TSF - Minoria Absoluta - Podcast: O Orçamento "dos betinhos", com João Maria Jonet e Maria Miguel Simões
TSF Radio Notícias 10/14/23 - Episode Page - 39m - PDF Transcript
Está entregue o orçamento do Estado, há atualizações dos calões de IRS, aumento
do salário mínimo, algumas prendas para os jovens, há quem ache o documento do Governo
Pipi, ou até Betinho, António Costa responde que a oposição já desisti o dos próximas
legislativas.
É o tema central, dominaria absoluta, com dois Betinhos, ou então não, o prodígio
social-democrata João-Maria Joné e a conservadora moderna Maria Miguel Simões, que se junta a
nós à distância, vai ser uma discussão à direita e começo desde logo pelo João-Maria
Joné, o presidente da República, curiosamente também à direita, diz que este é um orçamento
que segue a única estratégia possível.
Como é que defines a proposta do Governo?
Sim, como o orçamento que Joaquim Miranda Sarmento e Luiz Montenegro apresentariam-se
por obra do nosso Senhor Jesus Cristo, chegassem, isto não é a renaissance não é, mas por
obra do nosso Senhor Jesus Cristo chegassem ao poder.
Portanto, um maior partido da oposição não apresentariam um documento muito destino.
Francisco, até olhando para as tabelas no pontal, apresentadas no pontal de IRS, são
iguais.
A única diferença é que o PSD cortava mais escalões e o PS não, o PS está mais focado
em pessoas debaixo de rendimentos do que o PSD enquanto eleitorado.
Mas o PSD pediu uma descida de impostos já para 2023, esta descida do Governo é só
para o próximo ano.
Sim, o PSD pediu em agosto de 2023 uma descida já em 2023 e afinal vai ser só em 2024.
A diferença é muito pequena e correndo o risco de se suar, como tu me chamais de
social-democrata, não sou, mas correndo o risco de se suar social-democrata acho que
faria sentido ao partido social-democrata propor.
E para casa eu até ouvi o Luiz Montenegro a falar da habitação pública e da necessidade
do investimento público na habitação, mais investimento ou melhor investimento no SNS,
na educação.
O PSD tem falado disso, deu uma conferência sobre a educação em que convidou-se a Ana
Peralta e o Miguel Erdad, pessoas que, se o PSD fosse um partido de poder faria sentido
que estivessem na ponta esquerda do PSD a fazer-me companhia, mas o que saiu obviamente
foi essa estupidez dessa expressão que tu...
Já lavamos, já lavamos mais à frente.
Com que tu abri isto, o presente da República eu acho, tem a postura normal de dizer, pois
isto é o que tem que ser, porque pronto, é presente da República, está a ter a postura
de Estado de seguir com as prioridades, quando ela era lidera do PSD era mais ou menos esta
também.
Mas a verdade é que...
A Ana Peralta também queria privatizar a RTP para além da TAP, mas este governo não
quer privatizar a TAP, né, porque está quase no programa dele de 98.
Mas Marcelo Baldeçosa, ao longo desta legisletura, já teve alguns pontos de discórdia em relação
ao governo.
Mas Maria Miguel Simões, este é o único caminho possível que foi a outra expressão
utilizada também por Marcelo Baldeçosa.
Assim, eu acho que o PS soube ler a sala, soube ver aquilo que os portugueses mais à
direita e não só à direita, os portugueses em geral andavam descontentes e a pedir e
segurar em termos de impostos e escalões GRS.
Agora, se pudesse fazer mais sim, nomeadamente nos outros sectores, a parte da saúde e educação
que Marcelo falou, parece-me que nesta fase tem de concordar que sim, foi o único caminho
possível.
Portanto...
There is no alternative.
Como diz o Jô Né, se a direita estivesse no poder, e provavelmente o CDS também lastaria,
quem sabe, se recuarmos pelo menos aos tempos de paz-escolho, o arceamento não seria muito
diferente na tua perspectiva?
Assim, com o Paz Escolho ou com o CDS, eu não sei se seria...
Nos tempos de hoje, claro.
Ah, sim.
Agora, eu acho que com o Montenegro, e a própria reação do Montenegro foi um bocadão, se
ele ficou atrapalhado, eu acho que nem Montenegro estava à espera que as medidas façam estas.
Agora, eu não sei o que a direita faria, porque acho que há a direita, a que a própria
direita também ficou de mãos atadas, porque a direita agarrou-se muito ao bastião dos
impostos e dos escalões e do IRS, e o PS apresentou isto.
Eu nem sequer sei agora quais é que serão os argumentos do PSD dos CHEGA, da iniciativa
liberal, acho que eles...
