Alta Definição: José Wallenstein: "Fiz o máximo naqueles 5 meses da vida do Simão, mas não consegui lutar contra a natureza"
Joana Beleza 3/11/23 - Episode Page - 43m - PDF Transcript
Bem-vindo, José.
Obrigado, um obrigado por convite.
Isto deve estar a ser um gozo fazer esta personagem, com esta perfidia.
É um gozo, especialmente a...
Estes tipos de personagens revelam muito do lado no negro do espírito humano.
Eu que sou, por natureza, tipo um bãozinho, vingo-me na ficção quando faço estes vilões,
para descomprimir.
Ei, vêm as tuas coisas. Nunca mais matareças à frente.
José Valençãi, 73 anos.
Estou, como sou, anual da defunção.
Tu vais falar com o teu pai.
E demove-lo desta ideia paradirma.
Demote-o-te o seu sobrinho na frente da imprensa.
Creio que é uma disposição genética, ou ambiente, a circunstância,
que o rodeou e foi fundamental para fazer o que faz.
Eu acho que foi fundamental.
Eu sou filho de ator, de ensinador, um pancás Valençã, escritor, dramaturo.
Foi durante muitos anos diretor do Serviço Teatro da Fundação,
que é o segundo banquem.
É um homem que desde sempre teve ligado ao teatro,
que nos obrigava a ir todos os dias sem nada.
Ver uma coisa qualquer, porque é natural.
E, para mim, o mais horrível era o teatro, era quando eu chorava.
Eu sou de 59, portanto, comecei a ter contacto do teatro antes de 25 de abril.
O teatro infantil era péssimo.
Mas pronto lá que me aquilo.
E, realmente, hoje em dia agradeço ter-me obrigado.
Tivemos eu e as pedições, eu e o sinhão, a veteada, porque pronto, criei a sábide.
Eu sou o pai que o leva para o palco.
Por acaso, fui ele.
Eu estava para a história sociologia e apanhei uma coisa chamada própria de Êltico.
Foi a introdução do décimo e o segundo ano, que antes fazia só até o séptimo,
e era dato na televisão.
Aulas, ainda que na televisão, aprendi bem, mas aulas eram muito chatas,
e íamos pyjama, lembro-me, perfeitamente, os senhores a falava-se de parar,
e eu acabava por introduci-lhe.
E o meu pai era diretor do teatro São Luís, e ensinaram-me um espetáculo.
E disse, por que tu estás com a vida assim, no caminho que não é útil, sem nada que fazer?
Não vais fazer figuração, ter, assim, um contacto do teatro profissional.
Tinha eu, 17, 18 anos.
Se inscrevi, escolhi, e isso foi meu primeiro contacto com o universo profissional do teatro.
Sente-se mais influenciado pelo seu pai ou pela sua mãe?
Despor ambos.
Os pais foram espetáculosos.
Para além de ser muito faves, muito cateniosas, nos daram muitos passos,
muita liberdade, muita responsabilidade.
São pessoas muito curtas.
Que gesto de carinho guarda deles para consigo?
O pai tem que saudades das mãos dele nas minhas costas, que é passar nas unhas, assim,
e fazer bestinhas com as unhas.
A mãe era assim, dos abraços, bairro, com bastante atenção, sempre cuidado.
Mas ao mesmo tempo, para deixar-nos a solta, um bocadeles de coco.
A mãe dava às vezes uns meliscões, quando a gente se irritava,
disse-me, tais-me arrepentado, assim, uns meliscões.
O meu pai deu-me uma vez uma...
E eu estava na idade estúpida da docência, na aborrecência.
A moça, enfim, de semana, que era obrigatória.
Eu, muito adolescente, muito aborrecida, tinha que comer com a boca dentro do prato.
O pai dizia, Zé, que eu escutei aos cima da mesa.
Zé tira os cotevelos de cima da mesa.
Zé, tira os cotevelos de cima da mesa.
Puma, que para trás foi a única vez que ele me tocou.
E passou-me a aglucer.
Pô, tira esse dia.
Que forma é que a herança aristocrática, que a família tinha, marcava a educação?
Havia mais rigidez, mais rigor, mais tipulino?
Não, o lado aristocrático é dos Wallenstein, von Borstein,
que eram os aristocratas falidos.
Eu acho que tive uma educação,
dos três palavras mais, e que é obrigado, se faça uma linda desculpa.
A minha mãe é obrigada a mandar com ela no passeio e eu sempre do lado de fora,
porque meus pais tiveram sempre preocupação com a nossa educação.
Fomos postos logo no Iço francês.
Estamos a falar dos 25 de abril.
A minha mãe, que era professora e pedagoga,
era das chamadas Cola Moderna, da Ecosia da época.
Tinha muito má impressão do ensino oficial,
e, portanto, todos fizemos o Iço francês até a quarta classe.
Depois ela dizia, e agora é a seguir, faz policial, para ver o que é vida.
Fomos todos para o público, justamente para nos confrontarmos com a diversidade,
com as dificuldades próprias de um país, portanto, na época,
miserável, portanto, ver o lado também não muito protegido,
daquela burguesia que vivia no Iço francês,
eram pessoas com alguns recursos.
E é só com a realidade de Marca?
Marca, eu lembro-me, perfeitamente, a brutalidade da mudança.
O mundo infantil e juvenil é extremamente violente.
Usava óculos, portanto, era logo um loco caixa de óculos,
chamava de Valendstein, alcoônia frontendstein.
E, pronto, eram miúdos, parece muito brincado.
Tinha aqueles mausões, muitas vezes metiam comigo,
agarravam-me uns testículos, não sei se viveram isso,
é de uma violência brutal.
