Alta Definição: Marante: "Cheguei a marcar três golos nas Antas pela Seleção Nacional de Júniores"

Joana Beleza Joana Beleza 8/12/23 - Episode Page - 42m - PDF Transcript

Bem-vindo, Marante.

Marante, estou com o solo, no Alca da França.

Sente-se mais, cantor ou ex-futbolista?

Eu senti-me um jogador futebol naquela altura.

É para ti o momento em que, em verdade, o músico acaba de começar a cantar.

Dediquei-me completamente.

Eu sou de uma aldeia, chegada a Verqueiros, que fica a 3 km de Muzão Frio,

e lá tinham-se outras atividades, era a barra, o pião e o futebol.

E nem dinheiro para bolas.

Quando vim para o porto, com 6 anos, então acabei a escola,

fez trabalhar, e aos 15 anos, na captação de jovens jogadores,

eu fui aos seus dias e fiquei.

Tenho memórias da sua vida, até aos 6 anos, quando foi para o porto, ou só depois.

Tenho memórias de tudo.

O que se lembra?

Tanto os meus avós, a parte da minha mãe como a parte do meu pai,

tinham campos cultivados, havia sempre um tanque.

O tanque que foi exigar a distribuição da água para regar.

E em Valmoreira, que foi o lugar onde eu nasci,

meu avô também tinha um tanque.

E então, um belo dia, um rapaz chamado João Mário,

fomos beber a água ao tanque.

E de um lado ele bota, e ele desequilibra-se,

e eu caí, puxou a minha roupa, e fomos de dois.

E houve uma senhora, chamada Angelina, que estava sentada mais acima um bocadinho,

e foi buscar, puxou.

E salvou-me neste caso.

Eu ia ter uns 4 anos, 4 anos e meio.

Tem um grande susto.

Foi um susto de morte, e foi um trauma que não sei nada.

E se calhar foi por causa disso, não sei.

Como é que era a vida nessa infância?

Minha vida era uma vida interna, que estima-se de dizer,

porque o meu pai trabalhava nascer pelo porto,

a minha mãe era costureira,

e repartíamos como o meu avô João, que era o pai de meu pai,

e andavam a forar ali, porque nas aldeias, naquele tempo,

a amizade era estrita, porque havia frio, no inverno,

mesmo até no verão não havia distrações.

Divertíamos até antes de jantar,

depois da escola, a jogar a barra, e depois havia o pião.

Era uma disputa um bocado mais completada.

Para que é que faltava o dinheiro?

O dinheiro era curto, era uma vida de pobre,

ou de remediado, como queiram.

O dinheiro para comer havia sempre?

Tinha de haver.

Depois havia uma certa amizade,

uma certa ligação entre as pessoas.

Havia sempre umas batatas, uma fruta,

porque nem todos tinham um campo, não é?

Em uma das suas músicas, Obrigado, Mãe Carida,

diz tantas coisas que tu me destes, quantas vezes a chorar,

e se mais não me ofereceste, sei que não pedias dar.

Minha mãe foi sempre uma pessoa trabalhadora,

porque era costuraíra e depois fazia serviço nas pessoas ricas,

lá e depois também no porto.

E nós estávamos sempre à espera, tanto eu como a minha irmã,

que ela chegasse a ver se trazia uns dos coitinhos,

a gente comia.

Reflete bem o que é o trabalho,

o trabalho que a gente fazia,

a gente comia.

Reflete bem o que é o trabalho de uma mãe

e os sacrifícios e o bem-estar e o amor

e todo isso de uma mãe para um filho.

Que gestos de carinho e de afeta

que guarda dos seus pais para consigo?

Havia espaço para isso nessa altura?

Havia de qualquer parte,

fosse dos meus pais,

o meu pai um pouco mais longe porque estava no porto,

mas tinha família, tios, vós e essas coisas.

Até vir para o porto,

fui mais criado pela minha mãe,

porque o meu pai trabalhava na CP.

E só ia à casa nas folgas.

Havia muitas saudades do pai?

Sempre.

Às vezes se não podia ver,

duas vezes que ele me acertou.

O que é que fez do Marante?

Eu devia ter seis anos.

E junto à Zanha,

havia umas oliveiras.

E foi um dia que eu nem imaginava que o meu pai fosse à casa

e eu estava no último ramo da oliveira.

E por baixo era um jane pedreira,

mas estava quem ia morrer, não ganhei potes.

Eu estava lá em cima, e eu soma subiu,

e eu não fui preciso ver ele dizer para descer.

Não me fez mal nenhum,

lá me voou para estravar assim,

atacar, segurar a casa,

ter ao centro,

até dormirzinho.

Foi uma bandada.

Foi um castigo de bandada.

Foi.

Foi porque não devia fazer aquilo,

não devia ter feito aquilo.

Mas violento, não é?

Às vezes há castigos

que fazem com que nós possamos aprender mais,

não só com as ações, mas também com a própria vida.