Acho que o próximo cartaz do PSD de seguireste do baixar impostos já vai ser...
Obrigado, António Costa.
Eu espero que eles não sejam coisas palavras que o Montenegro referiu, não é?
Se bem que eu acharia incrível ter um placard aqui em Viseu Gigante dizer pipi e betinhos.
Mas o governo de António Costa também tem apostado na redução da dívida, essa era
praticamente uma bandeira do PSD, o PSD está nesta altura sem discurso?
Sim, sim.
Eu acho que está.
O PS sobresvasear o PSD e esta...
António Costa, nesta caso.
Sim, sim.
Eu acho que se eu já achava e vou me repetir que o PSD precisa urgentemente de perceber
o que é que é e precisa urgentemente de se reafirmar num campo político e a este ponto,
se me disserem cento de esquerda, eu já estou OK, pronto, olhem, vocês é que sabem.
Depois deste orçamento, o PSD precisa mesmo de perceber o que é que é, o que é que
quer estar, o que é que quer ser, porque senão o PS vai roubar eleitorado, vai roubar
discurso e não vai sobrar nada, vai acontecer um bocado, não o que aconteceu ao CDS, uma
forma tão radical, mas vai perder lugar.
Jônia, concordas com esta ideia?
Não, acho que a magia do PSD, nós não fazemos a menor ideia do que é que somos, acho que
se é que torna um partido fantástico e acho que uma parte importante, a leitura da destruição
do CDS tem muito a ver com o facto de CDS ter andado a discutir o que é que era, em vez
de andar a discutir o que é que queria propor as pessoas, eu acho que...
Mas já com Paulo Portas falava nisso, ou seja, o CDS nunca teve uma ideologia muito
própria.
Sim, a ideologia do CDS-PP era a ideologia de Paulo Portas, estava no nome praticamente.
Era o que lhe apetecia, cada dia que ele acordava de manhã era essa ideologia do partido,
assim como tu agora de séries do PS, não, António Costa, sim, é bem visto, de facto,
há certas alturas em que os partidos deixam de ter debate interno e se tornam refãs dos
seus líderes, é pior quando os partidos têm líderes fracos e mesmo assim não têm debate
interno que é o que se passa no PSD, isso é um bocadinho preocupante, mas não é uma
coisa que me preocupa, por si só, eu acho que o PSD, neste momento, para ante estas
medidas do PS, devia fazer-lhes a oposição à esquerda, no sentido em que devia falar
do facto de ser preciso melhor Estado, porque, ou nós não pagamos impostos de tudo, ou
é importante que os impostos que pagamos vão para um Estado que funcione, se o Estado
não funciona, mais vale às vezes não descer impostos e garantir que ele está a funcionar,
e esse é um discurso que é preciso fazer, o discurso do investimento público é um
discurso que é preciso fazer, o discurso de aumentar os professores é um discurso que
é preciso fazer, é que o PSD... Mas Luiz Montenegro, em relação aos professores,
já começou a trilhar caminho. Sim, eventualmente, mas é preciso que o discurso também seja
credível e seja acompanhado de figuras credíveis, essa é a segunda parte, que Luiz Montenegro
tem dito algumas coisas certas, no investimento público, na educação, tem dito algumas
coisas certas, concordo, mas tal como nos outros temas, como os temas das coligações
em que temos falado, Luiz Montenegro sofre de um problema grave de falta de credibilidade,
como diz tudo e o seu contrário, no espaço dos últimos 5 anos. É muito difícil as
pessoas acreditarem no que eu proponho, era preciso uma pessoa que tivesse um histórico
mais coerente de determinadas medidas dentro do PSD e que quisesse apostar nisso, nem que
seja, e agora falo-se muito no regraço de espaço de escolha, nem que seja, o fator
diferenciador do PSD para o PS, ser nós gerimos melhor o Estado. Isso era uma marca,
supostamente, do governo de espaço de escolha, era pô-nos aqui muitos independentes, não
há tantas pessoas dos tradicionais dos partidos e as coisas estão a funcionar de uma forma
mais eficiente do que funcionavam, apesar de termos menos dinheiro. Eu gostava, segurado,
de ver um bocadinho mais desse discurso, mas é preciso que a debilidade pare ele.
Mas voltamos só ao orçamento do Estado e já regressamos esta conversa sobre o Estado
da direita, a verdade é que, nas críticas ao documento do governo, tanto os chega
como a iniciativa liberal, acusaram António Costa e Fernando Medina de mentirem, isto
porque há uma atualização dos calões de IRS, é certo, mas dizem estes partidos que
vamos continuar a pagar mais impostos indiretos. João Maria Jorné, vezes exatamente o isto
que André Ventura e João Coutrinho de Figueiredo dizem.
