Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: Não é o futebol que nos vai salvar? Pois não, agora só nos falta saber o que será
Joana Beleza 10/7/23 - Episode Page - 52m - PDF Transcript
Esta semana, Ricardo Araújo Pereira, que foi celebrar a República à distância,
confessa-se diatral.
João Miguel Tavares sente-se travado e Pedro Mexia declara-se rinoplasta.
Está reunido o programa com o que nós estamos legalmente impedidos de dizer.
Olá, tudo bem?
Cá estamos nós para mais uma bela tertulia, não é?
E desta vez assumimos a pasta do entusiasmo.
Por quê?
Porque não consigo esconder uma entusiasmo a falar de um modelo mais amado pelos portugueses.
O Renault Clio, o carro mais vendido de sempre em Portugal.
Agora, a inversão Attack Full Hybrid, até me arrepio a dizer isto, sempre com 45 cavalos.
Até 80% de condição elétrica em cidade, isto para não falar do design.
Não há palavras, desculpem, mas não há.
Para vocês entenderem melhor, eu estou tão entusiasmado com a chegada do novo Renault Clio,
como o presidente estava com a chegada do Papa.
Quando lhe poser as mãos em cima, eu vou abaná-lo, plastrada fora e ninguém me vai parar.
Como ninguém parou o Marcelo, vão ver.
Bem, hoje ficamos por aqui, é muita emoção.
Até para a semana.
Bom programa.
Para Viva, sejam bem-vindos no final da semana em que se celebrou a República por entre preparativos
para um casamento monárquico e foguetes na organização conjunta de um mundial de
futebol em 2030.
É por isso um dia de celebração para os portugueses, é um dia de celebração para
o futebol, mas é um dia de celebração também para o desporto em Portugal.
No fundo, estamos todos de parabéns, não é, Ricardo?
Como é que celebrou?
Claro.
Bom, Carlos, eu fui comprar uma carteira maior, é assim que eu celebro.
Sempre que nós organizamos um evento, o retorno vai ser tal ordem que eu preciso
uma carteira nova para ter espaço para as notas de clientes, já que o JMJ foi a mesma
coisa.
Fiquei com a carteira assada, pois as notas de clientes todas entrarem.
O Mundial de Futebol de 2030 vai acontecer em Portugal, Espanha e Marrocos e do outro
lado do Atlântico, também na América Latina, o governo congratulou-se por esta vitória,
mas não em unísono.
Ministro da Economia, menos entusiasmado do que a Ministra do Desporto com a Organização
Conjunta do Mundial de Futebol de 2030, sente-se mais próximo Pedro Mechia do entusiasmo
de Anacadeterina Mendes ou do seticismo de Costa e Silva?
Que não tinha recebido o briefing, claramente.
Não, mas é, mas é, eu acho que ele é poeta, tem um livro de poesia, eu acho que ele
estava aqui a citar o Holderland, onde cresce o perigo, que cresce também aquilo que salva,
não é?
E é um perigo, é um perigo.
Vamos lá ver, é bom que Portugal, candidato a organizar um evento internacional seja
escolhido, mesmo que seja com, em parceria, portanto, e sem si, dito a si, é bom, é
bom.
Em qualquer modalidade, seria bom?
Em qualquer, não só modalidade, em qualquer organização, seja um futebol, um futebol
da canção, seja o Mundial de Oquem Patins, seja o que for, qualquer coisa é bom, mas
no caso específico de competições internacionais de futebol, nós temos um antecedente que
é 2004 e o antecedente que é 2004 ficou, e é dizer, no anodotário, mas não ficou
no anodotário, porque não é só manodota, ficou na memória nacional pela nova formulação
dos elefantes brancos que foram os estádios, que não voltaram a ter a utilização, além
de outras coisas, mas desde logo essa e portanto...
Há sinais de alerta.
Há sinais de alerta.
Não é, não é uma coisa que nós nunca tínhamos, nunca fizemos um Mundial, já fizemos o Europeu.
A ideia é que isto é em maior, né? Portanto, se o disparado também for em maior, bom.
No caderno de encargos da FIFA, só estádios com capacidade para mais de 80 mil espectadores
podem ser palco dos jogos da meia final e da final, e em Portugal não há nenhum, nenhum
estádio está nessas condições, parece-lhe plausível a hipótese João Miguel Tavares
de se começar a falar da necessidade de se construir um novo estádio para não ficar
um desarradado deste momento histórico no Mundial do Centenário, do grande jogo...
Que mil estádios sobrejam.
Não, mas é bom.
Daquilo que foi dado o Leira, aparentemente não existe a intenção de construir nenhum
estádio de reis, aquilo que se admite é que alguns estádios possam crescer em termos
de dimensão.
No caso do Estado da Luz, dava bastante jeito, porque hoje em dia é impossível arranjar
um reto passe porque ele está tudo comprado. Há um entusiante, um quarto anel, dava jeito.
É verdade que devia ser o bem ficar para a aula, mas dá-me ideia que assim vai, pagamos
todos nós.
Mas, enfim, deixando qualquer forma celebrar uma coisa, porque existe uma história conjunta
de quase 1.500 anos entre Portugal e Espanha e Marrocos.
Esse lado simbólico, eu acho bonito, ou seja, Portugal, Espanha, Marrocos, juntarem-se...
Uma reconciliação histórica.
Uma espécie de reconciliação histórica, juntarem-se de um modelo de futebol, é uma
coisa bonita e acho que não tem sido devidamente assinalada esse simbolismo e uma nota positiva.
Agora...
Então, ele estava acompanhando a cateirinamento.
Ficaram-se com o Don Sebastião, mas organizamos as rotuladas.
Exatamente.
Ainda é isso, vamos vingar ao Cácero Quimico.
Mas claramente o Ministro da Economia não tinha recebido o briefing, porque dá-se-me
para anotar o que é o Interpendente do Governo, porque o senhor parece um ET constantemente
cada vez.
Olha, este senhor faz o que?
Mas a frase é muito boa.
Ele faz o que?
Não é o futebol que nos vai salvar.
Você não?
E tem toda a razão.
