Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: O perde-ganha, o Professor Marcelo e a maldição de Picoas

Joana Beleza Joana Beleza 7/29/23 - Episode Page - 52m - PDF Transcript

Esta semana, Ricardo Oroz Pereira sente-se cativado.

João Miguel Tavares confessa-se, obviamente, preocupado.

E Pedro Mexia declara, eu também não.

Está reunido o programa cujo nome ainda estamos literalmente impedidos de dizer.

Olá!

Chegou aquela altura do ano em que começa tudo a ficar com saudades, ou não, de futebol.

E é por isso que esta semana o Renault e Tec assumam a pasta do espírito desportivo.

Ou falta dele, visto que agora não há jogos.

Não que o bom espírito desportivo esteja presente durante o ano, mas eu não vou discutir isso.

Para tal, já existem os 343 programas em que médicos, advogados, agrónomos

e tudo menos especialistas na matéria discutem profundezas táticas.

Podiam antes meter o Zepri Alpine, um verdadeiro especialista no tema desportivo,

que traz o verdadeiro espírito desportivo a toda a gama Renault e Tec.

Fica a dica, ou a tática, para mais emoção de condução?

Agora, quanto ao desporto, não sei.

Pergunte aos médicos e advogados?

E pronto, a pente final nos anúncios por hoje.

Que comece o próximo fantástico episódio.

Bom programa!

Para Viva, sejam bem-vindos neste que é o nosso último encontro, antes de uma pausa em agosto.

E no final de uma semana em que os resultados das eleições em Espanha deram pano para mangas

e reflexões também no âmbito da política portuguesa.

Vamos falar daqui a pouco da vitória amarga da direita espanhola,

mas começamos pela política nacional, com o Ricardo Araújo Pereira,

como ministro do Veto, esperado ou surpreendente?

Ricardo Araújo Pereira.

Já não sei, Carlos, já não sei bem.

Já não sei o que havia de estar à espera.

Acho que foi surpreendente.

Mas ninguém estava à espera.

Talvez sim, do tom, do veto.

Não, pois...

Talvez, mas eu gostei.

O presidente da República devolveu ao governo o diploma sobre a progressão dos professores na carreira.

Já se pode atribuir a Marcel Rebelle de Souza,

o título de presidente mais popular de sempre entre a classe do centro, Ricardo.

É, por acaso, quer dizer, teria de pensar no outro que tipo de popularidade é que os outros tiveram.

Este veto, atenção, eu acho que os professores gostaram,

e eu acho que sensatamente gostaram,

porque, em primeiro lugar, trata-se aqui de fazer uma coisa que é muito cara a este governo do PS,

que é virar a página da austeridade.

É disso que se trata, é disso que estamos a falar,

e eu não sei porquê que eles não querem, mas vem aí o diabo.

Mas que além disso é muito cara.

É cara, é cara, mas eu não é virar a página da austeridade.

Sim, sim, sim.

O problema é que o Costan Dua dizia que virou a página da austeridade,

só que algumas páginas estavam pegadas.

E esta é uma das que tinha ido, sim.

Esta tinha ido.

O que está em causa é o facto de o governo ter dado...

O governo deu por encerrado a questão dos seis anos, seis meses e vinte e três dias,

o tempo de serviço congelado,

e que o governo dizia não ser possível restituir aos professores

para não se criar um precedente face a outros setores da administração pública.

Setores esses que têm também direito à...

Aquilo que os professores estão a pedir, sim,

àqueles que os professores estão a exigir.

A questão é, talvez por causa do lastado, do entusiasmo sobre a mudança da página,

as páginas estavam coladas, né, e o Marcelo foi lá,

e eslovar mais longe essa metáfora, sim.

Continua a ser muito delicado.

E o Marcelo foi lá descolar, e o que é que ele viu?

Viz escuragem.

Viz escuragem, espero que ele te estevesse de luvas.

O que é que ele viu?

Viu que há aqui uns problemas e que ele identificou,

o primeiro é a desigualdade entre os professores das regiões autónomas e do continente.

Os das regiões autónomas recebem aquilo que têm direito?

Não sei.

Olha, quando fui para as ações, a mim não pagaram o voo, com desconto.

Mas se passares a viver lá?

E depois...

Não é única diferença.

E depois, aquela questão que é o governo preparava-se para dizer

pronto, e fica então encerrada a questão da recuperação do tempo de serviço.

E o Marcelo disse,

eu acho que não é boa ideia fazer isso, pá.

Não é boa ideia.

É uma questão de justiça básica, né?

É não encerrar uma questão que é obviamente injusta.

A educação, vamos lá ver.

Se há sítio em que Portugal devia investir,

eu acho que a educação está...

Esse é um argumento do presidente da República.

Não está no topo, é isso?

Dois, se calhar no topo um.

Sobrelinhar...

E nos bombagens na proteção civil, nos polícias, nos militares, nos juízes,

olha a justiça, olha a estar aquela...

Sem dúvida, mas política...

...pós a justiça do presidente da República...

...de publicar uma hierarquia.

O que o presidente da República diz é que o governário é fazer escolhas e que as prioridades,

mas isso são as prioridades do presidente.

Pois claro.

Devem ser na educação e na saúde.

Também me parece.

E na saúde também já se prefigura um problema,

porque também é um setor que tem alguma conflito de utilidade social...

...promotida.

Sim, assim os outros todos.

É, mas são tudo pessoas que estão à espera de virar da página da Austrália.

Foi isso que foi prometido, não é?

Mas acreditaste?

É que isso foi prometido em 2015.

Foi?

Ainda oito anos depois.

Mas foi prometido.

Ainda acreditaste no Pai Natal.

Foi celebrado, como tendo sido executado.

E entretanto, estamos em 2023.

Descobrieste com o António Costa de Timenta e oito anos depois.

Então desculpe.

Ele lê muito lentamente a virar a página da Austrália e nunca mais conseguimos ler a próxima.

Entretanto, o PS e o governo, num primeiro momento, disseram-se perplexos com a argumentação

de Boulay, mas o Conselho de Ministros alterou de imediato o diploma, dizendo que houve uma

grande articulação entre o primeiro-ministro e o presidente da República para a revisão

do curriculum, mas sem explicar em que aquele terá sido alterado.

Ainda estamos por saber.

Como é que interpreta toda esta coreografia política, João Miguel Tavares?

Não, o problema está em si.

