TSF - Minoria Absoluta - Podcast: Pedro Costa, com Israel Paródia e Maria Miguel Simões: de Marcelo ao futuro do PM (por quem o conhece)
TSF Radio Notícias 7/29/23 - Episode Page - 1h 0m - PDF Transcript
Ao 22º programa terminamos a primeira temporada do Minúria Absoluta, demos voz a 9 jovens
com muito para dizer e tudo para comentar polêmicas com o governo, ataques aos direitos
individuais e claro o futuro dos jovens.
Muito foi dito ao longo destes meses e terminamos a primeira temporada com um programa especial
comigo em estúdio o médico socialista Israel Paródia e em Aveiro a conservadora moderna
Maria Miguel Simões e também em Lisboa como convidado junta-se Pedro Costa, tem 33
anos, é jurista, presidente da junta de freguesia de Campo de Ourique, eleito pelo Partido Socialista
e tal como o nome indica é filho do Primeiro Ministro, o filho mais velho do líder do governo.
Pedro, antes de mais, muito obrigado por ter aceitado o nosso convite e começamos,
para estar pelo nosso convidado, depois de uma semana que foi marcada também por mais
um episódio de alguma turbulência entre o Palácio de Bolanho e o Palácio de Sombento
com o veto Marcelo Belo de Souza a uma diploma dos professores, nesta altura Marcelo Belo
de Souza é o verdadeiro líder da oposição.
Bom, primeiro boa tarde, boa tarde a todos Israel, Maria, eu agradeço o convite, eu diria
que nós também temos os ciclos desgastam, o passar do tempo nos ciclos políticos desgasta
toda a gente e também quem faz análise e portanto o desgaste leva-nos para passar-nos
para um, muitas vezes para um tipo de análise que parece que vamos esvazianos só para alimentar
a dramatização, faz parte, também estamos no verão, estamos a entrar em agosto, portanto
já ninguém ouve nada e portanto a coisa vai se mantendo assim muito superficial, eu
acho que temos que encarar com naturalidade que a relação entre os poderes se faz de
alguma tensão e essa tensão tem momentos em que está...
A tensão começou principalmente desde a maioria absoluta do Partido Socialista,
porque antes disso...
A tensão existe sempre, era isso que eu estava a dizer, na relação entre dois poderes que
têm que se coordenar, há sempre o que tem que se fiscalizar, o que tem que atuar em
conjunto ou paralelamente há sempre uma tensão, é natural que a maioria absoluta tenha criado
aqui uma tensão, vamos lá ver, há um presente da República que já não conseguiu bater
o recorde do presente da República e eleito com maior número de votos que acho que era
uma legítima intenção do professor Marcelo Rebelo de Sousa e de repente compreende que
desde o primeiro ou o último dia do seu mandato terá o mesmo Primeiro-Ministro ou que corre
esse sério risco e portanto aí um agudizar, aí uma alteração na perspectiva e eu acho
que não devemos encarar isto como uma questão pessoal, uma questão política e portanto
há um...
Não sei se há um a gravar, há uma alteração do clima de tensão e eu acho que o presente
da República cometa um erro quando decide tensionar consecutivamente sempre com o mesmo
argumento e portanto todas as semanas tínhamos o argumento da eventual dissolução do Parlamento
que eu acho que não se revelou ser um grande favor à oposição, na verdade eu não sei
se cada vez que aparecia o presente da República a fazer este discurso não está a desautorizar
o presidente do seu partido.
Mas isso acontece também porque o líder da oposição ainda não é visto como o verdadeiro
líder da oposição por parte dos portugueses?
Eu não sei se é causa ou efeito, é isso que eu estava a dizer, eu acho que há aqui
um ponto de análise que é muito difícil fazer, que essa conta agora é causa ou efeito,
não sei, que há uma relação que pode haver uma precessão diferente por essa forma de
atuar do presidente, eu soube que estão com grandes dúvidas.
Mas sobre este momento tem sal, eu diria há um momento em que o primeiro-ministro entende
que o que o presidente da República está a pedir quando exige a admissão daquele
ministro é manter uma tutela política sobre o governo que o primeiro-ministro não acha
acertável e portanto faz e nas suas palavras agem consciência e faz a única coisa que
podia fazer naquilo que foi o primeiro-ministro e agora o presidente da República faz a
mesma coisa, sente que tem um momento...
Mas o primeiro-ministro fez bem em manter João Galamba?
Não sei, eu queria só acabar o meu argumento e posso ir a isso a seguir, mas, portanto
eu acho que esse momento é um momento marcante da alteração das tensões, tanto que lá
está pelo nível, às vezes há alguma infantilidade com que a análise é feita, vimos outra vez
à discussão, ai mas está tudo bem, há um problema na relação pessoal, um equilíbrio
das tensões pela forma como agem e agora este momento é o outro, a conferência de
imprensa da ministra da presidência é muito clara, nas palavras delas, o eu, algo como
há um contacto constante entre o governo e o presidente da República, o primeiro-ministro
e o presidente estão em contacto sobre este assunto, vai ser reenviado hoje ou ontem,
já não sei bem o que aconteceu, o diplom e perverse que a promulgação, problema na
verdade é quando deixa de haver esta tensão e deixa de haver contacto entre os órgãos,
olha que é a situação que vivemos hoje em Lisboa que cria muitas dificuldades a quem
como eu tenho que presidir a uma junta de freguesia.
Mas há uma aproximação entre Boulain e São Bento, também com este diploma dos professores,
como estava a dizer agora?
Lá está, essa tensão, a tensão política entre órgãos faz com que haja um momento
sem que se afasta e se aproxima naturalmente, mas muitas vezes é preciso que haja um marcado
de posição e um marcado de contraposição para que se aproxima e é desta, para lá
ver o conceito de checks and balances é isso mesmo, né, portanto há uma atuação, há
uma contratoação e a coisa já de se encontrar, se não não é possível equilibrar poderes,
não há outra forma de fazer.
Maria Miguel Simões, compreendos isto que o Pedro Costa estava a dizer, ou seja, houve
uma tensão entre Marcelo Boulodsoza e António Costa principalmente depois da possível
demissão de João Galamba, mas agora aqui até é uma próxima arte de posições desde
logo com o Diploma da Carrera dos Professores.
Antes de mais, quero cumprimentar a todos as que estão em em estúdio, em relação
à tensão entre o Presidente da República e o Primeiro-Ministro, eu acho que não sinto
que seja uma questão pessoal, ou seja, eu acho que nunca houve um encerramento de diálogo
entre as duas partes, que é necessário, como Pedro disse, a questão dos Diploma
dos Professores, a meu ver veio aproximar de alguma forma, sarar um pouco talvez a
ferida que a questão do Galamba deixou, mas continuar achar que a personalidade de Marcelo
e de António Costa chocam na questão da popularidade e acho que muitas vezes a questão de ver
quem é mais popular e quem consegue ter mais pulsofismo ou mais impacto nos portugueses
vai manter-se sempre até com o outro seia.
Pedro, é uma questão, é a popularidade de um e de outro.
Eu acho que nenhum político se deve pôr na posição de comparar ao Presidente da
República, é uma guerra perdida à partida, não faz sentido.
Israel, o Presidente da República, de alguma forma, vestiu a pele de líder da oposição
a partir do momento em que António Costa conseguiu a maioria absoluta, no teste
que houve aqui uma diferença até na relação desde logo com o Primeiro-Ministro.
Antes de mais lá, todos, complementar todos os presentes no painel, Maria Miguel Simões,
mas em especial o Pedro Costa, que eu estou aqui conosco, é debater sobre o Estado da
Nação e relativamente a este assunto, este tema do Veto do Marcelo.