Portanto, não ponhas do lado da cateirinamento, estou de qualquer forma só a celebrar esse
momento simbólicamente bonito, que é de repente Portugal, Espanha e Marrocos se juntarem
para organizar uma coisa.
E agora que já celebramos o orgulho pátrio pela realização pela primeira vez de um
Mundial de Futebol em Portugal, embora numa organização conjunta, vamos à distribuição
de pastas, porque sabemos como o Ministro da Economia que não é o futebol que nos
vai salvar e começamos por um dos momentos marcantes da semana, as manifestações pela
habitação, que levam o Ricardo Araújo Pereira a querer ser ministro da habitação.
E que hábito é que o protesto do fim de semana passado deixou de transparecer Ricardo
Araújo Pereira?
Basicamente o hábito é a ideia de habituem-se, habituem-se, porque não parece haver, enfim,
à vista para esta situação, realmente o futebol não nos vai salvar, acho que o Ministro
da Economia tem razão, resta a saber o que é que nos vai salvar, porque aquelas pessoas
que foram para a rua protestada, em princípio ninguém discorda o protesto, toda a gente
tracerta no mesmo dia dinóstico, há uma crise na habitação, toda a gente concorda
que as rendas são incomportáveis, e a questão é, o governo também, o partido do governo
tem grandes responsabilidades sobre, não acha-se senhor, realmente isto está muito
mal, até o chega, o chega concorda com aquela manifestação e desejou juntar-se a ela,
por isso a gente precisa claramente no mínimo, eu acho que é por isso que é por isso que
as vezes, por exemplo, o manifestante partiu a montra de uma imobiliária, em princípio
a imobiliária não está acrisando a habitação, a não ser que alegue objeção de consciência,
que as imobiliárias passem a dizer, não, eu não vou vender a casa é de preço, também
é presente.
O que é que viu o demais intenso na manifestação, combatividade ou frustração?
As duas coisas, é o que acontece, é o que acontece, em problemas destes que parecem
a não ter solução, eu acho que se gritou, uma hora está o ricos, o ricos é uma categoria
difusa, há muitos ricos que não tem, por exemplo, o caso de um mercado de arrendamento,
quer dizer, devemos matá-los na mesma, não, nada contra, mas não sei se vai resolver
o problema da habitação e, portanto, a questão é saber como é que eles se resolvam, tendo
em conta que até deputados de presidência, a partir do governo, dizem realmente isto,
temos que fazer, alguém tem que fazer alguma coisa, não se percebe bem quem será.
O próprio Primeiro-Ministro, já que falámos de frustração, o próprio António Costa
na uma longa entrevista à CNN, confessou sentir-se frustrado com a crise da habitação.
Eu não lhe explondo que tenho uma certa frustração, para nos ver bastante frustração, do facto
da realidade ter sido muito mais dinâmica do que a capacidade de resposta política.
António Costa está a admitir que foi ultrapassado pela realidade, terá sido a realidade que
vendou muito depressa ao governo que já reagiu um pouco tarde, João Miguel Tabares.
Adivinhe-lá, Carlos, adivinhe-lá, adivinhe-lá.
Eu acho que é extraordinário, António Costa até assim consegue ser habilidoso
na fórmula como fórmula, aquilo que, de maneira muito simples é, foi incompetente,
foi incompetente, mas não é só o que, atenção, foi incompetente na educação, na saúde,
e é verdade que continua a pegar culpas para o passado sempre que pode, mas claro,
ao fim de oito anos isso não funciona, nós já dissemos aqui, há oito anos, quer dizer,
é metade da duração da Primeira Guerra Mundial, dá para mudar muita coisa no mundo, oito
anos, há muito tempo, mas para o governo que quer fazer coisas, é que nós, por exemplo,
comparando com a Nibel Kaváksilva, que foi um senhor que ainda apreciou, mas escreveu
agora um livro a ensinar como é que se é primeiro-ministro, se nós vimos qual é que
era o Portugal de 1995 comparado, por exemplo, com o Portugal de 1987, ou seja, quando nós
olhamos para o intervalo daquelas duas maioria absolutas, era um Portugal radicalmente diferente,
muito, muito diferente, muita coisa tinha acontecido no país, umas melhores, outras
piores, eu sou daqueles que têm a opinião mais as melhores do que as piores, mas de qualquer
forma, seja o melhor, seja o pior, o país estava muito diferente, e a sensação que
nós temos é que este país é como Portugal se está estagnado, não há nenhuma diferença
entre o Portugal de agora, como estava o Portugal dos oito anos, há oito anos é a mesma coisa,
não precisa fazer mais pontinha.
Não, mas ele começa na postura do Primeiro-ministro, parece-me, de humildade, sim, mas isso não
é inédito, atenção, de tempos a tempos, ele vai, é como aquelas pessoas que anualmente
vão no Trase de Mãe a Fátima, ele talvez uma vez por ano e espera, agora chegou aquela
altura de ser humilde, não chegou, e então ele vai, vai à televisão, que foi durante
duas horas e meia, mostrar-se humilde enquanto respondia às perguntas do povo português.
Eu acho que isto já não cola, agora, isto não cola, mas o PSD também não descola,
portanto.
A manifestação da vidação está conseguida em mudar o governo, Pedro Mechia, ou depois
de o que aconteceu no fim de semana passada, tudo com dentes, quartelos general em Abrandes.
Bem, incomoda desde logo, porque é um assunto que mobiliza, não só os jovens, mas também
mobilizou os jovens, por razões óbvias, que têm dificuldade em ter a sua primeira
casa quando saem de casa de espais, e porque os jovens não é um segmento da população
do PS, esteja pujante, mas eu devo dizer que eu elogio o Espírito Juvenil do Primeiro
Ministro, porque ele diz que está frustrado com a realidade, com os adolescentes, não
está frustrado com o que foi, com a realidade, com o mundo, é o mundo, o mundo não esteve
à altura.
O que é muito engraçado, porque eu discordo da vossa visão benigna da humildade, porque
o António Costa tinha anunciado que esta era uma aposta grande do governo.
