Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: O xerife, os aforradores e o machismo cronológico

Joana Beleza Joana Beleza 6/10/23 - Episode Page - 45m - PDF Transcript

Esta semana Ricardo Araújo Pereira declara-se um português de bem.

João Miguel Tavares sente-se autocrítico e Pedro Mexia, desta vez à distância, considera-se consistente.

Está reunido o programa com o que o Júnão estamos legalmente impedidos de dizer.

Esta semana o Renault Etec assume a pasta do...

Espaço.

Não.

Não nos vamos arbar em Carl Sagan explorar por palavras em infinitude do cosmos.

Mas vamos falar de exploração.

O Renault é espaço.

Etec.

Full Hybrid.

Tem tanto espaço que se fosse colocado no mercado de arrendamento em Lisboa, no mínimo,

seria alugado por 2.000 euros, no mínimo.

É verdade que não tem casa de bem, mas isso também é uma ideia conceptual.

Viste que para a maioria dos senhorios o que importa é receber no fim do mês, claro.

Mas pronto, se acha o contrário, pode carregar para parar-se ao anúncio.

Se não, pode continuar e saber que o eSpace tem até 777 litros de espaço de bagageira

para encher com o que bem e aptecer.

Mas por favor, resista à tentação de arrenar.

E por falar em espaço, já chega de espaço publicitário por hoje.

Bom programa.

Para Viva, sejam bem-vindos no final de uma semana em que o ex-ministro Pedro Nuno Santos

reapareceu em público um primeiro ato antes daquilo que será o drama

a levar à cena na próxima semana, na comissão para o próximo ano.

Vamos ter dias animados em que, além do ex-ministro das infraestruturas,

será ouvido o atual ministro das finanças.

Daqui a pouco falaremos, inevitavelmente, da TAP,

mas começamos justamente por um assunto de finanças,

porque o Ricardo Araújo Pereira decidiu ser esta semana ministro do Aforro.

Na qualidade do Aforrador, Ricardo.

Mais uma vez.

Aforrador ou forrista?

Vias duas formulações.

Está uma boa questão.

Aliás, eu também tenho um, mas isso falaremos mais à frente,

porque no outro dia, verifiquei que, segundo o dicionário,

primeiro, para já esta coisa do repórter,

vamos falar mais à frente do repórter,

então a gente está falando do repórter, do repórter,

e já irrita-me a palavra repórter.

E o dicionário, primeiro...

Exato, o relatório.

Sim, fazer o repórter.

E o dicionário, primeiro, diz que é repórter.

É uma palavra do género feminino.

É o repórter.

É o que diz o dicionário, primeiro.

Essa é a minha achega sobre o que é a traversa do repórter.

A língua nos provoca, mas nós começamos pelos aforrismos...

Ah, exato.

... e pelos aforradores.

Um dos assuntos políticos da semana foi a decisão do Governo

de alterar as regras dos certificados da Forno.

Alterar as regras.

Que vão passar a valer menos para os novos aforristas.

Claro.

Ver racionalidade na decisão do Governo,

ou, como diz uma parte da ONU,

uma sedência ao setor bancário,

que passa também a partir de agora a poder emitir certificados da Forno,

que eram até o momento exclusivos dos CTT.

Eu não percebo a conjunção ou vejo racionalidade.

E é óbvio que é aquilo que a ONU diz.

É uma escolha muito racional de alterar as regras.

É isso que está em causa, é alterar as regras.

Às vezes as pessoas dizem uma estratégia para a gente...

ter menos...

quando estamos, por exemplo, a enfrentar uma plateia,

para termos menos medo de imaginar as pessoas nuas.

Eu, quando se trata de banqueiros, gosto de os imaginar

vestidos com as minhas roupas todas.

Porque é isso, é disso que se trata aqui.

Os banqueiros têm aqui...

aquilo é o negócio mais fácil do mundo.

Trata-se de comprar dinheiro barato e vender dinheiro caro.

Estou farto de dizer isso aqui.

É um produto que não fica estragado, ninguém chega e diz...

esta nota é da Antionta e ninguém nada.

Aquilo produto está sempre bom, sempre bom, é facílimo e mais.

E eles ainda têm todas as ajudas possíveis.

Todas. Portugal é um país.

Parece que é dos países da Europa em que os juros pagam pior.

Portanto, é dos melhores sítios para ter este negócio.

E não havia certificados de forro nos bancos.

E agora passa a ver.

Também passa a ver.

E passam a...

E pagam menos.

E pagam menos do que a série anterior.

Portanto, quem a partir de agora for lá deixar as suas lecas...

Sim.

Os seus maravilhos recebem menos por eles.

Claro.

Mas porque parece que o Estado estava a pagar assim bastante acima

daquilo que era o mercado.

Diza realmente essa ideia por uma daquelas coincidências extraordinárias.

O Estado estava percebeu-se disso do que estava a pagar demais.

Quando a banca se queixou, foi uma coincidência.

Mas nem sequer me parece que se fosse possível dizer que o Estado estava a pagar demais.

Mas enfim, foi isso.

Foi uma daquelas coincidências estranhas.

A banca queixou-se de que o Estado estava a pagar demais por um produto financeiro.

Provavelmente fazendo assim concorrência deslial aos seus produtos financeiros

são que pagam miserávelmente.

