Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: Ministros loquazes e lições de ironia

Joana Beleza Joana Beleza 7/15/23 - Episode Page - 50m - PDF Transcript

Esta semana, Ricardo Orujo Pereira, desta vez à distância, sente-se aliviado.

Pedro Mexia garante ter garantia e João Miguel Tavares declara-se de Série B.

Está reunido o programa que os nomes estamos legalmente impedidos de dizer.

Hora muito bom dia, ou boa tarde, ou boa noite. Depende da hora que estiver a ouvir,

aqui há espaço para todos e a todas as horas. E é por isso que esta semana, o Renault

E-Tech assume a pasta do H. Há sempre lugar para mais um. Um conceito bem familiar a todos

nós, visto que todos os meses nos é relembrado no Tela Jornal, que há sempre lugar para

mais um primo, irmão, marido ou mulher, na gestão de certas e determinadas entidades.

O que na verdade é misteriosamente semelhante ao novo Renault é espaço e-Tech, onde também

cabe sempre mais um primo, irmão, avô, avó ou até amigo, desde que não ultrapasse o

seu enorme limite de lugares, claro, até poderá tentar meter uma cunha, mas só há

mesmo sete lugares. Não queremos cascândalos. E agora que está cumprido o momento publicitário,

há sempre lugar para mais um episódio. Esse sim escandalosamente interessante. Bom programa!

Ora Viva, sejam bem-vindos no final de uma semana em que houve buscas do Missiliares,

como num filme de Gangsters, em que se falou de filmes de série B e em que esteve na

Berlinda um cartoon. E é por aqui que começamos porque o Ricardo Raul Espera quer ser precisamente

o Ministro do Cartoon, preocupado com os bonecos, Ricardo ou com reação aos bonecos?

Não, não, é com a reação aos bonecos, Carlos. Eu, ao contrário dos terroristas islâmicos,

da PSP e do Ministro da Administração Interna, não fico perturbado com cartuns. Eu fico,

sou daqueles que ficam assustados com a reação aos cartuns.

Em causa está um pequeno vídeo de animação que passou na RTP que motivou protestos. E esta

é a ordem dos fatores. Primeiro do Chega, depois do PSD e por fim, um telefonema de desagrado

do Ministro da Administração Interna à administração da televisão pública. Tudo

por causa disso.

Este cartoon passou na emissão da RTP na última quinta-feira, durante a transmissão de um

festival de música. Retrata um polícia a praticar tiro ao alvo.

Com o passar do tempo, vemos os disparos a aumentarem de intensidade.

No final, são mostrados quatro alvos, do mais claro ao mais escuro, onde é possível

perceber que o mais escuro foi o mais atingido. O Ministro da Administração Interna, que

tutela as forças de segurança, não gostou do que viu e contactou a administração da

RTP.

O Ministro, que tutela as polícias, exprimiu o seu desagrado à Administração da RTP.

Embora a RTP não esteja sobre a sua tutela, vê na atitude de José Luiz Carneiro Ricardo

Raul Espreira a manifestação de uma preocupação legítima ou uma ingerência censurável.

Carlos, sinceramente, eu não percebo como é que este senhor ainda é Ministro. Não

consigo entender como é que este senhor ainda é Ministro. É uma coisa que está para

além da minha capacidade. O Ministro da Administração Interna, ou seja, o Governo,

ligou para o Comissão da Administração da RTP dizer, estou, eu não gostei deste programa.

Já estamos nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, já entramos nesse processo.

Estou, olha aqui do Governo, sabe? Este senhor, o cidadão José Luiz Carneiro, não gostou

de um programa, liga para o PBX, liga lá para baixo para as secretárias da RTP e está,

olha o que passou, agora eu não gostei muito.

É o senhor José Carneiro. Pronto, obrigado.

Eu não estou, é o Ministro, é do Comissão da Administração. Eu não sei se as pessoas

se lembram do, quando o Rui Gomes da Silva fez umas declarações públicas a dizer,

é pá, realmente o Marcelo fala ali na TVI sem contraditório e depois por causa disso,

dessas declarações públicas, numa televisão que o Governo não tutelava, apesar disso a

TVI achou que era melhor a pressão, por causa dessa pressão. A TVI achou que era melhor

a pôr o Marcelo, enfim, a afastar o Marcelo. É que isto aqui é outra coisa, ele ligou

para RTP, para RTP. Eu, atenção, isto foi, eu gostava de dar os parabéns à Cristina

Sampaio, eu gosto de dimensão da Cristina Sampaio e esta semana é...

É a autora do cartoon do pequeno filme da animação em causa.

Exatamente, e foi por causa dela, às vezes a responsabilidade é dela mesmo que ela

não o tenha querido. Foi uma semana hilariante, hilariante. Primeiro a PSP foi barbaramente

agredida por um demé. O desenho agrediu barbaramente a PSP. E depois eu vi, o Fartém derrire com,

houve textos que diziam assim, viram o PSD a alinhar com o Chega. Viram isto, como o

PSD quer, quer, quer pressionar o Conselho da Administração da RTP, imaginem, imaginem,

estão a ver como elas estão cada vez mais parecidos, quer o PSD, quer pressionar o Conselho

da Administração, isto é um importante aviso para o futuro. Muito importante nós

vemos o que é o PSD. Passados horas nesses textos serem publicados, o Ministro da Administração

Interno revela, não é uma investigação, é o próprio. O próprio veio orgulhosamente

dizer que é uma oportunidade de ligar para lá, dizer que não gostei. Portanto, a questão

é, eu agradeço imenso aos perspicazes analistas o aviso para o futuro. Mas isto é o presente,

é o presente. Como aliás, nós não somos tão perspicazes como estes analistas, mas

nós já tínhamos avisado que o presente era assim. E por quê? Porque a noção de liberdade

de expressão do André Aventura é exatamente igual a de vários dos adversários do André

Aventura, que é liberdade de expressão sim, desde que não digam coisas que eu acho que

são ofensivas. É exatamente isto que pensa o André Aventura, é o que pensa as pessoas

do PSD que querem contactar o Consejo da Administração, e é o que diz o Ministro da Administração

Interno, é o que ele pensa também. E portanto, isto não é mais uma vez, isto não é um

debate entre a esquerda e a direita, é um debate entre gente que é autoritária e gente

que é democrata. É simples de ciência isto, deixar que liberdade de expressão serve para

dizer coisas que a gente pode achar ofensivas. Serve, serve para isso. Quando o Ministro diz

não, liberdade de expressão sim, mas não é para boliscar o prestígio das instituições.

