TSF - Minoria Absoluta - Podcast: Os jovens e as políticas para uma vida boa, com Bianca Castro e Maria Miguel Simões

TSF Radio Notícias TSF Radio Notícias 6/3/23 - Episode Page - 40m - PDF Transcript

Em um país morgulhado em casos e casinhos, há uma nova liderança à esquerda, a esquerda

que continua em renovação depois da geringonça e vai piscando o olho ao Eleitorado Jovem.

O primeiro ano de liderança de Luís Montenegro também vai ser analisado, nesta reunião

da Minúria Absoluta, vamos passar também por Espanha, que já está em pré-campanha,

em uma viagem com a Bianca Castro e a Maria Miguel Simões, que se juntar a nós a partir

dos estúdios da TSF do Porto, eu e a Bianca estamos em Lisboa e começo por ti a Bianca

Castro, isto porque a Mariana Morte Água assumiu funções no passado fim de semana,

ela tem 36 anos, não faz parte do Chupo 35, mas é uma jovem política, é também um

sinal de renovação e um bom sinal para o jovem.

Eu acho que ter jovens e em específico jovens mulheres nesses papéis de liderança é sempre

algo bom, é algo que precisamos de ver cada vez mais e acho que lá está, não só sendo

uma jovem mulher, mas sendo também uma jovem mulher que já se assumiu como uma mulher

lésbica a parte da comunidade LGBT, acho que é um marco muito bom e acho muito positivo

também continuar meio que já esta linha do bloco, seguindo a Catarina Martins, de

ser mais uma mulher líder, portanto sem dúvida e acho que temos é de ver mais casos

de partidos políticos com lideranças femininas.

Marisa Matias é o outro nome que também é um nome feminino.

Maria Miguel Simões, Marcelo Rebelo de Souza há uns dias disse que sem os jovens com

um papel mais liderante Portugal perde tempo histórico e ficará irremediavelmente para

trás, concordas com esta ideia do presidente?

Mas lá a todos, sim concordo, claro que sim, enquanto jovens, enquanto jovens nós conseguimos

ver encargos políticos com representação a falar por nós e a conseguir dar a conhecer

as dificuldades que passamos, melhor um país quanto mais jovem, quanto mais pensar nas

gerações jovens mais irá avançar, quanto mais não seja para que também consigamos

nos jovens olhar de outra forma para as gerações passadas e para os mais velhos

e tomar conta de eles de uma forma diferente.

E é um bom sinal, Mariana Mortágua, assumir a liderança do bloco de esquerda, isto tendo

em conta que é uma mulher jovem, como dizia a Bianca?

Eu concordo com o que a Bianca disse, é sempre bom ver uma mulher a tomar um cargo

de liderança, principalmente na dimensão que é assumir a liderança de um partido.

Portanto, não acho que o fator idade seja um fator pelo qual Mariana Mortágua vá pecar.

Não entendo, não resisto em te lembrar que o CDS já teve um líder jovem, o Francisco

Rodrigues dos Santos, e não correu propriamente bem.

O CDS também já teve uma líder mulher, não é a sanção crista, o que eu acho que

falhou na liderança de Francisco, foram motivos completamente diferentes daqueles

que podem levar Mariana Mortágua a falhar, acho que não é bem comparável em termos

de situações, nem em termos de perfil, eu acho que Mariana Mortágua é muito mais

carismática do que Francisco Rodrigues dos Santos, não acho que seja comparável.

Mariana Mortágua falou de vários temas no discurso de Vitória, falou no que considera

ser uma vida boa e tocou várias vezes também no tema das alterações climáticas, parece

que o Bloco de Esquerda está de alguma forma a querer resgatar este tema.

Eu espero que sim, e já foi apontado também que vai ser uma das prioridades deles agora,

e acho que mesmo em relação à questão da vida boa que tem sido agora uma bandeira,

acho que ela faz muito bem também ao dar voz a esses problemas, também se identifica

com eles no sentido de que diz mesmo pessoas da minha idade não conseguem arranjar casa,

não conseguem isto, não conseguem aquilo, e acho que realmente é preciso falar destas

coisas desta forma e o próprio termo vida boa é, no fundo, uma vida digna que todos

merecemos.

E em relação às alterações climáticas, espero que sim, que volta a ser uma grande

bandeira e que volta a estar no discurso não só do Bloco de Esquerda, mas de outros partidos

e no geral também no movimento social, que nunca deixou de estar na verdade, mas acho

que também é bom notar que até agora não houve nenhum partido que realmente sugerisse

e fizesse o suficiente em relação ao tópico, e não fala apenas do nosso governo, mas no

geral em relação à questão das alterações climáticas, que no fundo é das mais urgentes

que estamos a enfrentar e que as propostas continuam a estar muito há quem.

É pesar de todos os partidos falarem em ambiente e nas alterações climáticas.