O Estado estava armado em parvo a pagar de sentimentos.

Três e meio por cento.

Exato.

E então tratou-se de acabar com essa concorrência deslial.

E ainda bem, ufa, estou mais assim, fico mais descançado.

Parece-lhe justificados o Miguel Tavares, o alarido,

provocado a respeito desta decisão do Governo

relativamente aos certificados da Forro.

Eu estou um bocadinho dividido.

Aliás, uma das minhas alegrias quando o Ricardo Augusto Pereira escolheu este tema

foi pensar, olha, finalmente ele vai muscular-se se esta medida é boa ou má.

E de facto o Ricardo desfrutou-se.

Pra quem?

É ótima pano.

Há argumentos dos dois lados.

Há argumentos dos dois lados.

Há um argumento que diz que é boa pós-aforradores.

Não pode dizer pós-aforradores, mas quer dizer o argumento

o Estado consegue se financiar mais barato de outra forma.

Há um argumento válido no sentido em que se vai dizer

se consegue financiar mais barato,

para que o Ricardo está a pagar mais caro.

Está a facilitar a vida a quem poupa,

mas isso não é a primeira função do Estado.

Mas lá está o Estado.

Ele beneficia com o facto dos portugueses,

das pessoas que vivem cá, os cidadãos deste Estado pouparem.

Não é simpatico.

E depois há esse argumento que é o verdade.

Acho que também é um argumento válido,

interna ou ter dívida externa,

que é uma maneira do Estado se financiar,

e não é melhor financiar que um dívida interna,

que o Estado está lá fora.

E, portanto, eu também acho que esse é um argumento válido.

Geralmente, quando se acontecem estes temas

que eu não domino propriamente,

que estas questões econômicas,

eu vou ler pessoas que percebem o assunto

e que eu considero.

Mas mesmo essas pessoas que percebem o assunto

e que eu considero estão divididas.

Portanto, posso tentar mandar uma moeda ao ar,

que a justifica-se portanto é chamada

ao Parlamento do Secretário do Estado das Finanças.

Isso é, eu acho que se justifica sempre.

Um caráter de urgência.

O Parlamento agora falta-se de chamar a gente

com um caráter de urgência.

Mas eu gosto de Parlamentos que funcionem,

e muito bem,

e mesmo aqui o meu clara do lado

também certamente simpatiza com ele.

Ele adora sempre que chamam pessoas ao Parlamento.

Te desconfio que é possível que este senhor

anda corromper pessoas para chamar a gente ao Parlamento.

Agora não há.

Agora só pode ouvir-lo neste programa.

Podemos dizer, Ricardo Araus Pereira,

um exclusivo do programa Pujo Nome.

Adoro, adoro.

Sim, sim.

E o aflorista Pedro Mexia,

esta semana, há distância,

o que tem é declarar este respeito.

Parece-lhe que foi possível

com este tema fazer com que o espaço público

pudesse desenjoar um pouco

do assunto TAP Pedro Mexia.

Não sei porquê que demoraste

tentar dar uma palavra, porque, evidentemente,

o país está à espera da minha opinião

sobre certificados da forro.

Portanto, é estranho não teres começado a dormir.

Eu devo dizer que,

partir com o Ricardo,

o meu interesse maior pela palavra reporte,

do que pela palavra aforrista.

Foi uma palavra que realmente me encanitou

na última semana.

Mas há duas coisas que nós sabemos,

já sabíamos uma, e sabemos agora outra.

São ambas preocupantes.

Uma é certa, e outra é no mínimo hipotética.

É preocupante, e certa,

é que as pessoas estão a tirar o dinheiro dos depósitos

para empregar em outros sítios.

E o que é preocupante,

embora vamos ser muito generosos

e hipotético,

é que há aqui uma

medida do governo feita

no obvio interesse dos bancos,

aliás, pondo, de repente,

até a oposição de direito a aportar-se

como se fosse marxista.

Esses banqueiros foi uma reação muito engraçada

a direita da gente a dizer

que os maus dafiteram os banqueiros

e que o governo,

o Partido Socialista,

ex-líder da Jaringonça,

fazia a vida fácil aos banqueiros.

Entregamos ao Ricardo Araújo

esperar a pasta de ministro Dú

a forro, mas, claro,

a comissão de inquérito,

a gestão pública da TAP continua

na ordem do dia,

e é por isso que o João Miguel Tavares

quer ser desta vez ministro Dú

para o Partido Socialista.

Sim, o Sr. Ministro

ligou-me.

Sim, eu atendi

a chamada ao Sr. Ministro.

Sim,

o Sr. Ministro relatou-me

os acontecimentos do Ministério

das Infraestruturas.

Sim, o Sr. Ministro

estava muito preocupado

com a informação classificada

que estava no computador

e com as entidades a quem

tal facto deveria ser

reportado.

Não, o reporte

aos serviços de informação da República

ou sistema de informações da República

não decorreu

nem nenhuma sustão,

nem nenhuma orientação,

nem nenhuma indicação

da minha parte,

nem da parte de nenhum membro do Governo.

Resultado final,

5.4.não.1

este pelo conteúdo

ou pela forma, João Miguel Tavares?