Primeiro, a pergunta que tu fizeste, se ele encarar esse papel e isto é-se esse papel
de ser o líder da oposição, eu não acho que seja essa a intenção do Presidente,
mas tentar contrapor um pouco aquilo que ele acha que devem ser as prioridades do governo
ou não.
É impossível nós entrarmos dentro da cabeça do Presidente e saber-me se isto é de facto
uma contraposição daquilo que o governo faz, independentemente da lei, ou se de facto
o Marcelo acha que as prioridades do governo na matéria da educação não estão a ir
ao encontro das expectativas tanto como ele pensava que teriam que estar.
E neste Veto, portanto, estive a ver e o Marcelo, na explicação que faz para o Veto, diz
que o diplomé sobre medidas que o governo propôs para aumentar a progressão na carreira
e esta ser mais chelor, no entanto, estas medidas apenas seriam para todos os professores
em que os dias de congelamento entre 2005 e 2007, entre 2011 e 2017, portanto, fossem
efetados na totalidade e significa que isto iria deixar de fora todos os professores que
entraram na carreira nos últimos 18 anos.
E neste sentido, e acreditando na explicação do Presidente da República, achamos que ele
acha, e é uma frase aqui que, por acaso, que eu fui buscar em que ele diz que governar
as prioridades e saúde e educação são e deveriam ser prioridades, se quisermos ir
muito mais longe, como sociedade desenvolvida e justa.
E o governo não está a colocar essas duas áreas como prioritárias?
Eu acredito que não, mas não acredito que não sejam prioridades, ou seja, neste momento
não são as prioridades primárias do governo, devido a todo o contexto que estamos a enfrentar
com a inflação e com a questão da guerra.
E, portanto, existem problemas que são mais prioritários para o governo agora e que devem
ser tratados de uma forma mais rápida, porque os problemas da saúde, os problemas de educação
são estruturais e, sendo problemas estruturais, exigem soluções a longo prazo.
E, portanto, às vezes, um dos grandes males é quando nós pensamos no imediatismo e de
toda esta crise que é imediata e que deve ser encarada com soluções também imediatas
para todas as famílias portuguesas, depois acabamos por esquecer um pouco as problemas
que são estruturais e que exigem soluções a longo prazo.
Eu acho que isto também acaba por ser um pouco uma chamada da atenção do próprio
Presidente da República para estas prioridades.
Pedro, revê-se nessas palavras de Marcelo Rebelo de Souza, ou seja, o governo tem de
olhar de outra forma, tanto para a educação, como para a saúde.
Vamos lá ver.
Eu acho que há uma série de números.
O Israel sabrá seguramente melhor do que eu, estes dados, mas em relação à saúde,
que demonstram um investimento que é feito no SNS que não tem paralelo ao longo do tempo.
A verdade é que há problemas no SNS e isso também não vale a pena negá-lo.
O que nem o Ministro Manuel Pizarro tem dedicado a esse exercício.
Há problemas que têm que ser resolvidos e só se resolve determinado tipo de problemas
com investimento, não é outra forma de o fazer.
Em relação à educação, eu diria que há um problema neste momento de relação
com os professores, em primeiro lugar e depois sobre o tema da educação.
Há um problema de relação política com os professores, claramente, parte entre prismas
muito opostos, não é?
Portanto, os professores exigem a reposição dos seus salários, coisa que eu diria que
é compreensível.
Eu acho que compreendemos todos com facilidade aquilo que é pedido, mas, por outro lado,
o Governo explica uma coisa que eu acho que também compreendemos todos.
Bom, pelo menos eu, que recordo muito bem os tempos da troika, recordamos que dificilmente
podemos olhar para aqueles anos e perceber que todos nós ali perdemos alguma coisa
e perdemos alguma coisa que nós recuperaremos.
Há muita gente e então pessoas ligeiramente mais velhas do que eu podem mesmo ter perdido
ali 10 anos de carreira que nunca recuperarão, foram anos de grande precariedade que tiveram
um impacto nas carreiras de todos nós.
Portanto, eu acho que é isso, é um jogo de prioridades, que se compreendem, são prioridades
diferentes.
Há uma marca deste Governo que eu acho que é inegável, que é a intenção de relacionar
a hipótese de combater desigualdades e caminhar no caminho de uma cidade mais justa, que é
o caminho inegável do PS, em particular nos anos da próxima, são à esquerda e o trabalho
da Jaringonça, mas mantendo o equilíbrio das contas certas.
E eu iria que há um motivo que é estrutural e que faz todo o sentido da governação do
Estado, que é o desgoverno das contas iria criar-nos um problema que não teríamos
solução para ele no médio e no longo prazo, mas há também um problema político que
o PS não podia voltar para essa ideia de que sempre que chega o PS, lá vai o país
para a ruína.
E isso é uma marca deste Governo, esta liderança.
António Costa tentou de alguma forma lavar a cara do Partido Socialista para conseguir
conquistar o eleitorado.
Acho que sim.
Acho que há na forma como são geridas as contas públicas, eu diria que isso é muito
claro.
E em relação a António Costa e ao seu mandato como secretário-geral do Partido Socialista,
o Pedro Costa há alguns meses, e já se está a rir, há alguns meses a entrevista ao Observador
disse que não acreditava que o atual Primeiro-Ministro continuasse como secretário-geral do PS
para lá em 2026.
Entretanto, houve muitas vozes dentro do PS a desejarem e a podirem até a continuidade
de António Costa para lá deste ano.
Entretanto, o Pedro já mudou de opinião, ao continuar com a mesma.
Eu não mudei da opinião, vamos lá ver.
A minha opinião eu acho que é uma coisa que é importante perceber aqui, que é.
E é sempre difícil explicar isto, e por isso eu evito muitas vezes falar sobre política
nacional.
Eu acho que não cometo uma grande inconfidência quando o Francisco me disse, ''Ah, vamos discutir
isto aqui'' e a Clô disse, ''Ah, ok, não estava a espera que fosse uma coisa tão relacionada
com essa figura institucional que coincide também com o meu panteão familiar, portanto,
mas ok.''
Mas dizendo, as opiniões, e essa opinião que eu tenho sobre o 2026 é uma opinião que
eu tenho de fazendo análise política sobre o político António Costa, não é exatamente
o tipo de conversas que eu tenho com o meu pai, não tenho, não tenho mesmo.
A verdade é, é muito difícil um político durar tanto tempo.
Em particular eu acho que há uma coisa que nós desvalorizámos nos dias dois, que é
muito difícil durar tanto tempo na forma como funcionam os ciclos noticiosos, ou encurtar
dos ciclos noticiosos, que seriam ciclos de três dias, uma semana, duas semanas, havia
notícias que duravam 15 dias.
Hoje uma notícia que duram três dias, o mais certo é que faça a capa da time, no anuário
da time, e portanto isto queriam desgaste muito maior, porque andamos sempre à volta
de uma nova questão que apareceu e até só não estou a desvalorizar as questões nem
a dizer que muitas delas não têm significado, que eu estou a dizer é, é difícil um político
durar muito tempo, porque o desgaste é uma realidade para todos nós, em tudo na vida
e na política em particular, com esta duração dos ciclos noticiosos também, e depois ao
cansaço, as pessoas têm um limite, acho que todos compreendemos isso da nossa vida,
não é uma exceção dos políticos, portanto eu não acredito que aconteça, a verdade é
há cenários onde eu de facto, eu confesso que fui um bocado surpreendido por este
debate de reaparecer, até houve uma notícia que citava os meus comentários sobre isso
como uma fonte relevante de informação, aquilo foi um comentário que eu desvalorizei,
confesso.