Mas reconhece que não funcionou, mas falta a terceira parte, este é mais ou menos como
uma confissão, que é reconhecer, reconhecimento da culpa, propósito firme de emendar, não
há reconhecimento da culpa, a culpa é de quem?
É de realidade, malvada, e é, como já temos essas imagens, da Europa.
Pelo menos um grupo de deputados socialistas no Parlamento Europeu a avaliar por um cartaz
que puseram a circular esta semana e que, vamos ver, já estamos a ver nesta altura,
um grupo de deputados socialistas, pelo menos parece estar preocupado com o assunto.
O que é que me diz desta priorização?
É um cartaz extraordinário, eles fizeram toda uma campanha leitoral no Parlamento Europeu,
que parecia um partido, neste caso português, que vai a Europa dizer, é terrível a situação
da habitação em Portugal, ainda se nós fôssemos governo, ou se tivéssemos maioria
absoluta e resolvíamos alguma coisa, mas como isso não acontece, a culpa é vossa.
Mas são deputados do Pedro?
Portanto, não há humildade nenhuma, não há humildade nenhuma, é passa-culpas, é passa-culpas,
evidentemente, perguntas-se, então mas esta questão não tem uma, pode dizer uma palavra
horrorosa, envolvencia europeia, tem, tudo tem, não sabemos aliás que a bolha do imobiliário
gerou, que gerou aqui há uns anos, mas isso tem tudo, isso tem tudo, mas um governo,
este, o António Costa, é para o Ministro há oito anos, e portanto não é possível
há os passados oito anos quando uma das questões que é tão importante, que é até o Primeiro
Ministro que conhece que falhou, não assumir a culpa, a culpa é, as pessoas às vezes lidam
logo pela palavra culpa, é a responsabilidade, para lá ver, a responsabilidade é sempre
do governo, para isso é que o governo está no governo, portanto se ao fim de oito anos
de um governo há problemas sérios, não determinados setores, a culpa é indiscutivelmente do
governo, tirando a pandemia e outras coisas que evidentemente ultrapassam, e a guerra
na Ucrânia são dois eventos que ultrapassam as capacidades do governo para ver e ultrapassar,
mas a habitação, a saúde e a educação não.
E a desculpa, deixamos só acrescentar, porque isso foi falado até a propósito agora do
Livro do Cavaco Silva, que é uma frase do Sécar Nair, dizia aos ministros que vocês
têm seis meses para poder encolpar o governo anterior, seis meses, portanto vamos em oito
anos, quer dizer que António Costa está a dezesseis semestres atrasado em relação
àquilo que deveria ser a sua atitude.
Entregamos ao Ricardo Darous Pereira, a pasta de ministro de habitação, o João Miguel
Tavares, quer ser desta vez ministro do Ativismo, com violência simbólica, violência real
ou apenas declarações inflamadas.
Há um bocadinho de tudo, não é?
Tudo misturado.
Esse é o problema desta questão climática.
Esta semana houve várias bonifestações do chamado Ativismo Climático, que, se
salve, parece poder ser reclamado pelos ativistas que participaram nas ações de Raul
Ennisboa.
Existe aquela teoria que nós temos que fazer este tipo de ações mais, digamos-se, mais
radicais ou mais irritantes, como, de repente, interromperam o trânsito na segunda circular,
para chamar a atenção para o problema do clima.
Eu não sei se a questão do problema do clima pode ser acusada de falta de popularidade.
Eu não sei quem é quem em Portugal hoje em dia, não está atento à questão do clima,
não ouviu já falar da questão do clima, pode-se dizer que, claro, que as pessoas não
agem com o suficiente de elegência para que as coisas se alterem, mas é com este tipo
de ações que se vai conseguir fazer isso, ou este tipo de ações são aquilo que se
chama de ações contra producentes, no sentido em que cada vez mais gente acaba por se afastar
de uma causa que devia ser de todos.
Eu voto mais nesta segunda hipótese.
E depois existe esta mania de dizer, não, não, isto é ciência, é ciência, tudo
é ciência.
E quem acha que, oh, não se deve andar tão tupareço, que se tem que pensar bem, ou
dúvida do que realmente pode vir aí e dúvida das certezas todas que nos querem empingir,
então essas pessoas são anti-científicas e, portanto, estão a negar a ciência.
Ora, não é isso que se passa, o que se passa é que, aliás, foi por isso que nós tivemos
uma manifestação simultaneamente sobre a habitação e sobre o clima, e que ninguém...
Eu não consigo perceber a relação de uma coisa com a outra, não percebo qual é a
ligação da descarbonização, com o preço das casas em Lisboa, não consigo estabelecer
uma ligação, a não ser a ligação que muitos destes grupos estabelecem, que é uma ligação
relacionada com a velha tendência da esquerda radical, que é, vamos desmantelar as sociedades
capitalistas tal como as conhecemos, porque para salvar o planeta é preciso desmantelar
o capitalismo.
Isso não é ciência, isso é, a ação política e que ainda por cima, por cima,
leva uma capa de ação religiosa, porque estamos a falar de religiões, estamos a
falar de discursos apocalípticos e estamos a falar de uma espécie de adesão, de fé,
de fé, muitas vezes, a uma espécie de futuro que as pessoas têm a certeza que se vai
concretizar de determinada maneira.
Isso não é ciência.
Portanto, convencer um bocadinho mais preciso e não desvener em gato pro lebo, porque há
boleia de uma preocupação, que de facto devia ser toda a gente, isso é uma espécie
de cavalo de Troia, onde nos querem enxertar várias e anticoísimas tendências que não
são simpáticas politicamente e que têm sempre um germenizinho totalitário.
Até agora os protestos têm sido relativamente brandos, admita a possibilidade, Pedro Mexia
devermos assistir a uma radicalização neste tipo de ações, a chamada rampa descendente
que pode levar a...
O que se tem ouvido, o que se tem ouvido.
Atitudes um pouco mais radicais.
Os militantes não parecem que vão optar pelaquela via daquela, não sei se é que
o senhor Sueco, o Andrés Malmo, não é que quero, no fundo, que acha que toda a violência,
se é por uma boa causa, onde é que eu já ouvi isto, é justificada.