É, é, é. Além disso, primeiro, é muito difícil, sinceramente, continuar a ser para

mim muito difícil achar que um desenho de 30 segundos bolisca o prestígio de uma instituição

como a PSP. Mas vamos supor que sim, vamos supor. Para já, ninguém tinha visto este

desenho. Ninguém. Mais uma vez, a estupidez do sensor. Ah, olha para este desenho. E eu fui ver.

É isso, quando me indicam, olha para isto, vou ver. Mais uma vez, a estupidez do sensor.

Ninguém teria visto. Ninguém teria visto se eles não tivessem começado aos gritos.

Segundo, é aquela, é aquela coisa de, não, o Ministro ligou para lá e eles disseram que

é sobre a Polícia Francesa. E lá, ufa, então é nesse caso, nesse caso o quê? Primeiro,

eu tenho a embaixada francesa, se calhar ficou muito manuada, não poderá ligar para o

senhor Ministro dizer, ufa, então o que é que a vossa televisão anda a fazer? Segundo,

isso foi sobre a Polícia Francesa. Mas já não é. Tá bem? Não é. O cartoon não é sobre a Polícia

Francesa. É a propósito do que aconteceu em França. O cartoon é feito habilidosamente,

com ambiguidade suficiente para poder ser sobre qualquer polícia. Por isso é que a gente

viu a polícia daqui para dizer poli e não perceber se acaba em si, ou em si, e não vê daqui,

quando diz, sim, não é? Vê-se daqui e é suficiente, então, ambigu para ser a Polícia Francesa

ou português. Pode ser qualquer um, até porque é verdade que há casos de racismo na polícia.

Aliás, não é verdade, como diz a polícia, os indicado, porque todos os poli, é um cartoon

que diz que todos os policiais são racistas, não é? O cartoon diz que há racismo na polícia,

é preciso saber ler, não é? É isso que diz o cartoon. E outros dizem. Não, mas é que a liberdade

de expressão, a liberdade de expressão, tem limites. Toda a gente sabe isso, pá. Toda a gente sabe.

E não há ninguém que não diga que tem limites. É o que está na lei. Está escrito na lei.

Os limites são escritos na lei. E na lei, não dizem lá de nenhum. É, então, tem os limites,

menos em insinuar que há racismo na polícia. Não está lá de nenhum.

O que tu tens comida ou vida aí? Tu estás com uma... Que condimentos é que...

É, não, é uma indignação. Tô quase um ciúdo.

É o costume, é o costume. É o costume, é depois, há uns sínicos que dizem assim,

é censura, mas o cartoon foi proibido, mas a questão sempre aí foi presa.

Não, não aconteceu nada disso. Mas ficamos clarecidos em relação à liberdade,

à definição de liberdade de expressão. Desde os potenciais sensores, a intenção conta.

Eles quiseram punir, querem punir, processam em tribunal, ligam para o consenso da administração.

Qual é o objetivo? É dizer, olha, vemos os meus parabéns, tá bem? Não gostei, mas deus parabéns.

O Ricardo Daraus Pereira não percebe como é que o Ministro continua em funções,

compreendem esta indignação ao ponto de o Ministro estar em causa, como titular do Governo.

O Ministro aqui safa-se por uma razão muito simples, que ele disse aquilo como uma espécie de candura e do género,

por acaso, se não é isso, eu vou dizer que isto foi desagradável.

Ele disse que compreendeu as explicações que a administração da RTP lhe deu.

Certo. E, portanto, é verdade, afelizmente, olha, foi no tempo do Governo Passos Coelho,

e houve um trabalho de proteção da própria direção de informação.

Hoje em dia, a maneira como é governada a RTP é muito diferente,

sobretudo foi um trabalho do Miguel Pras-Maduro muito maritório.

E essa diferença é muito significativa.

Em todo caso, a propósito deste caso, o CHEGA quer chamar ao Parlamento a Administração da RTP

e a Entidade Reguladora da Comunicação Social, o Bloco de Esquerda, por sua vez,

quer levar à Assembleia os Ministros da Administração Interna e da Cultura.

Destas audições requeridas quais lhe motivarão maior,

ou motivariam, porque não se sabe se acontecerão, maior interesse, João Miguel da Bares.

Mas é isso é o ponto.

Quando se perguntar, mas o Gélio Escoginário deve ser admitido.

Sim, mas é que o problema é que praticamente a oposição também tinha que ser admitida.

Tinha que ser admitido o CHEGA, admitimos o PSD, admitimos a polícia,

também admitimos todas as pessoas.

É o contrário, neste caso, o Bloco de Esquerda quer levar o Ministro

porque está indignado com o facto de ter vivido essa reação.

Neste caso, justiça seja feita ao Bloco de Esquerda e, por esse lado, faz sentido.

Mas as reações de levar qualquer pessoa relacionada a perguntar porque é que isto aconteceu

é, de facto, patético pelas razões todas que o Ricardo já apresentou

e que é um povo de estar a repetir, porque eu concordo, obviamente,

às estudos nós aqui concordamos com aquilo que acabou de dizer.

Eu queria só acrescentar que há um lado aqui...

Lembras quando tu estás aqui a gozar com os meus livros de bonecos?

E quando a gente traz, não sou eu o que também gozar,

te desculpei de mexer há dias enquanto eu sou um livro de boneco.

Não sou eu o que também gozar com os meus livros de bonecos?

Sim, mas diz, ah, os livros de bonecos, eu sei que é uma piada,

tu respeitas a minha área, mas...

Respeitas a BD.

Respeitas a BD.

De facto, eu preciso começar a trazer ainda mais livros de banda desenhada de ilustração

porque a primeira coisa que este caso demonstra

é total ignorância das pessoas sobre o que é que viram.

E aí a RTP tem alguma culpa.