Três marcas de automóveis, e uma pessoa...
Diz três marcas de automóveis.
Mas eu acho que é a própria brutalidade.
Eu acho que existe na infância, sobretudo nos rapazes.
E conseguia dizer os nomes dos carros?
Às vezes, sim.
Prontos que fizeram que acontecia tantas vezes.
Também não havia muitos, muitas semáticas na época.
Diz-se tudo o que queria dizer aos seus pais?
Não, acho que não. Acho que disse muita coisa.
Mas eu juro, acho que não disse tudo.
Verbalizava o amor?
E disse, mãe, adoro-te.
Acho que disse mais vezes, sou este mentir.
E o pai também, acho que disse mais vezes.
E eles assim?
Também.
Também. Era um ambiente muito afetuoso.
Acho que tive uma infância e uma docência,
bastante saudável e feliz.
A chegada dos gêmeos foi uma alegria para si,
se não sei, não sei.
Não.
Foi um momento talvez mais traumático da minha infância.
Eu fui uma criança muito desejada.
Os meus pais perderam a nascência.
Um irmão meu, se faleceu do parto,
com o cordão bulicado à volta do pescoço.
E os meus pais rapidamente tentaram ultrapassar
este drama dessa perda.
E fizeram aqui o Zézinho no mundo rapidamente.
Fui muito, muito amado.
E acho que quando desaparecem,
em vez de um, dois irmãos.
Nem a minha própria mãe sabia só sobre o parto que era gêmeos.
Antes não havia ecografias.
E vadiram no espaço afetivo,
de uma maneira brutal.
Temos de ter tornado um criminoso,
porque teve um tal impacto em mim,
um dia que estavam uns minis, como um mês ou dois.
Entrei no quarto deles.
E com uma tesoura,
estava a escolher qual é que matava primeiro.
E a minha mãe felizmente entrou,
agarrou-me o pulso e disse,
então, o que é que estás a fazer?
E eu não sei se não soubeia morto um Deus.
É uma imagem de infância para mim claríssima.
O ver a tesoura aqui,
era um inimigo eles.
Comparem que eles passam todos recando-se dois,
porque com dez já eram assim mais independentes,
mas independentes eu com cinco.
Ter aqueles dois rivais ocuparem o espaço.
Foi terrível.
E isso eu acho que marcou muito a minha personalidade.
Por quê?
Sou um bocadinho imado.
Não é que seja o cedo de trítmo.
Queres ser os centros das deteções,
mas há uma coisa a mim,
isso lado é sugestável.
Querias ser gostado?
Querias ser amado, sim.
É isso lado.
Gostar de ser amado.
Quer dizer, para escolher nada,
sou também gostado de escolher de melhor,
quer dizer, que quero que goste de mais,
mas sim esse lado de estar amado.
E depois, quando é que essa relação se apasigua?
Depois, quando eles pensam a crescer
e pensam a ver uma relação de irmãos,
foi uma relação de uma enorme fraternidade,
de crescermos juntos.
Quatro.
Três rapazes, uma rapariga, uma felicidade,
de crescer com uma família grande.
O 25 de abril apanhou no pulso sardo da adolescência.
Sou de 59, portanto, tenho 14 anos,
eu apanha-me ali muito fortemente.
Os pais eram antifascistas, sobretudo,
meu pai.
Chegou a ser preso os dias,
ele me perfeitamente disse.
Estar-nos todos à mesa, tranquilamente,
os seis.
E bater em a porta às oito da noite,
entraram dois senhores no ar sinistro,
pediram para o meu pai nos acompanhar.
A mãe me está assustada,
percebiu logo que era apito.
E ele teve desaparecido durante cinco dias,
sem se saber como estava.
A gente sabia que ele tinha sido preso pela apite,
mas não tínhamos qualquer contato.
Soligemente, a minha mãe conseguiu contactar
o José de Pedigal,
o presidente do José de Administração da Fundação Gulbenk,
que tinha muita influência junto do Salazar
e pediu para libertarem o social profissionário.
E por influência eu devo isso,
o doutor José de Pedigal,
o pai foi-nos para o hospital,
devem ter dado uns tabefes,
mas coisas assim.
Isso marcou muito o sentido da brutalidade,
da injustiça.
Foi a primeira vez que eu tive consciência
de que vivíamos numa ditadura.
Depois fui para o audiçoocamões,
que era uma espécie do seu regime,
onde iam os filhos dos políticos do regime,
o raço mais alto.
A minha mãe tinha sido lá de professora de português
ou de francês.
Depois do meu irmão Pedro, que foi para o audiçoocamões,
era obrigatório de usar a gravata,
intervalo grande,
o meu irmão Pedro, com outros colegas dele,
o combinaram, fizeram um monte de gravatas
no meio do pato e fizeram uma fogueira,
expulso do seu camões.
Quando eu cheguei ao luz do seu camões,
que tinha uma tia que trabalhava na TWA,
que era uma companhia da viação americana,
que já não existia,
tinha muitos Estados Unidos,
e ela trazíamos roupas de Estados Unidos.
Então, somos genes ali.
E eu gostaria e o próprio Primeiro Dias
ao audiçoocamões.
Quando eu entro, está lá um doutor,
Sérgio Correia,
que era um daqueles reitoros fascistas,
com o retrato do Marcel Cretan por trás dele,
um dos leite sinistro,
e que dá de me dar de calças,
não sei o que, na maneira de ir para a escola,
não sei o que,
mas por que não posso ser genes para a escola?
Não podia, tinha que ser calças de fazer.
No mesmo dia eu volto com as calças de fazer,
para um contínuo para o reitor,
e entro na sala do reitor,
assim, para coisas sinistras, escuras,
mas que eram horríveis,
porque não tem moção.