Não, não quero, eu acho que aliás já há uma grande, há uma diferença para mim significativa,
eu diria que era para toda a gente, mas é preciso que não é para toda a gente, entre
atacar paredes e atacar pessoas, portanto, a tirar tinta, ou seja, o que for, a uma pessoa
e a tirar a uma pareda, a uma faixada, não é a mesma coisa, e portanto, evidentemente
que muitas das intervenções são elegais e não podem ser, digamos assim, aceitos
como sendo, mas apesar de tudo estar dentro, no âmbito dos protestos que nós vemos sobre
os mais variados, sobre os mais variados assuntos, não parece que tenha, tenha havido
uma violência nesse sentido, agora, é evidente que há reações, como por exemplo, há liclaços
profissionais, estou a pensar nos caministas, que se calhar, que se calhar, que se calhar
não tem, não são inspirados por Gandhi, ou aquele senhor que tinha um taco, que era
um taco do golfe, era uma coisa do género, portanto, não convinha que mesmo essas ações
pacíficas fossem recebidas e gerassem violência, mesmo que seja violência contra os ativistas,
não há boa ideia.
O ativismo que temos assistido, o Ricardo Araus Pereira, parece-lhe estar a ser útil
às causas que defende, ou nem por isso?
A causas que depende do regime em que vivemos, e do regime em que queremos viver, se calhar,
que é, nós, nós, eu vi de novo o que se chama democracia, e que estava continuado,
ora, em democracia, como é que nós obtemos poder? É persuadindo os outros com cidadãos
de que a nossa posição é certa. Ora, para persuadir os outros cidadãos, convém não
os repolir. Quer dizer, é uma raciocínia bastante simples, não é? A questão é esta,
se for, se esse protesto chateia os grandes poluidores, é uma coisa. Se interrompe o
trânsito e os trabalhadores deixam de poder ir para o emprego, e há ali, no fundo, povo
que está no meio da rua e deixa de poder fazer o que precisa, se calhar, isso não
é a melhor maneira de persuadir as pessoas. E a democracia é isso que é necessário.
Há três grandes posições neste momento. Há autoritária, que acha que violência política
em democracia é justificada, desde que seja a favor das causas que, com as quais nós concordamos.
Há a Assunça, que diz que violência política em democracia é injustificada, excepte,
nesta causa específica. E há a democrática, que é violência política em democracia,
é injustificada e, quando a gente abdica desse princípio, abdica da própria democracia.
E depois há outro problema, que é que se viu no outro dia, que é quando nós tentamos
resolver as coisas em democracia com recurso à força. Depois aparecerão os tipos que
foram retirados, manifestantes à bruta, coisa que é também inadmissível, que há a fazer,
como é óbvio, na civilização, o que fazemos é chamar a polícia. E esse é o problema
de usar a força em democracia. É que há sempre alguém que tem mais força do que nós.
O problema de usar a força em democracia é esse, é que quem ganha não é quem tem razão,
é quem tem mais força.
A elegação?
O João Miguel Tavares fica, sim, o Ministro do Ativismo e Emergência Climática. E, a
vez do Pedro Mochia, se tornar Ministro da Emergência Sismática. Na quarta-feira, que
me sonhou em Roma, assemblei a geral do Cino, dos bispos da Igreja Católica, que, senais,
ve no horizonte do Pedro Mochia, de um possível sisma dessa tal emergência sismática de que
é Ministro.
Pode haver, aliás, eu não sei se esse sisma já não aconteceu já, porque as posições
do Episcopado, as posições do Episcopado Alemão, na algumas matérias que estão em
discussão, que vão estar em discussão, que já estão em discussão no Vaticano, há
algumas das posições da Igreja alemã. Se tivessem levado o Martelo e Pregos e tivessem
martelado e pregado na porta de uma Igreja, seriam um ato de loteiro redivivo, de tal
forma são desalunhadas a Igreja Católica. Porque é que este sino, no fundo, pode-se
dizer, bom, este é um bocadinho, são interações católicos. Mas, na verdade, este sino do...
Ou esta Assembleia Geral do Sino, porque o sino era um processo que já tinha começado,
e é um órgão cologial normal da Igreja, é muito importante porque vai definir o legado
do Papa Francisco, vai definir o legado do Papa Francisco, porque, na verdade, as pessoas
que gostando ou não gostando do Papa Francisco definem o legado do Papa Francisco, quase sempre
dizem... se referem a frases, entrevistas, conversas com jornalistas, tudo isso pode ser
muito simpático e, para alguns, aterrador para outros, mas não é nada, isso não é
a doutrina da Igreja. Aqui sim, faz-se doutrina. Quer dizer, não necessariamente o sino, se
interá conclusões e, depois, pode haver uma... pode haver um momento concílio e vaticano
segundo, neste caso, seria um concílio e vaticano terceiro. E pode reduzir-se este confronto
na Igreja a uma guerra entre progressistas e conservadores, como Papa Francisco, a alinhar
pelos progressistas, hoje será atrato mas já é simpulista.
Isso é um vício político, é evidente que muitas das pessoas, muitos católicos progressistas
e muitos católicos conservadores, se portam essencialmente como pessoas politicamente
progressistas e politicamente conservadoras. Mas quando estão a fazer isso, não estão
a portar como católicos, porque o catolicismo não é progressista nem conservador, essa
expressão diz que respeita o mundo político e das ideologias. Jesus Cristo não é descardando
em direita, não faz sentido por as coisas nessa maneira. É evidentemente que há pessoas
que são mais liberais, há pessoas que têm uma relação com o mundo contemporâneo e
com os modos de vida contemporânea mais condescendentes, mais inflexíveis, etc. Isso existe. Mas
progressistas e conservadores é um tipo de linguagem, aliás, o Papa tem várias vezes
repudiado esse tipo de linguagem, até porque o Papa, se o pontificado do Papa acabasse
hoje, teria ficado nas suas decisões como um Papa progressista, não sei se ficou como
um Papa tolerante, sim, como um Papa aberto, sim, como um Papa biologante, que falou da
ecologia, que falou de outros assuntos, isso com certeza, mas poderia ser comparado com
o que o Conselho do Vaticano II há 60 anos. Não. O Conselho do Vaticano II foi uma revolução
no cristianismo e o cristianismo não gosta muito de revoluções, menos do catolicismo.