Ou seja, o Spam Cartoon, que é a Rubrik,

onde isto aparece, é uma coisa que já tem mais de 300 episódios,

existe desde 2017, o que é que no 29% da população portuguesa não faz ideia?

Passa na RTP 2 normalmente.

Sim, passa na RTP 3, acho que no 360,

e depois acho que também passa no 5 para 6 a 8,

mas ninguém sabe o que é aquilo.

Aliás, ao ponto que ninguém sabe o que é aquilo,

como eu vi gente, monte de gente,

no início eu entrebuio um cartão no André Carrilho,

que é preciso de uma ignorância gigantesca,

que não percebeu nada de ilustração,

para não perceber diretamente o que é que é que é um cartão da Cristina Sampa.

Mas vamos passar por cima desse lado,

ninguém percebe nada de ilustração e caricatura.

A RTP teve mal neste ponto.

Aquilo é transmitido de uma forma totalmente descontestualizada

no intervalo ainda por cima da transmissão do nosso live.

Portanto, as pessoas olham para aquilo e não percebem o que é aquilo,

não fazem ideia.

O Ministro diz que foi transmitido no concerto do nosso live.

Portanto, há essa ignorância toda,

vinda de má informação e falta de cultura geral no domínio da ilustração.

Isso faz com que, para muita gente, aquilo apareceu descontestualizado.

É verdade que aquilo diz Sampa Cartoon no início,

mas que ele tem um genérico muito rápido e, portanto,

para quem não percebe aquilo, ele dizia,

mas isto agora vem propósito do quê?

Agora, depois de estar explicado,

é que, ainda por cima, a reação do Ministro e tal,

tem alguma década a jogar em relação ao tempo que aquilo passou.

E, portanto, quando chegou esse tempo, já devia estar informado.

Ora, a partir do momento que alguém é informado,

é que ele é um cartoon,

um cartoon é a mesma coisa que um texto de opinião.

Eu fico ciumento, juro,

eu ando há 20 anos a dizer mal de pessoas e de instituições,

incluindo, aliás, na semana passada,

eu escrevi, nesta semana, escrevi um texto,

na feira da semana passada,

também criticar a GNR,

por causa do assunto que o Ricardo também falou aqui.

Eu estou ciumento só, porque é tanto minha opinião

como é a opinião da Cristina Sampaio,

e eu estou triste porque ninguém me levou ao Parlamento,

ninguém se indigna da mesma maneira com os meus textos,

e, de facto, a força dos desenhos e a força da bonecada,

lá está, para usar uma questão tua,

ainda é muito significativa.

Deixem-me só que sentar uma coisa.

É para resolver os problemas com editores de BD, é isso?

É para dependenciar.

Não, de novela gráfica,

porque, de caso, em que eu falei de bonecada até,

era sobre novela gráfica que tenho outra dignidade, claro.

Mas é para não voltar a repetir,

que eu acho que faz mais que isso.

Deixem-me só voltar a sobunhar,

porque é uma coisa que me chateia,

porque os próprios responsáveis do spam cartoon

e o André Carrilho, quando falou,

ele defendeu-se, e eu percebo,

há um lado em que se defende a si próprio, e defende a RTP,

do processo da queixa clima interposta pela PSP,

está realmente tudo maluco,

ele acha que já não é inédito e já tinha feito isso,

quando não desagrava há dois anos,

eu não sei o que é que é andar da PSP

com esta paranoia em relação a cartoons.

Deixem-me só que sentar o argumento.

Isto é sobre a polícia francesa,

que é um péssimo argumento,

em primeiro lugar, porque evidentemente,

quem vê aqui, eu percebo que é uma coisa ambígua,

de propósito e bem,

e portanto, não interessa ser a poba francesa,

portuguesa, chinesa ou americana,

tem toda a legitimidade

para fazer aquilo, é um cartoon.

O facto do caso ter sido levantado

pelo Chega

e do PSD primeiro,

e do Ministro das Polícias

depois terem pegado no tema

que reflexões

é que lhe merecem.

Apesar de tudo,

não está no mesmo plano,

porque um telefonema do Ministro

e uma declaração de um

político da oposição,

não tem o mesmo impacto e o mesmo efeito.

Estão essenciais alguém entrei da reboque

de alguém?

Sim, mas eu acho que

isso é evidente,

mas acho que se deve começar pelo mais importante.

O mais importante é,

basicamente fazendo

o que já foi dito e acrescentado,

é que um cartoon é uma opinião,

as opiniões são frequentemente críticas,

as críticas são frequentemente

levam frequentemente

ao desagrado,

o desagrado pode levar ao protesto,

o protesto não pode levar

a que um Ministro telefone a RTP,

não só porque RTP

tem este historial recente,

mas não antigo, não tem 50 anos,

não tem 50 anos nem pouco mais,

tem um historial recente

num momento de adeditorial

e não se percebe

que o Ministro telefona

com o Ministro que ainda perceba

que é o Ministro reconhecidamente até...

Mas o Ministro da Total esteve bem?

Fábio, é isso que eu ia dizer,

o Ministro da Total esteve bem,

seria e teria sido catastrófico

do Ministro da Total,

era o Ministro da Cultura,

era o Ministro da Cultura,

é isso que era um cartoon?

Dizem que era um cartoon,

de contentamento das polícias e foi, como disse o João Miguel Cânido, o suficiente para

contar a própria história, mas é um mau princípio quando se retoma os telefonemas de

membros do governo às instituições públicas, queria lembrar que já houve, não só ministro

mas de primeiros ministros, a ligar para os posaligamentos dos telas jornais em ângios

de má memória.

Em nilo a tempore.

Em nilo a tempore.

Entregamos ao Ricardo Araújo Pereira, pasta de ministro do Cartoon, quando o João Miguel

Tavares, quer ser desta vez ministro da Varanda, e está-se bem a Varanda?

Não, a Varanda parece que está bem, há algumas humidades na faixada mas o próprio já...

Mas parece que isso vai ser corrigido.

Parece que já corrigiu, ele disse que como está graça, da próxima vez que havia como

ministério público, o prédio já vai estar todo pintado.

