Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: Livros da Semana: Linda Nochlin, Ruy Castro, Colecção PERERÊ e Flaubert

Joana Beleza Joana Beleza 6/3/23 - Episode Page - 6m - PDF Transcript

Mais uma semana, o tempo passa rápido.

Nesta, o Renue Tech assume a pasta do incontrolável, que tutela a incapacidade que nós temos

em controlar certas e determinadas situações.

Algumas delas, um tanto ao conta constrangedoras.

Por exemplo, um ataque de espirras incontrolável, uma gregalhada se encontrou-lo, um arroto,

um punzinho menos parado, quem nunca.

Os sons libidinosos dos nossos vizinhos.

Tudo isto é impossível de controlar.

Isto e mais uma nova edição do Big Brother, claro, que vai lá na 7ª edição.

Ao menos no Renue Tech, quase tudo é controlável graças a app mais Renu.

O aquecimento, o tempo de carregamento, os estofos, etc.

E é um descanso sentir que pelo menos no nosso automóvel temos controlo.

Assim como também é um descanso saber que o programa que se segue é incontrolávelmente

bom.

Por isso, aproveite.

Esta a leitura dos livros e eu trago esta semana um livro com um título irónico e

provocatório.

A própria autora, numa primeira versão, entretanto, corrigida, apresentava este ensaio definindo

como implicações do movimento de libertação da mulher para a história da arte e para

o cenário da contempo uraniedade ou, e vou continuar a citar, perguntas parvas merecem

respostas cumpridas.

A resposta cumprida é precisamente este ensaio, a pergunta parva é o próprio título

provocatório do livro, porque não houve grandes mulheres artistas.

A historiadora de arte, Linda Noslin, que ouvia a pergunta com frequência e que a considerava

parva, tentou desmontá-la nesta resposta cumprida, para citar os termos da própria

ensaísta, perguntas parvas merecem respostas cumpridas.

A resposta, este ensaio, portanto, foi publicada originalmente em 1971 e é um livro que viria

a tornar-se central numa abordagem feminista à história da arte com o propósito declarado

da autora de fazer uma revisão de conceitos como de grandeza artística, em quanto qualidade

inata ou de reavaliação das condições de produção artística.

Cita apenas um exemplo simplificado no livro, as mulheres viram-lhes negadas ao longo dos

séculos até ao século XIX, a possibilidade de praticarem o desenho perante um modelo nu,

ou seja, concluir a ensaísta, o que está em causa neste debate, não é o gênio individual

ou falta dele, é as condições em que esse gênio pode operar, porque não houve grandes

mulheres artistas de Linda Noslin, edição VES.

O João Miguel Tavares sugera um grande biógrafo de língua portuguesa.

Exatamente. Existem grandes biógrafos, muitos, é língua inglesa, mas em língua portuguesa,

de facto, infelizmente, eles caçam, o rio Castro é possivelmente o maior de todos,

ele tem livros extraordinários, como o Cheira de Saudade, a Biografia do Garença,

do Nelson Rodrigues, e agora, ele colocou aquilo que aprendeu a fazer aquelas biografias

num livro, que é esta, A Vida por Escrito, Ciência e Arte da Biografia, em que está baseado

em cursos que eu fui dando ao Lógeno da Vida, exatamente como construir biografias,

que é calém desse lado de prática e muito útil para quem se interessa pelo tema, também

está cheio de histórias, como o Sou Rui Castro é capaz de contar, e, portanto, é um livro

absolutamente delicioso que se lê assim de um fogo.

O Pedro Mecia traz Flober, num livro relativamente raro.

Sim, é um livro insólito sobre o que o Flober te espencou, fez várias versões, e a versão

final foi publicada em 1864, e a obra do Flober, a obra humanística do Flober, o cheiro

sempre entra a vida de província, a erudição e a fantasia, e este livro está fortemente

lá da fantasia, é sobre este ermite que vive no alto, uma cabera no alto na montanha,

e que é confrontado com visões, tentações, desejos reprimidos, e é um livro alucinante,

muito diferente daquele naturalismo sofisticado, embora também seja muito sofisticado do Flober,

e, como diz o Paul Valerino, um texto que vem neste edição com prefácio, em que ele

percebe que a tentação é a nossa condição.

O Ricardo Raus Pereira traz livros infantis.

Exatamente, e porque não, Carlos, os nossos espectadores e ouvintes podem...

Os nossos espectadores mais pequenos, que estão nessa altura a se sentir a este problema.

É o próprio país dos espectadores mais pequenos.

É uma nova coleção de literatura infantos ou juveniles, são clássicos da literatura

infantos ou juveniles brasileiras, coleção que se chama Pereira, e estes são os dois

primeiros volumes.

O primeiro, que se chama Flickts do Ziraldo, é a história de uma cor que não é bem

igual às outras, e por isso tem algumas dificuldades, mas depois, por acaso a história do livro

é curiosa e envolve o primeiro homem a pisar a lua, que confirmou que a lua é de facto

a cor Flickts.

Spoiler...

Desculpe-te.

Não, isso não vem no livro, pá.

Essa parte não é no livro.

O outro é Chico Buarque.

O outro é Chico Buarque, sim.

O outro é Chico Buarque, e é sobre uma menina que arranja uma estratégia por acaso inteligente

para vencer o medo.

Chapeuzinho amarelo.

Está concluída mais uma reunião semanal, dois a oito dias, à mesma hora, os mesmos

de sempre, também em podcast, Pedro Moschia, João Miguel Tavares e Ricardo Raus Pereira.

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 “Por que não houve grandes mulheres artistas?” Linda Nochlin defende que a nossa percepção de como as coisas são no mundo está condicionada e deturpada pela forma como enunciamos as questões, cabendo a cada um de nós perguntar quem as está a fazer e com que objetivo. Ruy Castro apresenta um guia de escrita de biografia, técnicas e desafios da própria arte de biografar. A Colecção PERERÊ ensina, através dos maiores clássicos da literatura infanto‑juvenil brasileira, como a língua pode ser uma cor, a língua pode ser uma festa. Ler Gustave Flaubert é ler Madame Bovary, mas não só. Também escreveu sobre eremitas que se confrontavam com tentações e desejos reprimidos.  

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