Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: Livros da semana: O mar, a fé, o filósofo conservador e contos para dormir descansado
Joana Beleza 9/2/23 - Episode Page - 6m - PDF Transcript
Está na altura dos livros e eu trago desta vez uma obra que nos convida a olhar a história
não a partir da Terra, como nos habituámos a estudá-la, países, fronteiras, conquista
territorial, mas a partir do mar.
Este livro que foi agora editado diz respeito justamente ao mar, a final, a maior parte da
superfície terrestre, trata-se de um livro imenso, também ele, como o Mar, que se vai
lendar aos poucos, chama-se O Mar e a Civilização, uma história marítima do mundo.
E isto, para nós portugueses, talvez seja uma abordagem bem menos surpreendente para
outros povos com menos contacto com o mar, aliás Portugal é uma das dos grandes protagonistas
de uma parte significativa desta história e também deste livro, sobretudo no capítulo
que trata do nascimento do comércio global, mas esta é uma obra que vai muito para além
disso e oferece-nos uma visão singular da história humana com implicações em aspectos
tão diversos como a arte, a religião, a economia, o direito, a evolução linguística e do
que já pude ler a erudição aqui reunida e a clareza de exposição do autor, fazem
deste livro uma obra de referência absolutamente recomendável.
O Mar e a Civilização, uma história marítima do mundo de Lincoln Payne, edição almedina.
O João Miguel Tavares, talvez ainda no recalde da vinda do Pátoa a Portugal, propõe um
livro de âmbito religioso.
Sim, não costumo fazer isso, mas é um tema que me interessa muito.
Este é um livro de Mário de França Miranda e ele é um sacerdote juzuita brasileiro,
mas sobretudo é uma pessoa com uma cabeça bastante aberta e que escreveu este livro.
O título é um bocado farfalho de um cristianismo sinodal em construção, mas o que interessa
é o subtítulo, a fé cristana atual sociedade.
E é um livro altamente recomendável para quem acha que é possível uma outra igreja
e que a igreja ainda tem muito para dar e para ofer o mundo.
É uma boa leitura para o Ricardo, eu espero que eu saquei do concordo da comigo, e também
porque o sino do Assembleia Geral dos Judispos vai começar em outubro e vai ser um momento
muito importante do pontificado Francisco e da igreja.
Pedro Mexia, traz um livro de um autor que tem estado a ser descoberto no panorama
de real português recentemente.
E é, rapaz, acho que é o quinto livro que traduz o Roger Scrutton, que morreu em 2020,
e que era um filósofo conservador, talvez o mais conhecido das últimas décadas.
E eu sempre gostei muito do filósofo Roger Scrutton, na política às vezes eram bocadinhas
asperantes, sobretudo nos últimos anos, mas este é um livro filosófico essencialmente
sem deixar de ser polémico, em que ele vai, portanto, é uma história da beleza daquela
série da Oxford University Press, a very short introduction, em que ele vai fazer um percurso
por aquelas ideias todas do Belio sublimo, o Belio bom, o Belio e a consolação, e depois
tem uma nota essencialmente conservadora que é valorizar na ideia da beleza o gosto,
o critério e depois a decadência que é uma dos temas dele, como é que passámos do Miguel
Ângelo, o Espreimo Sternner, que era uma das abominações dele, e o Roque, a arquitetura
moderna, eram um bocado marreta nessas coisas, mas é o Scrutton mais interessante para
mim, é o Scrutton filosófico.
O Ricardo era o espreiro, traz contos...
Os sidencionais e se contados às crianças...
Mas em versão politicamente incorreta.
Não, o contrário disso, chama-se uma noite descansada, que é para as crianças dormir
como deve ser, o autor é o Mário Carneiro, que foi meu professor no Liceu, portanto
isto é mais um daqueles casos de repugnante amiguismo, uma noite descansada é precisamente
por causa disso, é porque até os contos tradicionais infantis, que a gente normalmente
conta às crianças antes delas, irem dormir, são cada vez mais arte degenerada, que é
preciso exporgar...
Mas eu disse politicamente incorreta, mas queria dizer politicamente correta.
É isso sim.
Aqui eles estão desdvidamente expurgados de várias das imoralidades.
A avó não como o capuchinho.
Exatamente, isso nunca aconteceu, a avó.
Mas há alguns finais alternativos, porque às vezes, por exemplo, a Cigarra, na Cigarra
é formiga, a Cigarra, e bem, aliás, chama a atenção das formigas para ausência de
direitos laborais, e o final é bastante diferente.
Prontar vários, vários, bastante diferentes, embora toda a gente acabe não feliz para
sempre, mas o atual feliz para sempre, porque é uma vida longa e sustentável, e é assim
que acaba uma maior parte para eles e ainda bem.
E é assim que acaba este programa, também está concluída a primeira reunião da nova
temporada.
Voltamos dois, oito dias à mesma hora, com os mesmos de sempre, Pedro Mexias, João
Miguel Tavares e Ricardo Grosso Pereira.
Legendas pela comunidade de Amara.org
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Depois das férias, tempo para olhar a história a partir do mar com “O Mar e a Civilização - Uma História Marítima do Mundo”, tempo também para olhar para a fé com “Um Cristianismo Sinodal em Construção - a Fé Cristã na Atual Sociedade”, e escutar Roger Scruton, filósofo conservador e, para dormir em paz, “Uma Noite Descansada - Dez Contos Tradicionais Politicamente Correctos”.
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