Realmente se foi só uma coreografia política.

Então era de evitar.

Há gente que olha para isto e pensa, realmente o Marcel tinha que irritar o governo antes

de itiférias.

Não tinha conseguido irritar no Conselho de Estado, porque António Costa tinha fugido

para a Nova Zelândia para ver futebol.

Então agora decidiu a última da hora vetar com uma argumentação bem esquisita, um diploma.

O qual ainda por cima 60 mil professores estão à espera.

É que bom notar isso, não é?

Porque se não está a invigorar 60 mil professores que ficam pior de não avançar assim do que

ficando congelado.

Então já tinham as carreiras congeladas, ficam agora também com este diploma congelado.

Agora como é que entendeu a argumentação contundente?

Contundente acho que é consensual.

Esquisita já é uma observação particular.

A argumentação do Marcel Rebeldo Souza na nota em que explicou o veto.

Eu entendi muito mal.

Eu tenho soldados do tempo, em que era o PS, que era muito gastador, e que eram as pessoas

do PSD que se preocupavam com as contas certas.

Era quando estava na oposição?

Sim, era quando estava na oposição, mas como ao longo dos últimas décadas teve lá quase sempre.

E mesmo quando não teve na oposição estava preocupado com as contas certas também.

Vamos ver uma coisa.

O António Costa tem muitos defeitos, muitos, e tem governado muito mal.

Mas aquilo que tem sido esta Alderbice que o Ricardo Dago Esperara assinalou,

é a Alderbice que impediu o diabo de vir.

Quando o António Costa gosta muito de falar do diabo,

quando as pessoas da direita falavam do diabo intensamente em 2015, 2016,

e falavam no diabo, era porque?

Porque ingenuamente acreditavam naquilo que o PS estava a dizer.

Mas felizmente, para a mãe das contas públicas, aquilo que o PS estava a dizer era substancialmente mentira.

Nós aqui vamos falar das cativações, mas se as cativações sejam impostos indiretos,

o António Costa e o Mário Centeno numa primeira fase mentiram-nos durante estes anos todos.

A mentira é má, em termos políticos, em termos económicos.

Tenho-se provado eficaz no sentido em que, já apresou-te a passar-nos na dimensão da dívida pública,

os nossos justos têm estado mais ou menos controlados. Foi por causa disso.

Vira, Marcelo, como quase que desvalorizar isso faz-me imensa confusão.

A argumentação dos assos e da Madera, a meu ver, é totalmente absurda.

Em primeiro lugar, porque as pessoas que vivem na Madera, é por isso que existem autonomias.

As pessoas que vivem nos assos e da Madera têm privilégios de cotas,

que não vivem no continente, não têm, exatamente porque são países...

Não é este ponto.

São regiões periféricas, como?

Tem isso, tem as privilégios que têm de ver com a periferia.

Nem sequer consigo começar a perceber o raciocínio, porque se o raciocínio do Marcelo conhece,

então a política no continente ficava está dependente daquilo que os assos e a Madera se lembravam de fazer.

Cada vez que eles se lembravam de ser criativos, então nós a seguir tínhamos que ir fazer o mesmo,

que se faz nos assos e da Madera, que era para não haver uma desigualdade.

Parece uma argumentação absurda.

E a outra coisa é, tipo, é um preâmbulo.

Ele queria que o preâmbulo dissesse outra coisa, tipo, como o preâmbulo da Constituição nos manda a caminhar postialismo.

Não disse que estava terminada a negociação e que estava terminado o assunto.

Deixem-me só dizer hoje, Miguel, deixem-me só dizer que nós estamos a chamar.

Quero uma referência.

Tu estás a chamar àquilo que a Madaria e os assos fizeram,

que é cumprir o que está estipulado ser criativo.

Eles limitaram-se a cumprir.

Cumprir.

O Estado deve dinheiro aquelas pessoas.

E eles pagaram.

Isto não é criatividade.

É a decência.

Talvez por eu...

Talvez por eu...

Por causa não é bem.

Não é pagaram.

É incorporaram o tempo de serviço.

Fasiadamente.

Fasiadamente.

Que está...

Que foi congelado.

Exato.

Mas ninguém vai ter, que eu saiba,

não vai ser ressercido retroativamente.

Nem sequer tem.

Não vai ser ressercido retroativamente.

Mas todos nós...

Claro.

Que o Estado admitir que quando veio a Troika,

isso significa que o Estado assumiu uma quantidade absurda

de compromissos para as quais não tinha dinheiro para pagar.

É difícil ela admitir isso.

Ou seja, a Troika viu, veio, porque o Estado não tinha dinheiro

para fazer face àquilo que eram os seus obrigações.

E veio para...

Parte desse dinheiro.

E veio para o Estado.

E veio para o Estado.

E veio para o Estado.

Não, é o veio.

E imposo ao Estado uma série gigantesca de cortes

para a despesa pública se tornar sustentável.

Mas o discurso era isso.

O discurso era o Estado tem compromissos assumidos

e tendo de cumprir.

Não.

Só que escolheu...

A conclusão da Troika foi o Estado não consegue assumir

daquela maneira todos os compromissos que assumiu

porque não tem dinheiro que pode pagar.

Mas isso não vai ser revertido para algo.

Isso vai continuar assim.

Então não vai ser...

É que o que está em causa, que os professores reclamam,

é que daqui para a frente seja incorporado no tempo de serviço,

tempo que foi, de facto, sempre para o tempo de serviço.

Então, não, os professores não reclamam

que lhes dêem retroativamente o dinheiro correspondente

a esses anos em que a carreira teve congelada.

Mas como os professores são imensos...

Sim.

Não é?

E, apesar de tudo, eu consigo compreender mal o argumento

a dizer que é...

Que é a ideia que o Marcelo faz passar,

que é médicos e professores são mais que os outros

e enfermáticos.

São mais que os outros.

Ou tem privilégios que os outros não têm.

Eu acho que essa argumentação é absolutamente insustentável.

Mas o teu também não é bom também.

Foi a argumentação do presidente,

é que o governo governar é fazer escolhas de prioridades.

E, segundo o presidente, serão setores prioritários.

Mas é que é uma coisa ainda por cima.

É despível, claro.

É tão comodista esse tipo de argumentação.

Porque o Marcelo podia, ao mesmo tempo, ter sido exigente

e dizia realmente vamos introduzir esse tempo de serviço,

mas ao mesmo tempo que vamos introduzir esse tempo de serviço,

vamos fazer mais.