E portanto, vamos ver o que é que vai acontecer. É possível que das duas uma. O mais falado
é que não aconteça nada, mas é difícil que não aconteça nada, porque este síndodo
começou por ouvir as pessoas nas dioceses, nas parócas e nas dioceses e portanto, neste
momento o Vaticano sabe o que é que é em matérias que são disciplinares, nós temos
a falar, princípios de fé, em matérias disciplinares de organização, etc. Muitos católicos
se interrogam, se inquietam e portanto tem que haver uma resposta.
E pela primeira vez há neste síndodo mulheres com direito a voto, aliás o Papa escolheu
numa decisão inédita uma religiosa francesa para um dos principais cargos na Secretaria
Jal do Sino dos Bispos. Que significado político, João Miguel Tavares, atribui esta escolha
é o facto de haver mulheres a votar pela primeira vez.
Ah, tem um momento significado, eu discordo do Pedro, eu consigo perceber porque é que
o católicismo não é conservador nem progressista, mas é que o que nós estamos a falar é
da maneira como esse católicismo não se exprime no mundo e portanto a maneira como
ele se exprime no mundo acaba por haver pessoas realmente mais conservadoras e mais progressistas.
Exatamente, as vestimentes são as pessoas, não é o católicismo, que é a conservadora
progressista.
São as pessoas que muitas vezes instrumentalizam as suas, basta pensar aliás, nos católicos
que tu identificas como progressistas ou conservadores em Portugal e ves que são essencialmente
pessoas de direita ou de esquerda e secundariamente são católicos. Ou seja, elas são pessoas
com uma agenda política acima de tudo, aliás, muitas delas não deras politicamente.
Porque no meu caso, se eu fizesse uma sondagem, a maior parte das pessoas diria que eu sou
de direita e...
Mas tu esta semana é católico, nunca sei o que é.
Sim, é bom, eu sou católico de uma maneira, eu sou um estranho católico, mas...
O que é que te sente hoje?
Hoje, sinto-me católico, mas eu sou um estranho católico e por isso é sempre mais da
faça um progressista.
Tens que informar primeiro.
Mas sou da faça um progressista, porque ao contrário de muitos bispos que apareceram
aí e que decidiram aliás, interrogar o Papa com perguntas de sim e não, eu acho que,
de facto, as coisas são mais complicadas e respostas de sim e não são do modo geral.
Mas o Papa responde hoje, e bem.
Exato.
Mas eles depois reformularam as perguntas para dizer que não compreenderam e disseram,
mas agora responde a com sim e não disseram eles.
E muito bem, não responde para cá muitas perguntas que não são de sim e não.
Justamente.
Isto é feito de cima para baixo, essa é a importância deste sim, não é?
Claro.
E o Papa Francisco tem falado muito nisso, isso é de facto uma revolução.
De baixo para cima?
Desculpa, desculpa, exatamente.
De baixo para cima.
E nesta espécie é de facto uma revolução, é uma coisa que parte das comunidades e das
paróquias e que vai agora até Roma.
Vamos ver o impacto que isso tem.
Isto não é apenas uma questão de clídeos de vocações, mas verdadeiramente uma questão
muito importante, que é qual é o papel da Igreja no mundo no século XXI, que é uma
questão absolutamente fundamental.
O Vaticano deu a conhecer esta semana uma carta do Papa Francisco em resposta a cinco
bispos conservadores, esses que o João Miguel Tavares estava a referir, sobre o tema das
uniões homossexuais e nesta carta o Papa admita a possibilidade da Igreja a abençoar
casais do mesmo sexo, desde que essa união não se confunda com o casamento.
Isto também lhe traz à memória Ricardo Araujo para um certo sequeto somorístico
já antigo que propunha que nestas circunstâncias não se chamasse casamento ou casamento e
que até fazia, onde até se fazia uma lista de nomes alternativos possíveis, Bobby, Aluevera,
Piaçaba, o Sélvore Vrniac, que nome é que escolheria para propor ao Papa.
Eu, se tu quer dizer, eu tenho uma predileção conhecida por Vrniac, mas eu creio que o caminho
para a liberdade costuma ser este, é lento e basicamente a primeira posição é eles
não podem ser iguais a mim, eles podem ser iguais a mim, mas se calhar o nome do qual
eles designam aquilo é outro e, final do último estágio, está bem pronto, que a
versão é quase a mesma.
Pode ser que estejamos a caminhar por lá, a Igreja leva muitos anos, é uma estrutura
muito pesada, não levaram 500 anos a pedir desculpa ao Galileu, até a minha mulher reconheça
a culpa mais rapidamente e é capaz de, é raro, mas é capaz de reconhecer é mesmo
muito raro, mas até ela é capaz de reconhecer mais rapidamente do que o Vaticano reconheceu.
Eu continuo a ser ateu esta semana, vou poder dizer que gosto muito de sismas, gostava
de ver um sisma, acho os sismas interessantíssimos, na comunhão anglicana.
Sabe, às vezes são um pico início divertidas, como por exemplo, às vezes é uma palavra
mais no credo, um ingrediente a menos no pão, tudo o que seja para testes minúsculos
para a sanfusca.
As vezes muda-se o tipo de farinha e o pão fica estragado.
Sim, fica logo.
O Pedro Mexia fica então o Ministro da Emergência Sismática, isto também entrega-se as pastas
ministeriais para esta semana.
A altura agora para sabermos por que é que o João Miguel Tavares se declara travado
e a travagem foi suave ou brusca e perigosa?
João Miguel Tavares.
Foi brusca, foi brusca e acho que sim, acho que é mais um perigo.
Estamos a falar dos números da economia revelados esta semana pelo Banco de Portugal, números
que mostram uma travagem brusca desde o segundo trimestre deste ano, depois de um primeiro
trimestre defusiante.