O próprio, em causa é Rui Rio, que escolheu a Varanda da Casa onde vive, no Porto para

reagir às buscas judiciais de que foi alvo, ele e o PSD, por causa de alegadas ilegalidades

sem quanto foi líder do partido, e reageu irónicamente.

A reação de Rui Rio, depois de ter sido sujeita a buscas domiciliárias, que manifestamente

não leva a sério, já vamos detalhar os contornos de tudo isto, mas não será caso

para dizer Ricardo Araújo Pereira, depois desta reação de Rui Rio, que isto é gozar

com quem trabalha?

É possível que sim, Carlos, prática que eu começava com o DEN.

Nomeadamente, os jornalistas que foram brindados com aquela declaração à Varanda.

Sim, sim.

Eu olho para isto e penso do seguinte, realmente há responsáveis políticos como Rui Rio

que estão avarando e dizem assim, vale-me Deus, vale-me Deus, agora é que vão descobrir

tudo o que eu roubei, e é o pior dia da minha vida, estou listado, e é o outro que dizem

assim, eu não roubei nada, era tudo o meu amigo, foi o empréstimo que eu fiz.

E eu penso, em qual é que eu acredito mais?

Realmente é um bom mecanismo para uma pessoa, lá está, mais uma vez, a pospósito do assunto

anterior, as pessoas olham para um cartoon e não sabem o que é que estão a ver, é importante

a gente saber ler o que as palavras significam, o que é que, enfim.

Isto é um excelente exemplo de como combater a literalidade das palavras, né?

É ótimo.

Paz nossa tese.

Vamos lá então ao caso, e ao que está em causa, João Miguel Tavares, ver boas razões

para terem ido retirar Rui Rio da situação de reformado da política em que ele se

encontrava até esta semana?

Nós ainda não sabemos as razões, ao menos não sabemos as razões todas.

Eu vejo para começar boas razões para ele fazer esta gozação, para falar à Brasileira,

na verdade com a Polícia e com o Ministério Público.

Há muita gente criticou o Rui, dizia, isto é uma coisa séria, ele não pode estar

ali a ter este tipo de discurso, eu acho muito bem que tenha tido, por uma razão simples,

porque se a televisão não estava, é porque alguém disse que aquilo estava a acontecer

e portanto eu acho que, e como isto é evidentemente um padrão absolutamente recorrente, este confronto

com aquilo que é uma atividade feia, que é chamar constantemente a comunicação social

para ir para a porta dos sítios, filmar buscas a pessoas conhecidas, quando elas não são

utilizadas.

Isso não acontece e portanto eu acho que é uma reação legítima para confrontar o

Ministério Público com um processo que não é razoável.

Agora, dito isto, aquilo que se sabe até agora, há coisas ali que são preocupantes,

não é só ir em casa do Rui Rio, estar até às 4 da manhã numa sede partidária, aquilo

que o que só esquechou a vasculhar, enfim, eu espero que realmente o Ministério Público

esteja nas mãos de suspeitas que sejam mais graves do que a informação que saiu até

agora.

No expresso desta semana há uma notícia que diz que a PJ tem matéria que não pôs, que

não pôs cá fora e não revelou no alto de busca, que também é uma notícia problemática.

Sim, é uma espécie de distinuação que fica, o que também não é grande coisa.

Agora.

Eu sempre não digo.

Agora.

Cala a sua boca.

Agora também há outra téce que é, isso não tem importância nenhuma, e o não ter

importância nenhuma também já me parece excessivo, evidentemente que o Rui Rio faz

isto porque ninguém, a faça da terra, acho em Portugal, no 29,9% dos portugueses estão

convencidos que ele nunca roubou nada para seu proveito, aliás, ele sai do prédio

e mete-se no seu carro de 1970 um 5.000 e vai-se embora, né?

Portanto, há ali uma ideia da austeridade do próprio Rui Rio que nunca ninguém pôs

em causa.

Tem um fenômeno de fopós.

Um fenômeno de fopós, exato.

Um famoso FTP.

Um FTP.

Um FTP.

E teve gente do PS, Francisco Assis, Alvaro Beleza, a sair em sua defesa.

Mas que não é verdade, que não possam estar em causa, há muito duvidados, estomados

pelo PSD, quando ele era o líder.

E deixamos só dar um exemplo, que é a história de Florbella Goetz, que foi uma das pessoas

que também andaram a visitar, a buscar a casa dela, e pode ser discutível, que quando

se é deputado, para que é que se usa o trabalho de um assessor, e sepa o partido, sepa a assembleia

da República, mas por exemplo, no caso de Florbella Goetz, ela efetivamente era assessora

do Rui Rio, como toda a gente diz, que era assessora do Rui Rio.

A verdade é que ela foi nomeada para o Parlamento, para assessora parlamentar, logo no início

de 2018, e quando Rui Rio, um mês depois de Rui Rio, seria eleito, e Rui Rio só foi

deputado no final de 2019.

Portanto, casos como estes podem ser casos, no mínimo embaraçosos, não sei se justificam

isso, mas também não justificam, isto não é nada.

Porque isto não é nada, sério?

Isto é que, como disse o presidente da República, a lei de financiamento dos partidos tem zonas

cinzentas, e o financiamento dos partidos, que é obtido por via da votação, não se

sabe se é para, quer dizer, não fica claro, evidentemente claro, se é para o trabalho

parlamentar, se é para o trabalho do partido do Lato do Censo, e parece que a lei não

é clara nesse aspecto.

Mas aí a pergunta é aí, porque é que a lei não é clara?

Pronto.

Porque é que a lei não é clara?

São os deputados todos que são analfabetos, não sabem fazer leis claras, ou são leis

que são propositoriamente escuras para poderem fazer aquilo que lhes apetece?

Eu acho que é esta a segunda opção.

Fica a pergunta.

E portanto, não é a justiça ou a política?

Foi dito muitas vezes que isto é uma prática generalizada, não é só o PSD, se esta for

como se diz, como se diz que é uma prática corrente nos partidos com o Centro Parlamentar,

que a justificação é que haverá Pedro Mechia para que tenha sido o Rui Rio, o escolhido

como alvo do Ministério Público nesta altura.