Esta audição não teve muito conteúdo

se foi sobretudo forma

e por isso foi engraçado

como se percebeu para aqui

os temas realmente mais nos interessam

pelas formas com frequência

pelo conteúdo.

Foi muito engraçado

porque é verdade que é um 4-1

mas é como se fosse aqueles 4-1s

em que um foi um gol espetacular

em que ele fitou toda a gente

e querendo dizer, sim, sim, realmente

ele telefonou, realmente eu falei com ele

e ele realmente estava preocupado

e disse, meu Deus, as informações

que estavam dentro daquele computador.

Um dos sims é assim, atender o telefonema.

Tudo, tudo.

Parece que está tudo a ir

no caminho certo.

Espera, ele vai confirmar

que Galamba falou a verdade.

Vai confirmar e no final

não confirmou.

Porque é que ele não, o problema

não é o mais relevante.

É ou não que estava em cima da mesa.

Continuamos às voltas

só para situar a questão.

Continuamos às voltas

com a tentativa de esclarecer

o cumo e o porquê da intervenção

do CIS na sequência

dos já famosos desacatos

no Ministério das Infraestruturas.

Este testemunho do secretário

do Estado do Junto do Primeiro-Ministro

esclareceu alguma coisa

ou confundiu ainda mais?

Eu acho que confundiu ainda mais

mas no meio desta confusão

a confusão já é tanta

e são tantas as versões

que eu acho que as pessoas têm

muito dificuldade em conseguir acompanhar

este tipo.

É um nível de confusão

que acabará a funcionar a favor do governo

na minha opinião.

É verdade que para a próxima semana

vamos ter as audições

que sempre esperávamos.