Que é?

Vamos voltar a avaliar de sentimentos professores.

Vamos voltar a dar mais autonomia às escolas.

E isso ninguém quer.

E, portanto, só este conceito,

que qualquer pessoa que está no sete ou privado,

nem sequer o compreendente,

que é a ideia de tempo de serviço.

Eu ia perguntar a maior parte das pessoas

que trabalham no sete ou privado,

se elas sequer sabem o que é o tempo de serviço.

Porque o próprio conceito, o tempo de serviço,

o conceito de tempo de serviço,

que é uma coisa que parece que as pessoas falam,

como se fosse uma coisa muito, muito normal.

É a questão de que a antiguidade é um posto.

Pois não, mas não.

É uma antiguidade, não é um posto,

porque a antiguidade, ser um posto,

significa que qualquer pessoa, como eu,

como que eu já disse várias vezes,

tenho os meus quatro filhos em escolas públicas,

sabe que é perfeitamente possível

haver um professor extraordinário,

com 30 anos e um professor péssimo com 60.

Certo.

E, portanto, continuamos com esta conversa só

do tempo de serviço.

O tempo de serviço pode te contar para alguma coisa,

mas não pode ser a única coisa.

Conta no privado também?

Conta para reforma.

Muitas coisas não contam.

Tem um tempo de serviço?

Sim.

Para reforma?

Tem um tempo de serviço?

Sim.

Mas não é isso que está em causa,

não é o tempo de serviço?

Não, são os anos que descontaste para reforma.

Não é isso que está em causa?

Não é isso que está em causa?

Também é isso.

Tens uma congregação na tua carrega,

em função, simplesmente,

porque não tens falecido

e continuás a desempenhar aquela profissão.

Não é só...

Ah, foi boa.

Não é só.

E também temos aquele problema

de haver uma avaliação

e dos professores que são,

aqueles que têm atribuída determinada nota,

não podem preencher a cota,

porque ela já está preenchida.

Certo.

E por quê?

Porque essas avaliações têm uma velhíssima tradição

de quase toda a gente ser absolutamente bestial.

Que trabalho não está?

Será disso?

Não.

É, de facto.

Não é.

Não é.

O que está criado neste momento?

Tu queres uma avaliação especial?

Não.

Quer uma avaliação de descent,

que é uma coisa que não existe em Portugal,

quer autonomia de escolas,

quer que cada vez que um professor falta,

não demore meses,

infindáveis a ser substituído,

quer que um professor,

que se lembra de desaparecer durante o mês,

volta um dia a trabalhar,

pode desaparecer outra vez durante o mês

e não ser substituído.

Há coisas absolutamente escandalosas nas escolas,

com os quais os pais são obrigados

a terem que suportar.

São injustícias gigantescas

e que não são corrigidas.

Querem corrigir isso,

tentem corrigir tudo ao mesmo tempo.

Olha, está uma reforma estrutural

daquelas que as pessoas dizem que não existem.

O documento das carreiras

foi de volta para o governo,

e o governo agora

reenviou o próprio presidente

com alterações que,

segundo o próprio governo,

não se conformam em absoluto

com aquilo que o presidente quis

na nota contundente

que publicou a propósito do veto.

Vamos ver agora como é que isto evolui e saber,

ainda não sabemos o que é que, de facto,

foi alterado pelo governo,

um eventual a ser de tagulhas entre

Belém e São Bento,

que diz os preços.

Parece que o presidente e o primeiro-ministro

acertaram agulhas numa escala técnica

de António Costa no Dubai,

mas será que um eventual a ser de tagulhas entre Belém

e São Bento a este respeito

com as alterações introduzidas

pelo governo ou diploma

poderá ser suficiente,

Pedro Moschia, para que o próximo aneletivo

não venha a ser tão conturbado

como aquele que terminou há pouco.

Faltando-me as qualificativas

de conhecimento sobre a política educativa

e a função pública dos meus colegas,

vou então dizer algumas coisas

sobre a chicana política.

Há duas leituras de chicana política

e outra que não é.

Uma é saber se,

porque toda a gente comenta, evidentemente,

este veto no contexto,

não vou comentar o veto em si naturalmente,

mas o veto no contexto do conflito,

da guerra fria, ou não tão fria,

como isso entre o governo,

e o presidente da República,

e agora essa notícia sobre até que ponto

foi, ou não, uma decisão acordada,

não direi negociada.

A segunda é que esta matéria,

estarão todos lembrados,

foi uma matéria que levou

uma ameaça de demissão de António Costa.

Esta matéria levou

uma ameaça de demissão de António Costa

e levou a um recuo do PSD

nessa matéria para evitar esse cenário.

E em terceiro lugar,

e esta não é de chicana política,

esta é substancial,

que é a ideia do que é justo

e do que é viável,

porque eu até sou capaz,

de em grande medida,

de acompanhar algumas reivindicações

e descompreender e desacetar.

Só que o corgulario disso

é que há outras reivindicações

atendivas de outros setores

e é absolutamente impossível

basta só a sua educação,

não é preciso ir para justiça.

A linguagem popular não chega para todos.

Não chega para todos,

não chega para todos.

Isto não é chicana isto,

é política no sentido mais distrito,

que é gerir os recursos financeiros do Estado.

Existe o meu presente diz

que há que fazer opções

e estão de ser prioridades.

Há que fazer opções,

mas acontece que estas duas prioridades,

que são de facto prioridades,

a saúde e a educação,

são prioridades que em termos

do bolo de gastos públicos,

da importância que isso tem para a vida das pessoas,

enfim, desde logo à saúde,

até antes da educação,

porque toda a gente teoricamente

pode se viver sem educação,

embora não seja...

Não seja recomendável.

Não seja recomendável,

mas sem saúde não é possível.

Não são setorzinhos,

nós estamos a falar de pequenas pastas

e de pequenos assuntos do Governo.

E portanto, eu não tenho a certeza

que isto não significa...

O Governo não se vai, evidentemente,

ameaçar de mentir outra vez,

porque tem maioria absoluta,

isso não faz muito sentido.

O facto de isto ser um veto,

uma lei e não um decreto lei,

significa que o veto tem significado.

Isto é, tem feito, não é?

Para já, voltou para o presidente,

mas se o presidente voltar a dizer

que não concorda,

o Governo pode simplesmente

transformar em decreto lei

e desenvolver a regra da maioria absoluta.