Será que isto já terá impacto no orçamento que o Governo vai apresentar na próxima
semana, nos próximos dias?
João Miguel Tavares.
Acho que tem que ter, acho que tem que ter e acho que vai ter.
E nesse aspecto, o discurso do Governo está certo, é um discurso de prudência.
O discurso do Governo, nas contas certas, nunca esteve errado ao longo destes oito anos.
O que esteve errado foi a maneira como ele nos era explicado, foi-nos sempre explicado
de maneiras muito aldrabadas e fingidas da história da famosa viragem da página da
austeridade, que nunca se virou coisa nenhuma.
Mas agora, eu acho que se para sempre o preço do tal país onde nada muda e onde nada realmente
é feito com o sentido de, daqui a uns anos, vamos estar diferentes daquilo que estamos
agora.
E esse pensamento parece que nunca passa pela cabeça de António Costa.
E as quedas são muito grandes da economia, estamos a falar de, pensávase que é que
100, 2.023, 2.7% vai ser 2.1%.
Pensávase que estes 0.6% já é pouca coisa, mas estamos a falar de uma queda de quase
30%.
Para 2024, uma queda de quase 40%, estamos a falar de 2.4% para 1.5%.
Os números das exportações também, quedas enormes, subida do desemprego, ainda que não
muito significativa, e claro, e também a própria inflação é revista em alta, estamos
a falar deste ano ainda de ter 4, como 3.6%.
E estes números são números que vão ter implicações no orçamento de Estado para
2024 e que fazem com que a vida de António Costa, de facto, seja mais difícil.
E portanto, daqui até às eleições de 2026, muita água vai correr por baixo da ponte
e as notícias não são espetacularos para António Costa, que se muito sorollava em
2015 ter conseguido pôr o país a crescer.
Eu acho que o que lhe aconteceu em 2015 foi ter aproveitado o balanço das reformas
que foram feitas entre 2011 e 2014, mas a partir daí, eu acho que voltamos a um Portugal
estagnado, como tem sido a história, deste país no século XXI.
Entretanto, o PSD, no dia em que havia manifestações de rua pela habitação, anunciou a intenção
de se vir a ser governo, de repor o tempo integral de serviço dos professores de forma
faseada ao longo de 5 anos.
Como é que viu o Ricardo Araus Pereira esta mudança de posição social-democrata a este
respeito ainda ao encontro da luta dos professores?
Vi com alguma alegria, mas também com bastante surpresa, porque, por exemplo, no público
de 18 de dezembro de 2011, diz assim, questionado sobre se aconselharia os professores excedentários
em 2011 tínhamos professores excedentários, porque tem um pouco mais de uma década passávamos
do excedente para a carença.
Se aconselharia os professores excedentários que temos a abandonar em sua zona de conforto
e procurarem emprego em outro sítio, o passo de escoelho expandeu em Angola e em um solo.
O Brasil também tem muita necessidade, tem grande necessidade de professores no ensino
básico e secundário.
Talvez se estes professores que nós e o passo de escoelho sugeriu que se fossem embora em
2011, talvez se a gente pudesse contactá-los a saber se estão disponíveis para voltar,
se pudemos ter mais aranhas completas e tal.
Mais um cacupe do passo.
Também tu, Ricardo.
Então não basta o costa.
Assinalam o sítio em que eu disse uma coisa que não era verdadeira.
Não, isso é, mas também, pronto, vamos lá.
E é serpente, não é?
E é serpente e é maçã que depois foi entregar.
Bom, adiante.
Então, Eva, Eva não tinha nenhuma política evocativa que a gente possa dizer o certo.
A Eva não tinha política educativa, então não tinha, ou o Ricardo.
O primeiro-ministro anunciou, no princípio da semana, que o país vai ter este ano pela
segunda vez um estidente orçamental, um superávit, depois do feito conseguido por
Mário Centeno, perante a crise que se vive em setores como a habitação, a saúde, a
educação.
Isto deve ser visto de pedramestia como um troféu ou como um embaraço.
Pois lá está.
Nunca ninguém me verá dizer a maldas quantas certas.
Nunca ninguém me verá dizer a malda de responsabilidade e dos avisos contra responsabilidade, só
que irresponsabilidade, sobretudo, com o superávit.
É o Estado não conseguir responder às necessidades básicas, como são, é que os
testes estão em cima da benção, só a saúde, habitação e educação, são estes,
são simplesmente, é aqueles assuntos que toda a gente concorda que são fundamentais
e que são funções do Estado e, portanto, evidentemente que isto vai ter que ter repercussão
orçamental, só pode, não há outra hipótese se não ter.
Você está interessado por que que o João Miguel Tavares se declara travado, ou o Ricardo
Ousperera diz sentir-se teatral, apreciar lances dramáticos na vida política, Ricardo
Ousperera.
Ok, eu vou apreciando cada vez menos, atenção, isto tem a ver com a saída dramática do chegue
do Parlamento.
E por que que eu vou apreciando cada vez menos?
Esta semana tivemos dois momentos choreografados de modo a resultarem, como resultaram em
momentos televisivos, primeira presença de três deputados do chegue na manifestação
em Lisboa pela habitação, onde não foram propriamente bem recebidos e não foi surpresa
que essa tenha sido, e depois a decisão de ventura de se retirar e de mandar os seus
deputados retirarem-se do plenário parlamentar, acusando o Presidente da Assembleia da República
de parcialidade, apesar de tudo um patamar abaixo daquilo que lhe tinha chamado no
dia anterior.
Enquanto o Presidente da Assembleia da República fica em silêncio como um cubarde que é,
enquanto o Presidente do segundo órgão nacional.
Quanto à expressão com que o Senhor Deputado me museou ontem numa conferência de imprensa
e não teve a coragem de repetir aqui, quero apenas dizer-lhe que essa vossa excelência
deve ter sido, deve ter sempre em conta que quando me vê não se está a ver ao espelho.
Eu não sei se o Senhor Presidente acha que quando uma mulher anda de mim e sai e é violada
a culpa é dela.