Exatamente, até porque um partido falar do ambiente é muito diferente de um partido

falar de justiça climática por si e até posso dar um exemplo em que nós neste momento

temos políticas para cumprir metas apresentadas em documentos como o roteiro para a neutralidade

carbónica 2050, que 2050 há parte já aqui, mas é tarde mais, como sabemos.

Temos um plano nacional de energia e clima 2030, temos leis de base do clima, mas fazendo

as contas e isto são contas que estão a referir a, que foram feitas a 2021 num relatório,

mas com essas contas ficamos a saber que mesmo com estes documentos em vigor o orçamento

de carbono ficaria escutado entre 2026 e 2037, ou seja, entre os próximos 4 ou 15 anos Portugal

iria emitir todo o CO2 a que tem direito até 2100, em qualquer cenário compatível

com manter o aumento da temperatura em 1.5 graus Celsius, e portanto sabemos aqui, basta

ver isto para realmente perceber que não está a ser feito o suficiente, e eu espero

que isso se mude, não tenho muita esperança neste momento, mas espero ser surpreendida.

Maria Miguel Simões, a Mariana Mortágua no discurso de Vitória tentou de alguma forma

tirar o foco dos casos e casinhos e falar dos reais problemas das pessoas para que

possam ter uma vida boa, como falávamos.

Essa mudança de discurso pode ser a chave também para aproximar os jovens dos partidos,

isto porque os jovens muitos são ativistas, falam nas redes sociais, vão para as ruas,

mas não se sentem representados muitas vezes pelos partidos tradicionais.

Eu não acho que o bloco tenha um particular problema com falta dos jovens entre eles,

eu acho que o bloco tem, é uma falta de um juventude enquanto organismo a funcionar,

não sinto, por exemplo, que não que eu acho que os partidos precisem de ter juventudes

convencionais, mas acho que o bloco, sendo um partido que tem uma orgânica tão jovem,

falta ali a ver algum tipo de mobilização jovem mais institucional para que consiga chegar

mais aos organismos, por exemplo, às instituições de ensino ou até mesmo na questão das ruas,

que eu sinto que o bloco está um bocado a perder, sinto que há uma falta de institucionalidade

na questão dos jovens dentro do bloco.

Eu não acho que o bloco pegue por falta de não saber comunicar com os jovens, acho

que o bloco perde é por falar nos problemas de uma forma que para mim é muitas vezes

demagoga e chega a ser um bocado populista, o que faz com que afaste as pessoas e também

os jovens do partido, ou seja, vou dar um exemplo, se não agora relembrar, por exemplo,

a questão do serviço nacional de saúde, o bloco fala muito às vezes o serviço nacional

de saúde, mas ignora que já estamos num ponto em que já são os próprios profissionais

que, por exemplo, não querem ir para o serviço nacional de saúde, nomeadamente os jovens,

e eu sinto que o bloco não fala muito para esses jovens, o bloco não fala muito para

os jovens que estejam, por exemplo, numa classe média, que eu sei que é pequena, mas que

existem, mas agora para a generalidade não acho que o bloco pegue o discurso pelos jovens

e isso me permite, Francisco, só queria fazer aqui dar um mote para dar aqui a conhecer

uma plataforma dentro do tema dos jovens que me foi aqui apresentada, que é a Unilingue,

é uma plataforma que criou uma petição muito interessante para garantir que o estatuto

de trabalhador de estudantes seja cumprido com dignidade, você sabe a ADS-N, nomeadamente

a questão do FPS-Mantanha, aconselha a dar e ir uma espreita dela se tiverem interessados.

O Bianca Castro aconcorda-se com a Maria Miguel Simões, quando ela diz que o bloco, por

vezes, tem um discurso um pouco populista. Silvia Meirelles falava há uns dias que

é um discurso fora da realidade.

Não diria necessariamente que é um discurso populista já e, aliás, fazendo um bocadinho

a ponto com o que estamos a falar em relação aos jovens e também respondendo ao comentário

ou a Camaria disse, mas acho que muitos jovens e especificamente jovens mais ligados ao

movimento social, que é também a esfera em que estou mais inserida, mas há muitos

jovens que realmente deixam de ter esperança nas vias partidárias para realmente mudar

e acho que um pouco desta falta de jovens mais envolvidos na política partidária,

porque o ativismo também é fazer política, também vem daí de um pouco de perder a esperança

de devia institucional e devia política e, no fundo, deste sistema de resolver as

coisas e de sentir necessidade de ir para as ruas e tentar, lá está, mudar diretamente

o sistema em vez de tentar reformá-lo e fazer estas mudanças dentro, que muitas vezes não

há tempo para elas. E acho que isso também tem a ver com isso, portanto, não acho que

seja necessariamente que estes jovens não estão envolvidos com a política, mas que

tipo de política que estão a fazer e que tipo de política é que se escolhem focar,

mas em relação ao bloco eu acho que, e lá está a Eroca estava a dizer antes, em várias

conversas que já tive com outros jovens, foi apontado que não só o bloco, mas a esquerda

como um todo, às vezes tem um discurso um bocadinho, digamos, quase elitista, um bocadinho

académico que não chega a toda a gente, portanto, não diria um discurso populista,

mas faria antes o contraste com discursos, por exemplo, da direita, que às vezes realmente

diziam as coisas, não vão tão a fundo, mas diziam as coisas de uma forma que qualquer

pessoa entende e que às vezes pode não ser o caso noutros partidos.