Mas esse desgaste de que o Pedro falava, de alguma forma também pode explicar estes
casos e casinhos que foram acontecendo ao longo do último ano e meio, que é um governo
que está em funções desde 2015, embora a maioria absoluta, seja de 2022.
Lá está, eu acho que, e aí eu não sei se é desgaste, talvez cansaço, e não digo
obrigatoriamente cansaço do primeiro ministro nem do governo, mas há um cansaço da população,
há um cansaço dos agentes, de alguns setores em particular, de alguns governantes em particular
como é habitual, da comunicação social, dos comentadores, tudo isso.
A verdade é que há áreas onde nós tivemos transformações muito profundas durante a
atuação deste governo, como é o caso do ambiente e da habitação, por exemplo.
E a verdade é o governo, quando andou nessa agenda, nota-se que o governo tem potencial
para andar, e atenção, não vou agora para ser como o principal defensor do programa
da habitação, não é isso, mas a verdade é o governo quando marca sua agenda e tem
e aparece a transformar os setores, politicamente a coisa equilibra-se, e isso é muito claro,
e isso é claro, ou quando consegue marcar a agenda nacional, mas também quando consegue
marcar a agenda setorial.
E se então eu costa não continuar, como o secretário-geral do partido, quem é que
pode aparecer para lhe suceder?
Fernando Medina, Petrónio Santos.
Esta é outra daquelas perguntas que eu acho que...
Que tem rasteira.
Não, parece que tem rasteira, porque vamos lá ver, acho que já está de saber, já
tem uma inevitabilidade, o PS tem muitos quadros, todos da mesma geração.
É inevitável, eu diria, é inevitável que se venham a suceder uns aos outros, e por
ventura a competir em vários momentos, pela liderança do partido, o PS vive de um equilíbrio
entre uma série de correntes, que eu diria que vão socialistas ou socialistas democratas,
sociais liberais, todos conviven dentro do PS, e ao longo de toda a sua história o PS
foi tendo pontos e equilíbrios entre todos, mas momentos de predominância de uma linha
sobre outra.
E portanto, acho que todos sabemos que o mais provável, e mostrou-se aqui em grande forma
nas últimas semanas, o Pedro Nurno Santos regresse e venha a ser o próximo líder do
PS, seja isso quando for, porque não sabemos, realmente, quando é que come, como começamos.
Eu, lá está, não confesso, não me passavam pela cabeça na altura, mas a verdade é
pode haver quadros, depois quando fui obrigado a pensar nisso, pode haver cenários em
que pode fazer sentido que o primeiro-ministro continuo, depois de 2026, ou tenha hipóteses
de continuar depois de 2026, mas eu diria que o próximo ciclo do partido chelista
dificilmente não passará pelo Pedro Nurno, já está o Eduardo Cordeiro, Fernando Medina,
na Catarina Mendes, há muitos e muitos nomes, que eu acho que será inevitável que acabem
por passar, ó, pela liderança, em determinados contextos, uns farão poder, outros farão
oposição, e quando não, e chegando, ou da primeira vez, ou para lá chegar, que disputem
e ganham, ou percam, vai fazer parte do processo do partido chelista, como é, faz parte da
sua história.
Israel, acreditas também que a solução mais provável é que António Costa deixe o
poder em 2026, depois de mais de 10 anos como primeiro-ministro.
Eu acredito que sim, primeiro, como o Pedro disse, é muito difícil, um político estar
tanto tempo no governo, e obviamente que existe este desgaste, tanto...
Aliás, António Costa, desculpem de romper-te, António Costa vai bater o recorde de Cavaco
Silva, como primeiro-ministro.
Exatamente.
Caso a legislatura se chega ao fim.
Chega ao final, que é aquilo que nós adivinhamos que vai acontecer, e, portanto, o primeiro
é louvável, o facto de um político estar sempre, durante estes 10 anos, que é o mais
provável no governo, e é normal que existisse este desgaste da população e também do próprio
político.
E, para mim, parece-me um cenário natural que isso aconteça, senão quando você ficarei
surpreendido.
E, portanto, neste debate do Estado na Nação, nós verificamos também um pouco esta mudança
de postura do PS, que, aliás, já vem desde o início, a partir de 2015, que é uma abordagem
muito mais direcionada para a própria economia e para colocar as contas da economia de forma
correta.
E isso...
E nós temos que ter noção que, neste momento, no primeiro trimestre, Portugal foi o terceiro
país que mais cresceu em termos econômicos, portanto, está a se investir cerca de 32
mil milhões em empresas, que é equivalente a cinco vezes mais dos fundos comunitários
que vêm até 2030, está a se reduzir o déficit, sendo um dos objetivos diminuir a dívida
para menos do que sempre sendo o PIB.
Portanto, está-se a fazer um grande esforço para a economia do país a andar, e acho que
essa é a principal visão do governo, que é, através de uma economia em crescimento,
através de uma economia forte, depois nós conseguimos criar melhores salários e o
país conseguirá avançar, mais do que estar agora a fazer medidas que seriam medidas
populistas.
E, no debate do Estado da Nação, houve uma pergunta do Cútrin Figueiredo, da Iniciativa
Liberal, que perguntava ao Primeiro-Ministro se ele dizia que não o conhecia muito bem
e não sabia se ele era uma pessoa que queria ficar na história ou não.
E o que eu vejo de todas as medidas que estão a ser feitas pelo Partido Socialista, liderados
pelo Primeiro-Ministro, António Costa, é que António Costa, neste momento, parece
que está a priorizar a saúde econômica do país, mais do que o próprio ego e a
missão pessoal de poder ficar na história, fazendo uma série de medidas que iriam agradar
a muita gente.
Mas isso não foi o que António Costa fez desde sempre, logo com a política das contas
certas e de não dar um passo maior do que a perna.
E um pouco contra aquilo que a oposição dizia, que no fundo, quando vinha mais aula
da direita, punhou o país de forma correta e depois quando vinha o país, esbanjava o
dinheiro e punhou o país na banca rota para depois a direita vira outra vez.
E, por algo, uma coisa, António Costa, neste momento, poderá vir a ser um político que
vai governar durante dez anos e acho que isso também tem muito que ver com o contentamento
da população e essa visão da população, de facto, o governo está a priorizar a economia
sou do país e está a olhar mais para o futuro do próprio momento para o presente.
Maria Miguel Simões, a saída de António Costa, provavelmente em 2026, no novo ciclo
político, quando formas novamente eleições, pode dar uma nova vida à direita, ou seja,
a direita pode ver a saída de António Costa como um balão de oxigênio para tentar chegar
ao poder.
Eu acho que a direita não deve estar dependente do futuro ou não da António Costa para ser
uma opção para os portugueses, não é?
Mais do que sair um líder carismático e estratégica que foi António Costa e se continua a ser
e ser inegável mesmo em um centro esquerda, o que a direita tem que fazer é olhar para
si própria e saber também apresentar uma alternativa aos problemas que nós enfrentamos
hoje em dia e também ter uma visão reformista e oferecer estabilidade, como António Costa
tentou também muito fazer.
Portanto, eu acho que com todos os defeitos que António Costa teve e o Partido Socialista
também, em termos de carisma, de oferecer estabilidade e de preservar a sua imagem de
uma estabilidade e da questão de conta certa.
Mas houve estabilidade no último ano?