Eu não sei se o Senhor Presidente tem essa mesma, mas nós não temos, nós a gente precisa
levantar a voz, mas eu aumento a voz quando eu quiser porque eu sou deputado de leito
e se eu quero aumentar a voz ao mento, se eu quero aumentar a voz ao mento, eu sou deputado
de leito do país, eu sou deputado de leito, eu mesmo que sou de vosotros, sou deputado
de leito, e sou tão deputado de leito como o Senhor Presidente é deputado de leito.
Então eu aumento a voz quando eu quiser, que eu saiba não há limites, são debates
aqui no Parlamento, nem se está no regimento da Assembleia da República.
Portanto, desculpe-lá, Senhor Presidente, o Senhor Presidente acha que deputados agredidos
um deputado com 73 anos agredido numa manifestação é uma provocação, apesar de termos sido
convidados, Senhor Presidente, eu vou lhes dizer uma coisa, vou lhes dizer uma coisa honestamente,
o Senhor Presidente, meu Presidente já não é, desta bancada já não é, de uma parte
do país já não é, e eu não reconheço como Presidente da Assembleia da República, e
vão-me embora.
O momento de tensão dramática na Assembleia da República, na última quarta-feira, apreciou
o espetáculo de Ricardo Araújo Pereira.
O Carlos era o que estava a dizer há pouco, na primeira vez que o Chega abandonou dramaticamente
o Parlamento, pensei, olha aqui está uma coisa agida, uma inovação, ainda não tinha
mesmo visto.
Agora, com a repetição, não é, com a repetição vai perdendo o graça, o número, não é,
eles vão, imagino que os eleitores do Chega estejam satisfeitos, porque o Chega queria
muito ir para o Parlamento, para agora poder abandonar mensalmente o Parlamento, estas saídas
dramáticas do Parlamento, só se conseguem, evidentemente, depois de uma pessoa chegar
a um partido, chegar ao Parlamento.
Mas, portanto, o vento aparentemente está, é surpreendente, é muito raro, mas totalmente
ele não foi de nada convidado, toda a gente desmentiu que tivesse convidado pela manifestação.
Ainda assim, devo dizer, que gente ser agredido é condenável, mesmo sendo deputado do cheio.
E, portanto, agora, este diálogo, portanto, a saída teatral, que é percebida de um diálogo
sobre estar-se a ver ao Espanho, eu falo como eu quiser, quer dizer, nós temos aqui um
programa de, digamos, galhoffa e custa-me ver que temos mais elevação a dizer coisas
bocadas parvas do que na Assembleia da República, é mesmo difícil dizer.
A questão de fundo, em tudo isto, é por um lado saber o que foram fazer os três deputados
do Chega, uma manifestação onde era infidente que não seriam bem recebidos, e em segundo
lugar, se o presidente da Assembleia da República, depois desses deputados precisarem de escolta
policial para sair da manifestação, tinha ou não a obrigação de se pronunciar sobre
o que aconteceu.
Como é que vê em duas frases este caso?
Em duas frases, em relação à aventura, e a Santos Silva é a metade, a razão e a metade
são-se de ambos, porque evidentemente a aventura tem a razão que os deputados do Chega são
deputados como os outros, e se há um ato de agressão, atentiva de agressão, isso deve
ser explicitemente condenado, mas é sonso porque eles foram para lá para ver molho,
porque é disso que eles gostam, como a mulher se viu no Parlamento.
Santos Silva tem razão quando diz que eles foram lá para fazer molho, mas não tem
razão e não condenar que, no genéricamente, a violência é sempre negativa.
Não é impossível fazer as duas coisas, é dizer, condenar essas agressões, após pode
fazer outros, eu acho que não devia fazer, isto é, acho que os comentários não devem
ser do presente da Assembleia, é devia fazer esses comentários que os senhores foram
lá para provocar, deviam ser os outros partidos, não creio que caiba o presente ser isso.
Foi metade de razão e metade de Santos Silva.
A aventura disse que o Chega foi convidado para a Milenitação, mas foi desmentido pelos
organizadores do protesto, que a grau de permeditação é que ele parece, João Miguel
Tavarro, ter havido em tudo isto, por parte do Chega, para o efeito mediático, que uma
vez mais conseguiram.
Exato.
Acho que o grau de permeditação é total, mas é o que subscrevo, tudo o que o Pedro
Mexida diz, porque mesmo aquelas pessoas que gostam de chamar fascistas ou pessoas do
Chega, então um fascista não pode ter dificuldades em pagar a renda da casa, aquilo era uma
marcha supostamente pelo direito à habitação.
Mas eu...
Mas eu acho...
O fascista...
O fascista também tem de aguentar...
Normalmente não foi isso, porque eu acho que eles foram lá para casar muito.
Claro que foram, um pouco casar mais, mas estou apenas a dizer...
Eu gostava muito que alguém pedisse aos deputados do Chega, com que parte daquelas reivindicações
é que eles concordam, ou seja, eles estão a integrar aquela manifestação, porque
concordam com que parte da reivindicação, gostava muito de saber.
Repare, isso também não é fácil de responder, porque exatamente aquela manifestação é
uma grande confusão, é simultaneamente pelo clima, pela habitação e pelo que mais
existisse.
Bom, mais uma razão para eles explicarem.
Já sabemos por que o Ricardo era o espereiro a se declarar teatral, agora vamos tentar
perceber, mas em duas frases outra vez, porque é que o Pedro mexia nesse ano, se
era rino ou plasta, e isso vai precisar de uma explicação dessa crónimo, que são
os rinos.
Rinos, rhinos, são os republicans, e name only, é como os republicanos mais radicais...
Os republicanos é o nome próprio.
Como...
Só o nome.
Não, só o nome, isto é.
Só o nome.
Ah, só no nome.
É o que os republicanos radicais chamam aos republicanos moderados, não só republicanos
no nome.
E os republicanos radicais não são republicanos, no sentido conservadores, em coisa nenhuma.
Não são exorcionalistas, civilizados, etc., portanto já não há uns tempos atrás, fizeram
aquela excursão interessante ao capitalio.
E agora, pela primeira vez, conseguiram expulsar um líder do seu próprio partido, acusado
de uma coisa gravíssima que é, trabalhou com o outro partido.