Mas não notas uma mudança com a Mariana Mortágua desde logo, com o discurso de Vitória,

na Convenção, no fim de semana passado, isto porque, como falávamos, tocou nos factores

para uma vida boa, ou seja, parece que é uma narrativa perceptível para o português

comum, não tanto o discurso académico como como falávamos.

Sim, sim, sim, exatamente, e acho que houve essa mudança e espero que realmente ajude

agora a ver mais força para a frente e confio que sim, e acho que o bloco deste sempre

que é um partido que também é conhecido por estar muito nas ruas e é um partido

conhecido por estar quase de mão dada muitas vezes com o movimento social e acho que também

é um dos objetivos agora para eles e para a Mariana ir buscar eleitorado também às

mobilizações e às ruas.

Há muitos ativistas que estão na lista de Mariana Mortágua à direção do partido.

Exatamente, e portanto, espero que realmente seja algo que se consiga, e lá está aí que

nunca se fique apenas por palavras, mas sim que se faça o que se diz.

Mas agora concordas com a Maria Miguel Simões, que dizia há pouco que o bloco de esquerda

está a sair um pouco das ruas, do que o ativista sente-se?

Enquanto o ativista é um bocadinho difícil de dizer, posso dizer que, por exemplo, em

2019, quando começamos as manifestações pelo clima, até havia obviamente aquele debate

de, ah, mas nós queremos partidos envolvidos, não queremos, então sempre houve aqui esta

questão e o bloco foi um dos partidos que sempre esteve mais presente e nos protestos

em que eu tenho estado envolvida na organização continuam presentes, mesmo que não estejam

presencialmente apoiam.

Agora, eu acho que o bloco não vai sair das ruas, acho que não faria sentido o bloco

deixar de ser um partido que está nas ruas com as pessoas e espero que continue, mas

espero também que não seja por um motivo de aproveitamento político, não é?

Porque depois de um ponto de vista de quem organiza estas manifestações e de um ponto

de vista de um movimento social, depois também há sempre muita essa coisa dos partidos aparecerem

não necessariamente porque vão fazer o trabalho contigo e porque vão apoiar, mas porque fica

bem e eu espero que isso nunca seja o caso e não acho que esteja a ser necessariamente.

Maria Miguel Simões, a direita falha de alguma forma por não falar nestes factores para

uma vida boa como o Mariana Mortago introduziu, porque é um discurso, como dizia há pouco,

perceptível para o português comum?

Sim, eu confesso que fiquei assim ruidinha de inveja quando vi que Mariana Mortago adotou

esse slogan em trás, a vida é boa, é mesmo falar para o povo, eu adoro discursos desses

motivos.

É a direita, eu sinto que tenha havido uns ventos de mudança, não trazidos por uma

direita que eu aperci, infelizmente mais trazidos pelo chegue e pela direita radical, em tocar

temas que eu sinto que são mais de senso comum ou que interessem mais os portugueses

na idade mais abrangente.

Acho que faltará isso ao bloco.

Infelizmente na questão, é até na questão das ruas, eu acho que o Chega fez um trabalho

que eu não ouvi a direita a fazer ou que deixei de ver a direita a fazer, por muito

que me custa de meter isto.

Eu lembro-me que o CDS, o PSD, faziam votas pelo país, estavam presentes em muito mais

eventos, tinham mobilização muito maior e agora sinto que o Chega veio roubar esse

espaço até com a própria questão do sindicalismo e das manifestações que convoca e a direita

está perdeterrendo, quer para o extremismo e para o radicalismo nesse campo, como também

para a esquerda.

E aí eu acho que sempre perdeu, a esquerda sempre ganhou, sempre teve muito mais essa

postura de falar para o povo de apelar as pessoas do que a direita e que estava acomodado-se,

mas não vejo muito isso.

E já agora, o que é que na tua opinião é fundamental para que tenhamos uma vida boa,

como diz a Mariana Mortágua?

Então, para mim, uma vida boa passa essencialmente neste momento por um aumento de salários

que está a ser urgente para acompanhar o aumento de custo de vida, por uma rede de serviços

públicos de acesso universal, por uma melhoria dos sistemas de educação, por uma reforma

da nossa fiscalidade e por mais tempo livre, sinto que nós, as portuguesas, temos pouco

tempo livre e acho que isso faz muita falta.

Bianca Castro, o que é que é preciso para uma vida boa?