Todas as vezes que ele vê que não foram muitas,

mas foram valentes,

fui culpado.

Estudou até à quarta classe

e depois trabalhou em quê?

Quando às vezes à quarta classe

existia o exame da demissão,

que dava acesso depois a continuar a estudar

e deixava para que não criei a peste de domar.

Primeiro porque não tenhamos possibilidades

e depois porque ia trabalhar,

e então comecei a trabalhar com 11 anos.

Fui para uma casa de 1.000 dezas,

neste caso, de fazendas.

Ganhava, naquela altura,

se nós comparárem-nos com o do Neu 2,

50 céntimos por mês.

Por mês?

As mensagens cultas.

A fazer o quê?

Habia os patrões e os empregados mais identificados

com o trabalho, mais velhos que trabalhavam ao Alcão.

E eu era sempre por trás, né?

Fazer recados.

Depois fui empregado de drogaria,

droguista.

Depois, entretanto,

faliu e fui para o litógrafo.

O litógrafo já exigia um pouco mais responsabilidade

e eu passava 3 meses.

Era marginador de uma máquina plana.

A máquina plana é onde se fazia

gendas, calendários.

Depois eu tive um desentendimento

com um empregado escritório

porque nós fazíamos horas extra.

Nós saímos às 8,

depois trabalhávamos até às 20,

e depois sempre.

Não fui a dobra, tinha que falar.

18, 20, 18, 20.

E algum dia que a minha mãe foi mais cedo,

tipo, era às 7.

E eu, como estava habituado,

depois de 18, 20.

Fui chamado da escritória,

não sei o que mais.

E eu houve um espargado escritório

que me disse que eu queria adorar o patrão.

Pronto, foi um caso de trabalho.

Foi a próxima.

E então depois fui para uma fábrica de liares.

Era uma fábrica de carpinteria e marcenaria.

Vernis também tinha para envernizar.

E a pintura tinha lá torneiros também.

E aí, sim, ia tornear as bolas.

E era eu que fazia as caixas

dos jogos do Domino.

Polia as pedras no celular.

Fazia as buraquinhas para pôr os números.

Era eu que acendia o fogão

para aquecer o almoço perdoso.

Nós usávamos marmeita, não é?

E para as barreias, oficina.

Fazia tudo, no fundo.

Para o rapaz.

Mas eu gostei muito de aquilo.

E sempre que podia, jogava a bola

ou isso sobe depois?

Só a partir dos 15 anos.

E parece que era caraca?

Era bom jogador.

E o Maranto achava que podia fazer daquilo vida?

Há uma altura,

quando fui convocado para a Asseleção Nacional de Junas.

Eu fui ao Estado das Antas, fomos jogarem.

Ganhamos 4-1.

Rejúnior.

A Marqueta Rejbou.

E na semana a seguir, nos treinos,

eu sempre tinha uma carta de futuração de futebol

para ir aos treinos da Asseleção.

Nessa altura, era o grande Capitão Marveles.

E o selecionador era o de Vídeo Sequeira.

Correu bem,

só até ter uma lesão no joelho,

que não foi grande coisa,

mas naquela altura,

os jogadores eram descartáveis.

Não havia recuperações.

Fui substituído pelo lobo que jogava no Atlântese.

Foi um desgosto para mim,

porque o campeonato da Europa,

na essa altura, foi na Bulgaria.

E depois pronto.

Com 18 anos, vai para a tropa, não é?

Fui à inspeção.

Já era sénio.

Fui fazer e ser jogos,

no aliás, o Lordeilo.

E de ali fui para Grappa,

fiz a recruta,

depois fui para o Porto.

A especialidade foi errar telegraphista de engenharia.

Era morse.

Fui ver um livro digital,

mobilizado para Angola.

E isso é um choque?

Fui mais para a minha mãe.

Meu pai não.

Meu pai encarava a minha ida,

para Angola,

guerra colonial, não é?

Uma coisa normal,

porque ele tinha estado na Guerra de 45.

Agora, a minha mãe era um bocado complicado.

Na despedida, quando o Ember caiu aqui,

no caso da Alcântara,

na despedida,

eu tive que fugir da minha mãe,

chorava, gritava.

Enfim,

o meu pai disse,

vais para um lugar por rei,

e eu quero esperar por ti.

Acontecia, não sabia se voltava, não?

Ninguém sabia.

Ninguém sabia.

E foi com medo?

Não tinha medo.

Era...

Será que eu volte?

Será que não volte?

Por exemplo, tínhamos

uma ordem, uma sexta-feira,

bom, foi uma operação de 10 ou 15 dias,

segunda-feira.

Da lieta segunda-feira,

eu só pensava

minha mãe, pai, minha irmã.

A partir de um momento em que eu saía fora do quartel,

não pensava em nada.

Só pensava em lutar outra vez.

Agora, tudo era possível.

Teve 14 meses no mato.

14 meses num quartel, num mato.

E depois vim 10 meses para a intervenção.

Não era um batalhão de intervenção,

um novo problema, não é?