Eu não acho que tenha habido estabilidade no último ano, mas também António Costa
passou, para além dos escândalos todos que houve no PS, António Costa é inegável
que passou por autores de governação delicadas, nomeadamente a questão da pandemia.
Portanto, não se não é só o quanto isso também.
Agora, eu acho que o que a direita deve olhar para António Costa, independentemente da
saída ou não dele, é como é que há de oferecer essa ideia de estabilidade de uma
direita forte e personalista que consiga inspirar confiança nos portugueses como António Costa
pelo que isto também consegue.
Mas de alguma forma, de alguma forma também, como o Pedro estava aqui dizer,
porque António Costa roubou aquele perfil de contas certas à direita.
Ou seja, nesta altura, a direita tem de ir à procura de outro tipo de leitorado.
Ao melhor, do mesmo eleitorado claro, mas tentando capitalizar de outra forma o eleitorado.
Eu não sou uma pessoa muito de contas, e a parte financeira para mim,
como eu acho que há muitos portugueses passam ao lado.
Eu acho que os portugueses o querem saber, mais da questão do PIBO, do DF, só do que seja,
é do que aqueles levam para casa ao fim do mês, é do poder de compras que eles tenham,
é dos serviços que tenham.
Portanto, eu acho que mais do que a direita ou a esquerda estar a discutir,
contas certas ou o dinheiro que há, o dinheiro que não há apostado,
é o que nunca aqui, se na prática, se reflete para os portugueses.
Porque não é que não seja importante, é vital para um país que as suas contas
estejam em dia, que a sua parte económica esteja saudável e equilibrada,
mas mais importante que isso para o eleitorado, que eu acho que há em Portugal,
é saber as consequências e isso na prática, na vida das pessoas.
Se alguns querem que António Costa continuo para lá, de 2026,
é verdade é que, até nas últimas semanas, se falou muito sobre a possível
saída de António Costa para Bruxelas em 2024.
Parece-lhe Pedro que é uma realidade que está completamente posta de lado.
Eu acho que, para o Ministério D.C. isso muitas vezes,
são óbvias e assumidas as suas ambições europeias,
mas lida com naturalidade, com o facto de poder,
de poder não seguir esse caminho, ou seja, não pôde ser...
Mas tem ambições europeias, são uma realidade.
Mas se ele disse, ou seja, não estou eu a revelar,
é o que ele já falou várias vezes, não pôde ser Presidente da Comissão Europeia
quando tivesse a oportunidade de entender o que tinha que ser candidato
do Partido Socialista às eleições legislativas há três anos.
E pelas últimas declarações dele, também tem sido muito claro,
que lida com o que é faz parte do jogo,
que poderá não vir a ser Presidente do...
O mais certo é que não seja Presidente do Conselho Europeu em 2024.
Mas lá está. Mais uma vez, voltando às vezes,
ao nível de análise que é feita.
Nós assumimos o facto do Presidente da República
numa frase ter transferido a totalidade da responsabilidade para o PS,
como uma coisa natural, o Presidente da República dizia-me,
este senhor está aqui preso ou tem que haver eleições?
E a partir daí passamos todos a assumir que a culpa disso é do PS.
Lá está aqui uma coisa que é muito clara, que é,
ah, se casa aconteça, o Presidente da República
e é o que é o verdadeiro responsável por pôr em causa a estabilidade
do quadro parlamentar.
Porque caso o António Costa saia, a Marcelo Baldeçosa devia...
Devia deixar as instituições funcionarem,
não começar no primeiro dia numa especulação.
Verdaderamente já não faz parte do seu trabalho.
Tal como fez Jorge Champaio, quando o Dromba Rosso
foi para Presidente da Comissão Europeia?
Eu não sei se bem se mal,
ou seja, acho que eu não tinha idade para me recordar,
recorde-me mal desse processo.
Portanto, não diga-se bem se mal, mas sim,
as instituições funcionaram.
Há uma diferença.
Era um quadro que não era minimamente expectável.
Ninguém estava à espera que uma coisa dessas pudesse acontecer.
Agora eu acho que as eleições europeias,
e essa é que é um ponto essencial,
passamos o tempo focados nessa ideia.
Eu diria que à direita também pode haver grandes novidades
nas eleições europeias.
E isso nunca passa pelo nosso quadro da análise,
porque o Presidente da República já arrumou esse problema,
dizendo que a culpa é do PS,
o PS que resolve eventualmente o que acontecer nas eleições europeias.
E isso é que eu acho que é uma fatalidade também a alguém infantil.
Qual é a novidade para a direita?
Pode haver um fim de linha para a Luís Montenegro?
Eu acho que um líder que, a mais de um ano das eleições,
está a dizer que perder por pouco não é mal,
ao fim de 10 anos de poder,
ou quase 10 anos de poder de um partido,
eu diria que o próprio líder do PS
diz que está a ver que a sua vida pode não estar mal.
Agora, acho que há outros atores que podem ser tentados a desafiar,
já vimos isso várias vezes,
acontecer, no PS aconteceu um desafio ao líder depois das europeias,
e também pode acontecer no PSD,
não tenho todos do PSD depois de quase 10 anos na oposição,
a certa altura também há uma coisa que terá que fazer.
E, portanto, acho que também já chegaram ao limite
de deixar os líderes experimentarem e tentarem,
acho que isso também já acabou no PSD.
Quem era um bom candidato para o PS nas europeias?
Já se falou de vários nomes?
O PS tem essa vantagem.
Estes anos de poder criou muitos bons quadros,
e mesmo fora do governo,
há nomes, ou seja, há 5 anos foi um ministro,
um ministro que se entendeu, que tinha o destaque,
e também a preponderância para poder fazer diferente na Europa,
que eu acho que é uma marca que o PS quis deixar também
deste ciclo de poder, desta direção do PS,
o PS na Europa tem uma voz,
o Partido Socialista Português tem uma voz,
ocupar aliás um espaço desproporcional à sua dimensão eleitoral,
no quadro parlamentar europeu,
e portanto Pedro Marcos foi a escolha,
Maria Manoel Leitão Marcos foi o número 2,
portanto, isto mostra bem o nível, o Pedro Silva Praira,
portanto, a Margarida Marcos era uma lista de grande qualidade,
o PS terá seguramente uma lista de grande qualidade.
O cabeça de lista, eu diria, há várias formas de o fazer.
Há ministros que podem querer fazer esse caminho,
e aí há vários que podem querer fazer...
Anacatarinamentos?
Por exemplo, acho que anacatarinamentos é um nome óbvio,
que podia tentar, já foi ministra,
foi líder parlamentar, fez que está já lá de junta,
é um nome, eu diria, provável,
é um nome incontornável na discussão,
mas há mais, haveria mais nomes
de ministros de primeira linha que poderiam tentar,
independente, e aqui sem nenhuma especulação sobre a vontade cada um,
eu não faço ideia se é anacatarinamento,
estaria disponível, mas é óbvio que temos provas dadas para ir...
Mas que todo ministro do governo de António Costa
poderia ser candidato ao Parlamento Europeu?
Há outros ministros com espaço...
Manel Pizarra já lasceu?
Manel Pizarra já lasceu e saiu.
Manel Pizarra fez o caminho oposto,
mas há quem tenha a agenda europeia para impor,
e que seja a de cartas na sua área sectorial,
que pode marcar a diferença na Europa.
Eduardo Cordeiro podia ser um nome eventual,
o próprio Zé Luiz Carneiro podia ser,
eu estou a especular sem saber qual é a opinião de ninguém sobre o assunto.