Na verdade, eu não discordo o que a Maria disse e acho que referi isso também na última

semana que tive aqui, mas nas palavras também de Sérgio Godinho, Paz, Pão, Habitação,

Saúde e Educação para toda a gente e acho que são os básicos para termos uma vida

boa, lá está que no fundo é uma vida digna que seria o mínimo para toda a gente.

E estes casos e casinhos que têm marcado as últimas semanas e os últimos meses, na verdade,

do governo, fazem com que se desvia o foco dessa vida boa, Bianca?

É verdade essa opinião de que a comunicação social e toda a gente parece que nós estamos

a focar imenso na gritaria que se vai passando e vai desviando aquilo que realmente temos

de discutir e vai desviando também as atenções daquilo que continua a afetar realmente os

portugueses e os cidadãos normais no seu dia a dia e parece que essas coisas que são

a análise e a questão da habitação, a questão dos aumentos dos salários, todas estas questões

sociais, lá está as alterações climáticas, também parece que ficam num segundo plano

porque ok, estamos a focar nisso agora, não dizendo que não é importante abordar certos assuntos,

lá está, mas quando parece que é pior que o Big Brother, se calhar estamos a desviar-nos

do certo da questão que realmente devia ser resolvida agora e que realmente afeta as

pessoas no dia a dia.

Maria, vimos o Bloco e o PCP tentar falar destes problemas reais sobre o aumento do custo de vida

e por aí fora, por outro lado a direita parece que aparece todos os dias nas rádios e nas

televisões a falar sobre os casos e casinhos e as perguntas que são enviadas a António

Costa, a forma como são respondidas as perguntas por parte de António Costa.

A direita está de alguma forma também a desviar-se daquilo que é essencial para o português

comum?

Eu tenho que descordar um bocadinho da visão da Bianca e referente também a ir ao encontro

da pergunta aqui.

Eu acho que a direita até pode não ter muito conteúdo neste momento para conseguir apresentar

ao país, mas nós não nos podemos esquecer que o que está a passar é grave e que quase

todos os dias nós somos, nós descobrimos, todas uma informação diferente e contraditória

de coisas que são graves.

Eu acho que há espaço para as duas coisas.

Há espaço para que se fale sobre o que nós estamos a passar enquanto situação

social, económica, climática, o que for e tende a ver espaço para criar este tipo

de escrutínio.

Eu acho que à esquerda não se fala tanto ou fala-se de uma forma mais cuidadosa por uma

questão de oportunidade, não é?

Eu não sei se será assim tão conveniente para a esquerda que, voltando aqui a falar

neste tema, mas que o governo cai aí que se faz eleições e eu acho que há uma noção

disso.

Se bem que, daquilo que estive a ver, a eleição de Marina Mortágua já deu aqui uma pujança

ao bloco.

Eu não acho que, por exemplo, no caso do PCP, a mudança de líder tem ocorrido muito

bem.

Então eu acho que há mais, não é tanto que a esquerda não fale, é que a esquerda sabe

que pode não ganhar tanto com a direita poder ganhar caso todas estes casos e casinhos

dêem o resultado de prática do governo ser dissolvido, não é?

Não te parece que é um trabalho mais longo prazo, ou seja, não um tanto para o imediato,

mas sim a pensar, talvez, em eleições em 2026.

Assim, este tema, tudo isto que está a passar...

Mas agora, dando só aqui uma nota, a Marina Mortágua já disse que quer que o bloco de

esquerda seja a terceira força política nas Europeias, que são já no próximo ano.

Mas Marina Mortágua diz isso porque sabe que os partidos pequenos nas Europeias têm sempre

outro tipo de projeção, não é?

As Europeias são umas eleições num contexto muito específico e Marina Mortágua tem certamente

a noção disso, não é?

Qualquer partido pequeno vai aproveitar as eleições Europeias agora.

Eu acho que há metas e metas.

Marina Mortágua pode ter este chance nas Europeias, mas depois faz um discurso muito

combatível ao partido socialista.

Se daqui a uns anos, quando houver eleições, houver a possibilidade de haver aqui uma

geringonça outra vez ou algum tipo de acordo, eu acredito que Marina Mortágua não vá dizer

que não, não é?

Agora, claro que se ela é eleita, se o bloco gosta de ambicionar, consegue governar sozinho,

eu acredito que ela quer fazer uma opção ao partido socialista.

Agora, em termos de prática, isso é outra coisa.

Marina Mortágua, Bianca, tem hipótese, como dizia Maria Miguel Simões, de chegar ao Governo.

Francisco Lausanne chegou a lançá-la para a Ministra das Finanças.

É verdade.

E lá está, e o bloco está agora a apontar-se como, aliás, a dizer que a sua maior luta

agora seria ser a oposição à maioria absoluta do PS.

Agora, se puderá acontecer, não tenha resposta.

Gostava assim que a esquerda ganhasse força, a esquerda não, não estou a incluir o PS,

infelizmente, mas acho que vamos ver.

A esquerda tem dito que o PS tem tido políticas de direita.

Sim, exatamente.

