-se uma coisa de esquerda, o Estado

de Construir a Habitação.

Mas pelo visto não é essa a hipótese, o governo respondeu a estas preocupações

do presidente com uma resposta do mundo da apicultura, que é, está bem, é velha,

foi essa, não foi?

A resposta foi essa.

E o que eu temo é que, lá está, este problema da habitação que ainda por cima é, dizer-se,

urgente, e por isso precisa de medidas urgentes e não parece esta coisa, não só de característica

deste governo, mas portuguesa em geral, que é, por exemplo, algo que parece também

urgente no aeroporto, e nós andamos há bastante tempo a tentar perceber onde é que, primeiro,

onde é que ele vai ser, e depois então, se calhar, vamos passar a outro tempo a saber

quem é que o há de construir, e assim sucessivamente.

O primeiro ministro estava de férias, está ainda, e não fez, ainda qualquer comentário

ouvete presidencial, mas os socialistas fizeram saber de imediato que vão confirmar o decreto,

o diploma do Parlamento, o pacote mais habitação, estaremos perante mais um irritante na relação

entre Belém e São Bento, João Miguel da Vargas.

Sim, mas ao contrário do outro, este é justificado, e é bom assinalar, ou seja, aqui há algo

substancial, por as razões que o Ricardo aportou e por outro, o caso dos professores.

Ah, o caso dos professores?

Estava a falar do irritante.

Ah, sim.

Estava a falar do anterior.

Eu digo irritante entre Belém e São Bento?

Sim, mas tu tive esta questão dos professores, não é?

Foi chumbado esse diploma de forma menos esperada e aí, através, eu nem sequer consegui chegar

a perceber bem um argumento, tinha que ver que querer continuar a abrir uma esperança

para que o tempo de serviço viesse a ser contado, não consegui perceber o racional

aí de Marcelo, aqui sim consegui.

Será fácil o Pedro Bichia vir atirar a limpo no futuro, quem é que tinha razão, quem

é que tem razão nesta matéria?

Bem, eu acho que é de saudar que se queja uma medida, que se queja emblemática, numa

área que é realmente um problema grande, são duas coisas importantes.

Em segundo lugar, eu não sei a solução da habitação, se não, estava no outro sítio,

provavelmente.

Se não pudesse, se temos condições para, como disse o presidente, aliás, o presidente

disse que, pronto, daqui a dois a três anos tiramos isto de limpo.

Parece-me, mas parece-me que a solução para habitação dificilmente será uma que

gera discordância entre os partidos de direita, os autarcas de esquerda e direita, as associações

de inclinos, os partidos à esquerda do PS, ou seja, parece-me que a solução da habitação,

por ser uma questão transversal e não tem componentes ideológicas, mas não é estritamente

ideológica em si, embora a resposta seja em parte ideológica, seria uma matéria que

era bom haver um consenso muito mais alargado e isso ajudava muito a que esta lei fosse

recebida de outra maneira.

Estás claro que eu sei de porquê que o Ricardo Araújo Pereira se senta em casa, quanto

ao João Miguel Tavares disse sentir-se santo, não por causa da visita papal, mas na sequência

dos avanços e recuos da Santa Casa da Medecórdia de Lisboa, na concessão de após às federações

desportivas, o que é que estas notícias, que reflexões de acabas se sustitaram, João

Miguel Tavares, primeiro o anúncio de que ia haver um corte e depois de uma reunião

com o governo, o anúncio de que, afinal, vai continuar a haver patrocínios.

Eu acho que é fascinante, isso mostra realmente o poder do chamado lobby e neste caso o lobby

do desporto.

Geralmente é porque o chém e a briga e as pessoas que precisam da assistência social

da Santa Casa da Medecórdia não estão sendo tão bem organizadas, porque a mim preocupa-me

o desporto com certeza, o apoio a jogos paralímpicos, a modalidades que não têm a força do

futebol e que precisam desse senhor da Santa Casa, muito bonito, mas a Santa Casa chama-se

da Medecórdia.

Ela é suposta, a sua função principal é ajudar os pobres e a verdade é que a Santa

Casa, muitas vezes, em vez de ajudar os pobres, andou entretida a ajudar os ricos e é chamada

para intervir em hospitais como onde aquilo é vermelho, é usada para intervir no Monde

do Pio Geral, é usada aparentemente para um plano de expansão de jogo internacional

onde se perderam 20 milhões e ninguém percebe bem porquê e, portanto, aparentemente existe

gente a analisar as contas, que também estão para um lugar há dois anos, o mandato de

Eduardo Martinho está a ser investigado, acho que hoje os problemas já vêm muito

de trás, eu acho que fico muito comovido pelas pessoas do desporto, que acham que

eles vão faltar dinheiro, mas o problema da Santa Casa não é o desporto, o problema

da Santa Casa é para onde está a ir aquele dinheiro e se realmente ele está a ser gasta

em assistência social, que é a missão primordial da Santa Casa.