Zé Luiz Carneiro podia porventura também dar essas cartas,
mas fora do governo também há soluções,
no Parlamento desde logo,
Marta Temido e Alessandra Leitão,
eu diria que são nomes claros que podiam fazer esse caminho.
Tiago Brando ao Rodrigues, claro,
por exemplo, não tinha lembrado Tiago Brando ao Rodrigues, é verdade.
Já que falamos de Marta Temido,
ela é nova presidente da Conselhia de Lisboa,
fala-se que eventualmente Eduardo Cordeiro
pode deixar também a distrital no final do mandato que termina em 2025,
para eu creio eu, em 2024.
Portanto, o Partido Socialista está em condições de tirar a Câmara
a Carlos Moedas nas próximas autárquicas.
E o primeiro nota que há de dar é uma coisa que conclimes esta conversa,
que é o Partido Socialista tem condições ultra privilegiadas
de apresentar quadros a tudo, não tem qualquer debate, o debate é,
mas quem é que o PS tem para isso?
E surgem dez nomes e isso demonstra uma grande vitalidade
e promoção da qualidade dos seus quadros, e isso é o primeiro nota.
O PS está em condições de tirar a Câmara a Carlos Moedas
nas próximas doições.
Está e tem de estar.
Ou seja, o Partido Socialista nunca pode perder essa ambição.
Se há coisa que eu entendo que deve marcar o nosso dia,
independentemente de termos ou não que trabalharam os que os outros,
e eu que sou presidente junto, eu tenho uma obrigação institucional
de trabalhar com o Carlos Moedas, e trabalho com algumas dificuldades,
mas lá vamos conseguindo.
Mas isso não significa que o Partido Socialista deve encarar o poder
na Câmara de Lisboa de outra forma, que não marcar a sua diferença.
E nós temos diferenças muitíssimos consideráveis
em praticamente todas as áreas com o Carlos Moedas.
E é afirmando essa alternativa,
e o PS só afirma essa alternativa mobilizando o Partido em Lisboa
e mobilizando-se o eleitorado,
só fazendo esse caminho, é que o PS pode fazer isso.
É óbvio que o facto de ter quadros preparados para o fazer ajuda muito.
50% de trabalho está feito, mas é para trabalhar.
Quem são esses quadros? Marta Temido?
Marta Temido, Arte Cordeiro, Alessandra Leitão,
são tudo militantes do PS em Lisboa,
que obviamente podem fazer esse caminho de...
E lá está, eu diria que estamos muito para lá
da discussão de quem é o candidato presente de Câmara.
Há uma discussão que é quem está preparado,
e a Marta Temido é muito clara nas suas palavras sobre isso,
quando diz os militantes do Partido Socialista devem estar disponíveis
para servir o partido quando o partido é entender.
Mas não lhe parece que essa é uma declaração,
de alguma forma, colocando-se logo à cabeça para ser candidado.
Quem tem os níveis de...
A Marta Temido quando sinaliza a sua disponibilidade
para ser presidente aconselhia numa circunstância extraordinária,
diria eu, sinaliza a transferência da sua militância,
e depois ela qualifica o que é a sua militância,
e explica-nos que para a Marta Temido,
a militância em um partido implica o militante estar disponível.
É covendo a um partido sempre do princípio
que se é candidato a alguma coisa é um previlejo.
Também tem um peso, né?
E portanto, a uma disponibilidade passa a assumir um compromisso com a cidade.
E a Marta Temido, quando assume a presidência aconselhia,
faz isso muito claramente.
Mas volta a dar a pergunta,
se o PS está em condições de ser o rosto de oposição
e de afirmar essa alternativa a Carlos Moedas até o próximo ciclo?
Isso é real.
Se isso ainda leste, é já o Carlos Moedas.
Porque acha que Carlos Moedas vai sair entre nós?
Acho que o Carlos Moedas pode ser tentado a disputar a liderança do PSD,
e se isso há pouco, né?
Ou seja, é um rosto óbvio do PSD
para eventualmente disputar a liderança de Montenegro,
caso as europeias corram mal, pode mesmo ser tentado a fazê-lo.
Caso passoscoelho não apareça.
Eu acho que, para ser passoscoelho, era dos maiores favoros que podia ser feito ao PS.
É possível, ou seja, essa união, acho que...
Isso era das poucas coisas que permitiria uma união à esquerda,
no momento em que a esquerda se está a reconfigurar.
Importante.
Não me preveus que isso aconteça.
E é real, com partoscoelho, o PS ficava com mais hipótese de se manter como partido do governo.
Eu acredito que sim.
Na conjetura atual dos quadros do PSD,
e depois de haver aquela disputa entre o Rio Rio e Palrangelo,
e ele ter perdido, que era também um quadro forte para a liderança do PSD,
mas que acabou por perder contra o Rio Rio,
atualmente penso que Carlos Moedas é a pessoa melhor posicionada
para ser uma figura propondurante ao espectro mais à direita da nossa política
e poder tirar o partido socialista do governo.
Parece que Carlos Moedas utilizou a candidatura à Câmara de Lisboa
com outras ambições políticas.
Sem dúvida.
Eu acho que a própria candidatura foi uma escola política,
e ele, na minha opinião, ele já era comissário europeu,
mas ele fazendo a candidatura, eu acho que ele não tinha...
Obviamente temos sempre expectativas de ganhar,
mas as expectativas que ele tinha, acho que acabou por superá-las
no sentido em que acabou por ganhar a Câmara Omidina,
que para ele e para a maior parte dos Lisboetas, acho que era impensável.
E, portanto, a partir daí, eu acho na cabeça de Carlos Moedas,
já tudo será possível, e, portanto, eu acredito que ele, sem dúvida nenhuma,
traia-se ideiamento.
Maria Miguel Simões, junte-te a nós.
Afinal, o passo-esquelho seria bom ou mau para a esquerda?
Mais do que pensar se ele seria bom ou mau para a esquerda,
deveríamos pensar, pelo menos eu penso enquanto alguém que se identifica mais à direita,
e se ele seria bom para a direita, não é?
Claro, fazendo bem à direita, fará mala à esquerda, creio eu.
Portanto, exatamente.
Assim, eu acho que o passo-esquelho tem uma imagem naturalmente manchada pelos anos atróica,
mas, como também já o disse aqui anteriormente, eu acho que...
Eu tenho muita curiosidade em ver a governação de passo-esquelho
fora das amarras atróicas, da austeridade e sem a sepesa em cima.
Agora, se o PSD apresentar quadros melhores que o que eu passo,
de preferência sangue novo e mesmo na juventude do PSD...
Já não é para ver, Maria Miguel, que fala sobre esse tema,
mas nunca avançaste com nenhum nome.
Quero fazer-lo pela primeira vez.
Eu não gosto de me comprometer com nomes.
Isso é um bocado injusto.
Uma pessoa é convidada e vem cá dizer 15 nomes,
e uns resíduos, nem um.
Eu gosto da postura que o líder da JTSD tem, o Alexandre Poço.
Eu acho que a Margarida também está a me falhar agora...
Nossa, é morto.
Exatamente, obrigada.
Por meio de tanto tratá-la assim para a Margarida, embora não o conhece,
também era um bom quadro.
A própria Lídia Pereira também desempenha um papel na parte europeia, muito bom.
Agora, o problema de um partido não ter quadros,
e aqui eu tenho que concordar que o PS tem bons quadros,
não sendo da minha lado político, o PS de facto tem os bons quadros,
que eu acho porém que estão a levar um grande desgaste
com esta governação na António Costa e que estão a ser desperdiçados.