Pronto, isso é outra história, mas espero que haja realmente um crescimento à esquerda,

que haja mais força no geral, se vão conseguir cumprir este objetivo.

Não sei, também é bastante ambicioso, por agora, na minha opinião, mas espero eu,

que para lá caminhem.

E tocando também na questão do PCP, que a Maria também mencionou.

Na verdade, foi engraçado quando eu soube que da mudança da liderança estava na COP 27

e estava no Egito, então os sites de notícias estavam bloqueados,

e eu estava a tentar perceber o que estava a acontecer.

Mas espero também que esta mudança, agora, com o novo secretário, com o Raimundo,

que também dê mais força ao partido, mais uma vez, lá está depois da queda que também sofreu.

Mas, como dizia a Maria Miguel Simões, parece que a Mariana Mortágua pega,

num bloco de esquerda, a subir.

Não se sente isso para o PCP, ou tens uma visão contrária?

Não, não tem necessariamente uma visão contrária, mas sinto que continua na mesma linha, não é?

E continua também, lá está, não a fugir, como estávamos a dizer,

às questões do que se tem passado, e a questão também de aquelas questões

todas acerca de possíveis dissoluções e etc., mas vão muito ao tópico da discussão das políticas reais.

E, portanto, acho que continua a linha também de comunicação e de política que o PCP já tinha com o Geronimo.

E veis também, tal como veis uma continuidade da Mariana Mortágua,

seguindo o caminho da Carina Martins, veis também uma semelhança

no Raimundo também seguir o caminho traçado pelo Geronimo durante todos aqueles anos.

E parece que é possível que o bloco de esquerda atinja o objetivo para as europeias

que Mariana Mortágua definiu, o terceiro lugar, ou concordas com a Maria Miguel Simões?

Concordo no sentido de que é ambicioso, é um objetivo ambicioso.

Ficar à frente do SEGA, que, nesta altura, pelo menos pelos resultados das legislativas, está bastante à frente?

Exatamente. Eu espero sinceramente que os...

Nem digo necessariamente que isto se cumpra, mas também gostava de ver isso,

mas espero é que o SEGA realmente tenha sofrer uma queda maior do que dos partidos de esquerda sofreram anteriormente.

Isso é o que era bom. Agora, se vai acontecer, tenho dúvidas e, acima, tudo receis.

Maria, falaste a pouco que os partidos pequenos normalmente beneficiam das eleições europeias.

Por outro lado, o partido que está no governo costuma ter sempre um resultado mais fraco,

mas aproveito essas duas palavras para te perguntar o que é que vai acontecer com o CDS em 2024.

Nesta altura, ainda tem um euro deputado. É possível manter esse euro deputado

ou também o CDS também vai deixar bruxelas?

É sim. Claro que, enquanto partido que já não tem representação parlamentar mantendo esse cargo,

é interessante o CDS trabalhar para que pelo menos mantive-se no no mel,

ou quem quer que seja em bruxelas.

Agora, acho que tem a vida de maziado silêncio em relação aos temas estruturais na Europa,

em relação à guerra, em relação à inflação, em relação até à própria parte climática.

Não é que se fala muito pela Europa fora.

Toda a questão das energias que agora foi posta em causa com a guerra na Ucrânia,

a propósito do fornecimento russo. E o CDS, por força a deixar constancias,

por ter perdido o lugar e por ter esfriado um bocado na comunicação social,

não tem propriamente feito uma campanha ou tido posições muito fortes em termos de assuntos externos.

A menos que puxa em política interna para as europeias, que infelizmente em Portugal é o que acontece,

é muito triste para mim, enquanto uma luna de seus europeus vê o que se passa nas europeias neste país,

a menos que puxa assuntos internos e que consiga de alguma forma contornar ali o todo objetivo das eleições europeias,

eu não estou a ver um cenário de crescimento para o CDS.

Acho que a direita vão haver resultados, se calhar, de infelizmente.

O CHEGA e a iniciativa liberal ainda não estão no Parlamento Europeu e é possível que entrem em 2024.

Também podem tirar de alguma forma o lugar ao CDS?

Podem, o CDS não se livra disso e na verdade eu acho que o CDS nem sequer deveria estar muito interessado na questão das europeias,

porque o CDS foi bom na altura das europeias quando tinha nomes como, por exemplo, o Lucas Pires a falar,

sobretudo o projeto europeu, o CDS não tem mais isso, se o CDS neste momento não se agarra às estruturas locais

e não faz disso, o seu maior aliado, acho que pagar por brochelas não será,

depois em 2026 quando houver eleições legislativas, ou se houver antes, não acho que será um bom...

Mas o aerodeputado do CDS curiosamente é o líder do CDS,

portanto se o partido perder esse lugar é uma mensagem política também?

Acho que todos nós sabemos, claro que é a minha opinião em relação ao líder do CDS,

até eu já me sinto mal em estar aqui a perdida no mel para que abandono o barco, mas...

Ainda falta um ano, falta um ano em mandato ainda.