Acaba com o Fernando Dina

no dia anterior que temos Pedro Nunes Santos

e no dia anterior a Pedro Nunes Santos

temos os famosos augmentos

o homem que achava que era boa ideia

ao secretário do Estado

ao famoso homem do Mel

que achava boa ideia

a alterar um avião

para fazer um vindo da África

para fazer a felicidade

de Marcelo Rebeldo Souza

vamos ver isso com muita atenção

aquele que estava em cima da mesa era saber

quem é que aconselhou

João Galamba a chamar do CIS

e portanto

e João Galamba afirmou isso várias vezes

que tinha sido António Mandeuçamentos

e agora António Mandeuçamentos diz

Mas a chefe do gabinete

já tinha dito que ela própria

tomou iniciativa por ter sido

industriada no sentido

de recorrer aos serviços

de informações

se houvesse algum caso do género

sem

se quer falar com o Ministro

cortou logo aí o vínculo

da

iniciativa do Ministro

o problema é que tinha existido

declarações prévias a essa

e houve declarações postiores a essa

do próprio João Galamba

nas declarações prévias a essa

dava a entender que quem ele tinha aconselhado

na verdade tinha sido a Ministra da Justiça

ou seja, que tinha falado primeiro com Mandeuçamentos

Mandeuçamentos passou a bólar a Ministra da Justiça

e a Ministra da Justiça falou da

Peijote e do CIS

a Ministra da Justiça veio depois dizer

não, não é verdade. A seguir veio

a Gênia Correia e disse, fui eu

e depois no dia seguinte veio João Galamba

e voltou a dizer foi o

Mandeuçamentos. Agora

a parte curiosa

é que

aquilo há muito cuidado linguístico

porque se as pessoas ouvirem bem o que diz

Mandeuçamentos e ele diz

o reporte

ao CIS

não foi feito por minha sustão

e isso

em bom rigor interpretativo

não significa que o Mandeuçamentos

não tenha sugerido

ligar ao CIS

o que significa

é que

tendo a Dona Eugénia ligado

antes ao CIS

significa que não foi a minha sustão

que levou a esse telefonema

e portanto é isso que nós andamos a discutir

em 2023

Com isto o PS

no caso está mais do que esclarecido

e que a oposição anda a alimentar

uma novela sem interesse nenhum

para os portugueses

a oposição

quer a comunicação social

entende o argumento socialista

Pedro Mexia

ou parece-lhe ver ainda

muita coisa importante para esclarecer neste caso

Já respondendo a tua pergunta

mas deixe-me começar de portugues dizer

que Mil

mendam-se as menos florestas

depois de tanta gente

durante tantas semanas

não ser capaz de responder sim ou não

a perguntas de sim ou não

foi refrescante ouvir um sim sim sim sim

não

mesmo que o meu elemento não seja

um não

esquivo

mas enfim foi um avanço muito grande apesar

sobre aquilo que importa

há três dimensões sobre aquilo que importa

primeiro lugar

a única

dessas alíneas em que o ministro disse

não

era a alínea que importava

ou seja é a alínea

que tinha a ver

não se recebeu um telefonema

se o atendeu isso não parece ser

uma questão importante

mas tendo atendido o telefonema

o que é que ele disse do telefonema

e em que medida é que

o contacto com o SIS passou

por ele ministro

isso é uma coisa que importa

a segunda coisa que importa

é perceber se

o PS

vai deixar

quem é que o PS vai deixar que ir

o PS vai deixar que ir alguém

será o ministro Galamba, será a chefe de gabinete

neste momento já houve

alguns porta-vozes

oficiosos do PS

a comunicação social

a dizer em que alguém

do governo ou ligado ao governo

vai mandar por isto e eu vi isso com muita interesse

porque essas pessoas

não dizem isso pela sua

por reinação

eu não acredito que o Galamba

vá que é aí e depois disso

não compre nada essa tese

eu também não estou a dizer que vai que ir

estou a dizer que ouviram-se vozes

na última semana

nas últimas duas semanas nesse sentido

e a terceira foi o que tu me perguntaste

é verdade que os portugueses

os portugueses não se importam particularmente

sobre como é que funciona

os serviços de informação da República

em que é que os tutela

isso acho que é verdade

como aliás já vi esse exemplo

anteriormente também não se importaram

particularmente em Lisboa

com a questão das informações os manifestantes

comunicadas em baixadas de países

com regimes duvidosos

acho que não são assuntos que interesse

a maioria das pessoas

mas a maioria das pessoas interessa-se

se houver

salvas materiais de incompetência mentira

e mentira a um órgão de soberania

portanto não é por acaso que o PS

denomeadamente se tem agarrado a isso

se for fisificar

provadíssimo

que primeiro o desnorte

foi absoluto e total no Ministério

e em segundo lugar que o Ministro

eventualmente ou alguém do gabinete

mentiu comprovadamente

ao Parlamento

isso é muito grave eu acho que as pessoas

são sensíveis a isso mais do que as histórias

da bicicleta e da mochila

acho que isso realmente é tal a novela

isso realmente é tal a novela faça

o que está em causa

não é o cis

é a incompetência mentira

neste confronto de narrativas

Ricardo Araújo Pereira

qual de elas parece que pode

ter mais expressão

junto de quem está

fora da chamada bolha mediática

ou da bolha política

ou mediática de que nós de certa forma

o Carlos

é uma questão interessante

para quem está fora da bolha mediática

olha para isto

não lhes diz muito

é certo

esta discussão

não tem grande coisa a ver com a vida prática das pessoas

embora deva dizer-se

que esta discussão só persiste

por causa da incompetência do Governo

a esclarecer

isto só dura

este tempo por causa disso

além da bolha mediática

eu gostava de saber

como é que está a viver este caso na bolha linguística

ou seja, na faculdade de letras

em princípio as pessoas estão

chita-díssimas a dizer

visto aquilo porque toda a gente

que vai a começar a parlamentar

parece estar a jogar aquele jogo

em que é proibido dizer determinada palavra

e portanto

imagino que todas as interpretações

que têm sido feitas agora

ele diz não decorreu

ele não disse, não pode significar

que ele disse mas que o telefonema

não decorreu da sua sugestão

porque já tinha sido feito

tudo isto para mim me parece fascinante

e mais, eu gostava também de ver críticos literários

serem chamados a avaliar

o modo como mendonçamentos

faz uma

acho que é das primeiras adaptações

teatrais

na CPI

do monólogo final da Molly Bloom no Ulysses

em que ela diz

esse tipo de coisa

sim, ele ligou, sim eu atendi

sim, falou-se do cis

sim, sim, aquela cadência

mas mendonçamentos consegue

ao contrário do que faz James Joyce

se de repente interromper com violência

o arrebatamento apaixonado

da sucessão de sims

e de repente surpreender as pessoas com um não

achas que foi um depoimento com um final feliz?