Isso é um velho,
uns óculos isques,
que então,
temos cá mais um vale de status,
vamos lá ter cuidado.
A verdade,
é que vinte dias depois,
que eu estava posto na rua,
arranjaram,
maneira,
aquela coisa dos intervalos grandes,
os minutos fazem uma bicha,
frente à cantina,
para correr em pássaros da Berlínia.
Eu ia para a porta,
perguntei para aquela malta para dentro,
partiu de um vidro,
quem foi?
O vale de status.
Não fui.
Durante uma semana,
era interrogado duas vezes por semana,
pelo homem que eu respeco,
que esteja morto,
chamado Gomes,
era uma espécie de disciplinante,
que me interrogava na sala dele,
uma coisa de loucos,
milho de treze anos,
com a lâmpada,
assim,
eu disse,
eu não fui eu,
então,
meu cresceu de bufo,
ficou cá fora,
esperava que isso ia,
entrava o bufo,
meu colega,
e eu voltava a entrar,
teu colega,
desde lá eu estou falando,
não fui, não fui,
tive esta pressão,
só para ver como é que era o regime.
Estou assim, isto,
foi muito tocado,
para estas investiças,
estas coisas de brutalidade,
isto era de ditadura,
e eu até,
passado uma semana,
depois desse interrogador,
já não aguentei mais,
contei ao meu pai,
a chorar,
e conversei,
o que não tinha feito,
e então fui eu,
porque já não aguentei mais,
aquela pressão.
Tirou-me imediatamente,
no seu cá de mão,
acho que foi lá,
o que usou o sérvio Correia,
assim, foi isto,
para criar futuros contestatários,
para que não se admira.
Desse sentido de injustiça,
e portanto,
sempre fui um antifascista,
e realmente,
tenho marcas,
bastante profundas,
do antigo regime.
Dizer à família,
que ia deixar o curso,
e seguir a representação,
foi um choque?
Não,
é uma grande alegria,
mas já está de domingo,
em casa.
Queria ver você dizer uma coisa,
vou inscriver-me na escola de teatro,
muito satisfeito,
eu só sugirei,
grande alegria,
um pai orgulhoso,
por causa de uma continuidade.
Tá vendo?
Por a luz,
ainda depois,
uma música,
minha mãe, na cozinha,
sei tudo,
eu fiz.
Sabe o que eu adoro,
também teatro,
exato,
mas,
faz-me só,
por favor,
não dizem maricas,
porque vinha aquela coisa,
aquela coisa,
que vinha muita,
uma voz sexualidade,
e, como soubesse,
mais uma voz sexualidade,
do mundo de desartes,
do mundo de atributos.
A minha mãe é assim,
a minha coisa,
é para não se deixe contaminar.
Mas isso,
com muita tornura,
é muito carinho,
é a primeira.
Seus pais foram ver a paixão segundo,
o Piero Paulo Paulo Jolinho?
De fora.
De fora.
O meu pai ficou um bocado impressionado,
porque o espetáculo era,
a minha estreia é assim,
como personagem já consistente,
já era muito impressionante,
em termos de exposição física,
moral,
o universo muito do filme do sal,
o santo-evento,
e isto estudou,
mas, portanto,
com ambientes de pedofilia,
no fundo era um evento fechado,
o teatro era muito pequeninho,
18 lugares,
esta distância,
e o público estava um pedaço de assista.
Ele tinha uma série de sexos.
Eu e a Teresa Robi,
dois cortes de luz,
e estamos a falar de 1979.
Não havia este tipo de...
Que se escou a época, sim, sim.
A época foi que eu fui entrado no cháreco,
peço a treve pai sete meses antes.
Eu ei que tinha um acidente em cena,
fraturei o sacro,
tive uma dama apancada no canto do cenário,
fiz uma subciática,
tive que abandonar o espetáculo.
Mas, pronto, diz que fratura ao sacro
fica para sempre bem com Deus,
o que eu ouvi dizer.
Tive que abandonar a peça,
mas a peça ficou sete meses em cena,
com filas à volta do teatro,
para comprar dedos,
porque foi um grande escândalo na época.
Esses pais estão a olhar uma coisa,
meu pai diz,
meu pai, não achou muito graça aquilo.
Isto foi para a férias marginal,
um delinquente.
Apaixonou-se muito.
Sim, eu sou um homem de paixões.
Eu gosto de ter a sensação de me sentir apaixonado.
É ser uma coisa muito fervilhante, muito perigosa.
A gente se perde o seu controle.
Foi-me no disco um amigo meu,
o amor é uma doença passageira.
Às vezes não parece, mas são muito emocional.
Gosto muita paixão e estar apaixonado.
O que é que eu fui fascinando?
Por quem se apaixonava?
A mulher é um ser incrível,
não só para parte obviamente física,
sexual, para dizer assim,
mas também porque eu acho que uma relação
com uma mulher serve como um espelho,
uma relação profunda de intimidade.
A mulher dá-nos um retorno
do que nós somos e vice-versa.
E as mulheres que eu tive na minha vida,
eu tive algumas,
as relações longas.
A mais longa foi 18 anos,
o mãe do meu primeiro filho,
que morreu contra o SP 21,
a vera.
E depois tive sempre a relação
relativamente longas.
A vera era 300 anos mais velha de coisa.
A vera era 300 anos mais ancheu.
Em 22 ela tinha 35 quando eu conheci.
A vera pintora, cenoura,
e um jovem com 22 anos com uma mulher
com 35 e se causa,
não é época algum tipo de espanto
junto da família.
Na família não, nada.
A vera sempre foi muito bem vinda.
