Alta Definição: Ivo Lucas e a morte de Sara Carreira: “Nunca se dá a volta a uma coisa destas. Não tens de compreender, tens que dar espaço para sofrer”
Joana Beleza 10/28/23 - Episode Page - 1h 3m - PDF Transcript
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Você é Viking, não seres Leandro, seres hoje apenas Ivo, deixa-te mais ou menos à vontade.
Eu estou a tentar perceber Leandro, um personagem que é pesado em prestar as minhas emoções
que ele é criado e não sou eu quem está ali.
E o Viking eu estive sempre protegido durante estes meses todos por um capacete e por muitas
barões.
Portanto, eu acabei por me proteger dessa forma.
Aqui estou eu, Ivo.
Portanto, vamos ver como eu vou sentir o bocadilho.
Vives Lucas.
31 anos.
Estou como sou em alta definição.
Quão difícil é hoje seres tu e não estares nem como Viking, nem como Leandro, quando
estes tu apenas tu.
É um processo de aprendizagem, sabes, todos os dias é um dia novo, é perceber como
é que vou lidar com uma nova situação do dia, uma nova relação pessoal.
Eu próprio ainda estou a tentar perceber porque acho que é normal e vou tentando perceber
quem sou eu.
Quem és tu, perante outras situações?
Sim, perante tudo na vida, mas sinto que é uma aprendizagem que estou disposto a percorrer.
Que homem és hoje tu?
Eu aprendi a dar muito valor a tudo, a minha volta, tudo.
As relações pessoais têm mais peso, hoje em dia, muito mais.
Sou uma pessoa um bocadilho menos ponderada no que toca dizer se eu quero fazer face,
se eu quero dizer digo e tento não privar de nada porque acho que assim é que tem
que ser.
É um homem de mais silêncios hoje.
Eu nunca fui uma pessoa que falou muito com ninguém, eu tenho um grupo de amigos muito
pequeninho, nós somos entre 10 a 15 pessoas, mas que crescemos juntos, nós conhecemos
há 20 anos e somos os mesmos e passamos por várias fases uns dos outros, coisas boas,
coisas mais, coisas muito difíceis, coisas mais ligeiras, então com eles eu falo, falo
bastante e com minha família também, óbvio, mas para tudo o resto sou bastante silencioso,
bastante silencioso.
O que é que acontece depois de acontecer o pior?
Há muito de ti nas letras?
Há nas minhas e nas queuscares podes artistas, sempre, o meu exercício das músicas é com
sominhas interpretadas por mim e falam um pouco sobre a minha vida, sobre aquilo que
se passa e que eu sinto, mas eu deixo sempre um bocadilho a porta aberta para a pessoa
interpretar a sua maneira e para a música poder ser a banda sonora da vida de alguém,
mas eu não gosto de que saibam muito sobre minhas, que se a música é um sítimo
desto mais jundurável, eu faço sempre esse policimento.
Como é que é só desta vez, só desta vez?
Como é que é só desta vez?
Sim.
Só desta vez, e sem pensar, como seria se voltasse atrás para ver o que de nós
ficou ainda por contar, então talvez dê para explicar aquilo que eu sinto em cada
manhã ser, a falta que me fazes hoje ao deitar, guardar um sentimento só nos torna mais
sós, foi por saber que o tempo nunca jogou por nós.
Eu sou um homem mais só.
Sou uma pessoa diferente, eu sou um surto dos amigos que tenho, sou um surto pela família
que eu tenho, nunca estive desamparado, nunca estive sozinho, mas nos momentos mais negros,
mais difíceis, ainda aqueles momentos em que tu pões em causa de tudo isto, não me
deixaram que ir.
É que eu ia por descobrir um lado de meu que eu não conhecia, que eu sempre disse
que eu não sou um surto que não gosto de estar sozinha, nunca gostei de estar sozinha
do silêncio da casa, mas eu fui obrigado a lidar com isso, a saber viver com isso,
tendo, em que os momentos em que tu tens tanta gente à tua volta, expresso que ninguém
te ouve, e culpa não é deles, culpa não é deles, tu é que estás no outro sentido,
estás te encontrado.
Completamente.
E eu hoje aprendi a estar sozinho, a valorizar o silêncio, a conseguir tirar proveito de
ver um por do sol sozinho, ou ver um nascer do sol sozinho, tirar proveito disso, conseguir
descobrir que também é saudável estar sozinho, e quando digo estar sozinho é estar-se contigo
mesmo, é saber-se, saber-se quem tu realmente és.