E em que condições é que viviam

nesses 14 meses nesse quartel no mato?

Aquilo era uma prisão com liberdade.

Era uma prisão

porque estavam cercados de arame.

Sempre, debidamente, guardados,

porque quem fazia outros forços, guardais da polícia,

tínhamos castigo.

Trabalhava na rádio do quartel.

Também tinha as horas, não é?

Era de 8 a 8 horas.

Mas gostávamos, por exemplo,

em praia de 5 horas,

quando havia o toque de ordem,

já vamos a bolas, de bola e bola.

Às vezes, a menos, não vamos à porrada,

a todos os bolotos.

É vindo tudo.

Quando viemos para a intervenção, era diferente.

Já havia possibilidade de irmos à praia

e depois havia a possibilidade de podermos vir à cidade.

Porque nós depois tínhamos duas roupas,

tínhamos a roupa que viajamos para a cidade

e tínhamos de lá um restaurante que tinha lá uns arromos

onde nós mudávamos a roupa,

depois vinha a espacidade já à civil.

Espertar as miutas?

Estavam, não?

Estavam todos.

Naquela altura, havia muitos cinemas ao ar livre.

Havia muita festa

e depois acabei por tocar num conjunto lá

e depois jogei futebol e fui campeão provincial, no Cazenga.

Onde conheci e jogou ao meu lado

e o querido amigo, o que já faleceu, era Gão Pinto.

Perdão camaradas na guerra?

Perdão.

Alguns.

Muitos faleceram em acedentes.

Eu estou a me lembrar o mais que era o primeiro cabo

em que ele ia de férias, porque havia muitos militares

ou então até soldados que vinham passar o mês a Portugal

e depois voltavam.

E sou eu, ou seja, coluna, que vai levar ao aeroporto

e vinham-os futar, não sei o que mais, no onemão,

aquele abicado.

E ele cai, morreu logo.

E as minhas picadas não se andavam muito prensa, não é?

O chão era saibro, muito duro,

de lugar para ter batido com a cabeça.

E fui eu que fiz a transmissão da mensagem,

porque quando há uma mensagem de morte,

chama-se uma mensagem zulu.

É um problema.

Agora imagino, por exemplo, o choque do outro lado de familiares.

Esteve alguma vez debaixo de fogo?

Sim.

Eu lembro que o mais perigoso foi a 500 metros de quartel.

Tivemos uma embuscada e tivemos que pedir socorro ao próprio quartel

para mandar morteiros, a ver se nós...

Eu devo ter feito 35 operações, mais ou menos.

Eu tinha um comandante que disse,

aqui toda a gente vai, pah,

aqui não há rádios, não é? Deixar de rádios.

Vais como aos outros.

Por causa de que era um comandante que gostava muito de mim,

gostava dele, embora fosse muito militarista e muito...

Reto.

Tanto era amigo, como também castiada.

E então, quando íamos para operações, neste caso,

levava o saco de reação, combate, à frente,

o rádio atrás, que era o TR-28, o RACAL,

levava uma antena horizontal, neste caso, de fio,

quando era dentro da mata, que é a antena vertical lundada,

e a antena vertical também.

E depois, levava um cinturão com quatro carregadores,

G3, e dois cantis d'água.

Mais tarde, e o que eu tinha se apoiado,

não vou andar agora carregado com as G3,

e então fui à ar-cadação, levantar uma pistola.

Tipo, andava atrás, mas tinha o gringo.

Listo é rumo.

Descrevi à família, e nessa altura...

Erogramas.

Vou contar com uma passagem em que eu sustei a minha mãe,

porque lá nós tínhamos as atividades culturais.

Houve uma ideia do caplão de fazer uma peça de teatro.

A peça de teatro chamava-se fábrica de maluco,

e a mim caiu-me, precisamente, o mais maluco.

Andávamos a ensinar, e depois fazíamos aquilo,

nos fins de semana, no nosso acampamento.

E então, há uma cena de meu papel com uma liberdade na cabeça,

e mando aquela fotografia para a minha mãe.

Incociente.

Olha lá.

Uma filha de bom tiro na cabeça, mais isto, mais aquilo.

E depois eu tive que praticar, dizer-me, uma peça de teatro.

E conhece a sua mulher também devia da correspondência, né?

Foi a minha madrinha de guerra.

Como é que isso funcionava?

Eu, quando fui para lá, não tinha direções na praia de miúmbro,

e havia um amigo meu que era vizinho dela,

que dizia que eu estaria já uma vizinha minha,

para setor madrinha de guerra.

Passava a sala de tesoura também,

porque de mim era uma maneira de passar o tempo.

Mas a minha guerra basicamente trocava uma correspondência, é isso?

Pois, trocavamos depois a correspondência,

porque era muito mais fácil, não é?

Porque as palavras que eu dizia para ela não eram para a minha mãe,

não eram iguais.

Mas era uma espécie de namoro?

Não, não, não.