Terá de se ver se vamos de facto pagar mais impostos indiretos ou não, é provável mas
não é garantido. Antigamente isto era uma coisa de direita, que era priorizar, não
taxar diretamente e priorizar taxar indiretamente, ou seja, priorizar taxar as escolhas individuais
de cada um e não coisas que as pessoas não podem controlar, tipo, estás vivo, paga diariesse,
estás vivo, trabalhas, paga diariesse. Isto era a posição de direita, antigamente,
mas eu tenho a sensação, tanto para iniciativa liberal como proxega, que não a coerência
ideológica e a avaliação dos grandes pensadores da direita não fez muito parte do percurso
de vida dessas pessoas. Portanto, percebo que lá está, tornam-se um espalho do bloco
de esquerda e do PCP no sentido protestativo, ou seja, o governo, crer uma medida, sou contra.
Foi o governo que propôs e não sou eu que estou no governo e não sou eu que apoio
o governo e o governo não é da minha área política. Eu gostava que essas coisas fossem
mais justificadas. O que é que a iniciativa liberal? Não chega já nem nico, chega sábola,
que é que eu chego, pensa de fundo, mas o que é que a iniciativa liberal propõe
que se faça ao nível da fiscalidade para 1, equilibrar as contas como se tenha equilibrado,
porque é fundamental de ser a dívida e isto vai permitir-nos fazer muito mais escolhas
no futuro e estar a ser um apoio ótimo para a nossa geração no futuro, que é garantirmos
que temos uma dívida controlada. Mas o que é que propõem que se faça em termos de
fiscalidade ou não propõem nada? Num tema que eu acho que é um calcanhado da iniciativa
liberal em relação à minha geração, que é para desincentivar comportamentos poluentes.
Qual é a proposta? Qual é a alternativa da iniciativa liberal? Porque até agora a alternativa
da iniciativa liberal para esta coisa dá e os impostos indiretos sobre as coisas poluentes
são uma ditadura e não sei o que, mais os do tabaco. O que é que propõem? O que é
que propõem para reduzir o consumo do tabaco? O que é que propõem? É dizer, não há nada,
não é? No ambiente é gravíssimo, porque perguntas existem e eles dizem, ah, os países
mais ricos poluem menos em média e tu olha, as países ficam, ok? E o Dubai, como é que
polui? Bem, não é? Se calhar, não tem a ver com isso, tem a ver com terem políticas
nesse sentido, tem muito dificuldade. Há ainda áreas, a energia, uma delas em que a iniciativa
liberal, por ainda ser um partido pequeno, tem pouco contacto com a transição verde
a outra. Às vezes até são acusados de unicacionistas em relação às alterações climáticas.
Foram, porque se tu for ver as pessoas do ambiente, as figuras do ambiente da iniciativa
liberal não são propriamente figuras do ambiente e se faz algo. Lembra-me, os partidos
pequenos não conseguem ser bons em tudo, são pequenos, mas esta ainda é um calcanhado
aquilo e quando veem estas críticas eu gostava de calcar em, um dia se calhar se tiver a
oportunidade de perguntar o que é que faria diferente para reduzir emissões.
Maria Miguel Simões, tu é jovem, tal como todos nós, verdade seja dita, mas além de
ser jovem, é-te também mãe. Por isso, pergunto-te neste orçamento do Estado que recursos
é que vejas para ti e para os mais novos?
Sim, para os jovens, primeiro eu chego à conclusão que nós não somos jovens porque
temos mais de 23 anos e eu ainda perdi uma que não tenha licenciatura acabada também
não sou jovem, portanto não vou ter um passe gratuito de transportes, não vou ter
o retorno das propinas tão cedo. A única coisa que eu vejo, que houve aqui um trabalho
na questão dos abonos, que ainda assim não vai ser suficiente, há uma enorme falta
de apoio às jovens que não sejam e eu até vou citar uma coisa que o Jóné disse, não
e preciso verbos, mas que não sejam jovens lisboetas, que estão no isqueté com bolsas
de autoramento, portanto há uma falha enorme para esses jovens, para jovens que não são
licenciados mas que trabalham, para jovens que são pais, mães, nomeadamente mães solteiras
que se vêem sozinhos com os seus filhos, para jovens que estão entregues à precariedade
porque em Portugal a cultura de trabalho faz com que quem não tenha uma licenciatura
seja atirada para a precariedade e para esses jovens.
Quem tem também para todos os jovens a precariedade é o primeiro passo.