Na verdade, há sempre essa porta do cavalo,

mas aí seria mesmo

mais um momento de choque institucional.

Seria, mas também,

que não é um choque de desejo,

mas também não é difícil,

não é fácil explicar

que uma matéria que justificava,

supostamente, uma demissão

do primeiro-ministro do Governo,

agora sim senhor,

vamos acomodar isso.

Não sei como é que se passa

da palavra, se passa

de uma narrativa ou outra,

mas é um pouco estranho.

Vamos ver como evolui a situação.

Entregamos ao Ricardo Araújo

para ir à Pasta de Ministro do Veto.

Quanto ao João Miguel Tavares,

quer ser desta vez ministro

das coisas invulgares

com a Espanha no horizonte

e a partir desta declaração

do líder do PSD?

E uma situação assim muito invulgar,

porque parece que aqueles que perdem

as eleições é que festejam

e não o contrário.

O Luiz Montenegro e a frase

que leva o João Miguel Tavares

a querer ser ministro das coisas invulgares,

será para subscrever a frase

que escolheu para este Ministério

ou porque acha deslocada de algum modo?

Se o Luiz Montenegro vivesse

numa ilha perdida no Pacífico,

ele poderia achar isto muito invulgar.

Tendem conta que vivemos em Portugal

e que isso foi o que aconteceu em 2015.

Não sei onde está esta espantosa invulgar.

Mas nem sequer o invulgar nesta

é o que dizem, isto é muito invulgado.

Pessoas que perderam as eleições estão.

Na própria noite eleitoral.

Isso acontece em todas as eleições,

em todas, em todo o lado.

Antigamente o PC pega sempre.

Mas acontece em todo o lado.

Mas aquela festa à esforça do VSE

ou na noite de domingo foi...

Sim, sim.

Não foi o habitual, não é?

Interpretações dos resultados eleitorais

à nossa maneira não é nada de muito invulgar.

Então...

Pesta popular...

Tendem conta que recentemente

até se fazem interpretações

que geram violência, como nos Estados Unidos,

dos resultados eleitorais

sobre quem perdeu na verdade ter ganho.

De que ele foi buscar que isto é invulgar?

Não sei o que é que ele tem...

Liga-se a NN, pá.

O PP de direita foi o partido em Espanha,

foi o partido mais votado nas eleições espanholas,

mas longe da maioria absoluta,

isto já foi escapulizado ao longo da semana,

sem poder, se quer, contar com o apoio do VOX

para conseguir ser governo,

depois da truculência que marcou

a campanha eleitoral, recheada de ataques,

recheada de excessos verbais, de parte a parte,

fará sentido esperar que os socialistas

viabilizem um governo de direita,

João Miguel Tavares.

Eu acho que é isso que indica

os resultados das eleições,

se as pessoas de esquerda e direita,

nomeadamente, o centro de esquerda e o centro de direita,

começam a salvar os resultados das eleições a sério.

Isto não tem a ver com os valores absolutos

que cada partido teve, evidentemente,

que o circuito partido pode formar governo.

Tem a ver com a evolução do voto entre 2019

e entre 2023.

E essa evolução do voto

é brutalmente significativa.

Há um gigantesco reforço dos partidos de centro,

que todos nós estávamos convencidos

que estavam a desaparecer também em Espanha,

e subiram 20 pontos percentuais

os dois partidos juntos, o PP e o PSOE,

ao mesmo tempo que os extremos

desceram e desceram os dois,

desceram o VOX e desceram também o sumar

em relação àquilo que o Podemos tinha tido há quatro anos,

que já tinha sido bastante mau,

já tinha vindo a perder bastante eleitorado.

E tendo isso em conta,

e ainda podemos encontrar,

a sumar a isso, os partidos independentistas,

mediadamente na Catalunya,

que também perderam muito terreno.

Tendo isso em conta,

eu acho que aquilo que era mais sensado de fazer

era, evidentemente, o PSOE

viabilizar um governo PP.

Agora, claro que é um histórico,

em que as coisas não correram bem,

e sobretudo, de parte a parte,

é um histórico que há, digamos,

o que é o contexto político

e que é a prática política comum,

quer dizer, entregar o poder de bandeja

ao principal adversário político,

convenhamos que não é a atitude habitual

e a atitude comum, não é?

Houve um tempo que já foi,

aliás, nem sequer se pensava nisso,

quer dizer, houve um tempo em que isso já aconteceu,

em que as pessoas ganhavam

e achavam-se mesmo que o que ficava à frente

tinha direito a governar, independentemente

e trai nesse tipo de matemática.

Mas a matemática também é uma originalidade portuguesa,

os países nórdicos que comportam-se assim.

Não, o que eu te digo, e depois que é sempre

a velha questão que a gente aqui discute

desde o tempo da história e das borboletas,

é que, a partir do momento que tu entras

nessa matemática, é inevitável que a matemática

seja feita pós dois lados.

É absolutamente inevitável,

por muito que tu que dizes que não há comparação,

não quer comparar a extrema direita,

que se tem uma esquerda.

Sim, mas no caso espanhol é muito interessante,

as pessoas dizem, ah, isso não há

nenhuma as relações a tirar para Portugal

porque os contextos são muito diferentes.

E é verdade, a questão das autonomias

é de tal maneira central, em Espanha,

que torna as eleições muito diferentes.

Mas isto, estas eleições são muito significativas

para perceber que a própria esquerda,

que muitas vezes a coisa da direita,

a incrementadoras de direita, é dizer,

como é que vocês se atrevem a admitir

sequer que um dia o PSD,

se possa vir com o Liracuxera.

Mas, na verdade, é que agora olha-se para Espanha

e essa mesma esquerda, admite, não é consumar,

não é consumar, é, admite que haja acordos com países,

com partidos onde encontramos antigosetarras

ou com partidos em que o líder está fugido

à justiça espanhola há vários anos.

E nem esses são suficientemente radicais,

ou seja, com esses também se pode fazer acordos.

Agora, isto é uma pescadinha de rabo na boca,

porque quando isto se admita à esquerda,

também é invitável que se admita à direita.

E, portanto, o centro,

ainda que seja eleitoralmente reforçado,

que parece-se um tipo de hipótese.

Como o caso do João Miguel Tavares,

para quem defendia ainda há pouco tempo,

porque era possível e era normal

que houvesse esses acordos à direita.