À direita isso não está a acontecer, o PS perdeu a questão dos barões,
o PS não, o PSD perdeu a questão dos barões,
o próprio espaço público do PSD tem perdido muita qualidade,
e estar sempre agarrada a essa questão de bem o passo ou não vem
também não é um bom sinal.
Agora, se vier e se for para se conseguir libertar
de tudo aquilo que se passou nos anos de austeridade,
eu acho que pode ser bom para a direita
e talvez consiga-me com isso, obviamente, para justicar a esquerda.
Vamos falar também um pouco sobre as eleições em Espanha,
que aconteceram no passado domingo.
Isto porque o Partido Popular, o PP, venceu,
mas não tem maioria à direita para conseguir governar.
Pedro, as eleições em Espanha mostram que a extrema direita,
na Península Ibérica, ainda está muito longe do poder.
Não só em Espanha também com aquilo que aconteceu em 2022?
Eu confesso e sem entrar muito longe nesta reflexão,
que não é para mim uma reflexão muito maturada na minha cabeça.
Eu acho que é difícil acharmos que não há uma relação
entre a diferença entre a extrema direita em Espanha e em Portugal
e também a exceção que são os partidos socialistas na Península Ibérica.
Ou seja, aquilo que nós vemos é, tanto em França como em Itália
e obviamente também na Grécia, e que são os seus casos,
que eu dei um bocadinho mais de atenção.
Nós vemos a extrema direita crescer no eleitorado dos partidos socialistas
e os partidos socialistas desaparecerem simplesmente.
O facto de continuarmos a ter em Portugal e em Espanha
e os governos do Península, eu acho que não há um detalhe.
Portanto, é a prova de que a partir dos socialistas continuam a segurar esse seu eleitorado,
apesar de estarem a perder uma parte para a extrema direita, acho que a parte.
E esta era uma primeira nota.
Uma segunda nota que eu julgo aqui, fazendo a ponte para Portugal,
é o resultado que vemos agora ter o PP.
Portanto, o PP, ganhares, mas não tem nenhuma condição de governar,
é o que acontece a um partido,
apesar de, já agora acho que também devemos fazer esta justiça,
o PP não é o PSD ideologicamente, é um partido muito mais direita do que o PSD.
Está a direita do PSD.
Eu diria para o pente para mais do que o CDS.
Precisamente, está a direita do CDS.
Portanto, eu diria, acho que isso é muito claro e convém fazer essa justiça.
Mas o que acontece ao PP é o que acontece a um partido direita do sistema,
vamos dizer, um partido direita do sistema,
que se fecha exclusivamente em conversas com a extrema direita.
Ora, e aqui porventura, vale a pena perguntar.
E estamos continuamente a ouvir a análise de que a esquerda não pode ter
a hipocrisia de dizer que o PSD não pode aliar-se à extrema direita
e ao mesmo tempo dizer que não aviabiliza.
Mas não é isso, ou seja, a esquerda tem a mantida, a capacidade de ter maioria,
coisa que aliás, aparentemente acontecerá em Espanha,
a esquerda traz a capacidade de criar uma maioria.
Enquanto a direita, não tem por um motivo simples,
que é, não se afirma como alternativa.
Alguém dizia esta semana no programa documentário, já não sei exatamente quem,
o que acontece é o PP com esta estratégia,
não definindo o cordão sanitário, posto-se dentro do cordão sanitário.
E portanto, o eleitorado pensa, bom, este partido não conta.
E é isso que o PSD está a fazer também em Portugal.
Eu acho que não está a fazer...
Acho que lá está, não é comparável com a situação do PP.
Mas a verdade é, o PSD que vai tendo posições pouco claras.
E a certa altura, até mesmo é estranho que tenha uma posição pouco clara,
aquela coisa de, diga as palavras todas, só não diga chega.
Não é uma posição que eu confesso que tem dificuldade em compreender.
Não há ninguém que está já a ouvir aquilo que não sabe o que é que estamos a falar.
Nem do lado extrema-direita, nem do eleitorado do PSD,
nem do eleitorado potencial do PSD, toda a gente compreenda aquilo.
Falta clareza, Elis Montenegro.
Falta clareza, eu percebo que há custos de ajustamento nessa clareza, porventura.
Agora, a pergunta é, se tivesse sido claro Luiz Montenegro e o PSD,
se tivesse sido claro Rui Rio na última eleição,
esses custos já não estariam pagos, não estariam até marromado.
Esta maioria absoluta não seria porventura já é esse custo de compensação
que o PSD teria que pagar por acabar, por demonstrar ao eleitorado a extrema-direita,
que o voto na extrema-direita é um voto deitado fora.
Porventura, esta posição de falta de clareza,
que por vezes já nem é falta de clareza, eu acho que o Montenegro já foi muito claro,
mas eu já nem percebo o objetivo de não dizer, simplesmente, quer dizer,
extrema-direita não conta conosco, ponto.
Por que? Porque é que nunca chegamos a esta clareza.
A verdade é isto que criou uma dúvida no eleitorado,
que eu acho que é uma dúvida que não existe na cabeça da liderança do PSD.
Portanto, eu não percebo porque é que a mantém,
acho que é uma dúvida artificial já, nesta fase campeona.
Acha que, nas próximas eleições, se o Lismo Montenegro precisar do Chega,
não vai pedir esse apoio?
Não sei. Eu acho que esse é o mistério que continuamos sem saber,
ou seja, já percebemos que há nenhuma questão que é.
Vamos imaginar o quadro, então, o PSD ganha com a maioria relativa
e precisa do Chega para fazer uma maioria para criar, para constituir o governo,
e o PS não está disponível para viabilizar o seu governo.
O que é que acontece? O PS consegue aguentar uma minoria.
E, antes disso, o PS deve estar disponível para viabilizar um governo minoritário do PSD.
É algo que o Lismo Montenegro tem pedido muitas vezes.
Lá está. Eu manterei a mesma tese.
Os partidos devem ter a obrigação de criar maioria.
Quem não tem condição de criar maioria, obviamente, deve viabilizar.
Agora, isso nunca aconteceu ao PS.
O PS tem conseguido criar, ou seja, este problema só se põe,
desde que o PS tem conseguido criar uma maioria para governar.
Não criando. Acho que é óbvio, não é?
Portanto, em Espanha...
Perdeu? Tem que viabilizar, não é?
Em Espanha, o PSOE, caso não consiga uma maioria com partidos independentistas,
desde logo, em vez de ir novamente a eleições, como já se prevê,
Pedro Sanchez deve viabilizar um governo do PP?
Lá está, mas é que o PP também não oferece estabilidade em nenhuma solução possível.
O fechar-se na extrema-direita só garantiu que o PP não tem quadro de governabilidade com ninguém.
Ou seja, como é que podemos exigir ao PSOE que aceite um governo do PP com a extrema-direita?
Ou seja, ou então agora o PP vai fingir que nunca teve nenhuma conversa com a extrema-direita?
Mas foi jo... Meio estranho, não é?
Foi jo já disso que, se Sanchez viabilizar-se um governo do PP...
Nunca mais fala com o Vox.
E que não falaria com o Vox.
É tudo meio estranho, não é?
Não sei se...
Israel, ao longo da última semana, tivemos várias pessoas no PSD, desde logo o Lisboa Montenegro,
a dizerem que o partido que vence às eleições deve governar, falando sobre a Espanha.
O PSD ainda não está... ainda não ultrapassou o que aconteceu em 2015.
Eu acho que sim, acho que está um pouco traumatizado ainda.
Está traumatizado ainda.
Claro, claro.
Mas relativamente às eleições em Espanha.