Para quê?
Para o governo não fechar as portas.
É isto, é isto.
Eu tinha um livro quando era miúdo, que tinha um capítulo que eu gostava muito, que era
chamá-lo de Cursar os Bucaneiros e Filipe Busteiros.
É o Partido Republicano.
Bom, avemos de falar mais disto evidentemente, porque para o ano é ano de eleições nos
Estados Unidos, e a coisa vai aquecer, está na altura dos livros, e eu trago esta semana
um livro curioso e surpreendente, chamado Arquitetura do Bacalhau.
Este é o título que está na capa, mas na verdade, lá dentro, o título percebe-se
um bocadinho melhor.
Não é só do Bacalhau, é a arquitetura do Bacalhau e outras espécies.
O que os autores pretendem demonstrar é que os diferentes peixes dão origem nas zonas
corteiras a diferentes tipos de arquitetura, a um tipo de paisagem específico, os edifícios
construídos nas zonas onde se pesca ou onde se trata o Bacalhau são diferentes das construções
que se encontram, onde é predominante a pesca da sardinha e também distinta das zonas mais
viradas para a pesca do atum e por aí adiante.
Isto porque as características biológicas de cada peixe impõem soluções arquitetónicas
diferentes.
Só para dar dois exemplos rápidos, o Bacalhau aguenta muito pouco tempo, aliás, aguenta
muito tempo depois de pescado e por isso é que se seca, põe-se a secar, a sardinha
triora-se facilmente e tem de ser tratada de imediato, por exemplo, em fábricas de conservas
e tudo isto, como este livro demonstra de forma muito interessante, tem implicações
arquitetónicas e implicações na paisagem.
A arquitetura do Bacalhau e outras espécies de André Tavares e Diego Inglês de Souza,
a edição é da DAFN.
O João Miguel Tavares traz um ensaio muito a propósito das chamadas guerras culturais
em curso.
Exatamente.
Estamos sempre a falar delas e verdadeiramente mesmo a questão climática também está
um pouco transformada nesse tipo de guerra cultural e este livro chama-se a religião
ou que pertence àquela coleção da guerra e para acho que eu já trouxe aqui vários
exemplos a chamar dos livros não se rendem e que eu já disse e repito que é uma das
melhores coleções de livros que estão sendo neste momento publicadas em Portugal, quase
todos os títulos valem imensa pena ou todos mesmo.
E esta é de um autor francês chamado Jean-François Browns-Stein e é talvez o melhor resumo que
eu já li daquilo que é o oquismo e pelo menos certamente está disponível em língua
portuguesa.
Portanto, para quem quer perceber o fenômeno e as suas diversas ramificações, porque
existe as questões das teorias de género, as questões da teoria crítica da raça, é
ótimo, é super compreensível e tem aquilo que é a palavra fundamental.
A religião.
Isto está transformado numa religião, as pessoas deixaram digar a missa e passaram
e rezaram a outros deles como sempre aconteceu ao longo da história da humanidade.
Pedro Mexer recomenda um livro não exatamente pelo título mas pelo conteúdo.
Não, Alex, só o título não teria comprado, felizmente.
Estava numa livraria e folhei e é um livro interessantíssimo, é um dos livros mais
interessantes que eu li este ano.
É o Secofagia Zoom.
O Secofagia Zoom, porque são vão ser três volumos, da Autoria de André Correia de Saque
que é a professora da Universidade de Califórnia, em Santa Barbara, onde Jorge Cena foi professor
e é um livro sobre, é um livro de crítica cultural, sobre metáforas culturais que descrevem
a relação das sociedades com os espaços geográficos.
Isto dita assim, parece uma coisa um bocadinho abstrata, mas depois vê-se que é a maneira
como na cultura portuguesa se falou de Portugal e se educou a ideia de Portugal aquilo que
ele não é necessariamente.
Então tem capítulos como o Rio Doro e o filmador Faina Fluvial, Miguel Estreves-Cardoso
e o Atún, Salazar e Viver, habitualmente, a Aldém e o Julio Diniz e essa de Carotis,
não são os títulos, são os temas, a Casa Portuguesa é o Olino e em Carlos de Oliveira
e portanto é um livro com um âmbito enorme, muito desempoerado, é de alguém que está
fora e portanto não tem temores reverenciais.
E a quantidade de conhecimentos e de insights, pois é uma palavra inglesa que ele convoca
neste livro, é um livro extraordinário mesmo.
O Ricardo Araus Pereira, tem 30 segundos para me explicar porque é que traz um autor
Pantheonavell.
Existe a palavra?
Não.
Pantheonavell.
Sim, é verdade.
Acho sim, vamos dizer que sim.
É um livro daquela coleção da Relógio da Água que se chama, clássicos para leitores
de hoje, acho que é assim que se chama.
Eu proponho que a gente festeja-se o facto de, enquanto andam a disputar os ossos, os
livros a gente consiga detalhes a mão muito facilmente e portanto não haja polêmica
sobre isso.
O Conde da Branha é livro muito divertido porque ela está a vida do Conde da Branha,
contada pelo seu secretário pessoal, que é o Zagala e são duas personagens muito
engraçadas, sobretudo quando o Zagala não percebe o que está a dizer.
O Conde da Branha é essa de Queiroz, a fechar esta reunião semanal, dois ou oito dias,
à mesma hora ou a qualquer dia e a qualquer hora em podcast, Pedro Mexias, João Miguel
Tavares e Ricardo Araus Pereira.
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No meio do entusiasmo pela organização (conjunta) do mundial de futebol de 2030, o ministro da economia não teve acesso ao argumentário oficial e soltou uma das frases da semana: “não é o futebol que nos vai salvar”. A outra declaração dos últimos dias que merece registo é do primeiro-ministro, frustrado por ver que “a realidade” tem sido “muito mais dinâmica do que a capacidade de resposta política”. Será isto humildade ou passa-culpas. Também se falará de mais um momento político-teatral do Chega, do sínodo dos bispos católicos onde pela primeira vez há mulheres com direito de voto e do activismo climático, que se tornou actividade quotidiana.
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