Agora, há uma contradição,

dizendo que o PSOE deve ceder

às pretensões do PP,

entregando-lhe o poder,

não procurando a viabilização parlamentar

para uma solução que, se tiver viabilidade matemática,

poderá permitir que o PSOE continue a governar.

Eu, mais uma vez, tenho que relembrar

qual é a minha argumentação.

Não se trata de ser, se quer dizer,

as pessoas confundem o possível

com o que é desejável.

O que eu digo antes, enfim,

é que a partir do momento que as xercas caem de um lado,

vão cair inevitavelmente do outro.

Eu não estou sequer a dizer que isso é desejável.

Eu já disse que milhões de vezes...

Tu concordas com tudo o que é inevitável?

Não, é bom.

Mas torna-se inevitável, torna-se inevitável.

Eu estou aqui a dizer, já disse milhões de vezes,

que o chega não se deseja a ninguém,

não vai trazer nada de bom ao país.

Mas é inevitável...

Isso também é inevitável a ver o liganismo constituição...

Mas a prova de que é inevitável,

eu estou a dizer, a prova de que é inevitável,

é que a esquerda, neste momento,

admite estar a negociar com antigos etarras

e com separatistas.

Mas a ideia de que temos que concordar

com o que é inevitável,

é uma ideia que está a aprovar.

Por isso é que eu estou a dizer

que aquilo que seria razoável, mais razoável,

mais desejável era.

A ver um...

Se quer mesmo manter os extremos fora,

nomeadamente a extrema direita,

então tem que haver uma espécie de pacto

e desar o centro a dizer.

Olha, eu não vou para a esquerda

e não vou para a direita.

Não aclima para isso.

Então, depois do que foi acabado,

o PP governa em coligação

com o Vox em várias regiões de Espanha.

E mais, e o PP em Espanha

fez aquilo que agora está a pedir ao PSO

é que não faça.

Ficou em segundo lugar,

nomeadamente na Extremadura,

e governa com o Vox deixando fora do poder

o PSO é que tinha sido a primeira força.

Repare, as pessoas às vezes olham para isto.

Eu não tenho nenhuma espécie de interesse

nem MPPs, nem PSOs.

Ainda por cima o Feijo conseguiu

o grande prodígio de faltar o último debate.

Eu como um democrata,

eu não dou voto a ninguém

que falta debates nesta visão.

Isso parece-me um gesto totalmente anti-democrático,

uma coisa inaceitável.

Não tenho nenhum interesse no PP.

Aliás, para quem vê de fora a situação espanhola

a coisa mais importante é tentar que a Espanha

se mantenha mais ou menos junta

e até aí o trabalho do PSO

a acalmar as autonomias

é mais eficaz do que o trabalho do PP.

Ganhou tanto o país baixo como na Cataluña.

A única coisa que eu quero alertar,

ainda bem que vocês concordam comigo.

Sufocou os nacionalistas tanto no país baixo

como na Cataluña.

Exatamente, isso fez muitas as naras,

mas uma vez isso é um mérito que o PSO tem.

Mas mais uma vez o que eu quero trazer para aqui

e ainda bem que concordam comigo

é essa inevitabilidade.

Aquilo que não pode entrar na cabeça de ninguém.

Ouça, não pode.

E isso é tão visível.

Porque senão...

Não pode decretar-me inevitabilidade.

Não é uma nem inevitabilidade,

é que o espaço que vocês deixam para a direita

dentro daquilo que é os vossos raciocínios

é nenhum e.

O PSD ou o PP

ou ganham com maioria absoluta

ou jamais serão governos.

É isso que vocês estão todos aqui

dizendo esta mesa.

Mas qual é o teclado do PSD?

Não, mas qual é o teclado do PSD?

Parece mais provável.

É mesmo que sempre, ganharem sozinhos.

Sempre, foi sempre assim.

Foi sempre assim.

Foi sempre assim.

E governávas em minoria, certo?

É a minoria relativa.

Não, da minoria assim.

Mas pode ganhar mesmo com maioria absoluta sozinho.

Em todos os países.

É o único caminho.

Parece mais provável Pedro Mexia

e a política em Espanha.

Parece mais provável virmos a assistir

a uma geringon solidarada para os socialistas.

Se eu for

ao estar de luz ver um jogo

e me der em um casco ao do Sporting

ou do Minfic, eu não quero...

Ou do Porto.

Eu não quero, eu quero um casco

ao do meu clube.

Eu quero que a direita, se chegar ao poder,

governem com as ideias da direita.

Mas tu és um fatalista.

O que é que eu estou dizendo?

Não, não é isso.

É porque tudo na verdade

é um time analista se estás-te nas tintas.

E por isso não faz parte do PSD.

Tu como analista político...

Tu como analista político

tens que avaliar a situação em PSD.

Mas se tu estivesse no PSD

ou no PPE, que condenavas

eternamente a uma oposição

para dizer-se com estes...

Mas eu não faço parte do conselho...

O que é que lhe parece

mais provável Pedro Mexia?

Ou se tira uma geringuança

liderada pelos socialistas?

Ou uma situação de impasse

em novas eleições?

Uma vez que está fora de causa

tudo indica que o PPE

venha a ter condições para governar.

Sim, eu acho que está fora de causa

e acho que, tendo em conta o clima

geral em Espanha, também está fora de causa

a ver um bloco central, digamos assim.

Agora, acho que

o Sanchez, inteligentemente antecipou as eleições

para carregar nas tintas

os pacos recentes do PPE com o Vox

e de algumas políticas

já em curso a nível local.

Nomemamente, algumas que só podemos

chamar censórias

em termos de bibliotecas, de espetáculos, etc.

E, portanto, saiu-se bem nisso.

Saiu-se bem a esvaziar

eleitoralmente o independentismo

nos partidos regionales.

Neste caso, autonómicos

no país baixo, na Catalunya

mas

ele só pode governar...

só uma hipótese a governar, que é com os

além do sumar

com o bloco

autonómico-independentista

todo, todo, não pode faltar

nenhum, incluindo

com o apoio do Harry Potter lá na Bélgica.

Aí basta

abster-se

e, no caso, os 7 deputados

ou os juntos podem abster-se.

Uma das dirigentes do juntos disse

na noite eleitoral, disse, não nos interessa

nada o assunto da governabilidade de Espanha

que é, logo, uma

declaração muito interessante.