A primeira era a conversa, conversava,

trocavamos fotografias,

ou um dia que tem que ser, não é?

Para de namoro e tal, aceita o bom.

Também por correspondência?

Sim, sim.

Era aquele género que eu sei dizer, e ela dizia,

pronto, eu aceito, e ia ver assim,

uma que será o semblante dela quando diz aceito, não é?

Mas pelas fotos agradava-de.

As fotografias não dizem nada,

porque normalmente o que uma pessoa faz,

quando vai criar uma fotografia, o que é aquela?

Não uma roupa bonita, e eu não sei o que mais.

Pronto, logo.

Começamos a namorar?

As cartas eram de diferença,

já tinha um outro cara e isso nada.

Quando é que a conheceu ao vivo?

Foi no dia que eu cheguei a Lisboa.

Passado com o tempo?

26 meses.

Aquilo parecia quase...

Comecei a ter um filme.

Olhe para ela, ela olha para mim e vê se vem.

E agora, o que é que eu vou fazer?

Não é que mais dá um beijo?

Você pensa?

E ouve beijo ou não?

Foi, claro.

Não podia ser de outra maneira, não é?

E quando volta a ver a sua mãe e o seu pai,

é também uma grande emoção.

Mais a minha mãe.

Mais a minha mãe.

Ah, choro.

Choro.

Mas ali, naquela altura,

não sei se ainda eu já sei, não é?

Podia se acreditar à vontade.

É uma alegria para um pai, mãe,

ver, passar...

Porque uma coisa é certa.

Não havia telefones, não havia nada,

não se ouvia a voz da pessoa.

Era uma alegria fantástica.

E era também um alívio de ter escapado...

Sim, sim, sim.

Isso era o mais importante.

Fora a atenção que eu vou dizer.

Às vezes é preferível ir de uma vez...

do que muitos que vieram...

com tirados.

Sem pernas, sem braços,

com doenços,

outros em cadeira de roda.

Havia muitas coisas.

Se calhar algumas coisas que ninguém sabe.

Algumas coisas que não foram ditas.

Ou porquê dessas pessoas se matarem.

Ou porquê desses militares morrerem.

Ainda está para esclarecer.

E chega a 15 de maio e casa a 8 de dezembro?

A 8 de dezembro.

Foi rapidinho?

Tinha que ser.

Naquela altura,

daram um contrato e o aproveitei...

para poder casar com a minha irmã.

E por necessidade de até casar em você.

Vou aproveitar e então fazer um contrato de 10 contos.

Por um ano?

Com os salgares?

Sim.

Eu fui ao antigo estádio do acadêmico...

e haviam um jogo de pré-époco...

entre os salgueiros e o búlgoste.

E eu fui bem.

E por causa de estar ali perto de Valenhar...

o diretor do departamento de futebol...

o viu-me.

O meu maradão.

Estás aqui, chamou o ministro...

e ele deu para mim a inserir...

como é que estás?

Físicamente.

Tudo bem?

Vai ter que parar.

Não.

Tá bem.

Entrei na segunda parte.

Marquei dois gols.

E foi aí que fizeram uma proposta para ficar um ano.

E conseguiu casar?

E consegui casar.

E foi pai cedo também?

Por causa de aia grave.

Não dá nas vistas.

E conseguiu...

que era com o seu filho Jorge,

que era com o seu filho Luís...

ter o tempo com eles que gostaria...

ou depois a profissão e as cantorias etc.

não permitiam.

Meus filhos são...

além de filhos, são amigos.

São...

Nunca interferi no que eles quisessem ser.

Cada um tem a sua opção.

Nunca os proibido nada.

Mas...

Estava sempre por trás.

Estive sempre.

E continuo a ajudar.

Lembras-te de grandes momentos que tenha vivido com eles.

Momentos felizes.

Mandaram pequenos.

Olha, um momento feliz foi quando nasceram.

O Jorge, como é uma diferença de oito anos...

do Luís, que está muito mais...

vida é diferente completamente do irmão.

Quando eu gravei um disco que era eu para vocês...

eu pedilhei ele para ir comigo ao estúdio.

Podias cantar.

Eu percebi-me que ele cantava muito melhor.

Mesmo até naquela altura.

E aí você não quer, não é?

Não quer.

Eu fui gravar e ele veio.

Eu estava a gravar a três montanhas.

E ele me disse,

oh pai, eu podia meter a segunda bola.

Ah, bála.

Mais para meter.

E foi a partir daí.

Mas não foi uma obrigação porque o impus.

Não.

Ele é que procede.

Eles hoje tomam um bocadinho de conta de si ou não?

Não.

Não?

Não aconselho?

Cuidado com isso?

Sim, sim.

Eu aquepeço às vezes a opinião.

Mas é musicalmente.

Porque Luís também é o meu produtor.

Eu tenho uma ideia.

Mas se bastam uma palavra às vezes de uma pessoa...

que esteja também dentro da música...

cada vez vai salvar a ideia que eu tenho.

Terminou a carreira de futebolista muito cedo, não é?