Eu acho que o análise que nós podemos fazer é que, primeiro, nós vemos que partidos à esquerda
e os próprios partidos independentistas conseguem unir-se contra uma eventual união do PP com o Vox.
Ou seja, unem-se contra a presença da extrema-direita do governo.
Isto, de facto, mostra como a existência de um partido antidemocrático faz com que todos os outros partidos se unam
para que ele não chegou ao poder.
Isto dá-me esperança que este tipo de partidos, no futuro, possam não chegar tanto ao poder
como neste momento estão a chegar em vários países da Europa.
E, de facto, a Península Ibérica acaba por ser um pouco nicho em que os partidos socialistas e democráticos
estão a fazer com que os partidos de extrema-direita não chegam ao governo.
Porque depois é um grande perigo, porque os partidos chegam ao governo e, como a gente estava a falar,
é aquilo que o Antonio Costa não estava a fazer, que é criarem uma série de medidas populistas
para ganharem votos e continuarem no poder e, depois, a longo prazo parlamentar, até podem alterar
a própria Constituição, tal como é um dos desejos do líder da nossa extrema-direita.
E eu acho que, no contexto de Portugal, o facto de nós não termos um líder do PSD que seja um líder carismático
faz com que, a maior parte dos portugueses, quando nós falamos em caras de oposição,
pensem logo à partida no líder da extrema-direita.
Isto é muito perigoso e, por isso é importante também para a democracia,
que outros partidos à direita, no meio da mente do PSD, tenham líderes mais carismáticos.
Depois há outra questão, que é a questão do voto útil.
Também pode ser perigoso, porque quando nós temos um leitorado, em que há sempre uma
percentagem pequena que está sempre indice e, portanto, acaba por ter um voto útil.
E esse voto útil vai a favor de um partido democrático contra a presença de um partido
antidemocrático, como é o caso do Vox, faz com que, no período logo a seguir,
e foi o que se passou também em Portugal agora nos últimos eleições,
em que houve a presença desse voto útil, faz com que o partido que assuma o poder,
neste caso como o PS, ou na eventualidade da vermo união à esquerda em Espanha,
faz com que a responsabilidade seja muito maior, porque essas pessoas tendo um voto útil
acabam por exigir muito mais ao governo.
E, de facto, o governo não corresponde às expectativas da população,
que temos no risco nas próximas eleições de facto de haver uma mudança para o outro extremo.
Maria Miguel Simões, as eleições em Espanha mostram que a direita ainda tem muito caminho por fazer.
Se a estabilidade de critérios entre coligações à direita com partidos radicals são mais,
coligações à esquerda com partidos radicals são boas, eu acho que não depende só do caminho que
a direita tem que percorrer, eu acho que o PP merece o mérito por ter ganho,
não acho que esteva, como é óbvio, coligar com o Vox, porque não me identifique de todo
com partidos como o Vox.
Agora, eu acho que, e não querendo estar aqui a fazer comparações entre o PS e o PP,
porque eu não gosto muito de partir por aí, acho que o que falhou no PP não foi tanta questão
de programa ou de falta de conteúdo, foi mesmo o líder chegar ali a uma fase em que deu muito
por garantido. Um resultado, fechar-se em si mesmo, não ter o resultado que eu acho que
pensaria que ia ter e ser-lhe corrido mal, não acho que as falhas do PP sejam propriamente uma
falha à direita, acho que foi mesmo o perder dentro de ganhar por um bocadinho. Agora, se
fizemos essa comparação com Portugal, eu acho que a direita portuguesia tem muito mais que
caminhar do que terá a direita espanhola.
Mas concordas com...
A direita democrática, atenção.
Concordas desde logo com o Luís Montenegro, quando diz que o partido que venceu as eleições
é que deve governar.
Na teoria sim, agora na prática eu sei que as coisas não funcionam assim, até porque o próprio
pre-SSD nas ilhas, é pouco contrário disso, exato. Agora, a minha visão em relação a
coligações e acordos é se forem anunciadas, tudo bem? O que é estranho é depois de uma eleição,
termos aqui partidos que se andaram a bater todos nos outros, no caso espanhol também
à esquerda, irem sentar-se e tentar reunir com o senso, porque a verdade é que mesmo sendo
do mesmo quadrante político que a esquerda tem essa vantagem em relação à direita que se
consegue unir muito mais do que a direita, é preciso arranjar consciência dentro das
diferenças que os partidos têm.
Portanto, eu acho que os acordos posilitorais pecom por isso, agora em relação ao que Montenegro
disse, voltando à pergunta que fizeste.
Acho que é um pouco hipócrita Montenegro dizer isso, e não acresça nada ao PSD nem
a Montenegro estar a puxar pelo lado PP e o PSD neste momento devia estar a falar outras
coisas, a puxar de outros assuntos e de coisas que, se calhar, tocariam mais aos portugueses
do que as eleições, bem.
Pedro, há aqui vários pontos onde não concorda com a Maria Miguel Simãs.
Eu, Maria, disse uma coisa que eu compreendo mesmo agora aqui no final, mas que não é
exatamente verdade, ou seja, essa ideia de que a esquerda se entende como é a facilidade
de que a direita nunca foi assim, a direita tinha era uma, e vamos lá ver, eu acho que
também não é segredo, eu tive uma proximidade a terminar a altura da minha vida com o CDS,
é um partido que eu respeito muito, e o CDS sempre teve esse papel de partido tampão
de uma direita que obviamente tinha que existir em Portugal, mas não tinha expressão porque
o CDS garantia que havia um espaço conservador, e isso é um facto que existia em Portugal,
e com a saída do CDS deixou de existir, e portanto o que temos é, saída o tampão,
entra pelo sistema desse partido, mas há uma coisa que a Maria diz que é verdade,
há o reconhecimento de que é legal a existência daquele partido, e isso é um primeiro facto.
Isso dá-lhe uma legitimidade formal que existe, mas a verdade é, e é por isso que para a
esquerda se torna mais fácil entender-se do que é hoje para a direita, é hoje, todos
compreendemos que o PCP, ou usar historicamente, é mais relevante o PCP, o bloco historicamente
não tem essa relevância, o PCP perdeu esse caráter de perigo para o regime, o PCP tornou-se
um partido institucional, o PCP respeita o sistema, coisa que eu não tenho, por certo
que o chega a fazer, acho mesmo que não faz, e acho que os eleitores, e era isso só que
o querido da Câmara aí calmo já, não somos nós que fazemos essa diferenciação, são
os eleitores que percebem claramente qual é a diferença entre uma coisa e outra, e por
isso confiam no risco de uma coisa e o risco da outra, valeu uma maioria muito inesperada
ao PS.
Maria Miguel.
Eu vou só deixar aqui esta anotação que é, eu não acho-te tudo que o radicalismo
à esquerda de Espanha aconteça em Portugal, eu não acho-te tudo que o PCP seja um partido
radical, eu reconheço, se calhar-me mais um radicalismo, mas mais uma agressividade
no bloco de esquerda que no PCP, eu tenho essa proximidade, a proximidade que o Pedro simpatia
vá, que o Pedro tem com a CDS, eu tenho com o PCP, eu não acho-te tudo que haja um
radicalismo, a esquerda em Portugal com mais Espanha, e quero deixar isto mesmo acente.
Agora eu acho que o que se passa em Espanha à esquerda está no nível de radicalismo,
que para mim, na minha visão, pode ser em muitos aspectos comparados ao radicalismo
do Vox, que em nada eu acho que o radicalismo do PCP possa ser comparado à chega.
