Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: Livros da semana: jazz, Fernão Mendes, uma pessoa comum e o estigma da depressão

Joana Beleza Joana Beleza 10/14/23 - Episode Page - 7m - PDF Transcript

Os livros da semana têm o patrocínio Renault-Etec.

A gente está na altura dos livros.

Eu trago esta semana uma biografia invulgar.

É a biografia de um coletivo musical, talvez fora dos círculos do jazz pouco conhecido.

Talvez o segredo mais bem guardado da música que se faz em Portugal.

O livro de resto tem jazz inscrito logo desde o título, um título absolutamente jazístico.

Tocamos o que nos apetece.

O autor do texto é o jornalista e escritor Paulo Moura.

O objeto da biografia é a extraordinária Orquestra de Jazz de Matosinhos, uma big band,

que tem no reportório colaborações com músicos consagrados, internacionalmente,

como o guitarrista Kurt Rosenwinkel ou o jaffal Sid saxofonista Lee Connitz.

O livro surge por ocasião dos 25 anos de existência e da Orquestra de Jazz de Matosinhos.

Um projeto de uma escala e de uma ousadia invulgares em Portugal.

E é uma história que vale a pena conhecer para quem se interessa pelos jazz em primeiro lugar.

O livro traz para a boca de cena os vários protagonistas, os vários músicos,

os vários momentos de uma história em que a parte do improviso musical

houve muito trabalho de sapo, muito trabalho de plenimento e percebe-se como o entusiasmo do músico.

Pedro Guedes, o diretor musical, tornou possível a existência e Matosinhos

de uma Orquestra de Jazz de Nivel Internacional.

Tocamos o que nos apetece de Paulo Moura.

Se não encontrarás nas livrarias, encontra-se no site da Orquestra em www.ojm.pt

onde também se pode ouvir muita da excelente música da Orquestra de Jazz de Matosinhos.

O Pedro Mexia traz a reedição de um livro fundamental, na literatura portuguesa.

É um livro fundamental e da prazo portuguesa, juntamente com o Fernão Lopes e o Vierime

e outros clássicos.

É a progrinação, uma edição da Síria Alvin com a fixação de textos e notas do Sergio Guimarães de Souza.

E esse livro é particularmente fascinante por dois razões.

O fundamentalmente espinto andou pelas parajãs da Ásia, na Índia, no Japão e na China.

E o livro é muito interessante, além do maravilhamento literário e aventuroso que é.

Há dois assuntos que hoje em dia são muito discutidos e que têm muito interesse neste livro.

E que, aliás, o prefaciador e o organizador da edição explica bem na introdução que é.

Saber se o que ele descreve aconteceu mesmo, nós sabemos que algumas coisas aconteceram,

outras não aconteceram bem, outras foram inventadas e ele diz uma coisa muito interessante.

É uma descrição de um mundo subjetivo, historicamente situada.

E a segunda é se falar da nossa história e da expansão, significa automaticamente ser

patrioteiro e imprielista e ele diz não.

E este livro mostra, muito curiosamente diz o Sérgio Guimarães de Souza,

diz que este livro mostra o submundo imperialismo português.

Ou seja, mostra tudo o que são também malfeitorias que fazem parte também de algumas glórias,

porque a história é suja e é complexa e, portanto, é um livro que, além de ser uma maravilha literária,

é muito útil para os nossos debates contemporâneos.

O João Miguel Tavares traz um livro que é uma homenagem familiar do autor.

É uma homenagem familiar. Eu gosto dos livros também, os livros podem ser muita coisa e eu gosto de livros em lugares.

E este é o caso dele, é uma editora que eu não conhecia, chamada Oficina Noctua.

E o autor é Jorge Pinto, que ele é engenheiro de ambiente, é um dos fundadores do livro

e também é doutorado em Filosofia, já tinha outros livros publicados, mas que aqui decidam menagear a sua avó.

E ele próprio avisa que a sua avó é uma avó comum, nascida no norte de Portugal,

e mirou em França, regressou a Portugal, abriu um pequeno café.

Mas, como ele também explica no prólogo, diz-lhe muito bem que falta antes de falar de gente comum.

E esta é a história da sua avó-carmo, da sua relação com ela.

Mistura a texto com ilustrações, também muito boas e muito felizes da altura de um alusó descendente,

chamada Júlia da Costa, e é realmente um pequeno livro muito catita de lego.

Vale imensa pena.

O Ricardo Rous de Pereira traz uma reedição, mas de um livro monumental, que eu tenho no 10 segundos para apresentar.

É o livro do Andrew Solomon, que se chama O Demónio da Depressão.

Como tem para ir em 700 páginas.

Exato.

Para acabarmos numa nota alegre e feliz, o Demónio da Depressão, vou citar então...

É pá.

É mais vale-se se temos tão pouco tempo, mais vale-se ser o WG Sibald, aquele autor alemão

que morreu tragicamente num ocidente de automóvel em Inglaterra, que diz, é um livro que explora

os territórios subterrâneos de uma doença que está a ponto de se tornar endémica,

e que espalha o Estado presente da nossa civilização.

O autor é muito irudito para o lado, por outro, também acrescenta a história pessoal, pequenas

anecdotes, como é que se diz?

Não tem graça.

Episódios sim, episódios ilustrativos, e é interessante como o Riso também vai atravessando

o livro a um psicófama cêutico que o entrevista a certa altura, uma das perguntas que ele

faz para diagnosticar, é que se eu tenho dificuldade em rir-se, e agir-o a uma outra pessoa que

diz que...

É uma sintoma patológica.

É uma sintoma patológica a outra pessoa que diz...

Muito expandido aliás.

Os meus apetites, os meus apetites que são diminutos pela depressão, como por exemplo...

riso, sexo, comida, também fiquei feliz por essa senhora achar que os seus apetites

essenciais, além do sexo e da comida, o riso também está lá presente.

Um demónio da depressão de Andrés Solamã na edição da Catz Al, e assim se conclui

mais uma reunião semanal, voltamos para a semana, mas continuamos ao longo da semana

inteira em podcast, os mesmos de sempre, Pedro Mexias, João Miguel Tavares e Ricardo Morojo

Pereira.

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Na estante desta semana, Andrew Solomon demonstra em O Demónio da Depressão que o sentido de humor não está obrigatoriamente arredado de um tema de tal gravidade; um neto, Jorge Pinto, homenageia uma avó, pessoa comum, especial como todas as avós para os seus netos, em “Tamem Digo”; a Peregrinação volta a levar-nos por este rio acima, como grande clássico que é; e o segredo mais bem guardado da música que se faz em Portugal - a Orquestra de Jazz de Matosinhos - festeja 25 anos de existência com uma biografia assinada pelo escritor Paulo Moura.

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