Pode concluir-se, Ricardo Eroges Pereira, na sequência do que estava a dizer o João

Miguel Tavares, que o lobby do desporto sobrepôs ao lobby das carencias sociais, a de hoje

a Santa Casa tem de atender as carencias sociais tendo para isso acesso às receitas

do jogo.

Sim, mas os carentes sociais têm talvez menos acesso à comunicação social, também não

há três jornais diários de as carencias sociais e há três jornais diários de desporto,

mas eu acho que o que a gente tem de passar a fazer é há aquelas pessoas que dão um

dinheiro a outra pessoa e fazem aquela coisa horrível, quer dizer, agora veja lá em quem

é que vai gastar isso, acho que a gente tem de passar a dizer isso à Santa Casa,

a quem dá aos pobres é que a gente tem de dizer, ve lá onde é que anda a desgastar.

Como é que entende a intervenção do governo nesta matéria, Pedro Mexia?

Quer dizer, eu percebo que é preciso, na verdade houve respostas diferentes porque

houve, foi a mesma resposta, mas que teve duas modalidades diferentes, que uma é

constringimento financeiro e outra é rever o modelo e as pessoas do desporto disseram,

mas vão só rever o modelo quanto às entidades desportivas ou a todas.

Eu acho que apesar de tudo, de facto há carencias mais urgentes que o desportem absoluto

com certeza, mas acho que, por exemplo, algumas matérias do desporto são matérias sociais

de inclusão, etc., mas para o Olímpico isso é o caso mais evidente, não é?

Já sabemos por que é que o João Miguel Tavares se declara santo, vamos agora tentar

perceber por que é que o Pedro Mexia zooma na caneca e, para que não haja dúvidas,

a caneca é literal, cá está ela, estamos a ver, ela quer apresentar este novo produto

de marketing político, Pedro Mexia.

Sim, é a foto oficial de Donald Trump.

A campanha Trump foi rápida a transformar a acusação judicial ao ex-presidente num

trocadilho.

Portanto, uma pessoa que acha que uma sua foto enquanto tida, enquanto agüido é a

sua coroa de glória...

Acusado mais do que agüido?

Sim, acusado, exatamente.

É a sua coroa de glória, o que está a dizer, evidentemente, é que a justiça americana

não é para acreditar, que a justiça americana é uma justiça ao serviço do governo, etc.,

portanto, o Donald Trump sempre que fala sobre o FBI, sobre a justiça, sobre as forças

armadas, descredibiliza a sua própria...

Mas, eu queria só dizer duas coisas sobre isto, porque realmente a Tonysha sabia o que

estava a dizer, porque houve zumba, houve caneca, houve toda a noite e houve queitrapumba,

tudo isso aconteceu neste processo e isso foi tão notório que, no debate nas primárias

que o Trump não foi, deu uma entrevista ao Tucker Carlson, a mesma hora, fazem a

seguinte pergunta, uma pergunta que parece-me dizer uma tricky question, que é, se perguntarem,

se vão apoiar um candidato que foi formalmente acusado ou condenado ou preso, o apoio não

há mesmo, se ou não, claro que não, desmão só uma ficou embaixo, ou duas acho eu, acho

que ou duas pessoas não levantaram a mão.

Portanto, aquelas pessoas acham que seja o que for, que a justiça americana descida

sobre o Trump, incluindo prendê-lo, acusá-lo, condená-lo e prendê-lo, não é suficiente

para não o apoiar.

E o que é fascinante é que ele pode ser presidente-santreoso.

Pode ser presidente, e vai receber todas as manhãs, porque não há moço, uma toalhinha

pode uxir os decretos presidenciais e botão no coliar já, agora também.

E por quê?

Porque o Donald Trump é um americano de bem, e estas pessoas de bem funcionam assim, quando

são acusadas de crimes, é uma cavala contra elas, é uma perseguição política, é uma

manobra do Ministério Público.

No que se parece muito com as pessoas de mal, é incrível, é impressionante, parecem-se

muito.

Vamos ter mais tempo para falar disso, ou um dos próximos meses, Trump é neste momento

acusado de 91 crimes em quatro processos judiciais diferentes, portanto, já bateu

recordes e vai continuar a bater-los certamente, está na altura dos livros, e eu trago desta

vez uma obra que nos convida a olhar a história não a partir da terra, como nos habituámos

a estudá-la, países, fronteiras, conquista territorial, mas a partir do mar.

Este livro que foi agora editado diz respeito justamente ao mar, a final, a maior superfície,

a maior parte da superfície terrestre, trata-se de um livro imenso, também ele, como o Mar,

se vai lendar aos poucos, chama-se O Mar e a Civilização, uma história marítima

do mundo, e este para nós portugueses talvez seja uma abordagem bem menos surpreendente

do que para outros povos com menos contacto com o mar, ao diás Portugal é uma das dos

grandes protagonistas de uma parte significativa desta história e também deste livro, sobretudo

no capítulo que trata do nascimento do comércio global, mas esta é uma obra que vai muito

para além disso e oferece-nos uma visão singular da história humana com implicações

em aspectos tão diversos como a arte, a religião, a economia, o direito, a evolução

linguística e do que já pude ler a erudição aqui reunida e a clareza de exposição do

autor, fazendo deste livro uma obra de referência absolutamente recomendável.