Sim, eu acho que quem não tem está mais sujeito mas sim concordo contigo, portanto acho que
não se fez nada e genuinamente não sei como é que uma mulher ou como é que uma jovem
mãe hoje em dia vai e consegue sozinha suportar as despesas, porque nós, esta questão dos
escalões é muito bonita, mas nós estamos num ponto em que o aumento de custo de vida
é tanto, que não é uma diferença de 50, nem de 100, nem de 150 euros que vão dar ali
uma almofada financeira, principalmente em uma altura onde não há cresce, não há
professores, ou seja, nós debatemos com onde é que nós vamos deixar os nossos filhos
e não há resposta a nada disso, portanto, a ideia de jovem, a própria ideia de jovem
para o Partido Civilista deve ser repensada.
Devoria haver uma lógica de apoios diretos?
Sim, eu penso que sim, sim e também um discurso para a subida de salários muito mais agressivo.
Embora haja uma subida do salário mínimo para litoscentos e vinte horas.
Sim, certo, que não chega, mas pronto.
É mais a favor da proposta do PCP de um aumento de salário mínimo para 910 euros?
Teria que ver as contas que o PCP fez e teria que ver o conviavel, isso é, ok, eu não
vi.
Eu acho que os 820 não chegam, mas também não sei o que é que para esse salário estar
a ser posto em prática, as contas que tiveram que ser feitas, confei-se que não, não sei.
Agora, a subida de salários é uma coisa que tem que acontecer, não só o mínimo, que
a subida teve uma subida, certo, mas o médio também, não é?
É para jovens licenciados, é para jovens não licenciados, é para o resto das pessoas,
porque os salários façam-lhe de custo de vida tão baixos e não parece que o custo
de vida vá diminuir.
Portanto, não, não chega.
João Maria Jônia, falo das muitas vezes da redução da dívida, já falaste desse
ponto também aqui.
Na quarta-feira, António Costa fez a defesa dessa mesma opção, diz que Portugal tem
de ter um porto de abrigo face à perturbações externas, e avisou também que o próximo
ano será muito inconstante.
Assim, estou de acordo com essa posição do primeiro-ministro, eu sou um fervoroso adepto
da defesa da redução da dívida pública e da redução da dívida pública em percentagem
do PIB.
Acho que é a forma mais segura, tal como a forma mais segura de resistir ao menos dos
juros da nossa casa, será ter uma taxa fixa, baixa também, a forma mais segura de garantir
as sustentabilidades das contas públicas, será ter uma dívida em percentagem do PIB
baixa, porque isso garante que pagamos menos juros e houve alturas em que os juros levavam
uma parte muito grande do Orçamento de Estado e impede-nos completamente de fazer escolhas.
Agora, não acho que estejamos num momento péssimo, não, acho que os salários em
médias estão a aumentar mais ou menos ao nível da inflação este ano, o ano passado
não tanto, mas estamos aí no bom caminho.
Esta questão do salário mínimo tem muito que se liga, porque o salário mínimo por
um lado muitas vezes, ou algumas vezes acaba por ser a remuneração que pessoas recebem
em unipessoais que queriam, de forma a pagarem os 30% de IRC e às vezes menos a batendo
e não as taxas mais altas de IRC que poderiam pagar se declarassem o que realmente ganham.
E nesse sentido, aumentar a cabo e a tal proposta de Fernanda Medina para algumas dessas
pessoas até faria algum sentido a proposta do salário mínimo subir e eventualmente pagar
IRC se foram determinados de valor, mas é complexa, porque por um lado a isso e por
outro lado há pessoas que estão no limite e eu cada vez mais tenho simpatia pela proposta
de iniciativa liberal de um salário mínimo municipal, ou seja, a ver um mínimo nacional
e depois poder ser mais alto em cites como Lisboa ou como Porto, poder ir de vez em
mais alto, porque com a crise da habitação que nós vivemos, com a inflação no nosso
mercado de habitação, ali mesmo do nosso mercado gastronómico, do nosso mercado de
custo de vida é maior em Lisboa. O custo de vida de Lisboa e do Porto é influenciado
em todas as suas vertentes pela quantidade de pessoas que acabem de fixar-se e fazer
turismo e isso são ótimas notícias para Portugal naturalmente, mas têm que ter medidas
concretas que percebam que o país é diferente e há muito poucas, há muito pouca vontade
de fazer medidas estruturais nesse país, vou te dar um exemplo muito simples. A União
Europeia recebe, nós hoje em dia só fazemos investimento público com base em fundos europeus.