Eu tenho esta conversa com os meus amigos e já falei isto, uma vez com quem me é próximo,
eu não tinha noção, não fazia ideia da sensibilidade das pessoas, planta a minha pessoa, e eu
fui por me perceber que mesmo quando eu estava sozinho, mesmo quem não me conhecia, vou
ver uma rede social, eu já não vi que as pessoas estavam comigo sem estar, isto
faz sentido, e trate uma sensação de aconchego, de claro que calma fazem todos os sentos que
vais que ir, e não há nada que te vai, nem nada vai me parar, e a queda vai ser dura
e vai doer, mas isto são tudo, acho que hoje em dia tenho pequenas almofadas, fui tendo
várias almofadas à minha volta, que mesmo que eu me sinto um pequeno que ir, alguém
vai me ajudar a levantar, mesmo pessoas que não me conhecem, mesmo, e lá está, eu
te, eu não quero mais fazer isto, temos amigos muito chatos, são muito chatos, e nunca me
deixaram sozinho, nunca, nunca, nunca... Há momentos em que seria mais fácil existir.
Sim, claro, há momentos em que nós fazemos muita pergunta de, o que é isto, é vida
isto, é isto que nós temos para nós, é isto a séria, e que tenses de estar um perdido
que, tentes de subir, tentes de levantar, passa, há dias em que é muito difícil, há
dias em que, em que é difícil essa superação, e por isso que rejam pequenos mecanismos para
não ir para aí, há alturas que dê que era a solução mais facilera a desistir, mas
não vai acontecer, não vai acontecer, nunca.
Sempre precisar da mão da mãe para adormecer, mesmo que metafóricamente, não?
Sim, eu adormeci quando era pequenino de sempre dar a mão à minha mãe e a fazer-lhes
tinhas no dedo, e hoje, com 31 anos, não fisicamente, mas, mas sim, os meus pais, eu sei que eu
nem sempre fui o filho mais dedicado, até tinha aquela dificuldade que eu acabei por
descobrir que muita gente tem, e que é uma estupidez, quer dizer a palavra, amo-te,
a um pai, a uma mãe, tipo, amo-te, se tu sentses disso, e eu ganhei isso, e digo isso,
então mesmo em nossa vida fisicamente, claro que vocês são muitos dos meus pais, eu sou
muito diferente da minha irmã, nós somos quatro, e temos uma relação familiar muito
próxima, e apoiamos muito uns aos outros, e ultrapassamos todos juntos, já passamos
coisas muito difíceis, temos fases boas com todas as famílias, que mesmo com circunstâncias
da vida que nos possam afastar, nós estamos sempre lá uns pós outros, e, que leste, nunca
me deixaram cair.
Crees que foi difícil para eles resgatar-te do teu silêncio, e ao mesmo tempo dar-te o
espaço que tu precisavas, sem que para eles isso não fosse um desamor teu, mas é o teu
tempo?
Foi muito difícil, eu não deixei que a minha mãe me visse durante o mesmo tempo.
Não queria que ela visse um filho, num estado seja físico, seja psicológico, eu não queria
que ela me visse assim, então que o meu pai sempre teve comigo, minha mãe também, mas
eu não queria que ela visse, e eu acabei por ir para casa da minha irmã, uns tempos, e
os pais dormiam no Sefá, durante todos os meses dormindo no Sefá, só para eu, quando
fosse deitar ou estarem lá, e estás a ver aqui, um homem de 30 anos, deitar-se na
cama e os pais irão lá com a chegada, está tudo bem, estamos aqui, e tu veres os teus
pais nessa situação é, eu prometi que isso não ia acontecer, ver os teus pais nessa
situação é difícil, porque tu também tentas fazer-te forte para eles, o que não
queres que os teus pais sofram, eu posso estar mal, mas eu não quero que os meus pais me
vejam mal, isso não vai ficar para os meus pais, eu não quero isso, eu quero que ele
seja um feliz e que tenha uma vida plena, e eu não quero que veja o sofrimento de um
filho, então é difícil, é difícil isso, mas se criar depois tento compensar, com
começar a dizer eles amam-te o que não dizia, eu sei o quanto isso é importante para um
pai, e eu não dizia, e agora digo, e isso tem que dar um abraço, tem que dar um beijo
de um beijo, e não me canso dizer o quanto eu gosto dos meus pais, o quanto tenho orgulho
dos meus pais, e como eles são as pessoas mais importantes na minha vida, acontece o
que vai acontecer, serão sempre as pessoas mais importantes na minha vida, é alguma
coisa que eles tenham dito, que tenha sido fundamental para ti, que tu precisava de ouvir,
leva o teu tempo, eles podiam ter 30 mil discursos, podiam ter uma conversa de horas e horas
comigo, nunca tiveram a conversa de tentar amenizar, fosse o que fosse a puxar para cima
e pôr posinhos de fantasia à volta, nunca, sempre foram muito pragmáticos, completamente
sensíveis a tudo, e a mim, obviamente, mas sempre respeitaram muito o meu espaço, dias
em que eu queria estar só calado, e estava calado, depois também sei que isso acabou
por complicar um pouco a vida deles, porque depois da decisão que não sabem como lidar
comigo, que é normal, completamente normal, eu percebi isso, mas por isso é que torna-se
complicado, que é que a gente pode dizer, que é que não podemos dizer, será que se
uma próxima arte e aquela incerteza fique dura, e dura, e dura, e dura, e depois eu
próprio, como filho, não quero que sinta um isso, mas depois também tenho que buscar
forças, não sinto qualquer, para combater isso, e exaustivo, torna-se exaustivo, é
difícil, mas eles têm uma paciência, uma paciência incrível para mim.