O Mar e a Civilização, uma história marítima do mundo de Lincoln Payne, edição Almedina.

O João Miguel Tavares, talvez ainda no recalde da vinda do Pato à Portugal, propõe um

livro de âmbito religioso.

Sim, não costumo fazer isso, mas é um tema que me interessa muito, este é um livro

de Mario de França Miranda, ele é um sacerdote juzuita brasileiro, mas sobretudo é uma pessoa

com uma cabeça bastante aberta e que escreveu este livro, o título é um bocado farfalho

de um cristianismo sinodal em construção, mas o que interessa é o subtítulo, a fé

cristana atual sociedade, e é um livro altamente recomendável para quem acha que é possível

uma outra igreja e que a igreja ainda tem muito para dar e para oferecer ao mundo, é

uma boa leitura para o Ricalho, eu espero que ele concorda comigo, e também porque

o sino do Assembleio Geral dos Bispos vai começar em outubro e vai ser um momento

muito importante do pontificado francisco e da igreja.

Pedro Machia, traz um livro de um autor que tem estado a ser descoberto no panorama

de real português recentemente.

A Igreja Paz já acho que é o quinto livro que traduz o Roger Scruton, que morreu em

2020, e que era um filósofo conservador, talvez o mais conhecido das últimas décadas,

e eu sempre gostei muito do filósofo Roger Scruton, na política às vezes eram pequenininhos

asperantes, sobretudo nos últimos anos, mas este é um livro filosófico essencialmente,

sem deixar de ser polémico, em que ele vai, portanto, é uma história da beleza daquela

série da Oxford University Press, A Very Short Introduction, em que ele vai fazer um

percurso por aquelas ideias todas do Belio Sublimo, o Belio Boa, o Belio e a Consulação,

e depois tem uma nota essencialmente conservadora que é valorizar na ideia da beleza o gosto,

o critério e depois a decadência, que é um dos temas dele, como é que passamos do Miguel

Ângelo, ao esprime Osterner, que era uma das abominações dele, e o Roque, a arquitetura

moderna, eram um bocado uma reta nas suas coisas, mas é o Scruton mais interessante

para mim, é o Scruton Filosófico. O Ricardo Eros Pereira, traz contos...

Contos tradicionais e se contados às crianças. Mas em versão politicamente incorreta.

Não, o contrário disso, chama-se uma noite descansada, que é para as crianças dormirem

como deve ser. O autor é o Mário Carneiro, que foi meu professor no Liceu. Isto é mais

um daqueles casos de repugnante amiguismo. Uma noite descansada é precisamente por causa

disso, é porque até os contos tradicionais infantis, que a gente normalmente conta às

crianças antes delas, irem dormir, são cada vez mais arte degenerada, que é preciso

exporgar...

Depois eu disse politicamente incorreta, mas queria dizer politicamente corretas.

É, até isso sim. Aqueles estão desdividamente exporgados de várias das imoralidades.

A avó não come o capuchinho.

Exatamente, isso nunca aconteceu. A avó... Mas há alguns finais alternativos, porque

às vezes, por exemplo, a cigarra, na cigarra é formiga, a cigarra, e bem, aliás, chama

a atenção das formigas para ausência de direitos laborais, e o final é bastante diferente.

Prontar vários, vários, bastante diferentes, embora toda a gente acabe, não feliz para

sempre, mas o atual feliz para sempre, porque é uma vida longa e sustentável, e é assim

que acaba uma maior parte para eles e ainda bem.

E assim que acaba este programa, também está concluída a primeira reunião da nova temporada.

Voltamos 2, 8 dias à mesma hora, com os mesmos de sempre Pedro Mexias, João Miguel

Tavares e Ricardo Rousseira.

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No regresso depois de um mês de ausência, constatamos que, apesar de nós pararmos, o mundo não abranda. Já que a actualidade cometeu a deselegância de continuar a fornecer material de análise à nossa revelia, passamos em revista, retroactivamente, alguns dos momentos marcantes de Agosto; a apicultura do PS em resposta ao veto presidencial do pacote para a habitação: “tá bem, abelha”; o “índice Pinóquio” com que Moedas respondeu à escassez de notas deixadas pelos peregrinos da Jornada papal no comércio de Lisboa; o modo eficiente como o Kremlin organiza coincidências letais; o “piquito” de um dirigente espanhol do mundo da bola que não sabe comportar-se como o cavalheiro que não é nem na presença da família real; e o extraordinário filme de antecipação política em busca de um inquilino novo para o Palácio de Belém… em 2026. 

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