Com 22 anos,
eu acho que era uma pessoa mais velha
de que a idade que tinha.
Tive uma experiência muito limita.
Foi o que a mãe me dá do corpo.
Tive um acidente brutal
num acampamento juvenil.
Eu fazia vela na altura
e estávamos um campeonato
de vela na Lua de Lides.
E estávamos nas tendas, nos jovens.
E eu estava com a equipa almeada
toda de uma foguera
porque eu estava assim,
uma meia morta.
Um de eles lançou,
e já te dá o corpo.
Eu tinha uma moção de vela vestida,
que lhes poliu.
Eu fui de uma chama humana.
Felizmente tinha aberto,
ofrecido pela querida fundação
por causa de Estolmenha,
a primeira unidade de queimados
em Portugal, no saldo da vida.
De dois meses, já na tenda,
entre Skylart e Vemcoma,
e como induzido,
mas de Vemcoma atirecendo
como é uma sensação muito engraçada.
Como é que é?
É de uma paz,
uma sensação que eu tenho.
Como se estivesse a fortuar no ar,
em alguma coisa,
como se tivesse de ter mais espaço.
Mas pronto, o queimado era uma espécie
muito violenta.
E eu saí dali,
dois meses depois,
eu acho que deu-me um puh.
Porque, pronto,
tive atravidez à morte.
Um lutador,
de solidão,
só desita às quartas férias.
As quartas férias só.
Só eu podia ver uma visita
e era atrás das 70 caras transparentes.
Os enfermares manipulavam-nos
com os braços,
com as mangas.
Davam-nos umicamente,
sua comida era um feixe é claro.
E dois meses,
já na tenda,
é assim uma coisa.
Eu senti, tipo,
nem um monge de tipo tânio.
Então, eu tinha o...
a dor, né?
A dor.
Apesar de estar medicamente,
já apoiar o doutor físico,
é uma experiência.
Aquele livro...
tinha quedado nesse episódio?
Nesse episódio,
nos anos 17.
Nos anos 17.
Sempre foi uma pessoa mais velha
do que realmente era.
Aos 27 anos, quando sabe
que vai ser pai,
é uma alegria?
É, uma grande alegria.
Não estava à espera,
foi um acidente.
Eu já estava em Lones,
fazendo uma pós-gravação em Teatro.
Tenho apetido uma bolsa com o beco.
E a velha,
digamos, é, estou grávida.
E eu voltei,
me abonei o curso e vim,
diretamente para Lisboa,
para acompanhar.
Foi uma grande alegria.
Depois foi a desessão do Simão,
que tinha de nascido,
contra isso, minha 21.
O pessoal soube,
no momento, no ximen?
Sim,
para um médico completamente estúpido.
Eu quis ir lá às estromas,
mas o meu irmão pense
felizmente segurou-me.
Então, a vera tinha mais 25 anos.
Tinha indicação terapéutica
para fazer a melhor certeza.
Ele era um homem extremamente conservador,
viu na campanha contra o valor,
depois mais tarde.
É uma certeza que se fazia
até aos dez semanas.
Tive que ir ao Lones,
fechar umas coisas,
e a vera foi sozinha ao consultor.
E o raio do médio conseguiu
convencer a vera.
É não fazer a melhor certeza.
Não é preciso.
E o consultor,
e não sei quem é,
ele disse,
a melhor certeza.
Ah, não é preciso,
está tudo bem.
Não sei o que ele fez,
mas não é preciso.
E a verdade é que nasceu o Simão
contra isso, minha 21.
Mas o momento do parque,
um momento feliz,
eu não assisti ao parque,
foi no público.
Na altura não se assistia.
Foi na matriadada frente da costa,
porque o Simão nasceu
com o bebê de permatur.
E estamos a falar a 86, né?
E as melhores condições
que existiam a bebê de permatur
eram na matriadada frente da costa.
Estava no ala-chefe de indamento,
tirando esta infelicidade.
Como é que ele dava um notícia
de que pode haver alguma coisa
que não está de acordo
com o que era esperar?
Foi o meu pai que me ligou.
O Simão nasceu durante o momento.
Eu ia fazer a digita ao meu filho
às três da tarde.
E lembro-me perfeitamente
com o telefone a tocar.
Era de telefone fixe.
E o pai dizia, olha,
acabou de me ligar.
O médico, o amigo dele,
ligou-lhe imediatamente.
Ele ligou-me a dizer que o Simão nasceu
contra isso, mil e vinte e um.
Ele sabia bem que era
para os mongolismos, sim.
Tinha visto o Simão,
mas não tinha nenhum contacto
com essa realidade.
E passei a ter,
porque ela foi obrigada a isso.
Primeiro filho,
então ela teve ali
uma fase de rejeição.
E eu tive que...
pronto?
Parei com tudo o que estava a fazer.
Consegui dedicar-me
para andamento ao Simão.
Qual é que era a perspetiva?
Passou o diagnóstico?
Não tinha um diagnóstico bom,
porque dados da época,
dotados das crianças,
quando isso, mil e vinte e um,
nascem com uma deficiência
na formação cardíaca.
Então, às vezes,
aqueles exigentes não estão
bem separados.
Eu tenho muita tendência
às infecções respiratórias.
E a perspetiva era o conseguido
sobreviver até o ano de idade
e poder ser operado.
Na altura, se não se podiam operar.
Porque essas coisas com aquele problema
até ao ano de idade,
no fugimento do Simão,
não resistiu.
E com muita relegabilidade
para um hospital tão destefado,
que é um hospital pediático,
um desboa.
O que é que se muda na cabeça
e no coração dos pais?
A maior necessidade de deputação,
maior amor?
Sim, amor, sem dúvida, é preciso.