E, portanto, das duas uma.

Ou

Sánchez consegue, sei por cima

que é ter o apoio dos independentistas

recusando

ambas

as condições dos independentistas

que, aliás, é aquelas

questões históricas como

Filipe González tem acentuado

que é recusando a amnistia

e o referendo

tudo bem.

O que ele disse até agora

foi que é só

dentro dos parâmetros

da Constituição.

Se não recusar a amnistia e o referendo

é outra coisa. Não vejo muito bem

a não ser pelo medo do Vox

que incentivo é que tenham os partidos

mais radicais independentistas.

Tem um incentivo, é que

já perderam imenso nestas eleições

e novas eleições

fazem esvaziar ainda mais

um incentivo, não perder mais.

É verdade.

Agora ainda tem algum poder

negocial mínimo.

Se soverem novas eleições podem perder

mais esse poder judicial.

Mas o que eu queria dizer é incentivo

no sentido de levar

a avante das suas ideias.

Isso não parece que tenham.

E deixamos só que o que o João Miguel

diz, essa questão das equivalências

extremas à esquerda, extrema e direita

são iguais.

É um partido

onde há pessoas

que defendem o terrorismo.

E portanto

a possibilidade

disso ser

dourar essa pila em relação ao Bílido

é absolutamente impossível.

É absolutamente impossível.

Quem acanhou as eleições espanholas

Ricardo Alus Pereira? Boa pergunta, Carlos.

Excelente pergunta. Obrigado.

Não estou preparado para lhe responder.

Mas esta ideia

do este fatalismo

segundo o qual é preciso

a direita

ou se une à extrema direita

ou nunca mais será poder.

Eu não sei de onde é que vem

e faz-me confusão que, por exemplo,

esta semana, notem, esta semana

eu vi o André Ventura

na CNN

a dizer o seguinte,

o PSD e o PS

têm de se capacitar que o tempo das

maioria absolutas morreu.

Não sei se eles já teve acesso aos resultados das últimas eleições

que eu fui aqui há menos,

foi há cerca de um ano, não é?

Eu encregimo aquilo a achei que vivia.

Ou seja, decretar a morte das maioria absolutas

num momento

em que nós acabámos de ter

uma maioria absoluta.

Temos a viver esse momento.

Então onde é que ele vai buscar que acabou?

Porque aí é cá de ser impensável.

Assim como o PS conquistou uma agora,

o PS dê a conquistar

nas próximas eleições

não há nada que indique que isso possa

que isso possa

não acontecer.

O João Miguel Tavares fica então ministro

Eu acho que é, o problema é uma espécie

de desespero. É uma espécie de desespero.

E eu compreendo, eu também tive que levar

com duas maioria absolutas do cavaco

com mais de 50% seguidas

seguidas.

Mas eu não me puse a dizer isto.

Sabe como é que isto vai lá? É o PS

buscar o POS, o MRPP

e a gente fazer, porque senão nunca mais.

Seria excelente, porque era uma linda

preira no governo.

E assim vieram dois governos PS

e nenhum deles teve maioria absoluta

e governaram, certo?

O João Miguel Tavares fica então ministro

das coisas em lugares e continuamos

em Espanha. E há falta dos resultados

dos interessantes espanhólogos agora

em passo mais rápido para o Pedro

Ministério se tornar ministro sem

autonomia e, pelo que percebi, para

falar da derrota vitoriosa

ou da vitoria de perro

de...

O que ele se chama? Núñez Feijó

é em Alberto, não é?

Núñez Feijó, o ligário do PAP.

Pois, as vitórias eleitorais

e as derrotas eleitorais têm muito a ver com as

expectativas e com

o patamar que os

políticos propuseram, com o que as são

dois e às vezes os comentadores dizem, etc.

O facto do voco se querer acabar com as autonomias

uma vez que é ministro sem autonomia

presumo que há também

os outros palavras com isso.

É sido um elemento tóxico também para a campanha

do Partido Popular?

Na verdade, a expressão das autonomias tem a ver

com o facto do PAP já não tem autonomia

suficiente para

chegar ao poder sozinho, porque antiguamente

prestava-lhe ter uns parceiros

pequenos, que neste caso eles seriam apenas

dois deputados, um das canárias

ou outro, de um partido

Navarro.

E, portanto, isso não chega para nada, sem os

sem os. E, evidentemente, não

tem autonomia porque não há conversa

com os partidos autonómicos. Até o único partido

que se podia esperar, que era

o Partido Nacionalista Vasco,

que é o único partido

que os juntos também não é um partido

de esquerda, mas enfim, mas é um partido

de centro-direita

autonómico

e tendencialmente independentista,

em alguns casos.

Não disse logo que não. Portanto,

depois logo fora

essa hipótese. Portanto, há muito pouco

autonomia. É verdade que o PAP fez

um ínimos que foi

recuperou 1.6 milhões de votos

dos cidadãos que não se apresentaram

e tiram 600 mil votos

ou voques. Não é mau.

Não é mau, mas

uma vitória que não leva a governabilidade

é uma vitória de perro e tem ali

a Ayuso, a Espreitara, Fortifeiro.

Há pouco, o João Miguel Tavares

pegou nas palavras

de Luiz Montenegro,

o líder do PSD sobre as eleições espanholas,

mas o líder social

não disse só aquilo, disse mais,

disse também isto.

O que é hoje relevante dizer

é felicitar vivamente

o Alberto Núñez Feijó

e o Partido Popular pela retumbante

vitória que tiveram ontem.

Uma vitória irretumbante

do PAP, na leitura do líder

do PSD,

parece-lhe um adjetivo

adequado para a situação, João Miguel Tavares.

Já pegou há pouco nas palavras

de Montenegro.

Isto tem tudo a ver com as expectativas.

Se as expectativas, se as chondagens

indicassem que o PSO ia ganhar

o resultado do PAP teria sido

retumbante a este mesmo resultado.

A chondagem seria o contrário.

O contrário é porque o PAP duplicou

a votação em relação a 4 anos.

Teve 16,7% a 4 anos

e agora teve 33,1%

e não foi só com a absorção

dos cidadanos, nem nada que se pareça.

Os cidadanos teve 6,8%

e eles agora subiram mais de

30 pontos.

É evidente que há uma subida gigante

agora, quando se achava que...

O PSO também subiu.

E o PSO é subir um pouco, sim.

