Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: Livros da Semana: Nada, Nada, Nada, Ensaio Histórico, Salazar Confidencial e A Vida Airada de Dom Perdigote

Joana Beleza Joana Beleza 6/17/23 - Episode Page - 7m - PDF Transcript

Está na altura dos livros e esta semana eu trago um dos autores centrais na imensa revolução

estética e artística que aconteceu há um século, no primeiro quartel do século XX,

as diversas vanguardas que se sucederam tanto na literatura como na pintura ou na música,

não deixaram pedra sobre pedra, ainda hoje continuam a influenciar o modo como entendemos

a arte.

O pintor e escritor francês Françis Picabià, que foi um dos protagonistas desse período

artísticamente fervelhante, passou por tudo pelo dadaísmo, pelo cubismo, até pelo surrealismo

e sempre com o espírito provocatório e capaz de dinamitar mesmo aquilo em que se metia.

Neste livro, chama-se Nada, Nada, Nada, reúne-te isto em prosa do período dadaísta

de Picabià e é uma boa introdução ao espírito de um autor ainda hoje desconcertante, aliás,

um dos aforismos que encontramos aqui, exprime bem isso, diz apenas, Françis Picabià vira-se

sempre contra si mesmo, Nada, Nada, Nada de Françis Picabià, escritos, escolhidos

por Rui Manuel Amaral, tradução da Regina Guimarães, edição, seu nome.

O Pedro Mexer recupera um ensaio já com a história.

Sim, mas na altura ainda parecia que ainda não tinha história, chama-se ensaio.

A Revolução do 25 de Abril é um ensaio histórico, foi publicado pelo Dades Ferreira em 1983,

quando a Revolução ainda não era provavelmente uma questão longínquua, o Dades Ferreira

foi dirigente associativo, oposicionista, constituinte, ministros iguais estrangeiros

e muitas outras coisas, e era uma pessoa muito interessante.

E este livro tem uma particularidade que é, tenta fazer quase uma espécie de história

do presente, não é bem o presente, mas é o passado recentíssimo e tem muitos desdemunhos,

ele fala mesmo em história oral, tem muitos desdemunhos e tem muitas situações, não

de livros, não de textos que as pessoas conhecem, mas de atas, opúsculos, coisas daquelas que

são para ser que já têm, e que nos permitem ver o frevelhar da Revolução e têm sobretudo

duas sobretadas, duas notas telegráficas muito interessantes, que é a discussão aprofundada

sobre as estratégias durante o PREC do Partido Comunista, sobre a oposição entre estratégia

a curto prazo e a médio prazo, e sobre as forças armadas, que segundo Dades Ferreira

estavam ali a ver qual era a melhor maneira também de limpar a sua imagem, por serem

conviventes, naturalmente com o regime anterior, e tiveram um resultado melhor que tiveram

alguém tamalianos, que teve legitimidade revolucionária e legitimidade eleitoral.

O Mório, do 25 de Abril...

Tempo sem curto, escurso público, não tinha a crescidade dos dias dois, não tinha vares.

Exato.

Era muito suavezinho.

Então, o Miguel Tavares traz as cunhas a solasar.

Sim.

O jornalista Marco Alves andou a investigar a correspondência particular que foi enviada

a a solasar, é um trabalho muito exaustível, ele diz que foram mais de 70 mil páginas

que a Nôlera, e 70 mil páginas é muita página, e fez aqui um livro que basicamente

é uma espécie de reunião e de resumo dessas cunhas que chegavam ao presidente do Conselho.

A gente não chega a simpatizar com a solasar, mas pelo menos ficamos consolados a pensar

que o senhor sofreu muito a ler aquelas coisas todas, porque o nível, o nível de pedincheria

é realmente uma coisa vaciladora, ia desde o senhor ministro até a prima-lá de Santa

Combadão que só cria um lugar de jardineiro para o filho.

E isso é muito interessante, este livro, eu acho que é um livro a partir do qual se

podem fazer outros livros, e acho que é muito importante, porque eu acho que falta um lado

mais analítico, porque as cunhas são mesmo muito variadas, há cunhas que têm mesmo

ver com o exercício do poder e com os jogos de poder internos, outras coisas que às vezes

são quase actos de caridade, e portanto é preciso separar umas coisas das outras, e

há muito ainda para analisar, eu acho que é um tema absolutamente fascinante e faz

muita falta continuar a ser estudada, esta questão da cunha no estado novo, e esta

é um ponto a pé de saída e uma edição de ideias de lei.

O Ricardo Louss, o primeiro de trás, romance pícaro.

Exatamente um romance pícaro que se chama a vida aerada de Dom Perdigote, de Paulo

Moreiras, que eu me permitenci por não conhecer.

Chego agora quase aos 50 anos e é que dou conta de que existe Paulo Moreiras, e este

livro, portanto, o herói nasce no fim do século 16, cruza-se com muitas pessoas que

a gente conhece, é um romance pícaro, aliás há um trabalho do Paulo Moreiras sobre a

linguagem que nos transporta para a altura em que a ação decorre.

E portanto, é um divertimento excelente, e toda a gente sabe que quando eu uso a palavra

divertimento não é para me referir a coisas menores, antes pelo contrário, é um divertimento

excelente cheio de aventuras, é um romance pícaro, daqueles em que os capítulos são

todos começados com onde se conta que ou de como, por aí fora, e sempre cheio de

preipécias, não me ocorre, melhor, entretenho para...

Agora que não temos comissão de inquéria?

Exatamente, agora que não temos comissão de inquéria.

A vida aerada de Dom Perdigote, de Paulo Moreiras, assim, está concluída mais uma reunião

semanal, doja oito dias, à mesma hora, mas também, a qualquer hora em podcast, os mesmos

de sempre Pedro Mexias, ou Miguel Tavares, e Ricardo Grosso Pereira.

O que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é

que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que é que

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Carlos Vaz Marques aconselha um livro do pintor e escritor francês Francis Picabia que passou por tudo, pelo dadaísmo, pelo cubismo, até pelo surrealismo e sempre com um espírito provocatório e capaz de dinamitar mesmo aquilo em que se metia. Este livro – “Nada, nada, nada” – reúne textos em prosa do período dadaísta de Picabia e é uma boa introdução ao espírito de um autor ainda hoje desconcertante. Pedro Mexia aconselha “Ensaio Histórico sobre a Revolução de 25 de Abril” de José Medeiros Ferreira, José Miguel Tavares trás o livro de Marco Alves, “Salazar Confidencial” e Ricardo Araújo Pereira aconselha A “Vida Airada de Dom Perdigote” de Paulo Moreiras.

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