Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: Livros da Semana: Nada Mais do Que a Verdade, o Árabe do Futuro, Uma Família em Bruxelas e uma antologia de Osip Mandelstam
Joana Beleza 6/10/23 - Episode Page - 6m - PDF Transcript
Esta semana, o Renault Etec assume a pasta do...
espaço.
Não.
Não nos vamos armar em Carl Sagan e explorar por palavras em infinitude do cosmos.
Mas vamos falar de exploração.
O Renault Etec Full Hybrid tem tanto espaço que se fosse colocado no mercado de arrendamento
em Lisboa, no mínimo, seria alugado por 2.000 euros, no mínimo.
É verdade que não tem casa de bem, mas isso também é uma ideia conceptual.
Visto que para a maioria dos senhorios o que importa é receber no fim do mês, claro.
Mas pronto, se acha o contrário, pode carregar para parar-se ao anúncio.
Se não, pode continuar e saber que o eSpace tem até 777 litros de espaço de bagageira
para encher com o que bem e aptecer.
Mas por favor, resista à tentação de arrenar.
E por falar em espaço, já chega de espaço publicitário por hoje.
Bom programa.
Vamos aos livros então.
E eu trago esta semana um livro que é uma espécie de libel oposto contra Vladimir Putin.
Chama-se Nada Mais do Que Verdade e é uma coleta anidartigos, alguns publicados, outros
inéditos encontrados no computador da jornalista russa Anna Politkovskaya, depois de ser morta.
Na verdade, talvez possa dizer-se que são os textos, são estes textos, tanto da opinião
como de investigação.
A jornalística é que condenaram a morte Anna Politkovskaya, a autora que foi a jornalista
mais persistente e mais destemida na denúncia dos esquemas e dos crimes do Kremlin, foi
assassinada à porta de casa em Moscovo no dia 7 de outubro de 2006.
A coincidência, ou talvez não, o dia 7 de outubro é o dia do aniversário de Vladimir
Putin.
Nada mais do que verdade, artigos escolhidos de Anna Politkovskaya, edição El Sinor.
O João Miguel Tavares traz um novo volume de uma novela gráfica de sucesso.
Sim.
A banda desenhada quando entrou na idade adulta entrou muito à boleia de obras biográficas.
Foi o caso do Maus, do Archspyril, o manual, por exemplo, do Persepolis da Marjante Satrapi
e este o Árabe do Futuro do Riad de Satuf é desse nível de campeonato.
É uma história absolutamente extraordinária, já saíram seis volumes e essa é a coleção
total lá fora.
Em Portugal foi agora traduzido este quinto volume, não é propriamente até o melhor
da série, isto é mesmo um conselho para começam no primeiro e acompanhem porque
é uma história extraordinária do próprio Riad de Satuf que é metade sírio, metade
francês e aquilo que foi a sua infância até a chegada da idade adulta dividida entre
dois países e entre também um pai e uma mãe que se passaram a dar bastante mal.
O Pedro Mexia traz uma cineasta escritora, um livro de uma cineasta.
Sim, é este, este livrinho pequenino da Chantalá, que era uma cineasta belga que morreu em 2015
e que, enfim, os chinéfeles conheciam, se chama-se uma família em Bruxelas, morreu
em 2015 e que um dos filmes da era de 1965, chamado Jean de Alemã, enfim, o título é
mais comprido, ganhou aquele inquérito que se faz desde antes da revista Sight and Sound
como o melhor filme de sempre, o grande debate sobre se é ou não o melhor filme de sempre,
o que é que isso quer dizer?
Este texto, que é um texto muito curto, publicado em 1998, tem tudo a ver com o cinema dela,
tem tudo a ver com as memórias do Aloucausto, de que ela era filha de superviventes do Aloucausto,
de descendentes ou vences do Aloucausto, tem tudo a ver com a condição das mulheres,
tem tudo a ver com os silencios familiares e é um monólogo, ao mesmo tempo, muito pouco
sofisticado, deliberadamente pouco sofisticado do ponto de vista verbal, mas muito poderoso
e muito sofrido.
O Ricardo Araújo Pereira, eu trouxe uma russa assassinada e o Ricardo Araújo Pereira traz
um autor que também não acabou bem.
Não, está muito monotomático isto não está, porque é um autor a quem o está ali
não ofereceu uma ida a uma estância, da qual o Ósipo Mandelstam gostou tanto que nunca
mais saiu de lá, ficou lá para sempre.
É sempre difícil, Carlos, nós trazemos aqui os livros e depois falar de improviso
sobre eles, mas sobre isto eu diria que 30 anos depois de guardar minha fala para sempre,
esta nova antelogia de Ósipo Mandelstam tem 3 vezes mais poemas e 10 vezes mais textos
emprosa do que a versão anterior.
As prósas são tão extraordinárias como os poemas e mais inusitadas para épocas,
cheias de imagens fortes, vocábulos raros, comparações insólitas e, portanto, é isto
é...
Por que isso arma-se para?
Isto é o que me sai, assim de repente.
É só para dizer que tive a citar a linha por linha o texto do Pedro Mexiano, espereço
sobre o próprio livro.
Acho que tu próprio não me topaste, ou é não, Pedro?
Não me topaste.
Acho que sou a partir da terceira frase.
É assim que se conclui mais uma reunião semanal, 2 a 8 dias, à mesma hora, e a qualquer hora
em podcast, os irremudeláveis Pedro Mexia, João Miguel Tavares e Ricardo Uroso Pereira.
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Carlos Vaz Marques traz um livro que é uma coletânea de artigos encontrados no computador de Anna Politkovskaia, a escritora e jornalista russa assassinada à porta de casa, em Moscovo. "Um livro que é uma espécie de libelo póstumo contra Vladimir Putin", diz o moderador do Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer. João Miguel Tavares traz o Árabe do Futuro, uma novela gráfica de Riad Sattouf, Pedro Mexia aconselha Uma Família em Bruxelas e Ricardo Araújo Pereira andou a ler Osip Mandelstam.
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