Número de votos e número de mandatos.

E o meu argumento é relação

ao centro e o centro de tecido.

Eu não me lembro de nenhuma eleição

em que os dois principais partidos

tenham subido.

Deus 31 deputados do Sumar

apenas 5 são do Podemos.

O Sr. Iglesias não está nada

contente com o Sumar.

Está um mudarado, esse mudarado.

Como é que viu

o episódio na noite

eleitoral, aquele episódio

curioso de

Ayuse a ser aplaudida

enquanto o Núñez

já falava? Ayuse é a menina bonita

do PP, não é? Quer dizer,

pelo sucesso todo que está a ter.

Mas eu acho que se calhar, um dia deste

acontece mesmo ao caso de moedas.

Também se transforma no menino bonito

que está em Underperformance

e, portanto, venho um novo.

Depois de tudo isto,

haverá relações a tirar para a política

portuguesa das eleições espanholas

que ficaram dadas para ela?

Assistia a muitos exercícios desses.

A gente tentava esminver as eleições espanholas

e tentar perceber o que elas dizem sobre Portugal.

Eu, primeiro, gostava de saber o que elas dizem

sobre a Espanha. Como a vez que a gente ainda não percebeu,

seria irónico que umas eleições

que não nos permitem perceber quem é

que governa a Espanha, nos permitissem

que os jornais espanhós

tenham a dar hipóteses muito interessantes.

O rei pode, por exemplo, convidar

uma pessoa que não seja o feijó.

Sim, exatamente.

A formulação é

aquele que esteja em melhor condições

para conseguir formar governos.

Quer dizer, são países tão diferentes.

E, na próxima, nós estamos muito mais atentos,

por exemplo, à realidade americana

do que à realidade espanhola, apesar de

eles fisicamente estarem aqui ao lado de nós.

E, outra coisa, são diferenças?

Sim, sim.

A gente consegue dizer uma lista de políticos

americanos muito mais extensa

do que uma lista de políticos espanhós.

E a outra coisa, que é as diferenças flagrantes

entre os dois países, há imensa gente

em Espanha que reivindica a independência.

Nós caímos em Portugal, já desistimos

de Portugal ser independentes. É imenso dele.

Desistimos dessa ideia.

Eu sei ideias exóticas.

O Pedro Mechia fica assim, ministro,

sem autonomia, estão entre as pastas ministrais

por esta semana.

Sabermos por que o Ricardo Araújo Pereira

se declara cativado?

Aquela cativa

que me tem cativo

porque nela vivo

já não quero que viva.

Imagens de 2016

com o Ministro das Finanças

na altura num roubo

camuniano

em verso,

7 anos depois

mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

e o Ministro das Finanças atual

decidiu passar da poesia à prosa.

O orçamento não traca ativações.

Isto é, os ministérios serão disponíveis

as verbas que estão orçamentadas

e construídas com o realismo

do que é a execução dos anos anteriores.

O anúncio de Fernando Medina

enterrar a lógica orçamental

que herdou de Mário Centeno

prefere das finanças prosa

ou poesia?

Nas finanças prefiro claramente prosa.

Prefiro claramente prosa, uma coisa bem prosaica

e que o dinheiro que a gente tem

continua lá.

E como é que entendeu a decisão agora?

Acho isto excelente.

Mais uma vez

a propósito ainda

do virar da página

aparentemente

isto das ativações

era um problema

até aqui

e que vai ser resolvido.

Foi um instrumento essencial.

Um ano estava a Medina a dizer

que não iria recusar nenhum instrumento incluindo.

O temido da Jogin Gonça foi essencial

para enganar o bloco.

Agora é que vamos ver.

Cada ministério vai ter o seu orçamento

e não há estas brincadeiras

de estar a fingir que o orçamento existe

ou não existe.

Alguém queres fazer alguma mutação

em este respeito?

Minha humana tem cinco linhas.

Fiquei deste malso beijo

até em casa compete

dizer-lhe tudo o que vejo

e eu não compito com poesia.

Dá para tudo.

Está esclarecido por que o Ricardo Arojos Pereira

se declara cativado

quando o João Miguel Tavares diz sentir-se

obviamente preocupado

e o que o preocupa

numa penada, João Miguel Tavares?

Existe a fantasma da obra

e eu proponho que alguém faça um musical

tipo o Fantasma de Picouas

porque é realmente impressionante.

É a operação Picouas

com a Altice neste momento

de uma acusação

de trafoliço gigante

no mesmo sítio onde antes

tinha estado a Portugal Telecom

que acabou como se sabe.

E eu trouxe este tema só porque fomos para férias

e eu queria alguma espécie de te apreender

de despedidas para o Ricardo Arojos Pereira

para ele poder dizer galeardamente

e com toda a razão

que de facto a diferença entre setor público

e setor privado não é?

É justamente nenhuma.

O Estado paga nas duas

causas da furgosa impostos

e é uma daquelas coisas que a gente vê

mesmo como é que é possível.

Existem muitos promenores

é muito difícil acompanhar.

Mas o que interessa aqui é

a principal figura da pessoa

que está ali envolvida em jogatanas

de vendas de prédios

e de forno de senhores

é um tempo que tem 30%

30% da Altice

que não é só Portugal

é a maior empresa telecomunicações de França

o que aconteceu agora?