A União Europeia dá fundos europeus às regiões de acordo com a sua posição em relação
à média de rendimento europeu. A Península de Setúbal está metida dentro da região
de Lisboa, mas tem rendimentos mais ou menos iguais aos do resto do país que não têm
nada a ver com os de Lisboa. Perde muito em termos de investimento público do que poderia
haver que é o de fundos europeus, porque está assim, alguém resolve isto, ninguém resolve
isto. O país tem ganho cada vez mais poder no distrito de Setúbal, cada vez mais câmaras
em Setúbal e isto continua sem se resolver apesar de ser um erro óbvio. Não é igual
o nível de vida norte e a sul do Tejo. Esta é uma de mil coisas em que bastavam pequenos
retoques administrativos, correaçõesinhas, mas não é essa vontade de reformar e no
atardeo a Luiz Aguiar Correria dizia isto a conversar comigo e eu concordei, menso que
foi que esta decida de impostos com o Estado em que estão os nossos serviços públicos
mostra que o Primeiro-Ministro acha que tem ministros incompetentes, porque se achasse
que tinha ministros competentes dava-lhes o dinheiro e eles melhoravam os serviços. Eu
acho que é uma excelente análise, acho de facto de perimente que...
Mas nesse aspecto há o fim das cativações também, neste orçamento do Estado portanto.
Sim, mas era importante para além do fim das cativações que começasse a haver o início
das discussões e não há maneira dos ministros executarem o dinheiro que tem, quanto mais
dar-lhes mais. É a coisa, claro, que o orçamento da saúde tem que subir porque os preços
da saúde aumentaram imenso desde a pandemia e isso não tem nada a ver com nós, que é
uma coisa global, mas por outro lado o orçamento da saúde só, portanto, tinha que melhorar.
Onde é que está essa gestão? Onde é que está essa melhorada gestão? Ainda não
há regras para o funcionamento do CIO, do SNS, sequer.
Pelo menos os estatutos já foram publicados. Pronto, finalmente, mas não estávam funcionar
até agora, não é? Mas onde é que está a competência, a confiança que tem que se
ter nestas pessoas? Não há. E era importante, lá está, como dizia a pocada, ver uma alternativa
credível a isto. Voltamos, então, lá está aproveitando esta
dacha à direita. Luiz Montenegro descreveu este orçamento como o Pipi, bem apresentadinho
e muito betinho. Maria Miguel Simões, estas palavras dizem mais sobre Luiz Montenegro do
que sobre o orçamento do Estado. Eu não estava em Portugal quando o Montenegro
disse isso e, na altura, quando eu comecei a ler notícias em que essas palavras apareceram,
eu achei que isto tinha saído do Twitter ou do Meme. Quando eu percebi que o Montenegro
tinha de facto dito isso, eu fiquei sem palavras. Eu acho que é só o Estado em que o Montenegro
está, quer dizer. Não se diz, não. E eu gosto de políticos tasqueiros e gosto de políticos,
nasceram mesmo, mas isso nem é nada isso. Foi só, pronto saiu, não pensou, não sei
que é que ele passou pela cabeça pelo ter dito isso.
Consegues perceber o que é que ele quis dizer com aquilo?
Não. Não, não consigo, não consigo tipo...
É que eu nunca ouvir ninguém dizer aquilo daquela maneira.
Imagina, isso era o que eu descreveria, tipo, um jantar da JP de Cascais, percebes?
A Gamalta foi vestida, tipo, pipia bem apresentadinha e beitinha, não era no Orçamento do Estado.
Sim, também, também. Mas lá está, acho que o Montenegro tentou e com aquela conferência
que o Jone referiu, mesmo a entrevista que ele deu na CNN, falava de alguns temas, tipo,
inteligência artificial. O Montenegro tentou, só que nunca concretiza e depois, quando
tem palco, dizeste as coisas e nós ficamos todos... Eu, pelo menos, fica abismada, tipo,
não tem, não sei o que é que se tira disto, mas não se tira nada sem ser e muito menos
tira nada em relação ao Orçamento, indivíduo para a tua pergunta, porque claramente o Orçamento
pode ser muita coisa, mas não com esses adjetivos, não é?
Betinho talvez não. Jônia, faço-te a pergunta que fizesse a Maria Miguel, que por acaso
já estava aqui preparada para ti. O que é, na verdade, um Orçamento Pipi e bem apresentadinho,
Betinho?
Eu não sei, eu não percebi se eu estava a comentar a aparência de Fernando Medina
enquanto apresentava.
Estava vestido, de facto.
Sim, eu estava, mas costumo estar. Também é filho de um comunista, portanto, em princípio
não lhe podem chamar Betinho, é sem perder aquela palha. Não percebi mesmo, eu fiquei...
Eu acho que não costumo ouvir aquela expressão daquela maneira, não sei se há uma diferença
no orde sul, porque a Maria Miguel, claramente, me trouxe mais à vontade com a expressão
do que eu.