Mais ou menos perto de 27, 28.

Lovava muito a porrada, era?

Bom.

E eu até cheguei ao ponto de saberem que perna ia levar.

Era bom a dribular e preciso ter uma muda de velocidade.

Eu era uma pessoa tão aplicada nos tranches

que na minha vida só tive uma lesão.

E uma lesão olhe por acaso.

Eu tentei a dribular, a fazer umas coxas.

Estes garotos desarmou-me.

E eu fui com a perna, assim, pesado.

Uma descensão na virilha.

E depois, a única vez que eu fui expulso...

foi no estado de municipal de Cunha.

O que é que fez?

Me mudo um gado.

Foi, foi.

O que é que ele tinha feito?

Tinha dado um ponto a pé num cogumão.

O árbitro estava olhando para lá.

E o gado ia a minha frente.

E não é que o árbitro olha para mim.

E o gado me dá a me ver.

Próximo.

Não havia cartão de agrado.

Ainda trabalhou, antes de ser profissional da música,

numa loja de peças de automóvel.

Naquela altura, o Augusto, que é hoje o marido de banir-me,

o padrinho dele, e o tio tinham uma casa das sessões automóveis.

E eu, depois, deixei-lhe jogar futebol.

Não tinha rendimento.

Então, fui para lá.

Fazia o quê?

Era distribuidor de peças de automóveis.

E depois começa, então, a ser profissional da música.

Acabei por começar a cantar de uma maneira um bocada.

É engraçada, porque eu só tocava guitarra,

acompanhava variedades.

E, um dia, estávamos numa festa de natal.

E faltou um artista, um cantor.

E o maestro, José Quelles, virou-se para mim.

É pá.

Vaso cantar, não.

Hoje é o teu dia para cantar.

Eu não vou cantar.

Vaso baixos.

E assim foi escolhido.

Há uma canção naquela altura.

Há uma canção meio espanhola, meio portuguesa.

Já cheguei ao meu país.

Eu, quando formei o Diabasão, foi em 1980.

Já tínhamos o Diabasão com o automóvel.

Viralata.

Logo o tipo de viralata era um bulldog com os aos escultadores.

E, um dia,

somos convidados para fazer a passagem do ano

no hotel para Egoff, em Espirro.

O diretor do hotel diz,

ah pá, marante, viralata, e vai por no jornal.

É um bocado, um correfeiro.

Olha, põe a eclipse.

Aquela noite é a eclipse.

E foi.

E depois viemos, então, dialogar.

E eu lembrei que havia uma casa no porto

que também havia em Egoff, que era o Diabasão,

de instrumentos musicais.

E nós comparávamos lá e achávamos

agrupamento musical Diabasão.

E é sempre.

Por que é que diz que nunca mais vai ver um grupo assim?

É porque nós nunca mudamos.

Sempre fiéis.

Ficamos fiéis.

E eu estou me lembrando,

a Hala de Saldo seja a comparação.

Já nos expuseram esse nome.

Espenho que vai de português.

Podemos ser uma banda de baile como os outros.

Mas a história do Diabasão ficou marcada.

Pelo menos está marcada,

nem a música em português.

Nós somos uma banda que temos reuniões,

mensagens,

para ver o que é necessário fazer

e aquilo que de facto foi feito que não devia ser.

É difícil gerir o grupo?

Não, não. Não é.

E não é porque?

Primeiro somos amigos.

Depois lutamos todos pelo melhor da banda.

E depois todos sem opinião.

Respetamos as opiniões de todos.

O que é que o público quer?

Alegria.

Alegria e não só.

É muito bonito para nós,

a ser reconhecido na rua, em qualquer lado,

mas essencialmente que as pessoas acabem por cantar

é aquilo que nós fazemos.

E ele começa a cantar, por exemplo, uma suposição.

Dera portuguesa.

Eu sei, eu sei.

Porto.

Então a gente canta.

E isso é sinal de que as pessoas gostam de nosso trabalho.

Há uma coisa muito importante.

É nós nunca, nunca, nunca

mudarmos o nosso estilo musical.

E depois é assim, o nosso espetáculo

é um espetáculo de alegria.

Não há tristeza.

E tem a humildade de cantar em qualquer palco?

Ah, agora você está falando de falar em palcos.

E já tocamos em cima de tratores.

E já cantei em uma prajada de auto-caros.

Em uma localidade.

Três anos seguidos.

Porque não havia hipótese de rezar um palco para ali.

Na prajada de auto-caros.

Com a prajada, conseguimos enfiar todos.

E aquilo foi fantástico.

Não é por aí que nós deixamos ser canções.

E agora vamos tocar num palco grande.

E me diga seguir, o palco era quase metade do outro.

E eu estou a me lembrar.

Fomos quatro ou cinco anos seguidos.

Há uma das maiores festas de agosto,

que é a nossa sede de Assunção,

em Vila Flora.

É que nós estávamos num palco

com um palmo do chão.