O problema de uma criança
encontrada em 1621
é que não tem um nível
de desenvolvimento psico,
motor, intelectual.
Há mesmo ritmo.
Há mesmo necessidade
de uma criança normal.
Faz tudo muito mais tarde.
E pior, o que é do nível motor,
que é do nível mental,
que é do nível verbal.
Portanto, o que é que é preciso fazer?
É chamar de uma estimuação percoce.
Portanto, fazer de trabalho
que faz daulas
para ajudar a tentar
ter um desenvolvimento psico
ao motor mais ou menos normal.
Mas é sempre atrasado.
Na altura, esse mundo era um mundo um pouco
desentro, fechado, tecnicamente
muito pouco preparado.
Porque havia sempre aqui uma coisa
assim um bocadinho, como se fosse
muito um bocado fechado, um pouco sombrio.
Não se falava muito disso
nas experiências.
E eu consegui ir para o ISF
que tinha uma disciplina justamente
de desenvolvimento psico-motor
para crianças destas experiências.
E uma equipa de gente nova,
muito entusiasmada e uma coisa
sem ser pesada.
Eles divertiam-se com os miúdos,
pessoas muito queridas, muito afetuosas
e tecnicamente muito bem preparadas.
Eu fiz o que for possível,
eu amasse-me que os 5 meses da vida do Simão
dê a minha vida a ele.
Mas pronto, não consegui lutar
contra a natureza e a fatalidade da morte.
Havia uma centelha de esperança
nesses 5 meses, ouviu uma resignação?
Não, não, não.
Não sou de uma resignar.
Eu fui à luta.
Eu fui à luta de querer.
Contra isso, meu, eu sinto isso.
Eu sinto o filho.
O sangue do teu sangue.
E filhos, para mim,
são as coisas mais importantes.
Uma vitalidade, uma paternidade.
Eu sinto isso, os meus.
Uma coisa canina.
E, portanto, como eu sinto isso,
o meu ambiente e o meu filho.
Para o ajudar,
para passar o que fosse possível.
Agora, uma má formação cardíaca,
isso não é difícil.
Não sou médico, não sou serigiano.
E não pude fazer nada.
E a natureza decidiu por mim.
Estava junto dele?
Não, não.
Teve uma criação entre os fãs.
Os pais não podiam estar.
Não via muita essa coisa
dos pais poderem estar com os filhos nessa época.
Me fazia uma certa impressão.
Um pequenino.
E ligaram
no hospital dos fãs, a dizer que ele tinha falecido.
Teve um misto de sentimentos, uma profunda tristeza.
O que era a perspetiva
era um sobreviver
de ser operado, algo como o ar.
E ter uma vida
com o filho que eu trouxe em 1921,
com o que tudo isso representa.
Eu vejo, é difícil.
Felizmente, isto pode ser estranho
para dizer
a natureza resolveu o problema.
E eu
tive um misto de sentimentos
a perda de um filho que é uma coisa terrível
mas é uma coisa pior
para dizer um filho.
Mas ao mesmo tempo
uma certa, uma sensação
da livre.
Por isso eu digo com toda a amostidade.
Porque o perspetivo é o que seria a vida dele
e a sua vida e a vida da família?
Sim, claro.
Os problemas que ele os minutos tem
e depois a produtora
tem consciência que são diferentes
e que estão a tropeçar imensas coisas.
A minha vida
me daria com certeza completamente
e a vida da família.
Pode ser estranho falar disso desta maneira
pois já passaram também 30 anos, não é?
Se consigo falar com isso, com alguma distância.
Mas se eu dou honesto
foi uma tristeza profunda
mas também um olídeo.
E esse pragmatismo
ajuda também no processo de luto.
Isto é uma sensação que se vai construindo
conforme se vai fazendo o luto, não é?
Que era apesar de tudo uma sombra
ter um filho contra esse meio-vente
e um resto da vida
apesar de eu estar fazendo o meu melhor
para me dar
a melhor qualidade da vida possível.
Isso não tem a menor dúvida que isso aconteceria.
E depois é um processo, o luto que se faz
e vai se começando a perceber
que afinal, se calar foi melhor assim.
A natureza se calar
e a natureza reconheceria o bem.
Eu não fiz nada.
Foi a natureza que se deu para mim.
Portanto, se pacifica-nos de alguma maneira.
Como é que nesse momento se ultrapasse
esse momento profundador, o funeral,
os dias seguintes? Como é que se sobrevive a isso?
Fica-se com uma tristeza
profundíssima, de alguma coisa
fundal.
Quando é um momento mais triste
da minha vida
não há
cada um filho de alguma coisa mais.
Mesmo quando isso pega
um bocado de nós
não sai embora.
E quanto tempo depois é que a vida
começa, se é que é possível,
a ser normal?
No momento, talvez,
que deixa de me lembrar do Simão todos os dias
da tristeza, de alguma maneira
conseguir começar a ter uma vida normal
o trabalho ajudou-me muito,
mas lhes com um luto
pelo menos dois anos
mas é uma coisa que fica para sempre
não é quer dizer
o meu querido Simão está aqui no meu coração
para sempre. Está ali um buraquinho
sem nada
mas que vivo hoje em dia com tranquilidade.
Que alguma dimensão espiritual
ou morre-se igual?
Tenho. Não tenho fé que é uma coisa
que tenho muita pena.
Acho que a vida seria muito mais fácil
se eu acreditasse num deus
infelizmente não fui agraciado por isso não.
Mas tenho apesar de tudo
uma dimensão espiritual.
Eu gosto de me sentar em uma igreja
gosto de tirar uma proceção
gosto de ir a uma missa
porque acho que
há qualquer coisa que
a gente não quer entender
mas quer entender.
