Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: Os livros da semana: Geoff Dyer, Voltaire, Aretino e uma novela gráfica

Joana Beleza Joana Beleza 7/29/23 - Episode Page - 6m - PDF Transcript

E chegámos à altura dos livros.

Os livros da semana têm o patrocínio Renault-Etec.

E eu trago esta semana, no último programa desta temporada, um livro sobre como as coisas acabam,

para ser apropriado, tudo tem um fim, mesmo que o fim seja, pelo menos neste caso,

será apenas a antipação de um novo começo.

E este livro é sobre isso, o título pode induzir muita gente em erro,

pensando que se trata de um ensaio sobre tênis ou da biografia de um tenista,

mas não é nada disso, se chama-se Os Últimos Dias de Roger Federer e Outros Finais,

e é uma deambulação literária, bastante original, bastante desorganizada,

mas também por isso surpreendente, do escritor inglês Geoffrey Dyer,

um inglês que se mudou para a Califórnia e que riu naquí histórias umas atrás das outras,

em que o El de Ligação é o fim, o fim das carreiras artísticas, de carreiras desportivas,

de carreiras públicas, nos mais diversos domínios.

No fundo é uma reflexão sobre o modo de fazer com que a vida seja de uma forma cotidiana,

uma maneira de adiar o fim.

O resultado, apesar de poder ser em certos momentos melancólicos,

é também bastante divertido e cheio de pequenos episódios brilhantes.

Entre os muitos casos e as muitas histórias que o autor conta,

gosto muito, em particular, da explicação do escritor e crítico darte John Berger,

quando o autor lhe perguntou, já no fim da vida, como tinha conseguido escrever tanto,

durante tanto tempo, John Berger fez uma pausa e respondeu,

porque acreditava que cada livro seria o último.

Os Últimos Dias de Roger Federer e Outros Finais de Geoff Dyer, edição Quetzal,

e o Pedro Mexia traz Voltaire em Lisboa, por assim dizer.

Sim, na verdade, é um poema, mas não é provavelmente uma obra muito relevante,

enquanto poesia.

Tem a ver com o facto de muitos dos estábios daquele tempo,

como o caso do Voltaire, o caso do Cante e de outras figuras,

terem levado muito a série de comédia de Lisboa,

não apenas como um fenómeno natural, mas como um fenómeno filosófico.

Uma série de consequências filosóficas, não só sobre a fragilidade humana,

sobre o papel da providência divina, mas também, e é isso que interessa particularmente o Voltaire,

como forma de demonstrar que os filósofos que acham que tudo está bem estão profundamente enganados,

e é muito interessante que esta edição inclua uma carta do Rousseau,

que se sente um pouco ofendido pelo ataque às pessoas para quem tudo está bem e tenta defender a sua dama.

O João Miguel Tavares traz uma novela gráfica.

Sim, muito bem, Carlos.

Chama-se Mar Negro, e é...

Deu-me alguém ofender-se com a primeira dia.

Não, eu ouvi.

O termo de novela gráfica está aqui muito bem aplicado, porque é um livro magnífico.

É do Bernardo Carvalho, a ilustração, e da Ana Pessoa, o argumento.

Eles já tinham feito junto um livro chamado Desvio,

e eu continuo a ter com a minha filha mais nova, apesar dela já saber ler o hábito de nós,

lembramos um livro em conjunto ao final do dia, e foi uma surpresa magnífica.

É um livro realmente muito bom para a adolescente.

Ela é apontada aí para quem tem 15 anos, mas pode ser lido um bocadinho antes e certamente um bocadinho depois.

E o Bernardo Carvalho é muito inventivo como desenhador, ilustrador,

e toda esta planificação, o que se chama de Coupage, é realmente muito engenhosa.

E a Ana, ela é ótima nos diálogos e na construção de personagens.

É realmente agora que se aproximam as férias, e é também um livro sobre o verão.

Aqui está este belíssimo mar negro.

Mar negro.

O Ricardo Arujo Pereira traz um clássico da literatura padalhóca.

Exatamente.

Também é apropriado para o verão.

Também bom para adolescentes.

Os adolescentes têm muita interesse na matéria aqui tratada.

Bom para o verão.

Eu não sei, eu sempre fiquei despontado com essa estatística.

Mas é bom para o verão.

O calor provoca, digamos, nudeses, dilatações, nudeses, as duas juntas.

E são os versos de Aratino.

Soneitos luxuriosos, chama-se.

Vou ler até porque a edição é bilingue.

E, portanto, a versão portuguesa é capaz de ser um bocadinho pesada.

Mesmo para esta hora da noite.

Mas a edição italiana aí.

Eu não sabes captar audiências.

Prata-se de uma pessoa que não sabe.

Nem te clamar, nem falar italiano.

Por isso tem tudo para correr bem.

Fotiamici. Vitamia. Fotiamici, presto.

Perque perfotter tutinatissiamo.

E sei o cazzo amitu la pota yobramo,

cheio il mondo sarianulo senza questo.

Perfotter tutinatissiamo.

Perfotter mitutinatissiamo.

Coniocato en la pota.

E assim se conclui mais uma reunião semanal.

É a última desta temporada.

Vamos dar-vos descanso durante o mês de agosto.

Voltamos em setembro de baterias recarregadas.

E com os mesmos sempre, João Pedro Mexias,

João Miguel Tavares e Ricardo Arroz Pereira.

Boas férias para quem for de férias.

Legendas pela comunidade de Amara.org

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Na estante da semana, a última antes de férias, há poesia badalhoca com um clássico de Pierro Aretino, há o Mar Negro numa novela gráfica sobre o fim do verão, há uma deambulação sobre o modo como tudo acaba na acumulação de pequenas histórias do inglês Geoff Dyer e há uma reflexão poética de Voltaire sobre o terramoto de Lisboa.

 

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