Joana Beleza Joana Beleza 4/22/23 - Episode Page - 6m - PDF Transcript

Está na altura dos livros, e esta semana trago um livro original logo desde o título,

chama-se Lensos Pretos, Chapéus de Palha e Brincos de Ouro.

A autora, Susana Moreira Marques, é uma escritora que escolheu para seu território

literário uma forma de escrita que não passa pela ficção.

Esta é o terceiro livro que publica, em todos eles, há um cruzamento entre jornalismo,

ensaio e literatura.

Uma forma literária onde a autora não evita tornar, presente a sua voz na investigação

dos temas que trata.

O primeiro livro de Susana Moreira Marques era uma investigação sobre a morte, os momentos

finais da vida, o segundo sobre a maternidade, e agora este é um livro sobre mulheres, uma

pesquisa simultaneamente sociológica e literária com o auxílio de um outro livro que fez a

história, o clássico As Mulheres de uma País de Maria Lamas.

É a partir desse livro de finais dos anos 40, do século passado, que Susana Moreira

Marques refaz o itinerário de Maria Lamas em busca de mulheres anónimas, mulheres que

não ficaram, nem ficam, na história, mas que constituem um retrato vivo da condição

feminina em Portugal, um retrato do muito que mudou desde esse período do século passado

e daquilo que ainda permanece, tudo isto num relato sempre filtrado por aspectos autobiográficos

de alguém à altura, à procura da própria história nas histórias com que se cruza.

Lenses pretos, chapéus de palha e brincos de ouro de Susana Moreira Marques edição,

companhia das letras.

O João Miguel Tavares propõe um livro para os chamados Political Junkies, os viciados

na política.

Que somos todos nós, então.

Isto é um catarapácio de quase mil páginas, chama-se o essencial da política portuguesa

e qualquer espectador ou ouvintes depois deste programa percebe quanto isto é importante,

isto é para perceber o Portugal contemporâneo, vai um bocadinho atrás, a nossa história

e isto é a versão portuguesa de um livro chamado Oxford Handbook of Portuguese Politics

e é organizado pelo Jorge Fernandes, pelo Pedro Maranhas e pelo António Costa Pinto,

portanto foi publicado lá fora, ele é o originalmente perceber-se-á que está apontado

para um público estrangeiro, mas que tem uma grande maravilha.

Apesar de António Costa não ter intervido neste livro, intervai-o à Fundação Francisco

Manuel dos Santos, que por acaso vem, deriva da Jerónia Martins e do Pinho doce, então

o que era que aconteceu?

Embora o livro não tenha 0% diva, custa 37 euros, e por que é que isto custa 37 euros

em Portugal?

E por que é que isto é uma boa notícia?

É porque eu tenho isto há várias meses na minha caixa da Amazon mas custa 185 na

versão original.

Portanto, lá está 185 por 37, isto sim é que são bons negócios, aprendam e tal.

O Pedro Mexia traz um humor muito particular.

Sim, é um livro clássico, digamos assim, um livro de Matocontos dos Gintônicos, um

livro bastante conhecido, Maria Receleria nasceu há 100 anos, a Fadia 100 se houve

a se viva e o livro seu em 73, portanto há 50 anos e tem essas duas, o livro sai numa

nova...

São duas efemérides para o preço de uma?

São duas efemérides para o preço de uma, nesses livros B, que era uma famosa coleção

da estampa, que agora é uma chancela autórmaca, e são textos muito sugerentes, são textos

digamos assim surrealistas, para dizermos uma designação assim genérica e fácil de

atender, entre o conte e o poema, e são textos completamente como surrealismo era, insolentes

e cheios de verbo, e onde não há qualquer respeito, podia ver um, não há qualquer

respeito, não há qualquer respeito por instituições, crenças, pessoas ou autoridades, e eles

eu isto descomprei isso de uma forma muito divertida.

E não passou por leitores de sensibilidade?

Não, não, para até profalciam.

O Ricardo Arroz Pereira, vem com morar o 25 de abril.

Exatamente, é uma ótima semana para esta reedição pela primeira vez em 48 anos, desta

reunião de cartunos do João Abel Manta, que inclui também, ou seja, para além dos

que estavam na primeira edição, inclui também alguns cartunos anteriores da 75 e todos os

posteriores, o João Abel Manta, os cartunos do João Abel Manta fazem parte da iconografia

do 25 de abril, tanto quanto, sei lá, os cravos e as fotografias do Alfredo Cunha, o traço

imediatamente reconhecível do João Abel Manta, ficam aqui reunidos todos estes cartunos,

25 de abril sempre faxismo nunca mais.

E assim se conclui mais uma reunião semanal, dois ou oito dias, à mesma hora, ou a qualquer

momento em podcast, os mesmos sempre, Pedro Nostias, João Miguel Davares e Ricardo

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Antecipando a comemoração de mais um aniversário do 25 de Abril recupera-se o humor corrosivo dos cartoons de João Abel Manta e do gin tónico de Mário-Henrique Leiria, que nascem há cem anos. Os viciados na política têm agora em português de Oxford com O Essencial da Política Portuguesa. E a literatura sem ficção tem um novo título de Susana Moreira Marques interrogando a condição feminina na esteira de Maria Lamas.

 

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