A gente vê que eu vivo ali

o Medina perdeu as eleições

em parte por causa de uma coisa

que aconteceu no mercado de arroz

essa é da Altice ao lado

a atenção àquela zona

e o impacto daquela zona

Aqui, em Portugal

havia duas empresas

a Altice e a TAP

que sempre serviram para tudo

Desculpem a linguagem

mas para mamar

o que eu proponho era que

para que isto ficasse mais ostensivamente claro

que a palavra TETA

fizesse parte do nome destas

ficava a TETAP

e a Altice

porque isto é assim, já do tempo da PETETA

atenção, já no tempo da PETETA

havia gente a mamar

mamaram na TETAP imenso tempo e agora mamam na Altice

punham o TETA

punham a palavra TETA

só para a gente saber com que é que está à conta

já sabemos porque o João Miguel

estava a se anunciar obviamente preocupado

agora, muito rapidamente

vamos perceber o que leva

o Pedro Mestia a declarar

eu também não, por contraponto

a eu também

Sim, eu também, porque o mito

teve uma vantagem muito grande

que é deixar de ter um humor de silêncio

a volta dos caras

dos abusos sexuales

mas há uma coisa que não me prove

por mais que há pessoas que fiquem fartas

desta expressão

para passar pelos tribunais

não há outra maneira civilizada de resolver isto

e nos tribunais a coisa não tem corrido bem

tirando os casos

dos monstros, digamos assim

mas o

Kevin Spacey acaba de ganhar outra vez

depois de um caso

que tinha sido retirada já

e agora havia mais quatro

rapazes que o acusavam

quatro homens que o acusavam e foi

e foi alivado

e portanto não tem sido

as pessoas dêem assim

há pessoas que perante isto e dizem

claro, os tribunais não vão resolver nada

infelizmente

não há outra alternativa

qual é o momento que se propõe em alto nativo

é o lixamento

o lixamento já se faz

mas não tem sido famoso

o percurso

jurídico e judicial dos caras do mito

isso é uma questão que se deve pensar

chegamos à altura dos livros

e eu trago esta semana

e no último programa desta temporada

um livro sobre

como as coisas acabam

para ser apropriado

tudo tem um fim, mesmo que o fim seja

pelo menos neste caso será apenas

a antipação de um novo começo

e este livro é sobre isso

o título pode induzir muita gente

em erro pensando que se trata

de um ensaio sobre tênis

ou da biografia de um tenista

mas não é nada disso, chama-se

os últimos dias de Roger Federer

e outros finais

e é uma deambulação literária

bastante original

bastante desorganizada

mas também por isso surpreendente

do escritor inglês

Geoffrey Dyer

um inglês

que se mudou para a Califórnia

e que riu naquilo histórias umas atrás das outras

em que o éo de ligação é

o fim, o fim das carreiras artísticas

carreiras desportivas

carreiras públicas nos mais diversos domínios

no fundo é uma reflexão

sobre o modo de fazer com que a vida

seja de uma forma

cotidiana

uma maneira de adiar o fim

o resultado apesar de poder ser

em certos momentos melancólicos

é também bastante divertido

e cheio de pequenos episódios

brilhantes

entre os muitos casos e as muitas histórias

que o autor conta, gosto muito

em particular da explicação

do escritor e crítico Darte John Berger

que perguntou

já no fim da vida como tinha conseguido

descrever tanto durante tanto tempo

John Berger fez uma pausa e respondeu

porque acreditava que cada livro

seria o último

os últimos dias de Roger Federer

e outros finais de Geoff Dyer

edição Quetzal

e o Pedro Mexia traz

Voltaire em Lisboa por assim dizer

sim na verdade é um poema

mas não é provavelmente uma obra

muito relevante enquanto

poesia

tem a ver com o facto de

muitos dos estábios daquele tempo

no caso do Voltaire

o caso do Cante e de outras figuras

terem levado muito a séries

como algo de Lisboa

não apenas como um fenómeno natural

mas como um fenómeno filosófico

uma série de consequências filosóficas

não só sobre a fragilidade humana

sobre o papel da providência divina

mas também e é isso que interessa

particularmente ao Voltaire

como forma de demonstrar

que os filósofos que acham

que tudo está bem estão profundamente

enganados e é muito interessante

que esta edição inclua

uma carta do Rousseau

que se sente um pouco

ofendido pelo ataque

às pessoas para quem tudo está bem

e tenta defender a sua dama

Os homens de Altavares traz

uma novela gráfica

sim muito bem Carlos

chama-se Mar Negro

que é um livro magnífico

é do Bernardo Carvalho

a ilustração e da Ana Pessoa

o argumento

eles já tinham feito juntos

um livro chamado Desvio

e eu continuo a ter com a minha filha mais nova

apesar dela já saber ler o hábito

nós lemos um livro em conjunto

ao final do dia

e foi uma surpresa magnífica

é um livro realmente

muito bom para adolescentes

ela é apontada aí para quem tem 15 anos

mas pode ser lido um bocadinho antes

e certamente um bocadinho depois

e o Bernardo Carvalho

é muito inventivo como

desenhador e ilustrador

e toda esta planificação

é realmente

muito engenhosa

e a Ana

ela é ótima nos diálogos

e na construção de personagens

é realmente agora que se aproximam as férias

e é também um livro sobre o Varão

aqui está este

mar negro

o Ricardo Rousper é que

traz um clássico da literatura

para da Lhoka

também é apropriado para o Varão

também bom para adolescentes

os adolescentes têm muito interesse

na matéria aqui tratada

bom para o Varão

não sei se eu fico apontado com esta estatística

mas é bom para o Varão e o calor

porque ela provoca

nudeses, dilatações

nudeses

as duas juntas

são os versos de Aratino

sonetes luxuriosos

chama-se

vou ler até porque a edição é bilingue

e portanto

a versão portuguesa é capaz

de ser um bocadinho pesada

mesmo para esta hora da noite

mas é edição italiana

trata-se de uma pessoa que não sabe

nem de clamar, nem de falar italiano

por isso tem tudo para correr bem

fotiamici, vitamia

porque perforter

tutinaticiamo

e se o cazzo amitu

lapota iobramo

que o mundo sarei anulo

senzacuesto

perforter tutinaticiamo

e se o cazzo amitu

lapota

e assim se conclui mais uma reunião semanal

é a última desta temporada

vamos dar-vos descanso

durante o mês de agosto, voltamos em setembro

de baterias recarregadas

nos de sempre João Pedro Mexias

João Miguel Tavares e Ricardo Alonso Pereira

boas férias para quem for de férias

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Os espanhóis vetaram o Vox no governo e deram à direita uma vitória inútil. A incógnita do momento é saber se Sánchez consegue manter-se na Moncloa - e a que preço - ou se ainda este ano terá de haver novas eleições. Apesar de Espanha ainda não ter conseguido assimilar o que aconteceu, será possível extrair ilações da situação espanhola na política portuguesa? E que ilações retirar de mais um desentendimento institucional entre Belém e S. Bento. Uma coisa é certa, a popularidade de Marcelo deve ter aumentado em flecha esta semana entre a classe docente. Em contrapartida, vai ser necessário um estudo aturado para entender aquilo a que já se pode chamar “a maldição de Picoas”. Até há já quem sugira - como vão poder ouvir aqui - que se há ocasião em que é lícito usar o verbo “mamar”, esta é uma delas. E para mamar é preciso uma teta: seja a AlTetice ou a PTeta. 

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