Isso talvez seja natureza
um mistério da vida
e não veja um homem de barbas
uma voz grossa lá no céu
isso não consigo ver
mas que há qualquer coisa
uma ordem ou uma desordem
é um caos
e é isso
que nos diferencia dos animais
tentar compreender a natureza
e despertá-la
e tentar perceber a vida
e eu tento
é quase impossível
ter uma dimensão.
Pensa muito na morte
Eu penso muito
agora com 63
comecei a pensar um bocadinho mais
e se eu já fazer algumas contas
não sei que a esperança de vida é média
eu geniei em Portugal num homem
de pai de 80 anos
e se eu tiver na média tenho 17
para viver
vou tentar aproveitá-los bem
é a única coisa que me preocupa
espero não sofrer muito
ser aquelas coisas rápidas
quando tiver que ser
eu gosto muito de viver
de hora a vida
mas que Deus fez-nos muito mal feitos
mas que fomos ter umas vidas mais compridas
preocupa-me pronto-se a ter filhos
eu tenho filhos de 8 e 11
fui pai de tarde, infelizmente
não se proporcionou
além do simão ser para nascer
isso preocupa-me um pouco
vou estar cá para os acompanharem
mas eu acho que é importante
a assinarias precisassem
se tivessem sofrimento e sensação
com certeza
com certeza
as pessoas que vivem
em dor permanente
e com sofrimento
têm vidas completamente sem sentido
o que é importante garantir
na educação dos seus filhos?
o que é que eles sejam?
sejam caras, sejam pessoas de bem
sejam felizes
e tudo deixem
qualquer coisa ao mundo
mas o produto que sejam pessoas
felizes
quando se perdem os pais já em adulto
há uma sensação de orfandado
a mesma
tem tantos saudades deles
e os pais que eu tive, espectaculados
fazem muita falta
muitas saudades dos almoços
dois com o meu pai
temos os dois amias
em horas de conversar
sempre partilhávamos
muito as questões artísticas
e titrai
com a mãe também
eram pelas pessoas extraordinárias
muita falta
são umas ânculas
a todos os níveis
que eram afetivos
os filhos têm a capacidade de ascender
luzes que as perdas vão
apagando
a sua pai as pensas extraordinárias
porque primeiro é a coisa mais importante
da minha vida
nos meus filhos
eles têm a capacidade de nos recordar
a nossa própria infância
perceber melhor quem fomos
depois preferir melhor o ser humano
porque uma criança é um bocado animal
em estado bruto
vai evoluindo pelo seu próprio pé
mas nós estamos tentando guiar
e obrigam-nos a um compromisso
com a vida, com a realidade
com as coisas práticas da vida
uma certa disciplina
o frigor
e refletir-nos, educar uma criança
uma coisa difícil
de uma maneira boa, saudável
e ao mesmo tempo
estar na responsabilidade e na liberdade
e de fundo ir aparando
e mostrando
estarmos a conhecer
acho que é muito importante eles são os filhos
eles conheceram-nos
com as nossas coisas positivas
mostrar as vulnerabilidades
sim, sim, as fraquezas
os erros
e não ter medo para os que nos conheçam
e que nos julguem
porque eles também têm um amor profundo
um amor na edição de um lado
eles também nos dão muito amor
eles adoram-nos
as costas ainda dão pares brincadeiras?
é difícil, mas vai dar
as coadas e os cambalhotas
sim, vai dar
e a Laura consegue o que era do pai ou não?
não, eu sou digno dizer assim
olha, o pai diz isso quase sempre que sim
não é? é pai
quando é que o pai diz não
é para nos proteger de desencor
eles conseguem muita coisa de mim
mas eu sou um pai ao mesmo tempo
que digo não
e quando eu digo não
é não, e é bom ouvirem o não
a gente vai ouvir muitos não ao longo da vida
mas eles são os meios impecáveis
muito bem educados, inteligentíssimos
os queridos
são extremamente afetuados
o olhar deles condiciona?
condiciona, e mostra muita coisa
que às vezes a gente não está atento, por exemplo
feitos nossos, tiques, por exemplo
eu tenho o rinito, tenho os perigos com o rinito
vai me dar as pessoas, não sei o que é
que opinião é que gostaria que eles tivessem sobre si?
fui um bom pai
fui uma pessoa decente ao longo da vida
que fui um bom pai para eles
que vos ajudaria a crescer e a ser...
ser gente boa
o que é que eles já lhes disseram de mais marcante?
mas é o melhor pai do mundo
eles gostam de um pai só para eles
é pesado adorar e virar as gravações
e ver, eles gostam muito de isto ambiente
mas eles não gostam muito de um pai para lá-se
gostam de um pai
de firme, que está ali
com seriedades
faz palhaçadas coisas
as crianças gostam assim
de uma certa solidez, de uma certa sobriedade
que se ajuda a segurança
o António esteve no lançamento da negala
da flor sem tempo e estava completamente à vontade
em que que ela é melhor do que imaginou?
ela é muito inteligente
gostam muito de isso
tem uma memória
de um fã de se
e é muito perspicaz
ela é muito especial
como é que o Vicentio ali está à vontade?
porque ele diz de bebê que vai para Platô
nos bebelos, que a gente vê pouca família
e não sei o que, se trabalhamos muito
às vezes a mãe do António
passava lá a hora do almoço
para dar um beijinho
deu-lhe este pequenino, deste medias
que tem que contar com este mundo
e gosta, e gosta muito
como é que os deconcilia esta vida
que é tão intensa com tanta carga horária
com a atenção que lhes quer dar?