Bem, não sei se a tal matéria que eles têm, então qual é a razão?

Ah não, a razão é o Rui Rio tem toda a razão.

Ele está a ser alvo disto porque há denúncias anónimas das antiguesações do PSD que ficavam

absolutamente lixados com ele quando ele escutou o ordenado, isso não há dúvidas nenhum,

já se sabe a...

Ah, no ponto de vista dos denunciantes.

Não, porque é que o Rui Rio é o PSD, é alvo disto porque há uma denúncia de pessoas

dentro do PSD que ficavam muito contentos.

Mas sabe que ele não deve ter amigos no Ministério Público.

Ah sim, também não deve ser muitos amigos não.

Agora, há coisas que são evidentes, que aparentemente serão não práticas, habitual e aparentemente

serão não conhecidas, havia notícias desde de 2018, acho eu, sobre casos destes.

Eu li nos jornais uma coisa que se a ser verdadeira e aparentemente é, torna esta

suposta legalidade, uma legalidade quase inevitável, que é o facto de, ou vi umas

clarações de um membro, de um deputado, dizendo que o nifo do grupo parlamentar é igual

ao nifo do partido.

Ora, vai, se até as finanças que não costumam ser baldonas, se até nas finanças essa confusão

se presta, claro que é uma confusão, o grupo parlamentar e o partido não são a mesma

coisa, não podem ser a mesma coisa, isto é, o Parlamento e o partido não são nem

podem ser a mesma coisa, claro que há zonas de superposição e aparentemente há esta

proposta que, quer dizer, eu acho que este facto permite baraberto, se o nifo é o mesmo,

se o nifo é o mesmo, o que não quer dizer que esteja bem, seja recomendável, nada

disso, mas não parece que, entre outras coisas que nós temos visto, seja o caso mais escandaloso

do Parlamento de Português.

Tem alguma adenda a fazer a respeito deste caso, Ricardo Arroz Pereira, nomeadamente

a propósito da recuperação por António Costa da famosa frase de Ruirio sobre julgamentos

de tabacaria.

Sim, o Carlos, os julgamentos de tabacaria, foi o António Costa agora que recorregou,

não é?

Os julgamentos de tabacaria, as pessoas preocupam-se muito com isso, com o que as pessoas dizem,

ou é, normalmente é nos cafés, o Ruirio inovou porque isso era na tabacaria.

Esse é o problema dos julgamentos de tabacaria, é que as pessoas que estão preocupadas com

isso não consideram que depois também há as absolvições de tabacaria.

Essa ideia de depois, rapaz, a pessoa nem sequer é condenada em tribunal, mas é condenada

na tabacaria pela as pessoas, as pessoas, o que as pessoas dizem na tabacaria e depois

fica logo a condenação feita.

Não, também há absolvições de tabacaria, eu moro em oeiras, pá.

Eu sei perfeitamente que é possível que as pessoas serem absolvidas na tabacaria.

Depois de terem sido condenadas, não só na tabacaria, como mesmo os tribunais.

É muito difícil.

E nas urnas, nas urnas.

O João Miguel Tavares fica então ministro da Varanda e é a vez do Pedro Mexia se tornar

ministro da Rua do Falaçói, é uma rua movimentada, essa é a Pedro Mexia.

É capaz de ser uma rua interna do Largo do Rato, não é?

Deve ser uma rua interna, porque vamos lá ver.

O primeiro ministro, a propósito agora destas, estamos as imagens agora, então venham as

imagens.

Este bem a propósito da reação do primeiro ministro a mais uma demissão no governo final

da semana passada.

Desta vez foi o secretário do Estado da Defesa sob suspeita de corrupção, nada que pareçam

que ia estar demasiado António Costa, porque não é de casos de corrupção que lhe falam

na rua.

O ânimo na rua, vou ouvindo o que as pessoas me dizem, e as pessoas dizem coisas que têm

um pouco a ver com esses assuntos, e é aquilo que eu sinto que é a preocupação fundamental

das pessoas, que nós temos que estar centrados, porque a função do governo é governar a

pensar nas pessoas.

António Costa a recuperar a tese dos casos e casinhos que criou há uns tempos, assuntos

para a bolha mediática que não preocuparão os portugueses.

Como é que viu a oportunidade destas declarações Pedro Mexia, um dia depois terem sido conhecidas

as suspeitas de corrupção que obrigaram mais um membro do governo a demitir-se?

Essas declarações têm três pontos muito interessantes, uma delas é que não sei que

o que é, porque as pessoas falam da corrupção e valorizam a corrupção como um problema,

eu concordo que não é o maior problema do país, nem o único, mas é falso que as

pessoas não valorizem a corrupção como um problema, então não sei que em que rua

particular as pessoas não falam disso.

Em segundo lugar, acho que mesmo que isso fosse verdade, seria grave, seria grave utilizar

este argumento, ou seja, corrupção é um problema, mas como as pessoas não ligam

ao problema, não tem importância em nenhuma.

Vimos isso, tivemos um caso desses em Lisboa com a questão das manifestações e dos dados

manifestantes, que foi claramente uma coisa que as pessoas não ligaram e não é por

as pessoas não ligarem, que não tem grave.

Em terceiro lugar é uma minorização terrível do eleitorado, porque é um argumento preocupante,

se esse é preocupante dito por um político e é preocupante dito por um primeiro ministro,

que enquanto talvez dinheiro em no bolso, tudo o resto não interessa, portanto não

interessem os comportamentos por antalei, não interessem as vegras de ontológicas,

é a desitimação do rouba mas faz.

Não direto tanto, não.

O melhor, poderá em extremo, poderia em extremo ser ruído, é dizer, os números da

economia são bons, portanto não venho agora aqui a falar de corrupções e de caras de

justiça e de coisas que as pessoas não valorizam tanto como o dinheiro que tem no banco, a

última área das pessoas valorizam sobretudo o dinheiro que tem e porque é do dinheiro

que vivem, mas dizer que isso se esgota, e se esgota a apreciação política de um

governo, não uma tese, é absolutamente perigosa.

