Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: Os Livros da Semana: Paul Schrader, teatro de revista, fosforozitos de Robert Walser e o agente Jorge Jardim
Joana Beleza 4/29/23 - Episode Page - 7m - PDF Transcript
Bom, está na altura dos livros, eu trago esta semana um livrinho estranho e surpreendente,
quase insignificante, no melhor sentido da palavra, um adjetivo que o autor com certeza
não se recusaria a aplicar a muito do que escreveu, é o próprio diz, no último texto
deste livro, desejos de ser ignorado. Apesar desse desejo, Robert Valser, escritor suíço,
ligo alemã, não caiu no esquecimento, tornou-se até uma espécie de autor de culto. A título
de exemplo é um dos habitantes do bairro dos senhores de Gonçalem Tavares, é o Sr. Valser.
Este livro chama-se Cinza, Agulha, Lápis e Fósforositos, reunam um conjunto de textos
que fazem-os ao título e que são uma espécie de pequenas vinhetas em que Robert Valser
põe a atenção em pequenos objetos inanimados, dâneles, uma vida própria, que podem ser
umas luvas, um candeiro ou até um botão. Um dos textos chama-se Descurso a um botão
e é mesmo isso. O propósito deste olhar está explicado logo no texto inicial, onde
Robert Valser escreve, creio que não me equivoco muito-se-me-a-riscar-a-acreditar, que apenas
basta abrir os olhos e olhar atentamente em redor para ver coisas que são valiosas,
se escontemplarmos com alguma intimidade e cuidada. Cinza, Agulha, Lápis e Fósforositos
de Robert Valser, edição a Síria e Alvim. O João Miguel Tavares traz a biografia de
um capitalista do tempo de outra senhora.
Não é possível reduzí-lo apenas a um adjetivo. Isto faz parte da série Pessoas que já teriam
dez séries no Netflix que se tivessem nascido nos Estados Unidos. Porque a vida de George
Jardim é uma vida absolutamente extraordinária. Este livro é uma edição, a primeira edição
tinha sido em 1996, pela Bertã. Estava escutada agora a Don Quixote, reeditou em
boa hora a daltoria de José Ferreira Antunes, e que fez um imenso trabalho, ele entrevistou
quase uma centena de pessoas. E este George Jardim foi tudo, tu chamaste-lhe capitalista,
é verdade, ele foi estudar de empresas para São Paulo e imô, foi subsecretário de Estado
durante o Estado Novo, foi enviado a Salazar e Caetano, foi desestabilizador em Gólimo
Sambique, e depois negociador em Plano e o Gópolis de Estado, foi chefe de tropas especiais,
é uma personagem incrível e ainda por cima foi pai de 12 filhos. O Pedro Mexia traz
reflexão sobre o cinema. É um clássico da crítica de cinema, doensei-se
sobre o cinema, é um livro do Paul Schrader chamado Estilo Transcendental no Cinema,
ou Zubro Sonheidraia. O Paul Schrader não se nemasta muito conhecido e é talvez com
o Peter Bogdan a ouvir-te o mais importante dos críticos que se tornaram sinneastas.
É o argumento de taxidraiva. É o argumento de taxidraiva.
E o Schrader foi educado, teve uma educação calvinista muito estreita e decidiu e depois
apaixonou-se pelo cinema, que não lhe permitiam ver cinema até a adolescência. E então neste
livro, no fundo, tinha 24 anos, é um livro extraordinário para alguém com esta idade,
e ele tenta encontrar qualquer coisa de comum nos filmes, o que ele chama transcendentais,
o estilo transcendental, é o estilo dos filmes em que querem falar do sagrado, como sabe
é um tema difícil de falar sobre, sobre ele, e então ele escolhe estes trexineastas,
o Zubro Sonheidraia e a tese dele é que há uma forma de falar do sagrado, que é o estilo
transcendental, que é transversal às culturas, é uma forma de representação e não um sistema
de crenças, e ele estuda isso e tem um prefácio novo sobre o slow cinema, que não tem muito
a ver com o resto, mas enfim, é uma, é um anex muito interessante sobre as tendências
do cinema nos últimos 20 e tal, ou 30 anos.
Semmos do cinema para o Teatro de Revista.
Exatamente, ou Carlos, isto é um volume fascinante. Deve dizer que é um volume, é cada um tem
as suas opções.
Grande segredo.
Sim, é um volume fascinante, que se chama Teatro de Revista em Portugal, Revistas Perdidas
e outras, 1851, 1868. É um estudo, reparem, é bastante, tanto volumoso, até porque tem,
digamos, aqui, várias, várias revistas transcritas antigas que se julgavam perdidas e outras
nem perdidas.
Revistas...
Respetáculos de Teatro de Revista.
Teatro de Revista à Portuguesa, Teatro de Revista do ano, seria o seu nome completo,
porque é disso que se trata, é de procurrer as notícias do ano e comentá-las. É organizado
pela Eugénia Vasquez, o que faz uma espécie de estudo inicial que valeria ao livro, só
ele, até porque só nas hipógrafas a gente já se diverte muito, porque há pessoas que,
digamos, partidários do Teatro de Revista que até se comprassem com, digamos, um certo
desbragamento e dizem, é assim mesmo, com Xalaça Grossa e o Collomborg, que são trocadinhos.
Mas, por exemplo, temos Fialho da Almeida, que mais à frente, a Eugénia Vasquez diz
que quando morreu deixou uma revista escrita, mas que aqui ele diz assim, as revistas do
ano tornaram-se em focos coléricos do já derrancado aviltamente moral do nosso povo.
E, portanto, são cretinos sem saborões, dos recessos suspeitos das letras, sacodem
o rir alcoólico da cor, já na loucura moral dos pobres...
É ingressorismo da outra...
Exatamente, ingressorismo...
E, reparem, ele vai mais longe, ainda lugar para a colaboração a vulsa e porca dos atores,
que metem de sua casa mais fezes, e, portanto, tem aqui toda, há várias transcrições
de revistas, sempre para alegóricas, uma cena em que a hipocrisia à estupidez e o
fanatismo conversam, algumas, a esta distância, aparecem, digamos, ingénuas, mas é muito
interessante, mesmo...
Fica ao Teatro de Revista, compilado por Eugénia Vasquez, está concluída mais uma reunião
semanal, 2 ou 8 dias à mesma hora, sempre em podcast de qualquer hora, Pedro Mestia,
João Miguel Davares e Ricardo Orujo Pereira.
E aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí,
e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí,
e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí,
e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí, e aí,
e aí
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Um grande livro sobre ninharias de um autor de culto, a biografia de um figura bigger than life do tempo da outra senhora, reflexões sobre cinema e os arquivos do teatro de revista.
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