Não costumo... Eu sou de cascais, não é? Para mim, Betinho não é apajurativo.
Portanto, tem alguma dificuldade em... Tem alguma dificuldade em perceber o que é que
ele quis dizer mesmo? Gostava que alguém lhe perguntasse, o que é que queria dizer?
E a única coisa que eu consigo tirar dali é que ele não tinha nada para dizer.
Mas, no maltóreno que o PSD está na modo baixa, o partido precisava disto, deste
gozo geral.
Não, claro que não, não é? O partido não precisava deste líder, é uma coisa que
eu ando a dizer aqui com alguma frequência. E aqui, em todo o lado, em que respeita o
microfone à frente, é o que eu aproveito para dizer, o partido conseguiu uma solução
de compromisso que agradou a todos os focos de poder local e às estruturas do partido,
sem agradar particularmente a ninguém, uma pessoa que não ameaçava o futuro político
de ninguém. E agora vemos, não é? Uma pessoa de tal forma frágil que parece facilmente
descartável para vir alguém novo.
Mas já que tocas no futuro político, a verdade é que em entrevista à CNN Portugal, Luiz
Montenegro garantiu que vai candidatar-se, em 2024, às diretas do PSD.
Eu acho que faz bem, tu sabes quanto é que custa um voltador. O voltador é pelo país
inteira de Luiz Montenegro, em 2026. O voltador é uma coisa cara.
Mas há o risco de Pedro Passos coelho, caso o PSD não vença as europeias, de avançar
contra Luiz Montenegro? Ou de avançar só, simplesmente?
É, acho que sim. Acho que ele anda aí, como diria os outros, ele anda aí. E quem conhece
o aparelho do PSD e percebe as movimentações que acontecem, vê que...
Da parte de Miguel Relvas?
Sim, e das pessoas que trabalham com ele, ou costumam trabalhar com ele na ativação
de certas forças dentro do partido, vê-se que isso anda aí. Que essa possibilidade
anda aí. Eu já disse várias vezes que não era a minha coisa preferida, acho que não
é a melhor estratégia voltar a um líder, ainda por cima um líder tão polarizador.
Acho que a estratégia do PSD lá está tem que ser menos polarizadora e ir mais pela
competência pura e pela credibilidade. Se entrarmos muito numa polarização esquerda
a direita, o PSD põe-se sempre a jeito para perder, porque a esquerda tende a ter mais
votos em Portugal quando se junta a todos, do que a direita quando se junta a todas.
Mas é capaz de ser útil nem que seja como... como tirar temas, como para ver se as pessoas
de facto queriam dar aquele segundo mandato que não deram a Pedra para a Escolha. Que
de facto foi uma coisa que ele nunca teve bem, oportunidade de testar. Acho, prefiro,
ao que se está a passar agora, é uma pessoa que é... as pessoas que possam criticar dirão
que é mais carodível que Luís Montenegro, com mais respeitabilidade, com mais percurso.
E, portanto, parece-me que é o que vai acontecer, porque não estou a ver um resultado bom
nas Europeias a acontecer. Estamos num momento de queda do PSD nas sondagens. E já agora,
a verdade é que o PSD já teve algumas sondagens onde estava à frente. Agora, voltou a estar
atrás, mas temos visto vários dirigentes do partido valorizarem um empate técnico
entre PS e PSD.
Sim, eu acho... acho deprimente que se continue a valorizar sondagens em que o PSD aparece
atrás do seu resultado de 2026, que são as magadoras a maioria das sondagens, desde
que Luís Montenegro é líder, põe o PSD atrás dos 29.1, e isto é importante para
o Dr. Miranda Saramente, que é suposto ser bom com números, mas não sabe fazer contas,
que o PSD não perdeu por 14, como ele disse no outro dia, perdeu por 12.2% o ex, porque
tem que somar a madeira e os ações, que eu saiba ainda são de território nacional.
E teve 29.1%, tudo o que sejam resultados abaixo disso, que é o que o Luís Montenegro
tem sentido quase sempre a 27, 25, 24, 23, são um falhanço total para o PSD, está
num momento fraco eleitoralmente. O facto de haver um empate técnico para o queda brutal
do PSD, devia significar uma capitalização do PSD, não que o PSD tenha menos intenções
de voto do que tinha, nas vezes para as das legislativas. Acho que é um indicador
muito sempre preocupante, nas europeias em que os partidos grandes sofrem, pode até
causar um dissabora muito grande, mas vamos ver, o que eu saiba, as pessoas que o Luís
Montenegro quer que seja um cabeça de lista têm, lá está, porque tal como um eleitor
português tem dificuldade em ver credibilidade ali, têm rejeitado várias vezes as tentativas.
