Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: Livros da semana: Rituais, política decente, mulheres iranianas é Dom Camilo

Joana Beleza Joana Beleza 10/21/23 - Episode Page - 7m - PDF Transcript

Os livros da semana têm o patrocínio RENOETEC.

Está na altura dos livros.

E esta semana, numa semana em que tanto deu que pensar

aquilo que há de insensato na ação humana,

nomeadamente nos cenários de guerra

que temos agora no Ticito dos Dias,

eu trago um livro sobre aspectos aparentemente insensados

do comportamento humano,

que, no entanto, estão presentes em todas as culturas

e não são coisas do passado, são traços bem presentes,

sejam eles de caráter religioso ou de caráter profano.

O livro chama-se RITUAL

e é um ensaio justamente sobre o modo como os RITUAIS atividades

aparentemente insensatas, que os antropólogos descrevem como

ações que não produzem qualquer resultado prático no mundo exterior.

O modo como esses comportamentos continuam a existir,

mesmo entre gente que se considera o mais racional possível.

Não é preciso ir muito longe para nos depararmos

ou para nos lembrarmos de alguém abater 3 vezes na madeira para evitar o azar,

mas este é só um exemplo banalíssimo,

o que não falta por esse modo de fora são RITUAIS,

muitos deles complexos e elaboradíssimos.

O autor deste livro, antropólogo e psicólogo cognitivo,

fascinado com a universalidade dos RITUAIS,

tem viajado pelo mundo a recolher casos dos mais diversos tipos de RITUAL,

há muitos exemplos neste livro,

e, sobretudo, a estudar o modo como essas ações humanas

aparentemente insensatas e sem influência no mundo exterior

acabam por ter uma função importante, tanto a nível social,

como até a nível individual,

dando aos indivíduos, em muitos casos,

um sentimento de pretença e influenciando-os interiormente.

Ritual de Dimitris Xigalatas, edição temas e debates.

O Pedro Mechia propõe política decente.

Sim, chama-se a luta por uma política decente liberal como adjetiva,

é do Michael Loser, que é um político álga americano,

uma figura importante do centro esquerdo americano,

e o que ele propõe neste livro é que, como se diz o subtítulo,

liberal é um adjetivo e não substantivo.

Isto é, liberal não designa apenas a família política liberal,

mas é uma qualidade que podem ter pessoas,

e ele tem um capítulo sobre socialistas liberais,

internacionalistas liberais, comunitariistas liberais, feministas liberais.

Ele diz um liberal, neste sentido, como adjetivo,

não diz que respeita a substância da crença das pessoas

em determinada mudividência,

mas ao respeito pelas regras democráticas,

a tolerância, o pluralismo, e eu gosto desta lista,

o ceticismo e a ironia.

Se uma pessoa tiver essas características,

é um liberal, seja de esquerdo ou de direito.

O João Miguel Tavares propõe um livro que homenageia as mulheres iranianas.

Sim, para que se perceba lá,

para os lados do Oriente,

ainda há gente que luta pelas boas causas.

Este Mulher Vida à Liberdade,

que é o título deste livro,

que mistura a banda desenhada com histórias reais que se passaram no Irão,

desde a morte da massa Amini,

que, em sábado de 2022,

ela foi assassinada pela guarda de costumes iranianas,

e, a partir daí, deu-se aquela tentativa de resistência,

absolutamente heroica, aí sim,

uma resistência heroica das mulheres e também dos homens,

tentando fazer face àquele regime horroroso.

E este Mulher Vida à Liberdade tem sido o seu slogan.

E a Marjana Satrapi, que é uma autora muito famosa,

do famoso parcer pílis,

que é um dos livros mais de BD, mais importantes das últimas décadas,

ela voltou, ela tinha abandonado a BD,

mas ela voltou para coordenar este projeto.

É um livro que vale imensa pena,

e também está aqui, porque abre agora o Festival BD da Amadora,

também a Ilustração em Guimarães.

É um grande livro e uma ótima oportunidade para recordar aquilo que está passando.

E o Irão tem algumas coisas a ver, provavelmente, com estas coisas.

Tem um ligeiramente.

O Ricardo Araus de Pereira recomenda...

comédia literária agora recuperada.

Isto é um tiro, Carlos.

Isto é um tiro.

E aqui aparece Giovanni Guareschi.

Aqui aparece Giovanni Nino,

e ele, para de me aderir a pequeno...

Giovanni Guareschi.

E chama-se, D. Camilo e o seu pequeno mundo.

Quando era pute de Fartem Gelleri, isto, e adorava,

tinha aquela edição da difel, acho que era de difel.

Basicamente isto é o que acontece ao seguinte.

É um vilarejo italiano em que o D. Camilo

é o padre e é reacionário.

E o Pé Pône é o presidente da Câmara

e é do Partido Comunista.

Há vários conflitos entre eles.

São boas histórias sobre radicalismo e muderação.

Há uma terceira personagem muito frequente,

que é Jesus Cristo, que está apregado na cruz

e fala muitas vezes com o D. Camilo.

Há muitas histórias...

Chamado narrador homeniciano.

Exato.

Há uma história que chama Animais e Pessoas,

que por acaso é engraçado a ler agora,

porque começa com um grande radicalismo da parte do Pé Pône.

O D. Camilo, de repente,

revela o desejo de marchar sobre Roma.

Acabam por-se a encontrar no meio e a...

Enfim, e acaba de ser uma vitória de muderação.

É normalmente o que acontece.

D. Camilo e...

O seu pequeno mundo.

O seu pequeno mundo está concluído, assim,

mais uma reunião semanal,

de hoje, oito dias, à mesma hora,

os mesmos de sempre,

também ao longo da semana em podcast,

Pedro Mestias, João Miguel Tavares

e Ricardo Bruno Esperara.

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Na estante da semana, há um ensaio sobre comportamentos humanos que aparentemente não produzem qualquer resultado prático no mundo exterior: chama-se simplesmente “Ritual”; a autora do famoso Persépolis, Marjane Satrapi, regressa à banda desenhada com uma homenagem à mulheres iranianas em “Mulher Vida Liberdade”; no domínio da filosofia política, há um ensaio que usa a designação de “liberal” como adjectivo: chama-se “A Luta por uma Política Decente”; e com a reedição de “Dom Camilo e o seu Pequeno Mundo” regressa um clássico do humor que junta, numa aldeia italiana, o padre Dom Camilo e o Peppone, o presidente de câmara comunista, numa relação de inimigos íntimos.

 

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