Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: Livros da semana: Pina, Flaubert, BD e poesia

Joana Beleza Joana Beleza 9/9/23 - Episode Page - 5m - PDF Transcript

Eu trago esta semana, no último fim de semana da feira do Livro do Porto, um novo livro

do escritor Cristian Nandestak, como homenageado nos jardins do Palácio do Cristal, é um

livro posto, evidentemente.

Manuel António Pina morreu em 2012, mas só agora foi reunida pela primeira vez a obra

teatral que deixou, uma obra exclusivamente dedicada ao público infanto aos jovenil.

Durante mais de meio século, a par da Poesia e da Prosa Manuel António Pina, manteve uma

colaboração regular com o grupo Teatro Pé de Vento, são os textos dramáticos dessa

colaboração que se reúnem agora pela primeira vez neste volume, e inticulado simplesmente

teatro, textos inventivos do autor de O Inventão, que encontrava no teatro para os mais novos,

como sublinha, uma das responsáveis por esta edição, um ponto de equilíbrio entre

a Prosa e a Poesia Teatro de Manuel António Pina, edição a Sírio e ao Vim, um bom protesto

para uma visita à feira do Livro do Porto, que este ano homenagei o autor, e é precisamente

no Porto Cristal Pedro Mexia, que recomenda um clássico de Flaubert.

Sim, é o último livro, é um livro posto, na verdade, saiu depois da morte do Flaubert,

chamado Buvarra e Pé Couché, e que é um livro absolutamente delirante, basicamente

são dois homens de uma edade que se encontram e que reconhecem afinidades e decidem, não

tem uma herança, decidem comprar uma casa no campo e vão para o campo fazer o quê?

Para absorver todo o conhecimento disponível.

Para este livro, o Flaubert leu milhares de livros e estes dois sujeitos discutem a teologia,

discutem o romance histórico, discutem biologia, discutem vacinas e à medida que discutem

um assunto, como se tivessem, como se fossem na internet, em que há um link e passam

para o outro assunto, estão interessadíssimos a discutir um assunto e depois passam imediatamente

para o outro, sendo que evidentemente não ficam a saber nada do anterior.

E então é uma sátira intelectual, é esta a ideia de que há certezas sólidas, de

que há cultura geral, de que há conhecimento e é um livro muito difícil de ler, porque

são uma sucessão de discussões letradas sobre as coisas mais variadas e mais minuciosas,

mas é um livro muito divertido e lá está, muito pessimista.

O João Miguel Tavares está fiel à ilustração.

Sim, e a BD, para o caso dos um livro com bonecos, para alguém se indignar comigo.

Se for preciso gastar o tal cheque novo do António Costa, para não ter que gastar em

mangá, está aqui também a boa BD portuguesa.

Há três autores portugueses que hoje em dia acho especialmente interessantes, um deles

até o Pedro Enxia fala com frequência, que é o Francisco Souza-Lobo, há também o

Marquementes, mas todos esses nasceram na década de 70 e depois há a Joana Mose, que

já nasceu depois da queda do Mónio Perlin, parece que é possível, ela ainda nem sequer

chegou aos 30 anos e este o Mangusto representa, ela já tem vários livros, mas este é claramente

um livro de maior fôlego que ela editou até o momento e é um livro sobre a perda

e vale imensa pena.

O Ricardo Arous Pereira, para terminarmos, traz poesia e tem que ser agora só um verso.

Muito bem, chama-se quando a lua deixa a terra, é poesia traduzida pelo Jorge Souza-Brague,

que é um poeta do Porto, que ativa a sorte que conhecia em 1997, que já avançamos,

mas ele não nota preambular, diz que estava curioso em saber como é que as mulheres poetas

abordam as especificidades do seu corpo e da sua fisiologia, como por exemplo a menstruação

e as outras experiências.

Como é que ele é?

Com a dizer que ele é?

Sim, ele é médico, genécologista e obsteatra, aliás já se interessava por estas questões

que têm um livro chamado A Ferida Aberta, em que ele próprio tem poemas sobre este

tipo de coisa, então por-se a pesquisar há poetas de todo o mundo, mas sobretudo do

universo.

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Na estante, desta vez, o "Teatro" que Manuel António Pina escreveu para o público infanto-juvenil, pela primeira reunido e, livro, o clássico póstumo "Bouvard et Pécuchet", de Gustave Flaubert, a arte da artista visual Joana Mosi em "O Mangusto" e poesia só de mulheres traduzida por um poeta que, como obstetra, as conhece bem: Jorge Sousa Braga.

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