Estás a falar de que nomes, já agora? Luís Montenegro disse que já escolheu o cabeça
de lista. A Rui Moreira, acho que já reitou, não
rejeito de venhar atrás com a decisão, é possível. Depende de várias coisas incluindo
as eleições presidenciais do futebol pelo porto, mas também pelo que sei, Paulo Portas,
que já foi convidado duas vezes e acho que achou que o Luís Montenegro estava a brincar,
não estava a falar sério. Mas está, quando uma pessoa diz estas coisas como que a Maria
já estava a falar do Pipi e do Betinho e não sei o que, e tem este estilo, também nada contra
um estilo popular, mas o estilo popular tem que se dar ao respeito e se não tiver,
é difícil que uma pessoa nos leva sério. Maria Miguel Simões, o PSD e a Direita no
Geral aguentam mais dois anos com Luís Montenegro?
É sim, aguentar vão ter que aguentar, agora o que é que vai ser?
Não vou nada, não sejas assim.
As consequências que vão sair de daí é que eu tenho medo que se tenham consequências
ainda maiores, passa a redundância no futuro, porque a direita, não está pelo menos a
direita de centro democrático e principalmente a mais conservadora, não está a passar
um bom momento, estamos, neste momento, a lidera a oposição e não é que eu adoro a
iniciativa liberal, acho que são partidos ainda muito infantil, que têm muito pouca
noção do país real e dos problemas que Portugal realmente enfrenta, temos em inminência
um chega que continua a ser uma ameaça e o partido que devia ser o adulto da sala
tem um líder que pronto, que não tira estes de baneios, portanto vai ter que se aguentar,
não é, não vai propriamente fechar as portas e dizer ali não, mas as consequências
que vão sair daqui, eu acho que vão ser principalmente para o PSD, eu acho que vão
ser duras de lidar, a menos que venham um líder e seja ele qual for, passo com ele,
enfim, que consiga dar, como já disseram, credibilidade ao partido e conteúdo vai ser
muito difícil para o PSD recuperar.
A verdade é que na quarta-feira António Costa disse também que a oposição já desistiu
das eleições legislativas de 2026, arriscámos a ter o Partido Socialista no poder durante
pelo menos 15 anos, 15 anos seguidos, claro.
Eu acho que estarmos a discutir eleições de 2026 é parvo, permitam-me, é parvo,
nós temos umas europeias aí à porta, que deviam estar muito mais faladas, em uma forma
muito mais credível, aproveito, eu não sabia dos nomes que já não ia pôs em cima da
mesa, acho que são nomes, pelo um lado acho que são desistados, pelo outro lado quase
que acho que são desperdício para irem para a europeia, portanto acho que António Costa
está a pegar tanto na questão das próximas legislativas, também é um bocado porque
a direita não há os escândalos que eu acho queira, e acho que aí Montenegro,
também se perdeu um bocado agora com o Orçamento, porque Montenegro, e a direita no geral,
agarrou-se muito aos pequenos escândalos que o PSD foi tendo, e de repente não há
um Orçamento, que a direita não está à espera, claramente, e não há escândalos agora para
já, a verá, a saúde está uma lástima, a educação está uma lástima, mas não são
aqueles escândalos de novela que a português gosta, e portanto não há nada que vá sair
daqui, e estamos aqui a discutir, as próximas legislativas é perder tempo, e António Costa
sabe disso, António Costa só está a dizer isso porque é uma figura política forte,
porque está com um grau de confiança em si mesmo, muito grande, embora as sondagens não
lhe estejam a acompanhar esse ego, se me permitem a expressão, isto é só a cria desviar
assuntos, e a enfraquecer ainda mais Montenegro e a cria enfraquecer ainda mais a direita.
Então falando de Europeias de 2024, o CDS-PP deve coligar-se com o PSD?
Eu não sei como é que o PSD, como é que não haverá uma coligação, se pelo porto
está em cima da mesa para a Europeia, assim acho que o CDS pode tentar ir sozinho, os partidos
pequenos até se costumam sofrer, agora o que é que o CDS tem de novo para apresentar
face ao momento europeu em que nós estamos, em que o que está a debater é transição
energética, alterações climáticas, avanços sociais, toda uma agenda muito progressista
onde até os conservadores que não são extremistas nem radicais estão a conseguir adaptar, o
que é que o CDS vai apresentar, porque depois também é muito importante que as Europeias
não se tornem uma oportunidade para o CDS e pegar em política nacional, que é isso
que eu tenho medo de que aconteça, porque não vai conseguir votos nas Europeias, porque
não é propriamente isso que está a discutir e porque não vai conseguir votos nas legislativas,
porque já ninguém se vai lembrar depois de 1926.