por acaso

não, repara

o monólogo final da Molly Bloom

acaba melhor

ainda mais

acaba com sim

no plural, sims

e este não, este acaba bruscamente

por aquele não que interrompe

o tal

digamos, aquela

torrente, aquela paixão torrencial

mas é um assunto que oferece

charadas várias

e que pelo menos

nos tem entretido nas últimas semanas

o João Miguel Tavares fica então ministro do

sim, sim, sim, sim, sim, não

e é a vez do Pedro Mexia

se tornar ministro

do Pedro Mexia

e se não será um certo

sóliprecismo, Pedro Mexia

não porque o Pedro Mexia tem coisas a dizer

se tem coisas a dizer

se é o Pedro Nunes Santos

quer então ser o exemplo do ex-ministro

Pedro Nunes Santos na Comissão da Economia

e já agora fica o aviso

para o que vamos ver a seguir

sempre que é dito nós

eu

que no mesmo ano que nós conseguimos

com que a TAP desce o lucro

nós também conseguimos que pela primeira vez

na sua história a CP desce o lucro

e não há mais nenhum governo

e não há mais nenhum ministro

nos últimos 50 anos

que se possa acabar de ter deixado as suas funções

com a TAP e a CP a dar lucro

Pedro Nunes Santos a defender

o legato na TAP de Pedro Nunes Santos

como é que avalia

este regresso do ex-ministro

à boca de cena

Dramaturgo Pedro Mexia

Deve dizer que muito bem porque

essa agora foi um golpe pássaro

Deve dizer que muito bem porque acho que

de facto há pessoas que

têm evocação para a política

e as pessoas que estão muito à vontade

com autoconfiança e o autoelogio

são políticos natos

e o Pedro Nunes Santos realmente

desde chegar à Comissão a dizer

que estavam com saudades minhas

até dizer que nenhum ministro

em 50 anos, portanto este que é a democracia

conseguiu até o que ele conseguiu

até o facto de ter

entre ataques e remoques

conseguido atingir

a oposição de direita

a oposição de esquerda

seus antigos parceiros de Jeringonça

e o primeiro ministro Antonio Costa

portanto foi bordoado à esquerda e à direita

mas ela estava muito estendidos

estava mais calma do que era

costúmica ou alguma graça, deve dizer

eu não sou propriamente fã

nem de Pedro Nunes Santos

nem da linha política de Pedro Nunes Santos

mas gostaria de ver porque se percebeu que era um político

de primeira divisão

no sentido de muita vontade no que estava a dizer

com a lição muito bem estudada

e ao mesmo tempo semente

como quando ele diz, bom, a direita

descapitaliza para privatizar

enquanto a esquerda tem uma

opção com a nacionalização

mesmo que isso depois seja enviável

em termos de gestão nos grandes grupos

europeus etc

não deixou de

dar farpas ao primeiro ministro

seu antecessor

seu futuro antecessor, não sei se isso está sentido

grammaticalmente

mas gostei, acho que sim

acho que, e depois disso, atenção

isso costaram disto, esperem pela segunda parte

para a semana, portanto

também não fez questão de não responder

assuntos que de facto

não diziam respeitar aquela comissão

mas há a CPI

que ele vai na próxima semana

e portanto acho que foi do ponto de vista

de estritamento político, claro que realmente

as pessoas podem dizer, já estou farto

dessa lógica do estritamento político

mas do ponto de vista de estritamento político

foi uma ótima

foi uma ótima prestação

este regresso de Pedro Nunes Santos

já foi salientado, foi apenas o primeiro ato

para a semana

para aquilo que

será, para a semana há mais

mas dessa vez na comissão parlamentar de inquérito

parece-lhe João Miguel Tavares

que esta primeira ida à Assembleia

serviu de algum modo

como disse

protestando a iniciativa liberal

serviu de algum modo para retirar

impacto ao depoimento

da próxima semana, que presumivelmente

poderá ser mais

complicado do ponto de vista político

para Pedro Nunes Santos

Eu não parece que Pedro Nunes Santos esteja interessado

por nenhum impacto, o que é que seja

bem pelo contrário

Será que se pode dizer que a morte

política anunciada de Pedro Nunes Santos

foi manifestamente exagerada?