E as pessoas estavam sentadas quase em cima dos meus pés.

E apareciam muitas belas portuguesas a cracasar, ou não?

Ai, se me sei.

Escalhar. Escalhar.

Ai, que lindas que elas vão.

Ai, que lindas que elas são.

Estas belas portuguesas.

Nós fizemos passagens de ano,

que mostrarás dez a acabar às seis da manhã.

Mas hoje é impossível.

Primeiro que as pessoas não estão lá.

E depois também nós andámos a pilhas.

É uma alegria fantástica para nós,

ver as pessoas, a divertir-se e depois.

Cada ano que passa, temos mais juventude na nossa frente.

E a pandemia veio a afetar muito o vosso trabalho.

A pandemia não afetou só o nosso trabalho,

afetou o trabalho de todos.

Era uma coisa que nós não estávamos a esperar.

Nós separámos dia 14 de março.

E depois o espetáculo que eu fiz,

foi 29 de julho de 2021.

Nós estávamos parados.

Podíamos estar a ensaiar.

Não interessava estar a ensaiar.

Porque quando nós começássemos a tocar,

se calhar tudo aquilo que ensaiámos,

já nem servia para aquela ampula.

E nós tivemos uma particularidade de um espetáculo,

que era dia 30 de maio.

As fechas do Eiras não foi possível.

Ficou para o dia 28 de 2021.

E então fomos fazer no dia 3 de setembro,

do mesmo de 2021.

E foi feita.

Com as de Deus regras, um espetáculo fantástico,

que nós gostamos de estar lá.

E acho que as pessoas também.

Mas aí,

via-se no rosto das pessoas,

o ressuscitar da alegria

que deixaram de ter durante três anos.

Ainda tem o mesmo gozo de andar na estrada.

É uma maravilha.

É uma maravilha.

É, é.

Nós estávamos no programa de televisão.

E o meu filho deu uma ideia.

Aí, podíamos fazer desta música

que tu fizeste para um videoclip.

Então, vale.

Dentro da carinho, todos a tocar lá dentro.

E tu aconzius a cantar.

E eu.

Vamos fazer isso.

Mas vamos fazer isso com instrumentos

que se compram nas festas.

E estará de plástico.

Vai saber.

A maior alegria é

ainda estarmos todos juntos.

Os mesmos.

E depois é com a satisfação que fazemos a viagem.

E depois há outra coisa.

Por muito que as pessoas digam

em Portugal não há sido onde vocês já não foram.

Há sempre um que não fomos.

É fantástico.

Porque nós somos identificados.

E há um cantor internacional

que disse-me a França.

O que eu que a mais gosto

é que as pessoas saem bem quem soube.

Foi Julio Iglesias.

Eu gosto de ser reconhecido.

Que eu sou reconhecido em qualquer lugar.

Mas eu não fico contento.

Não sei o que mais mesmo.

Não é nada que me possa mudar.

A bela portuguesa vendeu na altura

mais de 1,5 milhão de cassetes.

Foi impressionante.

E tem risco platina, vários discos de ouro.

A platina é o que temos.

Temos muitos de ouro e prata.

Sabe que às vezes vale mais

sermos quem somos

do que nos dar um prémio

que se calhar não condiz com o rosto.

Penso um dia deixar de cantar.

Eu vou dizer aqui o que eu penso.

Eu só vou deixar de cantar quando não pego.

Não é até que a voz me dou.

Quando eu ouvir que estou a mais

e eu vou utilizar as palavras

de alguns jogadores de povo

quando eu sentir que mando arrastar

nunca mais.

Quando a pessoa tem uma idade

que permite continuar a cantar.

Se gostar de cantar, cante.

Que conselhos é que dá a quem está

a começar nesta coisa da música popular portuguesa?

Que sejam humildos.

Só com a humildade é que vão lá.

E que não desistam.

A pessoa tem de lente, a pessoa gosta de cantar.

Seja mulher, seja o homem.

Tem que dar uma oportunidade

e continuar a dar oportunidade a si mesmo.

Eu já tive discos

que não tiveram sucesso.

Às vezes nós ouvimos uma canção

e a primeira vez já terem gostado.

Depois ouvimos a segunda, a terceira.

Final de contas, eu ouvi mal.

Não é? E acabam por ser exido.

Não queiram

que tudo aconteça de praça.

Tem que ter seu tempo e depois de cima de tudo

tem que ser eles mesmo, não podem ser os outros.

E eu, quando nós começamos

a primeira coisa foi

nós temos que ser alguém.

E esse alguém temos que fazer nós.

E temos que trabalhar para isso.

E quando comecei a tocar guitarras

é por os dedos em água e salo.

Por que? Porque não sabia tocar.

Pois carregava a linha.

Nas cordas até quase a fazer sangue.

Não foi por isso que eu decidi.

Às vezes podemos dizer assim

que tem que procurar a pessoa certa.

Mas tem que procurar os produtores certos.

Não.

E ele tem que procurar tudo certo.