Portanto, eu acho que o Número Mel tem mesmo que pondrar isso, acho que uma coligação
seria bem-pensado, já atrás acho isso, eu acho que quando o CDS acabou devia ter
vida ali, um entendimento maior entre o PSD e o CDS entre os dois partidos.
Acabou pelo menos dois show à Assembleia da República, acho que ainda não terminou
por completo.
Sim, sim, sim.
A expressão foi boa.
Mas pronto, sim, é isso, acho que a coligação não tinha nada a perder, principalmente se
falo portas de fora a frente, acho que não faz sentido o CDS mandar-o no Número ou
não sei quem sozinho.
João Maria Jônia, só para rematarmos este tema, as eleições da Madeira, em o PSD
foi em coligação com o CDS e não conseguiu a maioria absoluta.
E perdeu votos.
E perdeu votos.
Mostra que o partido Número, nesta altura, já é dispensável para a direita e para
o PSD desde logo.
Mostra que já não existe, acho que concordo com Maria Miguel, acho que o CDS só ficou
com os quadros e com os quadros da sede e com as pessoas mais qualificadas que serviram
como deputadas, terrestre o eleitorado do CDS, a estrutura de base local do CDS, muitos
dos candidatos que o CDS tinha às regionais, às autárquicas, estão agora no Iniciativa
Liberal, no CHEGA, no PSD, no Número, no Número da Iniciativa Liberal, na Madeira.
Eu acho que um dos deputados do CHEGA na Madeira, os assores era do CDS, outro era
do PSD.
Tenho certeza agora, mas cheio que o deputado da Iniciativa Liberal, nos assores também
era do CDS, e é isso, a base do partido abandonou e desapareceu.
Se o CDS tivesse esta oportunidade de liderar uma lista com uma grande figura, mas eu defeito
que o Paulo Portas que era de lasta, eu acho, por isso é que recusou, eu acho que dá
imenso jeito aí, está eventual candidatura presidencial de Paulo Portas que o CDS já
não exista.
Portanto, não sei se estaria muito interessado nessa hipótese.
É uma pena para mim que a direita esteja numa casa tão infrecuentável como o CHEGA,
como já esteve, quando esteve numa mais racional como o CDS, mas eu também não sei se é bem
a função do PSD servir de pronto-descorro do CDS, porque se há sítios em que escalhar
a marca D ainda pode ser mais ou menos útil, há outros em que o CDS dificulta muito a
ação política do, a pelativa do PSD passar até os aleatórios, e falo da minha zona,
por exemplo, a volta de Lisboas é muito tirando em cascais, é muito o caso de uma coligação
com o CDS, não sei se dá a voz, ou se dá muito o voz.
Agora, que alternativas têm o CDS?
No NUMEL, de facto, já conseguiu ser eleito numa circunstância muito difícil há cinco
anos, mas não sei se consegue isso sozinho, se consegue isso outra vez com 6% e não estou
a ver uma alternativa, acho que o que eu percebi, gostavam de ter a Cecília Meirelles e não
conseguiram, não sei se vão lançar o nome do Paulo Nússica, uma pessoa que tem tido muita
projeção antes do partido, de facto é um ex-governante.
Se gostaria do Estado, segundo o Governo de Patos, qual é?
Exato, mas não estou a ver a sobrevivência famosa enquanto que estou a ver claras indicações
a uma anidistância com as fundagens que temos de que o chega para andar entre os dois e
os três e a iniciativa liberal entre um e os dois deputados, eu não deputados, portanto
vejo muito pouco oxigênio aí para o CDS e vejo uma continuação da reconfiguração
da direita que digamos que temos que ser pragmáticos nesse tema, muito importante
para os partidos portugueses que terem orado deputados porque são uma maneira de conseguir
quadros, de os formarem bruxelas, de subir o nível e de ter pessoas dentro dos partidos
que têm gabinete com muito mais, muita capacidade para fazer política, bem aproveitados e eu
acho que a iniciativa liberal e o chega têm essa capacidade, bem aproveitados, esses recursos
podem fazer muita moça.
Começamos por falar de orçamento do Estado, acabamos em Europeias e até com o possível
regresso de Paulo Portas.
Está feito mais um episódio do Minoria Absoluta desta vez com o João Maria Jone e com a Maria
Miguel Simões.
Este e todos os outros episódios estão disponíveis entre SF.pt e nas plataformas habituais de
podcast.
O cuidado técnico foi do José Guerreiro.
Machine-generated transcript that may contain inaccuracies.
Edição de 14 de outubro 2023