Sim, quer dizer

eu acho que o doce etapa

pode pesar

nas costas de

Pedro Nunes Santos, mas depende

da venda da TAP

ou seja, se a venda da TAP atingir

valores significativos

é fácil fazer o spin

afinal fizemos um bom negócio

É evidente que em substância

há uma contradição imensa

que ali acho que foi sublinhada pelo Pedro Nunes Santos

porque naquela audição Pedro Nunes Santos

fez a sulapada

da privatização da TAP e da sua integração

em um grande grupo europeu

dizendo que sem isso ela não irá sobreviver

É incompreensível como é que alguém pode ter

estes cursos

e juntamente com um primeiro ministro

que para quem é TAP eram as carvelas

dos portugueses que da quais nunca podíamos

dar a mão

a bota não bate com a perigota

e portanto a nível de conteúdo é problemática

a nível de forma

ele realmente é o Pedro Nunes Santos

o Pedro Nunes Santos escreveu bem

é aquela autoconfiança de

eu sou o maior

eu sou o maior e vocês

já estavam com saudades minhas

de excelentes

já estavam com saudades minhas

mas isso podia passar apenas por vasófia

não é só vasófia porque eu tenho

é aquele tipo de pessoa

que quando ligam os holofotes

ele está no seu meio natural

portanto é alguém que gosta muito de si

e que gosta

muito que gostem dele

não todas as pessoas

mas asquelas que eles interessam

isso é evidentemente que passa bem

aliás

em ultima análise

foi a maior pancada que João Galamba teve

é porque quando se coloca Pedro Nunes Santos

ao lado de João Galamba

ao lado de dois políticos no mesmo campeonato

Pedro Nunes Santos recusou-se a responder as questões

diretamente relacionadas com a comissão de inquérito

que

a audição

comissão de inquérito

na próxima semana espera com mais apetite

Ricardo Rousper era

do ex-secretário de estado

do ex-ministro

ou do atual ministro

eu estou muito ansioso por todos

deve dizer

mas talvez a do

ex-ministro das infraestruturas

e do atual ministro das finanças

sejam especialmente interessantes

até porque eles vão responder aos senhores deputados

e em princípio também pode responder um ao outro

justamente

não devia ser como nas últimas jornadas

do campeonato futebol

tudo ao mesmo tempo

é possível

porque Fernando Dina assim vai com vantagem

Sim, Fernando Dina e Pedro Nunes Santos

vão em princípio

além de responder aos deputados

para responder um ao outro

eu gosto muito deste

é um duelo entre o Zequinha e o Xerife

também não acredito nisso

eu tenho acompanhado o duelo

entre o Zequinha e o Xerife

uma das coisas

o Zequinha é o Dina

o Xerife é o Pedro Nunes

chega lá com as pistolas no cóldre

dá a volta só para diversas cidades minhas

voltar a meter

atenção

neste momento ganha o Zequinha

está a ganhar

na minha qualidade Zequinha

fico até satisfeito

porque o Zequinha aguenta-se

e o Xerife teve que se demitir

o Xerife fez ali, eu até tenho pena que

a comissão parlamentar de inquérito da audição

o Pedro Nunes Santos não tenha começado com a música

porque foi uma espécie

de campanha litoral de Pedro Nunes Santos

já, começa já

e ele de facto

transmita uma imagem de

confiança

segurança

e tal

é pena de facto

ele ter sido forçado a abandonar as suas funções

na sequência de um caso de

desleixo, amadorismo

e

incompetência

parva em que matérias bastante importantes

são decididas por o WhatsApp

e esquecidas imediatamente

além, já para não falar do caso

em que ele anuncia a localização

no aeroporto sem ter dito a ninguém

o Pedro Mexia fica assim

ministro do Pedro Mexia

e isto também entrega as pastas ministeriais por

esta semana

a altura para sabemos porque é que o João Miguel Tavares

se declara autocrítico

e parece-lhe que confessar

será suficiente

para redimir neste caso

não, não, neste caso não

estamos a falar do artigo

em que o sociólogo Boa Aventura

Sousa Santos acusado

a sério sexual

no centro de estudos que dirige

que dirigia

um artigo que

escreveu para o expresso

e em que admite

que pode ter tido comportamentos

inapropriados

como é que entende o João Miguel Tavares

deste meio à culpa

depois dos tão viimentos desmentidos iniciais

eu não vejo aquilo como meio à culpa

não, não, não

eu como uma pessoa que

admite que pode ter tido comportamentos

inapropriados

não, mas

espera, mas não por causa dele

foi por ter nascido em 1940

exatamente

foi por ter nascido em 1940

porque se não tivesse tido nascido em 1940

não teria tido aqueles comportamentos

comportamentos inapropriados

aliás, como se percebe, não é porque

todas as pessoas que estão a ser acusadas

nasceram em 1940

eu

já disse aqui várias vezes, eu não tenho nada contra moralistas

eu gosto de moralistas

o problema dos moralistas é que

tem que estar à altura da sua própria moral

isso é extremamente difícil

moralista

é uma atividade radical

altamente arriscada

portanto não deve ser aconselhável

a não ser por quem esteja

a ser capaz de

testar aquele nível de moralismo

o nosso senhor Jesus Cristo era moralista

mas esteve lá o nível

e o Ricardo Aos Pereira aceita

a contextualização

gercional

quer dizer, não foi

surpreendente porque eu lembrava-me que

em 2017 José Maier, o ator da Globo

também tinha sido acusado da série sexual

por uma figurinista e ele também disse

estamos no chino da década de 1940

ele nasceu em 1949, o aventura nasceu em 1940

não, a minha geração e tal

o aventura de Sons da Santos justifica-se dizendo que pretensam

uma geração em que os comportamentos machistas

eram acetes por sociedade

é uma coisa que José Maier disse na altura

e são os nossos pais

e os meus pais também nasceu

e os meus pais nasceu em 1950

até esta ideia de que isto ser um comportamento

aceitáveis

não era um erro

não era um erro

não era um erro

ele nasceu em 1940 mas enfim

a questão é a seguinte

no início o aventura disse

que eu tive relações livres com pessoas adultas

e isto é o neoliberalismo

que está a manobrar estas senhoras

para me atacarem

é o neoliberalismo que está