É verdade, pronto, sonho, mais um ano em que eu continuo aqui contra esta causa perdida, mas pronto, é isso.

Vamos então entrar nos casos e casinhos que temos de falar sobre eles,

porque os últimos dias têm sido também marcados por chamadas,

nomeadamente entre António Mendonçamentos e João Galamba, continuam a ser um tema recorrente.

Bianca, já percebes-te se foi António Mendonçamentos ou não a sugerir a intervenção do CIS na recuperação do computador do Antiga de Junto,

Federico Pinheiro.

Olha, não percebi, também vou te ser sincera, não sou a pessoa que está a acompanhar mais de perto este assunto,

portanto não sou a melhor pessoa para estar a responder a esta questão, mas...

Mas não tens acompanhado porque não tens tido tempo ou de alguma forma porque já perdeu-te o interesse, como falávamos há pouco?

Um bocadinho de tudo, eu vou lendo o que me aparece, mas lá está, não só outras coisas,

mas também acho que não é aquilo que nós devemos focar, mas pegando no que a Maria disse anteriormente,

lá está, não acho que não deve ser falado, porque em questões graves como estas obviamente têm de ser abordadas,

acho que, tal como ela sugeriu, tem de haver espaço para as duas coisas e infelizmente não é o que eu vejo necessariamente

no espaço mediático que tenha ocupado uma coisa a comparar com a outra.

Maria Miguel Simões, continuas atentamente a acompanhar este caso, já percebes-te de quem partiu a sugestão para a intervenção do CIS?

Eu confesso que, eu acontei a acompanhar isto como se fosse Matealém Novela, eles apanharam-me completamente,

essas tipo de pessoas, há um escândalo de isto e eu acompanho, agora não consigo perceber o que é que se está ali a passar,

confesso que até eu, que perco meu pouco tempo livre ali, a puxar para trás e a ver um bocadinho,

admito que são novelas políticas, é para mim, mas é confuso, tudo o que está a passar é confuso,

e se eu acho confuso enquanto uma pessoa que atenta em relação a temas políticos, que se interessa e que percebe minimamente o assunto,

eu não quero imaginar o que é que uma pessoa que não tenha tanto tempo para se ficar a acompanhar isto,

que não esteja tão dentro dos temas, perceba ou retira tudo o que está a passar,

eu acho que isto vai ter consequências muito graves na credibilidade das instituições, na credibilidade da democracia e da justiça,

e acho que, embora eu goste, todo este mediatismo que está a ser feito e toda esta telenovela que está a ser feita,

também não é produtiva, não é porque eu gosto que aconselho, não, acho que teria sido feito e comunicado de uma forma diferente,

mas infelizmente é o que é e as coisas têm que ser noticiadas,

agora claro que também haverão aproveitamento dos órgãos de comunicação social em relação a isto,

mas confesso que para te responder, não, não sei quem é que ligou a quem, não sei o que é que se passou com os assessores,

eu nem sequer consegui perceber o que é que se passou com as assessoras, não sei o que é que se passou com o siso,

o que é que tinha o mochilo, o que é que tinha o computador,

só sei que a partir de hoje, quem quer que me liga ou quem quer que mande mensagens no WhatsApp, vou começar a ter muito cuidado,

porque, não, mas não, não consegui perceber, não.

Na quinta-feira o PSD pedia admissão de João Galamba,

pergunte-te bien que se de facto João Galamba devia deixar este governo,

continua a ser um ativo tóxico?

Por acaso ainda hoje estava a ver as notícias e apareceu-me que era uma sondagem de 70 e tal por cento dos portugueses,

acham que ele devia realmente ter saído, uma coisa do género, não é?

Pois, assim, eu acho que, não só por tudo o que está a acontecer agora,

mas também já antes pelo que o Galamba estava a fazer ou deixava de fazer no seu cargo, acho que não é grande adição,

digamos assim, portanto, acho que realmente não faz assim tanta falta.

Maria, a iniciativa liberal até já definiu um prazo de validade para João Galamba,

que vai ser o dia 6 de junho, curiosamente o dia em que António Mendocamentos vai ao Parlamento,

Pedro Nunes Santos também, mas por outro motivo, parece que João Galamba vai sobreviver muito mais tempo neste governo.

António Costa tem força para o segurar mais tempo.

Acho que António Costa já está numa que não tem nada a perder, não é?

Então, mas ao levar a dele à vante, agora, como vocês sabem,

eu acho que João Galamba já devia ter se dado muito tempo,

e eu penso que também tenho a noção disso.

Eu não vou definir um prazo de saída para João Galamba,

e acho que a iniciativa liberal deveria fazer, porque nós já todos vimos que o que António Costa faz

e quer-se gostar, quer-se a António Costa tem um animal político e tem uma noção,

ou tem uma equipa de noção de tática política muito boa atrás de ele.

Eu não consigo prever se João Galamba vai sair no dia 6, ou se não vai sair no dia 6.