Tudo tem que dar bem.

Agora tem a ter humildade

para darem energios e críticas.

Eu acho que o maior crítico

que eu tenho sou eu.

Quando faço qualquer coisa mala

é educado da minha cabeça.

Quem foi e quem será

Quem foi e diga lá

Quem foi e quem será

Quem foi e diga lá

O que lhe aconteceu já de mais estranho

nesses anos todos?

Em palco ou agravado

Eu caí de baixo de palco

Duas vezes.

Uma até caí de cabeça.

E por acaso, dada a minha

ginássico ou qualquer coisa

Caí de quase 2 metros.

E eu caí e consegui rolar no chão

e levantar-me as pessoas que ficaram olhando para mim.

E depois outra foi encandeada

para um follow spot.

Então assim o follow spot apagou

dei dois passos à esquerda

com o guitarra e tudo dentro

de uma tronca.

Acontece tudo.

Já estivermos em cima do palco

especialmente.

Mas como ninguém é redado a pé

nós continuamos a dar música.

Se não estiver no palco

nós continuamos educado.

E tem alguma coisa que faça sempre?

Obrigatoriamente

até para uma questão de quem canta

devíamos jantar, por exemplo,

três horas ou qualquer coisa antes.

Nós trabalhamos a partir do momento

que começamos a cantar o dia-fragma.

Começa a funcionar

e quando nos sentimos mal dispostos

às vezes não acontece, não há tempo.

Por exemplo, estamos aqui

numa aldeia

e o restaurante fica assim como

10 km.

O problema não é ir, o problema é voltar.

Porque quando voltarmos

está na hora quase

com o sol espetáculo

em um lugar para onde precisamos passar.

Já nos aconteceu ficar

quase um quilómetro do palco.

Temos que ir a pé.

De uma vez a outra estava príncipe.

Cheio. Nós também facilitamos

porque também entendemos os problemas

que as próprias delegações têm

para dar melhor.

As exigências devem ser

que as festas pagam

a comissão de festas.

Diz-se ao povo

quem lá vai

e, portanto, quem lá vai

só tem que fazer uma coisa, fazer um bom espetáculo.

Agora tem que ter condições.

Às vezes não são aquelas que nós queremos.

Temos que nos adaptar.

Pois, desde oas três.

Ou ficamos mal vistos

e vem logo aquela panzai.

Por isso tem a mania que são ledetas

e depois vai ter repercussão no futuro.

É verdade, porque é uma vontade própria.

E nossa,

o espetáculo é próprio público.

O mais decepcionante

é a pessoa. Acabou.

Acabou. Vira a costa e vem logo.

Mais uma canção da luz e vem por isso.

Como é que está de saúde?

Está boa. A minha saúde sempre esteve boa.

E está. Mantenha-se muito ativo

no exercício.

O que é que faz?

Quantas vezes por semana?

Todos os dias.

Últimamente não tenho oído por vários motivos.

Preparar o álbum

às vezes já dá a casa

bastante tarde

e outro dia levantar mais de agora as pessoas.

Eu não sou sua senhora.

Por exemplo, vai agora ver mais

os dias em que

o espetáculo seria impossível.

Porque outro dia temos outro outro.

Você está no ginásio?

Pois.

Se houvesse lá gatos no ginásio, não apanhará os pés?

Não. Por que?

Porque eu não gosto de gatos.

Mas a uma vez foi arrenhado, foi mordido, não?

Foi uma ocasião.

Estava na casa de meus pais

e é um mongeiro que bate nas horárias

e cai e cai assim aqui.

Por acaso foi aqui.

E eu levantei-me

e me tia a mão direita na janela.

Por acaso não me cortei.

E depois o gato ficou ali dentro

e eu tive que abrir a porta de parte

e abrir a porta do quintal.

Um gato que não pode estar tudo fechado.

Torna-se perigoso.

Lá foguei e lá fugiu.

Nunca mais.

Tem respeito, como se diz. Não é a minha de respeito.

E o que é que sentiu a diferença

de não ter continuado os estudos?

A escola até era um bolo.

Não me posso jogar-se.

Sou uma pessoa muito interessante, um pouco interessante.

Mas tudo aquilo que eu aprendi

serviu para aquilo que eu faço.

A vida ensina-nos muita coisa.

Eu ia para a tropa aprendi muito.

O que é que não se aprende na escola?

Se aprende na vida?

Na vida somos obrigados a viver a vida

e a viver como a vida nos proporciona.

Muitas vezes nós utilizamos

aquela palavra.

Quando nós nos sentimos sozinhos,

ele está por nós.

Temos que nos adaptar.

Temos que comer de tudo.

Às vezes parámos-nos com situações.

Se tivermos um bocadinho de conhecimento,

vamos procurar desenrescar.

E procurar fazer alguma coisa.

Se não temos, temos que pedir ajuda.

É cansado.

Há coisas que eu hoje sei.

E que eu vou aprender na escola.

Talvez que eu na minha terra tenham lápis.