desta vez ele disse, não, isto é o

heteropatriarcado

que ao contrário dos meus princípios me manobra

sem, é demasiado forte para mim

uma manobra, portanto

primeiro foi o neoliberalismo, agora o heteropatriarcado

eu espero que num próximo texto

boa aventura de Sons da Santos acuse o aquecimento global

que eu acho que também pode ser culpado

do facto de ele pôr a mão no joelho

das alunas de mestrada

para os clientes

entretanto, dois meses depois

do centro de estudos que a boa aventura

Sons da Santos dirigiu

ter prometido criar uma comissão

de inquérito para investigar denúncias

da sédio, essa comissão ainda não existe

a demora, faça as explicações

do centro de estudos a esse respeito

parece-lhes justificada, Pedro Mechia

as explicações não são assim muito claras

diz que é difícil fazer aquilo etc

não sei, acho que

acho que tem que ter a noção de que

não se podem demorar a fazer isso

mas deixamos só dizer-nos as outras coisas

uma é sobre

um facto inédito na história do Mitu

que é uma acusação

da Série Sexual a um ano

1940 foi acusado

da Série Sexual

nunca tinha acontecido uma forma tão clara

a alguém retribuir, já não é uma coisa estrutural

é um machismo

cronológico

é sempre um lugar, em segundo lugar

o facto de

movimentar essas ações no artigo do Espresso

curiosamente não do público

além dos sete, bom, mas não vamos falar isso

no artigo do Espresso

em vez de confrontado

com aquilo que toda a gente

percebe ser

a sua hipocrisia

em termos de defensa dos direitos

das minorias, dos menores etc

e o comportamento do que o acusam

diz, em vez de se relacionar

com isso de uma forma um bocadinho mais produtiva

diz que de facto ele tem uma especial

vigilância epistemológica

que é realmente uma palavra

que

enfim, faz sentido

numa aula de sociologia, não faz nenhum sentido

quando se está a falar de um caso de que se é protagonista

tanto mais

que Boventura Santos acrescente, eu adoro esta frase

que ele diz que tem o dever

de ser sociólogo

da minha circunstância

da minha dele

diz, portanto, ou seja

é como se Boventura perante

o caso da sério

das acusações da sério sexual

a Boventura Sousa Santos e Boventura Sousa Santos

diz essa, isto é um caso interessante

o caso de Boventura Sousa Santos

vamos falar de ele, vamos fazer trabalho de campo

é ele, é ele que está em causa

ninguém é sociólogo da sua circunstância

e portanto, eu tenho

como aliás acontece muitas vezes neste programa

não tenho certeza sobre

factos e elegações

tenho bastante certeza sobre mais explicações

e este artigo não ajuda nada

de Boventura Sousa Santos sociólogo

da sua própria circunstância

Fica esclarecido porque é que o João Miguel Tavares

se declara autocrítico

o Ricardo Araus Pereira diz sentir-se um português

de bem com ou sem porto da arma ilegal

com Carlos, mesmo que assim

eu gosto de...

Eu quero falar das búsquedas domiciliárias

da Polícia Judiciária

há dois destacados, membros do CHEGA

um deles aliás com a arma ilegal

em casa

é o Conselho Pessoal de Ventura

a queixa crime que desencadeou

esta ação parece-lhe justificada

parece Carlos, pois eles são

como todos os portugueses de bem

um tem uma arma ilegal em casa

e o outro fez pelos vistos

ameaças físicas a um jornalista

Pedro Coelho da CIC

autor de uma investigação sobre os miandros de CHEGA

o jornalista Pedro Coelho da CIC fez uma investigação

chegou a terminar das conclusões

as conclusões são desfavoráveis ao CHEGA

e por isso chega

reage desta forma

é uma reação que nós conhecemos

até de outras paragens

toda a comunicação social está contra eles

aliás basta ver como é que o CHEGA reage

por exemplo sempre que sai uma sondagem

se a sondagem indica que o CHEGA está a crescer

vejam bem esta sondagem

estamos quase nos 15%

quando indica que o CHEGA está a descer

isto está tudo comparado, isto é o sistema

que está a viciar o jogo

e portanto

estes portugueses de bem foram um

tem uma arma ilegal em casa

foi ameaçou um jornalista

nós aqui na civilização

realmente não gostamos desse tipo de pressão

sobre a imprensa e a André Aventura

implacável com ilegalidade

entrou imediatamente em ação e disse

vamos aguardar, vamos aguardar

e mais aquele menino é que começou

porque nós também somos muito ameaçados

como é que entendeu esta cautela

da André Aventura Pedro Mexia

dizendo que é preciso o esperar

e dizendo também que

é melhor também ver

os casos em que somos nós os ameaçados

se há ameaças

que sejam reportadas e que sejam

acho isso bem, quanto está a cautela

acho que é consistente

quando por exemplo houve

um ataque no centro de Ismaíli

André Aventura esperou bem

para saber exatamente o que tinha passado

para comentar

portanto é de facto é uma pessoa que nunca faz

nunca tira conclusas

apressadas, precipitadas

generalizações, é o homem que espera

serenamente pelos facos

antes de se pronunciar sobre

crimes cometidos, eu acho que é

consistente.

Já sabemos então porque o Ricardo era o esperar

não ainda vamos primeiro perguntar aqui ao

João Miguel Tavares se esta arma ilegal

é encontrada em casa de um vice-presidente

da decisão do Porto do Chega

é um embaraz político

para o próprio partido

Claro que é um embaraz político

Aliás, isto bota com o tema anterior

de pregar grandes valores

dos portugueses de bem

e depois as escondidas

têm armas ilegais

e ameaçam pessoas.

Já sabemos porque o Ricardo era o esperar

se declarar português de bem, agora tenta estar

vamos tentar perceber muito

brevemente porque a Petemexia sim

não seria consistente pelo que percebi

não é para atribuir essa qualidade

ao presidente brasileiro Lua Silva

pois não Petemexia

Não, pelo contrário, ele é bastante consistente

e muito sensível

as pessoas que ilugiam o Lula

e os governos do Lula

pelos brasileiros

que tirou da

limpiada pobreza e tudo isso

e pela palavra social

desse ponto de vista, haveria várias coisas

a comentar sobre isso, mas genericamente

eu sou sensível.

