Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: Livros da Semana: Repouso, Direita, alimentação e progressiva

Joana Beleza Joana Beleza 7/22/23 - Episode Page - 7m - PDF Transcript

Bom, já que estamos a falar de um grande escritor, está na altura dos livros.

Os livros da semana têm o patrocínio RENOETEC.

Eu trago esta semana um pequeno livro muito apropriado a esta época do ano,

agora que chega o período das férias para a maior parte das pessoas,

o próprio Parlamento foi de férias esta semana, como já comentámos,

e o livro que trago é uma história do repouso.

Desengandam-se aqueles que pensam que a ideia de repouso se manteve inalterada ao longo dos tempos,

mudou e mudou muito.

O historiador Alain Corbain traça neste livro a evolução

que o conceito de repouso sofreu ao longo da história,

desde que Deus, de acordo com a narrativa bíblica, reposou ao sétimo dia.

A antiguidade remetia o repouso para a vida eterna, para o repouso eterno,

mas progressivamente a noção foi ganhando terreno, a ponto de se tornar um assunto político.

A partir dos miados do século XIX, foi nessa altura que surgiu a exigência de férias pagas,

e Alain Corbain chama ao período que vai de miados do século XIX,

miados do século XX, o século do repouso, nomeadamente com a criação dos sanatórios

e com a invenção do repouso terapêutico para a cura da tuberculosa.

Últimamente, explica o autor deste livro,

no mundo terbidante em que vivemos, o lazer veio substituir o repouso,

ou seja, deixámos de saber estar quietos.

É muito interessante esta história do repouso de Alain Corbain, edição Quetzal.

O João Meleau Tavares também traza a história, mas da alimentação.

Exato, chama-se História Global da Alimentação Portuguesa,

é mais um projeto dirigido pelo José Eduardo Farrante,

neste caso com a coordenação de Isabel Drummond Borara,

e são centi-uma entradas sobre relacionadas com a mesa,

portanto, isto é tanto como comida como vida.

Nós, de facto, passamos boa parte da nossa vida a fazer isto,

mas, muitas vezes, não refletimos sobre a história da comida

e como as coisas chegaram hoje à nossa mesa,

e, portanto, é muito interessante, tem muitas entradas sobre os nossos hábitos alimentais,

vai desde o século XII até ao presente, até ao século XXI,

aparente-se coisas como qual foi a primeira receita portuguesa de que há registro,

descobrir que é o manjar branco, no século XIV,

que é uma das minhas sobrevamezas favoritas,

no primeiro ano, sim, sim, a minha minha fazia isso muito bem.

E...

Acertamos o convite.

Sim, então, muito bem. Olha, Trêsa já sabe.

E também a entrada sobre sal, mel, queijo, açúcar, chocolate, café, cerveja, caça,

e é realmente muito interessante, uma boa leitura de feijos.

O Pedro Mexia traz um autor de esquerda a escrever sobre a direita.

Sim, na verdade, este livro tem um título enganador, porque chama-se Cultura de Direita,

e não só o autor de esquerda, é um italiano, como que eu ali acho, jovem,

chamado Furio Gessi, um livro de 79,

e, na verdade, é sobre a cultura de extrema direita, sobretudo os autores reacionários,

o Évoa, o Eliave, em certa medida, etc.,

e é alguém que, concedor dos mitos e das mitologias,

que ele extingue as duas coisas,

vai estudar essa direita, que aliás está em resurgimento agora, em vários países,

no seu, em quatro a cinco categorias, que vai ser muito útil,

até para compreender as reis filosóficas dessa direita,

o culto monólico do passado, o culto dos mortos,

e o que eles chamam os valores como aiúsculas.

Embora, como ele diz, muitas dessas coisas passaram para a cultura,

e não são apenas direita, diria que liberdade, igualdade e fraternidade

em meiosculas bastante pronunciadas.

O Ricardo Aros Pereira, que veio da Estraja,

traz um livro em estrangeiro, mas excepcionalmente,

excepcionalmente, tive no estrangeiro, trouxe um em estrangeiro,

que se chama Left Is Not Woke, ou seja, a esquerda não é Woke,

da Susan Nyman, que é uma filósofa americana que vive em...

Professora doutora, Susan Nyman.

É professora doutora, aliás, que vive em na Alemanha,

assim, americana que vive na Alemanha, é mais assim, é isso, João Miguel,

é mais uma pessoa de esquerda que está meio exasperada com isto.

Somos poucos, mas bons.

Aliás, ela diz que tem vários amigos que dizem,

''Vai, tu mas a esquerda é isto, será que eu já não sou de esquerda?''

E ela tranquilizou-se, e com a razão dizendo,

''Não, não, calma, eles é que mudaram, não fos de tu.''

E, portanto, ela diz que há valores da esquerda,

que não são os valores Woke, antes pelo contrário,

ou seja, a ideia do universalismo, em vez de tribalismo,

tem um valor central da esquerda.

A gente tem falado várias estas coisas aqui.

Talvez ela tenha ouvido alguma coisa.

Fazer uma distinção forte entre justiça e poder,

também é um valor da esquerda, não é um valor Woke, antes pelo contrário,

uma crença na possibilidade do progresso,

e ela, depois, acaba o livro dizendo, vou contar o fim,

que é, fazendo spoiler, que ela está conversa com um amigo,

que é um ativista indiano, um autor e ativista indiano,

que concorda com ela e diz, ainda acrescentava um quarto,

que é um empanho, digamos, um compromisso com a dúvida.

A esquerda, ou seja, a esquerda é essa ideia de antidogmatismo,

que o Woke, curiosamente, não tem.

Deixamos só dizer que há esperança,

porque há esta semana o vosso, em Coimbra,

a dizer, ''cuidado com o Woke-ismo.''

Pronto, é normal.

Não é tal vez por uma razão qualquer específica?

Talvez, talvez, talvez.

Left is not Woke, assim se conclui mais uma reunião seminal,

dois ou oito dias, à mesma hora, ou a qualquer altura,

em podcast, voltam os mesmos de sempre,

Pedro Mexias, o Miguel Davares e Ricardo Orozpeira.

Legendas pela comunidade de Amara.org

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Nos Livros da Semana do Programa Cujo Nome…, Carlos Vaz Marques traz “Uma História de Repouso”, João Miguel Tavares fala na obra “História Global da Alimentação Portuguesa”, Pedro Mexia divulga “Cultura de Direita” e Ricardo Araújo Pereira refere a obra de Susan Neiman, ainda sem tradução portuguesa, “Left is not Woke”.

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