O que está em causa é um caso intrincado mas que envolve muito dinheiro público, o

facto de se tratar de uma questão no âmbito da defesa João Miguel Tavares, o âmbito

da defesa que é uma área sempre mais exigilosa do que outros setores, será que isso torna

mais complicada a investigação e a informação jornalística a este respeito?

Felizmente sim, porque nós, quando começamos a proferir a frase, isto é um problema sobre

contratos de manutenção e avalvendo helicópteros, é a raça 01 do Mónio Gerardo das Pessoas

já desligaram, já desligaram e chegaram ao final da frase e depois, de facto, o Ministério

da Defesa tem essa particularidade que deve ser dos dinheiros que o mais dinheiro tem

é que ele possivelmente é menos escrutinado, porque, em primeiro lugar, em parte há razões

para essa falta de escrutina.

Há razões compreensivas.

Há razões compreensivas, não sei se a ideia é incrível, está essa falada de material

defesa e com as reservas todas que isso exige, mas ao mesmo tempo tem que se tentar combater

esse tipo de opacidade.

Agora, dentro da classificação casinhos, casas, casões, eu acho que este cai no casão

e portanto é preciso fazer um esforço para abrir a pistão.

Isso é o caso da acusação que levou à admissão do secretário de Estado da Defesa, que entretanto

deixou do ser.

Era para ir ao Parlamento esta semana prestar declarações, mas foi entretanto constituída

erguido, demitiu-se, cancelou a audição parlamentar que estava agendada.

A decisão do agora ex-membro do Governo parece-lhe justificada, Ricardo Araújo Pereira, ou,

como diz o Bloco de Esquerda, será um sinal de arrogância, e se não se explica ele,

tem de ir alguém do Governo dar explicações à Assembleia.

Sim, eu creio que tem de ir alguém do Governo, mas pelo visto do Governo, acho que não deve

de explicações a ninguém, porque as pessoas não estão interessadas em explicações.

Esta ideia de que as pessoas que ainda por cima falam com ele na rua, está tudo rodeado

do maoura de pureza.

Embora as pessoas sejam um grupo que não tinha que ver sobre isso, que não tem assim grande

prestígio.

As pessoas, a gente diz isso, que realmente as pessoas, a gente diz isso muitas vezes.

As pessoas atiram papéis para o chão, a humanidade foi à lua, é que compõe a humanidade,

pessoas, mas quando estão em modo de pessoas, não se comportam da maneira que a gente gosta.

Para as pessoas, nesta frase, tem algum, eu acho que o que ele quer dizer é o povo.

Ele não teve coragem de dizer o povo, até porque a palavra povo já está fora de moda,

mas o que ele queria dizer era o povo.

O problema é que ele achou que não teve lata para dizer povo, não quis dizer o povo,

a mim não me diz isso.

Portugal tem 10 milhões de habitantes, eu imagino que a maior parte sejam pessoas, e talvez

a totalidade.

E agora, as que falam com o António Costa na rua, quantas serão?

É a primeira coisa que eu ponho em causa, é a validade desta sondagem.

As pessoas que o abordam da rua, a mostra, a mostra para já, quando se fala na rua,

com o governante, em princípio de facto, a corrupção é o último dos problemas.

É possível que o António Costa dizer, as pessoas estão muito interessadas em marquises.

É isso que eu vejo, as pessoas veem, as pessoas dizem assim, não consigo fechar marquise,

não sei o que, a câmera não sei o que, e tal.

Em princípio, é possível até que as marquises estejam em primeiro à frente da corrupção,

mas isto é esta ideia de falar em nome das pessoas, de saber o que é que as pessoas,

presumir-se, saber o que é que as pessoas pensam, ser uma espécie de chama que canaliza

os problemas e aspirações das pessoas.

Isto tem um nome, isto tem um nome, não é?

Pópo, e a cabainismo?

O Pedro Mechia fica assim, com esta xarada, pouco xarada, ministro da Rua do Fala Só,

e estou em trago das pastas ministeriais por esta semana, temos de acelerar, porque já

consumimos grande parte do nosso tempo, e a altura de sabermos por que é que o João

Miguel Tavares se declara de Série B, e quem é o protagonista destes seus filmes,

João Miguel Tavares?

É o ministro Pedro Dão e Silva, que esta semana esteve em grande.

Quer falar da frase do ministro da Cultura, numa das várias entrevistas que deu esta

semana, criticando a Comissão de Inquérida à TAP, e considerando que os deputados se

comportaram como uma espécie de procuradores de filmes de Série B dos anos 80, muito específico,

viu, nas palavras da Dão e Silva, um desrespeito ao Parlamento ou uma apreciação crítica

legítima, por parte de um membro do governo?

Não, eu queria se separar, e isto tem duas partes, uma é, eu discordo do que o ministro

disse, e portanto eu não concordo com o que ele disse, acho que a CPI foi útil, claro

que você pode discutir, até que ponto é que ele não é tempo a mais, eu próprio

fiquei com semanas destruídas a ter de ver aquela coisa toda, portanto eu tenho alguma

empatia por aquilo que ele disse, mas o meu ponto não é esse, este é um daqueles

bons casos em que o ministro por acaso diz uma coisa que eu acho que está errada, mas

que as pessoas saltam não apenas para dizer isto que ele disse está mal, mas que o devia

ou não ter dito, e este é um daqueles casos em que eu acho que é verdade, pode se questionar

porque é que ele deu 77 entrevistas num intervalo de uma semana, que essa é para mim a parte

mais interessante, porque eu cada vez que abriar a televisão via Pedra Dão e Silva a dizer

coisas, acho que Marcelo ficou ciumente esta semana, e isso é um tema interessante

para discutir, agora, eu numerei destas entrevistas todas, coitado, tenho que emitir opiniões,

e portanto ter uma opinião sobre aquilo não me parece muito grave, até aches bem, depois

vira em deputados do PS chateá-lo, ou seja, e mostra um bom sinal que apesar de tudo

parece haver vida no PS para além do governo, isso é positivo, e depois cria para acabar

só dar um último exemplo daquilo que um governo não pode dizer, por exemplo foi quando

João Galamba decidiu emitir opiniões sobre o Aeroporto de Santarém, e isso é que são

coisas que ele não deve dizer, porque há uma comissão a trabalhar, e portanto pode

se sufrir isso como uma espécie de pressão, neste caso é um governante a mandar a dizer

coisas, não parece-se assim uma coisa de uma gravidade...