Mas, em matéria de liberdades

o Lula sempre esteve bastante a vontade

com regimes

e com situações

pouco

democráticas

e pouco recomendáveis

e portanto, o Human Rights Watch do Brasil

disse que as posições del sobre a guerra

em que, no fundo, equipar a Rússia

a Ucrânia na questão

da invasão da Ucrânia

ou o facto de ter dito

que aquilo que se deixa agora a Venezuela

de não ser um país

impolutamente democrática

é uma narrativa de ataque na Venezuela

e, se felizmente, é consistente

porque, Lula, no plano internacional

é também isto

e não vale a pena que

uma coisa esconder a outra

pode-se perfectamente achar

que Lula teve uma

que é uma história inspiradora

que é um líder carismático

que deixou um legado importante

mas nunca foi um amante

da liberdade nos seus vizinhos

e nos seus amigos

e nos regimes aos quais escolha

vamos aos livros, então

e eu trago, esta semana, um livro

que é uma espécie

de libel oposto contra

Vladimir Putin, chama-se

nada mais do que a verdade

e é uma coletânea de artigos, alguns publicados

outros inéditos encontrados

no computador

da jornalista russa

Anna Politkovskaya

depois de ser morta

na verdade, talvez possa dizer-se

que são os textos, são estes textos

tanto da opinião como da investigação

a jornalística é que

condenaram a morte Anna Politkovskaya

a autora que foi

a jornalista mais persistente e mais

destemida na denúncia dos esquemas

e dos crimes do Kremlin

foi assassinada à porta de casa

em Moscovo no dia 7 de outubro

de 2006, coincidência

ou talvez não, o dia 7 de outubro

é o dia do aniversário

de Vladimir Putin

nada mais do que a verdade, artigos escolhidos

de Anna Politkovskaya

edição El Sinor

o João Miguel Tavares traz um novo

volume de uma novela gráfica

de sucesso

Sim, a banda desenhada quando entrou na

idade adulta entrou muito à boleia

de obras biográficas

foi o caso do Maus, do Arch Spirulman

ou por exemplo do Persepolis, da Marjante Satrapi

e este o árabe do futuro

do Riado Satuf, é desse nível de

campeonato, é uma história absolutamente

extraordinária, já saíram 6 volumes

e essa é a coleção total lá fora

em Portugal foi agora traduzido

este quinto volume, não é

propriamente até o melhor da série

isto é mesmo um conselho

para começam no primeiro

e acompanhem, porque é uma história

extraordinária do próprio Riado

Satuf, que é metade sírio

metade francês e aquilo que foi

a sua infância até a chegada

da idade adulta dividida entre

dois países e entre também um pai

que se passavam a dar bastante mal

Pedro Mechia traz

uma cineasta

escritora, um livro de uma cineasta

sim, é este

este livrinho pequenino da Chantalá

que era uma cineasta belga, que morreu em

em 2015 e que

enfim, o Xené pelos condicionos

chama-se uma família em Bruxelas

morreu em 2015 e que

um dos filmes dela de 1965

chamado Jean de Alemã, enfim, o título é mais

comprido, ganhou

aquele inquérito que se faz

desde a revista Sight and Sound como

o melhor filme de sempre, o regulamento de debate

sobre se é ou não o melhor filme de sempre, o que é que isso quer dizer

este texto, que é um texto

muito curto, publicado em 1998

tem tudo a ver

com o cinema dela, tem tudo a ver com

as memórias do Aloucausto

de que ela era filha de superviventes

do Aloucausto, era de Xené, sobreviventes do Aloucausto

tem tudo a ver com a condição

das mulheres, tem tudo a ver

com os silêncios familiares e é um monólogo

ao mesmo tempo

muito pouco sofisticado, deliberadamente

pouco sofisticado do ponto de vista verbal

mas muito, muito poderoso

e muito sofrido.

O Ricardo Araus Pereira

eu trouxe uma russa

assassinada e o Ricardo Araus Pereira

traz um autor que também não acabou bem

Não, está muito monotomático isto, não está

porque é um autor

quem o Stalin ofereceu uma ida

a uma estância

da qual o Ósipo Mandelstam

gostou tanto

que nunca mais saiu de lá

ficou lá para sempre

É sempre difícil, Carlos, nós trazemos aqui os livros

e depois falar de improviso sobre eles

mas sobre isto eu diria que 30 anos depois

de guardar a minha fala para sempre

esta nova antelogia de Ósipo Mandelstam

tem 3 vezes mais poemas e 10 vezes mais textos

em prosa do que a versão anterior

as prosas são tão extraordinárias como os poemas

e mais inusitadas para a época

cheias de imagens fortes, vocábulos raros

comparações insólitas

e portanto é isto

O que isso arma a separ?

Isto é o que me

sai, assim, de repente

é só para dizer que tive a citar

a linha por linha o texto do Pedro Mexiano

expresso sobre o próprio livro

acho que tu próprio não me topaste

ou não, Pedro?

Não me topaste

A partir da terceira frase

É assim que se conclui mais uma reunião

semanal de hoje a 8 dias

a mesma hora e a qualquer hora

em podcast os

irremodeláveis Pedro Mexiano

São Miguel Tavares e Ricardo Uroso Pereira

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Aforradores (ou aforristas), este programa não é para vós. Procurai ajuda especializada. Ainda assim, a decisão do Governo de alterar as regras dos certificados de aforro proporcionou, esta semana, um raro momento de desenjoo, no topo da actualidade, dos casos decorrentes do inquérito à TAP. Mas foi sol de pouca dura. O regresso de Pedro Nuno Santos, depois de meses fora dos holofotes, demonstrou que o ex-ministro mantém, apesar das vicissitudes políticas por que passou, uma atitude de xerife. E o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro deu provas de que sabe responder a perguntas de sim e não, depois de semanas repletas de respostas evasivas. Mas sins e não também eles calculadamente evasivos. Para a história desta entrada em Junho fica ainda um capítulo novo na história do #MeToo: chamemos-lhe machismo cronológico. Que o ano de 1940 peça desculpas pelo que fez ao Professor Boaventura, sociólogo da sua circunstância.

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