é difícil, mas felizmente
como é que os tentam produzir
naquele processo de regulação paternal
dos olhares públicos, dos comentários
e tudo isso que quem está exposto
tem sempre...
não liga nenhuma, não respondendo
acho que é melhor estratégia
houve uma outra imprensa, alguma rede social
fiz algum ou outro comentário, mas eu não dou resposta
houve uma vez o jornalista que apareceu
num tribunal de família
a abordar-me, a fazer perguntas discretas
foi um bocadinho agressivo
mas, em geral, não respondo
acho que é a melhor maneira da pessoa não se queimar
quanto mais puder
haz-o mais o que tudo
um comentador que eu gosto muito de que eu passei
para ele e que diz, vive-se pela imprensa
e morre-se pela imprensa
é preciso ter um equilíbrio, não haver
nenhuma dúvida de sua para os seus filhos
do quanto gosta deles
ah, eu espero que não, eu tente ser o melhor pai possível
e acho que sou extremamente atento
e quando estou com eles, estou com eles com qualidade
e se eu tento
isso é muito importante para mim e para mim
são as pessoas mais importantes da minha vida
como é que viveu o fase da pandemia
que foi perigado para todo?
pericinamente
eu fui a primeira pessoa em Portugal
que entrou em confinamento
já se, 2 de março, o primeiro caso com a vida positiva
na sexta-feira passada
eu estava no hotel, com os inscritores que vinham
nas correntes de escrita
onde estava eu e o povo?
onde estava eu e o povo
cocktail, no hotel, em Lisboa
no domingo, ois
nois, pobola, com covid19
acho que, isto de covid
eu me falo de alguns hospitais em itália
espanha, não sei o que
e liguei para o soube 24
porque eu tive uma pessoa que
que é que eu devia fazer
ah, não sei, não sei nada
liguei para a minha médica de família
e disse, isso é uma pandemia, isso é uma coisa séria
liguei para o estudo Ricardo Jorge
e liguei
e o senhor disse
fechas-te em casa
no contacto com ele
essa afébita
e assim foi
e eu tenho uma patologia
pulmonar
E a minha médica disse, mas é, muita atenção, porque se apanhar com a vida, pode ser chato.
Portanto, fiz assim até levar a vacina, um isolamento, quase um ano e tal.
O meu filho vive em Torres Vedras, a minha preocupação era, sobretudo, com o meu filho António.
Não se podia mudar de conselho, entrou na noite anterior, eu fui ao Buckingham, arranjava uma casa rapidamente,
vi parte de campismo charuto, e fui para o charuto, que ficava a 7 quilómetros da casa do António.
Seu António precisava de alguma coisa, mais pequeninho.
Tive um mês e meio de parte de campismo chato.
Ficou o António, como é que era o contacto? Era mais superficial?
Sim, foi muito triste, foi uma coisa muito suor de sapiana para os meus filhos durante um ano.
Não nos vemos aí entre os, não ficavam comigo, não dormia na minha casa.
Foi muito duro, foi muito duro.
Não trabalhou também nessa hora?
Não trabalhei, não trabalhei.
Foi uma opção?
Foi uma opção.
Tinha aquela coisa, os dos médicos, a dizer, não podes apanhar com a vida.
Então isso foi um problema de dominar.
Felizmente, tinha umas reservas, estávamos, com meus filhos, não é fácil?
Tinha umas reservas.
Isso se revela para mim, para o trabalho profissional, desde o que eu faço.
E confesso que tive algum receio, que estava, de repente, 2 anos e meio parado.
Seis de trabalhar com o António, em que forma é que eu estou.
Será que sou capaz de curar o que ele tem de todo,
que sou capaz de representar-os, ou que estávais de abordar um personagem?
Se estivesse aqui, estes anos todos, a dar o teu melhor para a empresa,
e de repente, um momento para o outro, vai tudo parar às mãos do Vasco.
Sente que teve ao longo da vida o reconhecimento mercido?
Tinha, acho que sim.
Tive sorte, acho que sou um trabalhador e responsável de...
de fome ao máximo, mas também, há um ato de sorte, nesta profissão.
Pessoas, às vezes, estão na hora certa, não sigo certo.
O professor só foi generosa comigo, deu muitas oportunidades,
tive experiências muito desversificadas, e só posso agradecer.
Prodo estava vivendo um país que tratasse um pouco melhor a cultura,
os artistas, mas, infelizmente, ainda não conseguimos mais chegar.
O que é que sendo falta na vida?
O meu professor estava agora de ensinado, não ensinado há dez anos.
Era uma coisa que eu estava fazendo, não precisava mesmo fazer.
Mas tirando isso, não sempre falta nada.
Acho que sou uma pessoa realizada.
O que faço neste momento é aproveitar,
por ser o caso desta novela, do lado da favela,
e aproveitar aquilo que a vida me dá.
Desculpe, Fernando, mas esta sua decisão é incompreensível.
E perigosa para a ação da serra.
Os centenhos são uma altura de balanço?
São. Eu sentia uma difesa.
Pronto, a pessoa começa a sentir um pouco menos capacidade física,
é verdade, de cansar-se mais.
Os meus filhos não me dão tregos.
Obrigam desatado ativos, e com energia, puxam por nós fisicamente.
Acho que os centenhos é chegar à maioridade, com tudo de bom que se tem.
Mas também à aproximação da morte.
Começamos a pensar nisso.
Começamos a pensar de uma forma de crescer.
E os centenhos, eu acho, começam a fazer contas.
Alguém lhe deve me pedir desculpas?
Não.
As pessoas deviam me pedir desculpa a pânico.
Então, coisas sérias.
O que é que é fazer-lhe mal?
Não serem aliás comigo.