As primeiras críticas à frase do Ministro da Cultura vieram de la Serra da Sales, que

presidiu a Comissão de Inquérito, mas depois outros socialistas como Isabel Moreira, Alessandro

Leitão ou Pedro Delgado Alves também criticaram as declarações de Pedro Adão em Silva, o

que não levou o Ministro a retratar-se, como exigiu, la Serra da Sales, bem pelo contrário.

Acho um pouco surpreendente que ninguém se inquiete com apreensões telemóveis na Comissão

Parlamentar de Inquérito, ou com perguntas sobre quem é que se está a trocar mensagens

de SMS, ou com inquirições noite dentro, acho que nada disto contribui para o bom

funcionamento das instituições democráticas, o que eu disse foi apenas e só isto, espanta

muito que haja uma reação nesses moldes, porque da mesma forma que os membros do Governo

têm de estar, eu acho que têm mesmo, está totalmente disponíveis para serem criticados

todos os dias em todos os momentos, não vejo por que motivo, não podem criticar e fazer

reflexões críticas sobre o funcionamento de outros órgãos.

Adão em Silva, a elaborar ainda um pouco mais, depois de criticado até por deputados

do próprio Partido do Governo, desta polémica Pedro Mexia, como um caso em que o que há

para debater nas declarações de Adão em Silva é uma questão de forma ou de conteúdo?

Minha opinião, como acontece às vezes neste programa, é o contrário da Dujão Miguel.

Isto é, eu não discordo o que o Ministro diz, não perceba o que o propósito é que

o diz, isto é, não discordo o que o Ministro diz, tem que qualificar esta opinião.

Eu não discordo destas críticas, só que ele para nas críticas à Comissão e ele para

nas críticas ao comportamento da oposição.

E eu acho que a oposição fez algumas coisas discutíveis, mas uma comissão que chega

a um relatório onde não fala de três quartos de assuntos debatidos, por entendimento do

Presidente da Comissão do PS, Lacerda Sales, acho que se parar a crítica ali a espaço

que é parcial.

Não perceba exatamente porque é que o Ministro falou disso a não ser, pelo sentido em que

falou de tudo esta semana, e que está em campo e há uma víscima de express, há instruções,

que entrou-se centralizado de portas para que as pessoas comecem a falar e irem a lutar.

Agora, não me parece, não vejo a utilidade de eu se ter pronunciado sobre isso, na substância,

concordo, mas gostava que tivesse ido mais longe e não foi, naturalmente.

Adão e Silva, esticou-se, Ricardo Auz Pereira, ou limitou-se a fazer política?

Bom, Carlos, eu acho que são declarações a meu ver inúteis, porque, por de facto,

em princípio, esta é a posição de todos os membros do governo, acho eu.

Eu gostava, acorda-me quando um membro do governo disser assim, este escrotínio que

acabou de ser feito, ao meu governo, foi excelente.

Adorei.

Adorei a maneira como apertaram o connosco, foi ótimo.

Esta Comissão de Parlamentar de Inquédito foi soberba.

Está posto o despertador para acordarmos nesse dia, ou Ricardo Auz Pereira, e sim estáres

que eu preciso.

Por que é que o João Miguel Tavares se declara de Série Ib, quanto ao Pedro Mexia, diz sentir-se

com garantia.

Isso é uma jogada de Mestre ou um truque da Algebeira?

Foi uma jogada de Mestre.

Então vamos ver a jogada de Mestre.

Precisamos a falar das eleições em Espanha, marcadas para o próximo fim de semana, e

do frente-a-frente, ou cara-a-cara, como dizem os espanhóis, que aconteceu esta semana

entre Sanchez e Feijó, o líder do PSOE e o líder do PP, com Feijó a levar para o

debate uma proposta de acordo, assinala mesmo em direto, em que ambos se comprometeriam,

segundo esse acordo, a viabilizar um governo do mais votado entre eles, sem a necessidade

de se ocorrer em alianças.

Fiquei a proposta, vamos fazer esse pacto.

Eu deixo aqui o pacto e o firmo em este momento em frente aos espanhóis.

Se você é o candidato mais votado nas eleições, eu vou abstender na investidura.

Se eu sou eu, você vai ter que ser importante que deste debate saia-se uma conclusão para

toda a Espanha.

Que você, se perde as eleições, não vai optar para a presidência do governo, e se

perde o Deus, tampouco.

A proposta de Feijó, que Sanchez não aceitou, viu-se aliás a cara dele um pouco surpreendido,

traz-se este momento Pedro Mexia, que determinou a derrota, segundo os analistas e as fundagens

que se fizeram depois de Sanchez neste debate?

Não, não sei se foi só isso, acho que a calma de um e o nervosismo do outro foram

muito aparentes durante o Feijó, não é um tipo nada carismático, mas é calmo, ponderado

e corre muito bem o debate.

O que é que Sanchez teria a perder, aceitando isto?

Tem a perder, isso tem a ver com, vamos começar ao contrário, o Feijó disse uma coisa muito

simples que é, se o problema é, neste caso, o problema do PS ou é nós, PP, governámos

com o Chega, com o Vox, então comprometam-se a viabilizar um governo de nosso minoritário

e então assim está afastado o Vox, que é uma coisa que eu aliás falei nisso, em Portugal

a propósito dos Chega, nos assores, e eu acho que esta é uma atitude que os partidos

menos se trime direta devem ter, mas a segunda parte que é, que disse, ou melhor, não disse

dos Sanchez e não diz praticamente ninguém, incluindo praticamente todos os socialistas

com o que eu falei, que dizia assim, muito bem a direita que está contra os pactos que

o Chega, e eu digo, então mas vocês não entram na casa, viabilizam um governo minoritário

do PSD, isso logo se vê, olha bem, isto mostra que há uma instrumentalização da extrema-direita

para a parte da direita socialista, porque se, da esquerda socialista, eu também há

direita socialista, mas neste caso da esquerda socialista, porque se os socialistas não

querem a extrema-direita associada ao poder, tem que se comprometer, que votam consequentemente,

ainda bem que fez Jofês, que estava que o PSD também o fizesse.