Não tenha?

Não.

Eu escrevi safado.

E depois aqui no porto,

havia lápis, havia canetas.

Caderno.

Já havia pastas para levar os livros.

Neste caso, lá,

era uma saca das batatas.

Depois fazia-se uma saquinha pequenina.

Nós eramos obrigados

a cantar o i-nacional.

E também tínhamos aqueles professores

que eu, por acaso, também tive a minha dose.

Levamos bolitos.

Não.

A minha casa eu levei 40.

40 bolitos.

Vim de cada mano.

Eu tive duas particularidades na escola

que me custou caro.

Primeiro,

foi treze anos de beiros

para fazer o verão.

E como eu gostava era de jogar a bola,

fugia para ali.

Cheguei lá,

meti o caderno e o verão com o meio.

Só vai ver aqui, traz ao 4 ou 5 e depois.

Mas sabe,

eu via todos os meus, estava indo só,

tinha as folhas.

E depois,

foi-se de mais dramática.

Professor, que ainda me lembra o nome dele.

Quem é que fuma aqui?

Eu.

Com cuidado?

Tinha...

Eu.

E os seus pais sabiam que fumava?

Não.

Mas ele chamou-me de minha mãe disso.

Eu.

Tem saudades de que?

Da família que não tenho.

Não me arrependo

de nada fiz até hoje.

Voltava a fazer.

Tive duas atividades

uma de futebol

e agora musicalmente

dediquei-me tanto a uma como a outra.

Uma acabou,

tinha que acabar.

Começou a outra e vai acabar também.

Tem saudades dos seus pais?

Muito.

Nunca podia deixar de ter.

É assim.

Eu aprendi muito, muito com os meus pais.

Mais com o meu pai.

Aprendi muito

porque ele me ensinou.

Aquelas regras

básicas

que depois acabamos

de explicar que são fundamentais.

E as despedidas deles foram duras?

Se eu fizeram um balanço

entre o meu pai e a minha mãe

foi mais doloroso o meu pai.

Porque a minha mãe não fosse

que eu não estivesse à espera.

Mas o meu pai foi...

foi um...

um princípio de morte

um bocado esquisita.

Meu pai cai.

Cai

para trás, desamparar

porque agarrou-se a um sinal de

stop

à verda da minha casa.

Tantas vezes.

Centenas de vezes nos ouvi.

E cai para trás, de fato,

que a cabeça era um traumatismo crânial.

E foi por aí.

Meu pai nunca foi doente.

Nunca.

A minha mãe já foi ao contrário.

Foi sempre muito doente.

Desde

os filhos que faleceram ou nascer.

Mas éramos para 65

e que ficamos só hoje.

E já a parte final

a panéumonia e as másias e tudo

era um poço de dolgância.

E depois ficou bastante

debilitado

e acabou por uma panéumoria.

Marante tem fé, é um homem de fé?

Eu tenho.

Eu tenho fé

e não só.

Eu sou uma pessoa

que

acredita em Deus.

O que Deus quiser

não adianta dizermos que não

é aquilo que Ele decidir.

Não tem medo da morte? Não.

Tem medo de morrer.

Você tem que ir, tem?

Com licença. Eu gostava de morrer

de um momento para o outro.

Morar logo.

E que as pessoas depois dissessem o que?

O Marante foi...

Alguém lhe deva um pedido de desculpas?

Que eu saio ou não?

Quando alguém pede desculpas

é porque tenho a objeção de desculpas.

E é porque roubo.

Eu também já pedi de desculpas.

Então foi a melhor coisa que disseram sobre si?

Eu tive uma pessoa, uma ocasião

que me disse

eu tenho orgulho

em gostar daquilo que você faz

porque tudo que você faz e conseguiu

foi à sua custa.

O que é que dizem as suas olhos?

De tudo um pouco.

Coisas boas, coisas más.

Mas é assim, eu gostava que os meus olhos

continuassem a ver

primeiro

que tivéssemos

um mundo melhor evidente.

Porque não vai assim, não vai muito bem agora

mas é assim que toda a gente

que toda a gente fosse feliz.

Muito obrigado.

Obrigado, Rio.

E eu queria agradecer

que foi um gosto muito grande estar aqui

na sua presença e no nosso problema.

O gosto foi nosso. Muito obrigado.

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Filho de um funcionário da CP e de uma costureira, ainda hoje não sabe nadar devido a um trauma pelo qual passou ainda menino, tinha quatro anos. Regressa aos seus dias de infância com o saudosismo dos dias intermináveis em que jogava a barra e com o peão, da amizade "genuína" entre as pessoas e do dinheiro que se fazia esticar para se encontrar comida em cima da mesa. Estudou até à quarta classe e com 11 anos apenas lançou-se à vida. Ganhava, em dinheiro de hoje, 50 cêntimos por mês. Foi litógrafo e um faz tudo. Até jogador de futebol. E bom. Dizia, quem o conhecia, que ficou por se fazer um grande jogador de futebol. 

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