O bloco de esquerda é esse partido diferente, Pedro, em relação ao PCP.
Eu acho que...
Antonio Costa diz isso várias vezes, até.
É, vamos lá ver, eu acho que há duas discussões sobre isto, qual é a configuração da esquerda
que marca, na verdade, uma grande parte do debate sobre o que é o futuro do PS e este.
Esta coisa que é fácil para o PS entender-se à esquerda não é exatamente verdade.
Há uma parte do PS para quem é intolerável pensar em acordes à esquerda, são todos os
críticos da jaringonça e ninguém seu do PS continua, muitos são, vários são deputados,
passaram a alguns pelo governo a determinada fase da vida, toda a gente evoluiu e tem
direito a evoluir e é na troca de ciências.
Mas há esse ramo dentro do PS, depois há quem entenda, o Primeiro-Ministro vai demonstrando
uma simpatia, mas nunca afirmou isto e não acredito que há isto, mas há quem acha?
Que só há, que há uma legitimidade na discussão com o PC e o argumento é sempre o mesmo.
Já todos ouvimos que o argumento com o PC é confiável.
O que lança sempre uma ideia de que o bloco não é.
Eu discoro desta ideia, só para que fique claro.
Eu reconheço que o bloco é mais radical, há muitas coisas, mas eu acho que nós também
um dia teremos que perder o medo de ser radicais.
Ou seja, nesta discussão da habitação eu acho que já provamos, já fomos vendo que
continuar infinitamente a tentar os equilíbrios entre o PS e o discurso liberal não vai
alterar grande coisa, porque talvez o pensar e a terreno comum à esquerda e aí no radicalismo
do bloco, n'alguns pontos.
E aí entre Pedro Nunes Santos?
Não sei, eu espero que Pedro Nunes Santos seja pelo menos disponível para fazer este
debate interno do PS, que eu acho que é uma aula que tem ganho, alguma importância
dentro do PS é quem entende que há um diálogo, n'alguns matéries que deve ser feito à
esquerda, ou seja, do PS mostrar que não tem só terreno comum à direita, não tem só
terreno comum com os liberais, mas que há também terreno comum à esquerda para discutir.
Eu acho que nem essa habitação é muito claro, que é uma dessas áreas.
Falta carisma só mesmo para terminar, mas falta carisma a Luiz Montenegro, como disse
há pouco o Israel.
Eu acho que é injusto fazer essa análise, por muito carisma até que ele fosse teria
muita dificuldade em contar com o meu voto, eu não reconheço o que eu sinto, não me
focando na ideia do carisma, mas usando uma outra imagem que eu acho que pode servir
para ilustrar toda a gente a melhor opinião sobre o assunto.
Falta força a esta liderança do PSD, ou pelo menos é isso que cheira, ou seja, o cheiro
no ar é de que falta a ambição para ser alternativa, mas eu não sei se é o carisma
que falta, se é outra coisa qualquer, porque o sonho é das muitas pecinhas que é preciso
encaixar para afirmar uma alternativa a alguma coisa que falta, e é por isso que nós estamos
sempre com esta precessão, o chamado cheiro, mas é a precessão de que não há uma alternativa
à direita, vai aparecendo e o presidente do PSD fala muito e diz muitas coisas e opõe-se
a muita coisa, a verdade é que nós não sentimos a ambição de ser uma alternativa para o
país, não sei se falta projetos, falta programas, falta carisma, há uma coisa falta.
Israel.
Só queria aqui deixar mais uma nota aqui, nós estamos aqui fazendo um debate ideológico,
mas a maioria dos portugueses quando estão a passar muitos dificuldades para comprar
a limitação, para pagar a sua renda de casa, para pagar o crédito da habitação, nós
não nos podemos esquecer que os nossos vizinhos, apenas cerca de 25% da população, é que tem
uma taxa variável, enquanto que em Portugal essa % é de 90%, portanto são mais de um
milhão de famílias que neste momento estão a ver a sua renda adorar, e portanto com
todos os outros custos associados, de facto é muito fácil as pessoas, depois quando
existem eleições, não olharem para estas ideologias políticas e tentarem mudança
na esperança de um futuro melhor, e lá está, mais uma vez existe uma grande responsabilidade
neste momento para quem está a governar, para que nós podemos continuar num percurso
de uma sociedade mais justa, mais igual e em que todos contam.
Maria Miguel Simões, para terminarmos, queres deixar alguma nota?
Acho que realmente estamos a passar, principalmente em Portugal, temos muito complicados em termos
económicos, eu falo por mim quando jovem, toda a questão de poupança, de habitação,
de saúde, de perspecção de carreira, eu estou refém quando jovem neste país e vejo-me
cada vez mais confrontada com a possibilidade de poder imigrar, e como Israel disse bem,
este discurso ideológico faz parte, mas não nos podemos esquecer que há outras coisas,
e de facto eu espero que as coisas melhorem e que principalmente por um governo como
o PS, que se diz de esquerda, punha mais na prática e consiga criar medidas melhores
para que a vida dos jovens e não só consiga melhor e tenha um futuro mais feliz.
Falta olhar para os jovens, Pedro, da parte do governo.
Eu não sei se falta olhar para os jovens, eu sei que há problemas que são muito concretos
dos jovens e que onde vimos agora uma alteração da visão e que tocam especialmente aos jovens,
são problemas transversais mas que tocam a todos.
A ideia é que o que falta são políticas de juventude, eu não concordo, que seja isso
exatamente o que acontece, nós temos um problema na habitação e temos um problema no trabalho,
eu diria que são assim, além daquilo onde já passamos a saúde e a educação obviamente,
eu diria que temos problemas no trabalho, em particular o nível dos salários em particular
do salário médio e ser baixo, é um problema transversal, é obviamente um problema que
afeta especialmente a geração mais qualificada de sempre, o mesmo acontece com a habitação,
se os curtes da habitação estão descontrolados, é óbvio que se impacta mais quem ganha menos,
porque já ganha menos, porque os jovens ganham menos de base, mas também quem está à procura
de casa, quem não tem créditos antigos, quem não tem rendas antigas, quem está agora
a tentar afirmar o seu espaço na vida adulta, é óbvio que tem uma dificuldade ou constituir
a sua família, é óbvio que tem um problema agravado e portanto eu acho que faltam respostas
para o aumento dos, eu acho que temos que encontrar um caminho para continuar a melhorar
os salários e temos que encontrar mais respostas para o problema da habitação, são problemas
especialmente que afetam o sábado dos jovens, sim, são, mas eu acho que não que nos falta
não são políticas de juventude, são soluções para estes dois caminhos e os jovens obviamente
terão que ser um público especial neste caminho, mas eu acho que temos que os encarar
como problemas transversais, posso dar só uma nota final sobre a Espanha que não dê
há pouco, eu não sou de intrigues mas queria só destacar neste comparativo que temos feito
entre Portugal e Espanha e não houve nenhum comentador de dar esta nota, eu quero só
destacar que perante o mal resultado do líder do PP, os militantes imediatamente começaram
a gritar pela presidente da Câmara da Capital, eu não sei se não acontecerá depois das
europeias, mas isto sou eu que não tenho nenhuma intenção de criar aqui uma intriga sobre
isto.
Agradeço ao Pedro Costa, o nosso convidado especial do fim desta primeira temporada do
Minoria Absoluta, este episódio e todos os outros estão disponíveis em TSF.pt e nas
plataformas habituais de podcast, o trabalho técnico foi do João Félix Pereira.
Machine-generated transcript that may contain inaccuracies.
Edição de 29 de julho 2023