Agora, que já devia ter saído sem dúvida que sim.

Se Mariana Mortágua assumiu a liderança do Bloco de Esquerda no fim de semana,

também no fim de semana, Luiz Montenegro, como morou um ano, como presidente do PSD,

e começo exatamente por ti, Maria Miguel Simões,

o que é que retiras deste primeiro ano do Luiz Montenegro?

Não sei, não retiro muita coisa, retiro que o PSD está a perder votos,

porque o PSD está sem um plano para governar, sem ideias.

Eu vi, eu tenho visto e tenho gostado mais de trabalho da JTSD,

eu que não aprecia muitos jovens todos, tenho gostado mais de ver o trabalho que a JTSD está a fazer do que o próprio PSD.

Aquilo que eu sinto ao fim deste ano é que Montenegro está a pegar num PSD em fase de transição

e que está a esperar que aconteça alguma coisa,

só a esperar que vem alguém ou que aconteça alguma coisa no PSD,

que vai tornar o PSD unido, que vai dar um projeto de governação ao PSD,

que vai dar ideias ao PSD.

Enquanto isso, houve recados de Cavaco Silva, houve recados do Marcelo Rebeldo de Souza

e deixa o PSD completamente a mercê.

Bianca, Luiz Montenegro tem ganhado alguma força nas últimas semanas,

também embalado por estes casos e casinhos,

não concordas com a Maria Miguel Simões?

Este ano foi um vazio, como ela mostrou.

Eu acho que foi um vazio, de facto.

Acho que foi.

Aproveito também para comentar que acho muito interessante que o PSD é o partido com mais rotatividade na liderança

e lá está, em relação a Montenegro, acrescentando,

também ao que já foi dito, que eu acho que realmente foi um bocado um ano de vazio

e que realmente não mostra que está apto para o papel de liderança

e para o papel de oposição que é suposto estar a ter.

O pouco que, do que eu tenho, não é o pouco que ele tem realmente sugerido,

depois também são coisas como, por exemplo, o grande tópico de se haveria ou não

uma possibilidade de coligação com o Cheguem,

que ele chegou a dizer finalmente, depois de um bocadinho,

ele disse que ia garantir aos portugueses que não vai ter no governo políticas racistas,

nesses novos, etc.

O que para mim também não é suficiente continuar a ser bastante dúbio dizer dessa forma.

Nunca fala no Chega, no nome concreto.

E lá está, exatamente.

E o que é este medo realmente de dar a segurança de que não?

Não vamos fazer uma coligação, não vamos trabalhar com o Chega.

Fez por isso que a porta continua aberta para André Ventura?

Sim, acho que este discurso de estar aqui, não é de tipo Towing pelo assunto

e desviando-se um bocadinho lá está, deixa essa porta aberta mas de uma forma discreta.

Nós não percebemos que a porta está aberta, mas continua ali um bocadinho.

E acho que falta muito também essa certeza em relação pelo menos a este assunto.

E depois outros assuntos também, nomeadamente, por exemplo, as propostas dele para a habitação,

lá está, para mim pessoalmente o que ele diz que vai fazer, aliás,

ele disse logo que se fosse eleite primeiro-ministro e revogar as medidas do pacote mais habitação.

E na minha opinião, apesar de eu ser da opinião de que esse pacote é insuficiente,

revogá-las ainda pior porque as poucas melhorias de se calhar possam trazer,

nem seriam melhorias, não é?

E estaria lá, está do lado em que também está Carlos Medas,

em relação a todos esses problemas que já foram discutidos anteriormente.

E por isso para mim não só é um ano vazio, mas o pouco conteúdo que há,

não iria de todo por esse lado.

E vamos também muito rapidamente a Espanha, porque as eleições regionais em Espanha

tiveram uma leitura nacional, Pedro Sanchez marcou eleições antecipadas

depois do desire do PSOE, o Partido Popular foi o grande vencedor,

conquistou várias cidades e também regiões ao partido que nesta altura está no poder.

E isto pode também servir como o embalo para a direita em Portugal.

Maria Miguel Simões.

Eu acho que, é importante nós olharmos pouco o vizinho do lado de faz,

mas também acho que de Espanha nem bons ventos nem bons casamentos.

Acho que Espanha tem coisas muito concretas que se passam no panorama política interno,

que nós não passamos. A questão das ocupações, a questão de Ceuta,

todo o próprio movimento social de Espanhol é muito diferente do nosso.

Portanto, não acho que seja uma projeção de nada.

Acho que Espanha tem uma direita mais carismática,

também tem uma direita que é mais radical e até extremista,

mas acho que lida diferente com isso.

Ou seja, não há um pudor à direita em um voque se assumir como um partido abertamente franquista,

enquanto que isso não acontece pelo menos para já.

Acho que a direita espanhola conseguiu fazer uma coisa que a nossa não consegue,

que é ganhar personalidade, ganhar carisma, conseguir a atenção das pessoas

e falar para as pessoas que são o público dela, mas com temas que aqui são diferentes.