Não serem fraternos comigo.
Mentira-me.
Farem minas costas, pessoas imigrantes, é isso?
É isso.
Você é pedir desculpa a todas as pessoas a quem quer me pedir?
Pedir.
Acho que pedi.
Eu não devo desculpas a ninguém.
Já fiz esperados, muitos?
Sim, já fiz.
As coisas exageradas já fiz.
Sim.
De que se arrepende, ou faz parte do caminho?
Ou algo, mas arrependo.
Há momentos que fui longe de mais.
Podia ter de evitado.
Podia ter de estar tecalado, de não me fazer nada.
Às vezes não consigo.
Tenho muita dificuldade.
Eu vou aprendendo, só vai aprendendo a dominar as emoções e sequer a dar não importância
a outras coisas, a lidar justamente com esses percalços, a dar tempo para eles se resolveram.
Mas isso, pronto, é essa abduria, é sagesa.
Estás angado com alguém?
Neste momento não.
Tivem alguns tempos, mas felizmente conseguimos fazer os passos e conversarmos com as coisas
em pratos livres.
É uma coisa que também se passa com a idade, a pessoa vai ter menos tempo e, portanto,
desperta-se menos a nível do investimento pessoal e, portanto, afumilarmos um pouco
e, às vezes, já vendemos mais solidão, talvez, que são os mais exigentes.
Acho que isso tem um lado, às vezes, complicado, por causa de pessoas a gerirem mais sozinho.
Já não tenho tanta paciência para o social, na realidade também dá isso, para os nais,
para o luxo.
Foi muito?
Show em preservedo.
Quão cuide?
Comō, isso, ou menos gera Difrague-86, portanto, homens de teatres
Trabalhar à noite, acabar uma peça…
Não sabe.
Trabalham......
Vão mentir na cama, não é?
At longing na Againstogene어�...
Ou menos, na sua.
Sim.
Há algumas pessoas.
strange forabixão…
Houve mulheres que o fizeram sentir especial, óbvio.
Há meninas que foram muito importantes na minha vida.
Qual foi a maior manifitação de amor que vieram para consigo?
Uma muito engraçada, foi a mãe do António,
que estava a gravar uma novela, e de repente vejo uma avionete
a sobrevoar o estúdio, uma personagem chamada Zevolinho.
Uma taja a dizer, é muito Zevolinho.
Do avionete.
Agora aparece nos real artichaus, mas eu acho que em evento isso foi a mãe do António,
de vez em vez de papo, depois de meter no alquilo os real artichaus.
Uma grande decoração de amor, eu fiquei babadíssimo,
mas lá vem umas lágrimas aos olhos.
A administração da plural, toda cá fora, a ver aqui, foi divertido.
Se pudesse mudar tudo na sua vida, o que é que não mudaria?
O estado bem comigo próprio, eu acho que é isso que é fundamental.
Procurar sempre ter a consciência tranquila.
É a sombra de felicidade que a pessoa pode atingir,
tendo tudo de uma pessoa descente, sei lá.
Gosta de Capitão Fausto?
Gosto de Capitão Fausto.
Mas eu sou o Capitão Fausto.
Estou em vossa informação.
Uma verdade de Capitão Fausto foi uma banda do meu sobrinho Tomás,
com os colegas da universidade de arquitetura,
começaram a fazer uma banda tipo de garagem de cães comas.
Eu vi a minha filha lá em casamento e vi uma grande festa em casamento.
E eles ficavam assim, formalmente.
E, ó, Tomás, não queriam lá tocar o casamento, o tio e tal.
Vamos, tio, vamos.
Meu Deus, não tinha um nome ver assim uma cozinha descente.
Ó, Tomás, tinha panociado o programa do jogo de casamento.
Ah, nós não temos um.
Então ele arranja ontem os três dias.
Mas lá reuniram, eu estava a fazer uma personagem chamada Fausto.
Fausto Martins de Melo.
Então ficou o Capitão Fausto.
Uma homenagem àquele personagem que eu estava a fazer.
Os dois também não sabiam o que nome deviam dar.
E assim foi.
Tomás é espetacular.
E aquela banda eu adoro aqueles dos meios.
E a Catarina também admira o talento que ela tem.
Eu admiro.
Ela é uma atriz fantástica.
Ela gosta muito de cinema e teatro.
Sevesse mais oportunidades, ela via muito longe.
Acho que ela via muito talentosa, muito inteligente, bonita, linda.
Mas, pronto, ela vai fazendo.
E aqui há 50 anos vão perguntar ao António e ao Laura que falem do pai.
O que é que eles dizem?
É que o pai era um tipo divertido que os faziam rir, fazendo espalhaçadas.
Eu acho que é sério isso.
Eles gostam muito de mim, eu sei.
O que é que dizem os seus olhos?
Eles dizem que são uma pessoa apaixonada pela vida.
E pelos seres humanos.
Sim, pela vida e pelas pessoas.
Eu sou uma pessoa curiosa se que os meus olhos procuram.
São sempre.
E eles aprendem mais qualquer coisa.
Obrigado.
Obrigado, Daniel.
Obrigado, Sim.
Muito obrigado.
Muito obrigado, Sim.
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Numa grande entrevista a Daniel Oliveira, o ator e encenador José Wallenstein fala abertamente sobre um dos momentos mais duros da sua vida: a morte do primeiro filho, Simão. Aos cinco meses, o bebé que havia nascido com trissomia 21 sucumbiu a uma deficiência cardíaca. “Durante esses 5 meses, fiz o máximo, dei-lhe a minha vida, mas infelizmente não consegui lutar contra a natureza e a fatalidade da morte”, diz o ator. Oiça o Alta Definição em podcast
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