Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: Livros da semana: Kiarostami, António Araújo, Raul Brandão e Luísa Neto Jorge

Joana Beleza Joana Beleza 5/20/23 - Episode Page - 6m - PDF Transcript

Mais uma semana, o tempo passa rápido.

Nesta, o Renue Tech assume a pasta do incontrolável, que tutela a incapacidade que nós temos

em controlar certas e determinadas situações.

Algumas delas, um tanto ao conta constrangedoras.

Por exemplo, um ataque de espirras incontrolável, uma gregalhada se encontrou-lo, um arroto,

um punzinho menos parado, quem nunca.

Os sons libidinosos dos nossos vizinhos.

Tudo isto é impossível de controlar.

Isto e mais uma nova edição do Big Brother, claro, que vai lá na 7ª edição.

Ao menos no Renue Tech, quase tudo é controlável graças a app mais Renu.

O aquecimento, o tempo de carregamento, os estofos, etc.

E é um descanso sentir que pelo menos no nosso automóvel temos controle.

Assim como também é um descanso saber que o programa que se segue é incontrolávelmente

bom.

Por isso, aproveite.

Está na altura dos livros e eu trago desta vez um pequeno livrinho artesanal, cozido

à mão, com uma tiragem muito pequena, que é uma pequena preciosidade, é uma edição

da livraria Flanar do Porto, chama-se Flores Silvestres, e reúne poemas escolhidos de

Abbas Kiarostami.

O cineasta iraniano morreu em 2016 e ainda recentemente estiveram em exibição nos cinemas

dois dos filmes mais aclamados.

O que ele realizou, quem os viu e quem os conhece, não vai surpreender-se com a delicadeza

desta poesia por onde passa o espírito waiku, a fórmula tradicional da poesia japonesa.

Aliás, talvez não por acaso, a última longa metragem de Abbas Kiarostami foi realizada

precisamente no Japão.

Os poemas deste livro são poemas brevíssimos, poemas na maior parte dos casos, onde a contemplação

da natureza tem o lugar central, um exemplo apenas.

Para além do bem e do mal, o céu é azul.

Flores Silvestres, poemas escolhidos de Abbas Kiarostami, traduzidos por Bernardo Sá, edição

da Flanar.

O João Miguel Tavares traz um livro para crianças sobre azulejos.

Sim, mas é daqueles livros para crianças, que hoje em dia há cada vez mais.

Crianças crescidas.

Exato.

Crianças e depois os pais aproveitam para ler o corco aos mil e também aprendem imenso.

Este livro é de uma coleção muito interessante que a patológico faz para a imprensa nacional,

que está a ser um vários volumes, espécie de volumes de cultura geral sobre determinados

temas.

E este é sobre os azulejos, e é escrito pelo António Araujo, que é o ótimo ilustrado

pelo Filipe Abranches, e portanto é uma viagem para aquilo que é o azulejo português

desde o século XVI até o presente e onde se aprende imensa coisa de um tema fascinante.

O Pedro Mexia traz um clássico dos viagens de uma literatura portuguesa.

É mais uma nova edição das ilhas desconhecidas do Raul Brandão, que é cada vez mais conhecido

como um dos grandes escritores do século XX, um escritor muito suigeno, e ele tinha escrito

um livro muito conhecido também chamado As Piscadores, e este é quase como uma sequela,

ele vai aos ossores, em 1924, vai deliberadamente para escrever o livro, e ele tinha a intenção

sobre tudo visitar o Corvo e descrever sobre o Corvo, mas acaba por escrever sobre as várias

ilhas, o Livre Seiko, como disse em 1927, e esta é uma nova edição que tem que editada

pela companhia das ilhas, apropriadamente, uma brava editora da Ilha do Pico, e com a

apresentação do Vasco Medeiros-Cosa, tem, como diz o Pedro da Silveira, no perfácio,

tem três componentes, claramente, se reunem num livro de viagens, é um livro sobre paisagens

e figuras, mas também é um livro sobre o enigma dos ossores, há qualquer coisa que

está completamente longe do estereótipo, da visão turística ou abiatífica, e portanto

é, é como tudo que o Raul Brandão escreveu, um livro fascinante.

Ricardo Raul Espreira, traz a poesia de Luiz Anette Jorge.

Luiz Anette Jorge, sim.

Que ensina a cair.

Pois ensina, exatamente, esta é a terceira edição, na verdade, mas saiu agora há muito

pouco tempo.

É isso, é a poesia da Luiz Anette Jorge, a edição do professor Fernando Cabral Martins.

Foi meu professor, pá.

Não tenho, não pôr, não.

E meu.

E meu.

Mas e gerações que ele tem, ver bem, gerações tão longínquas uma da outra, e o professor

Fernando Cabral Martins consegue ensinar-las ambas, é impressionante.

Você foi tão desagradávelzinho.

Eu se foi por pósito, foi por pósito.

E a Luiz Anette Jorge, sim, é isso mesmo, tem, ela, por exemplo, um poema que se chama,

aliás, um poema dela muito conhecido e que dá nome, aliás, a um podcast sobre poesia,

que se chama O Poema Ensina a Cair, e que diz o seguinte, o poema ensina a cair sobre

os vários solos, desde perder o chão repentino sobre os pés, como se perda os sentidos numa

queda de amor ao encontro do cabo onde a terra abate e a fecunda ausência excede.

Até à queda vinda da lenta volúpia de cair, quando a faça atinge o solo numa curva de

algada subtilo, uma vénia a ninguém especial, ou especialmente a nós, de uma homenagem postma.

Vou retribuir essa maldade.

É a maldade, como?

Mas falo lerem vocês.

Está concluído a Análise da Semana, voltamos dois ou dois dias, ou qualquer hora, em podcast

com o Pedro Mexia, João Miguel Tavares e Ricardo Rojo Pereira.

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Na estante há, esta semana, poesia e poesia, um clássico de literatura de viagens portuguesa e um livro para crianças que fará com que os pais também aprendam. Neste último caso, o tema é a história do azulejo. A visita guiada leva-nos aos Açores, a bordo da riqueza literária de Raul Brandão. E os poetas de serviço são Luísa Neto Jorge e o cineasta iraniano Abbas Kiarostami.

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