E há custa de discursos que eu fico contente de não ver cá também.

Dizem que o PP também está a roubar eleitorado ao voque,

porque de alguma forma está a ter uma postura mais conservadora,

algo que não acontecia com o Pablo Casado.

Consideras que era isto que devia estar a acontecer em Portugal?

Maria Miguel Simões.

Sim, se a direita quiser travar o crescimento do Chega,

eu não digo que tenha que se radicalizar,

mas certamente tem que conseguir falar para eleitorado do Chega, não é?

E eu acho que o que aconteceu em Espanha foi um bocado um bocado,

um bocado um bocadinho passando aqui a repetição,

que é, eu sinto que o voque também se chegou um bocadinho ao centro,

em certos temas, tal como o PP, sobre chegar ao radicalismo.

Mas acho que o PP equilibrou isso muito bem,

ou seja, eu não sinto que haja, enquanto uma pessoa direita,

e não vejo uma ameaça no PP.

No voque, se veja alguma, não tem um especial apego pelo voque,

acho que...

É o partido da mesma família do Chega?

Sim, sim, sim.

Embora não os consiga meter no mesmo saco,

mas isso também já é uma discussão muito mais académica,

que eu acho que não acontece nada para aqui.

Mas acho que o que poderia faltar aqui, no caso do PSD,

fazendo aqui uma comparação entre o PSD e o PP,

seria sem dúvida um PSD que conseguisse falar para uma aula mais conservadora

e ter algum proveito disso.

Claro que sempre mantendo o respeito pela democracia,

pelas minorias e pelo progresso,

mas acho que é possível que se fale para um eleitorado mais conservador,

mantendo sempre uma linha humanista.

Eu pelo menos acredito nisso.

Agora, não vejo que seja isso que esteja a acontecer,

embora tenha sido isso que Montenegro prometeu indiretamente.

E depois também há toda a questão da direita liberal,

não é que se, no caso dos cidadãos em Espanha,

e daquilo que lhe aconteceu,

que cá não acho que tenha substância na iniciativa liberal,

embora também não sejam partidos que eu considero parecidos,

mas em termos de organicas são diferentes.

Ainda assim, os cidadanos chegou a estarem algumas sondagens em primeiro lugar.

Pense que até venceu eleições em Barcelona, na Cataluña.

No entanto, acabou agora por ser um partido completamente invisível.

Sim, mas também a questão do regionalismo espanhol é interessante

e é diferente do nosso, não é?

Toda a questão da Cataluña dá uma projeção aos partidos de uma forma diferente.

E a esquerda deles também,

porque eu considero a esquerda espanhola muito mais radical do que a nossa.

E acho que isso também se reflete no voto à direita.

Mas, pronto, não acho que seja uma previsão de nada para a política portuguesa,

nem acho que a política portuguesa deve inspirar-se na política espanhola.

Acho que isso é sempre errado.

Bianca, concordas?

Uma forma, o que está a acontecer em Espanha pode ser uma mensagem também para António Costa.

Eu concordo que não temos necessariamente de fazer estas comparações

e que não tem de ser exemplo.

E concordo, aliás, concordo muito.

E também a mencionar, a questão que a Maria também disse,

de que parece que há muito menos pudor na questão da estrema direita em Espanha,

do que temos aqui em Portugal.

E acho que isso também se deve à revolução que nós tivemos.

A gente deve ver mais de forma mais clara e abertamente

esta bandeira antifascista vinda do 25 de abril.

E que de certa forma ainda não dá tanta liberdade,

como vemos em Espanha da estrema direita.

Realmente, Gerger, tudo o que tem a Alti Bonson.

Acho que, lá está esta questão das eleições antecipadas em Espanha,

um bocadinho, um tudo ou nada,

no sentido de, ok, acho que o Santos está a tentar, realmente,

com que a esquerda esteja, ok, para nos salvar da direita, votam todos agora em nós

e talvez também chamar um bocadinho do eleitorado do PP,

mas que não quer uma coligação com o Vox.

E acho que é um bocadinho essa narrativa do tudo ou nada.

Consigo ver um paralelismo com, se calhar, o PS voltar

com a narrativa do voto útil à esquerda para impedir o crescimento do Chegue,

que eu acho que iria prejudicar os outros partidos de esquerda mais uma vez.

Foi o que aconteceu em Portugal, também, nas outras eleições.

Exatamente, foi o que aconteceu e é um paralelismo que eu posso ver,

talvez, a acontecer novamente.

Agora, tirando isso, lá está.

Como Maria disse, também não devemos tomar como exemplo o que se passa em Espanha

e não tem necessariamente de se transmitir para Portugal.

E em Espanha, que terminamos este episódio da Minoria Absoluta,

que está disponível entre SF.pt e também nas plataformas habituais de podcast,

o trabalho técnico foi do João Félix Pereira em Lisboa e do Jorge Silva no Porto.

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Edição de 03 de junho 2023