Brevemente, uma frase, o que é que pensaria Ricardo Araus Pereira de um número político

destes em Portugal, em futuras eleições, trocando no caso o PP espanhol pelo PSD portuguesa

e o Vox pelo Chega?

Bom, cara, no resto de número, quer aqui, quer em Espanha, pelas mesmas razões é um

bocadilhão bravão, porque isto é a mesma coisa que andar durante 37 jornadas do campeonato

a roubar.

E depois, na última, no DRB, dizer, agora assina aqui um pacto contigo, em como nenhum de

nós rouba.

É, porque isto quer dizer, o Vox e o PP já governam em vários sítios de Espanha, assim

como o PSD e o Chega governam nos assores, e portanto dizer, mas a partir de agora é

que não conta.

Tá bem?

A partir de agora é que tu assinamos aqui um pacto e afinal não conta.

Então, em todas as regiões em que o PP está a governar com o Vox e numa região específica

em que o candidato mais votado foi do PSD ou é, e o PP está a governar com o Vox.

E num dos casos já se sangou com o Vox?

Sim, mas o que é que este pacto fazia?

O PSD e nos assores.

Aconselharia o líder do PSD em Portugal a usar a mesma tática, João Miguel Tavares.

É pena isto, não é?

Foi uma grande ideia do Feijó a se repetirem agora, vai ser acusado de plágio, mas eu

gostava de ter visto a reação do António Cosco.

Já sabemos por que é que o Pêda mexia-se, declara com garante, e agora vamos tentar

perceber e tem que ser mesmo em duas frases, Ricardo.

Por que é que o Ricardo era o espreiro a ser anunciado e viado?

Explique-nos-lá a razão do seu olívio depois de ter batalhado ao longo de semanas em torno

deste tema.

Muito bem.

Então muito rapidamente o que ela já chegou ao fim e o processo sobre o professor doutor

Miguel Ceabra que, como eu lembro, o delito dele foi escrever uma piada nas cortes de

um cartaz à porta de um sítio onde uma amiga dele, uma amiga dele ia fazer uma conferência,

e então a comissão para averiguar, avaliar e refletir sobre os factos e impactos e consequências

associados à situação desencadeada pela mensagem escrita pelo professor Miguel Ceabra

no dia 7 de março, era assim que a comissão chamava-se assim, por acaso o título que

sentava no verso de um cartaz dizia só o que foi escrito pela pessoa Miguel Ceabra,

que a comissão chegou a algumas conclusões, reuniu cinco vezes, cinco vezes, eu tive

acesso às atas, não consegui conter o riso sempre que a quinta reunião, vou ter muita

vontade de ouvir, a quinta reunião dizia assim, o enquadramento legal desta comissão

a figurou-se questionável, portanto o senhor cometeu o delito em princípio do ponto de

vista legal, não está tão questionável como a comissão que vai avaliá-lo, mas

enfim, mas é portanto, a figurou-se questionável, eles dizem que a mensagem do professor Miguel

Ceabra pode enquadrar-se na segunda convenção deste tabulo, pode ser um ato da sério e

violência contra as mulheres, mas há várias atuantes, felizmente, uma coisa que ele escreveu

com a sua caminhotinha nas costas do cartaz, é violência e a sério, mas há várias

atuantes. Todos os entrevistados sem exceção, mesmo

que habitualmente discordam onde Miguel Ceabra, manifestaram perplexidade com o sucedido e

com as proporções do assunto. Pois eu também. Mas eu visto, há lá uma conclusão da comissão

que dizia assim, este tipo não é proibido, exprimir a ideia de que o dia da mulher na

ciência não deve ser celebrado e que até há mulheres a mais na ciência, mas tem

que ser nos fora próprios. Ora, não sou o Miguel Ceabra, não exprimei essa opinião,

porque eu recordo, aquilo é uma piada, como? Segundo problema, quais são os fora próprios

por uma piada? Uma pessoa lembra-se de uma piada assim, lembra-me agora de uma, pera aí,

qual é o fórum próprio, a que horas é que eu posso ir onde? Eu acho que isto é ótimo

para o funcionamento da vida social e queria registar que este caso já está resolvido.

O do Boa Aventura, o do Boa Aventura, que eu não sei como é que é a convenção

de Istanbul, olha para as acusações que são feitas ao Boa Aventura, mas aqui elas

parecem que são mesmo graves, essa acho que ainda não há uma, esta já reuniu cinco

vezes e já do livro. O do Boa Aventura ainda não, porque o Boa Aventura não tem graça

nenhuma, se ele tivesse feito uma piada, em princípio já tinha saído da sentença. Cuidado

com a piada. E assim se encerra o caso e assim se encerra

também o programa, não há tempo para livros. Eu trazia um livro aliás que vou só mostrar

muito brevemente como uma homenagem. O livro seu esta semana, na semana em que morreu o

escritor romancista Milano Cundera e curiosamente, irónicamente, um dia depois saiu em Portugal

este livro que tem dois textos breves, são textos com uma longa história, mas não temos

tempo para eles e, portanto, conclui-se assim mais uma reunião seminal. Dois ou oito dias

ou a qualquer altura em podcast, os mesmos de sempre, Pedro Mexias, João Miguel Tavares

e Ricardo Broujo Bréria.

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Filmes de série b e buscas domiciliárias combinam bem. E, para ajudar ao espectáculo, uma polémica sobre um cartoon. Onde a coisa já começa a tomar outras proporções é quando um ministro liga para a administração da televisão pública a dizer que não gosta da programação. Será que esse membro do Governo tem condições para continuar a exercer funções como se nada fosse? Já é normal um ministro interferir em critérios de programação? Enquanto isso, o país discutia acaloradamente se um outro ministro devia ou não ter criticado, nos termos em que criticou, os deputados da comissão de inquérito à TAP. E um político na reforma foi arrancado à sua tranquilidade por buscas domiciliárias. O espectáculo de ironia que entretanto proporcionou foi a demonstração prática de que quem ler aquilo que vem a público demasiado ao pé da letra pode não entender nada da realidade em que vivemos

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