Sempre foi preciso ter paciência em puto, quando eras puto, não.
Ter uma paciência para minha irmã do que para mim, porque eu não acabei de estudos,
eu chumbei por faltas, porque ficava a tocar guitarra, os meus colegas a terem aula, mas
salio a janela a tocar guitarra.
Modern Words, essas coisas?
Não.
Uma coisa dessas?
Exatamente.
Exatamente.
Lá está, eu acho que eles sempre perceberam que eu não sabia o que eu queria fazer, e
se quando não sabia o que eu queria fazer, eles sabiam que eu ia dar a volta, e não
partia nada, não discutia, não fazia, não era mal computado, nunca houve esses problemas,
e eu não ficava de castigo muitas vezes porque estava a cantar a aula toda.
E eu não, às vezes foram chamados à escola uma vez, porque o diretor da escola queria
mandar para outra escola, sentia que eu não estava ali a fazer nada.
E não é que não fosse bom aluno, não, era bom aluno, simplesmente não queria estar
ali, não era aquele, aquele meu caminho, e eu nunca lhes dei trabalho.
Nunca, nunca lhes dei trabalho.
Quais são os memórias mais felizes da tua infância?
Eu tenho dois memórias muito presentes.
Cada memória minha mais antiga, é que um dia a carrinha do infantário, buscar a casa
de manhã, e eu fingia todos os dias que estava doente.
E lá tinha aqui a minha mãe dizer assim, não, o Ivo está doente, o Ivo não vai hoje,
e lá no dia a seguir.
Até que houve um dia que a minha mãe abriu, eu disse, pai, o Ivo, tens que parar, tens
que ir ao infantário de todas as outras crianças, vão, porque tu não vais, eu.
Mas eu não quero ficar sem ti, vou ficar longe de ti, como é que vou viver.
Não é possível.
E ela levou-me ao infantário.
Eu entrei no infantário e churei, churei, churei.
E fiquei o dia todo com a mochila às costas e com o bôné posto, sentado no chão.
Até a minha mãe me ia buscar.
E a minha mãe ficava a chorar quando me deixava e quando me ia buscar.
E quando ela me ia buscar, era a causa daquela sensação de não te vou deixar ir
nunca mais.
Tenho boas memórias de viagens que eu fazia com os meus pais e com a minha irmã.
Nos posso ir de Espanha.
Sempre de carro, termimos no carro.
Era muito pequenininho.
E acho que estas são as memórias que eu tenho mais presentes,
devido do quanto os meus pais sempre tentaram proporcionar bons momentos.
Uma casa sempre com muita música?
Uma casa com muita música.
O meu avô, o rei do rock, dos anos 60, Victor Gomes, dos gatos negros.
Incrível.
Incrível, um filme sobre a vida dele e tudo.
Incrível.
Foi assim, o ícone.
Toda a família da parte da minha mãe não são cantores,
ou toco algum tipo de instrumento.
O pai também estava ligado à indústria da música na parte comercial.
Minha irmã, com oito anos, venceu o bravo bravíssimo da Sique.
E na altura, eu andava com o meu pai, com a minha mãe, com a minha irmã.
O país inteiramente, não sei quantos espetáculos.
Então, eu era habituado a conceder.
Desde pequenininho, tinha seis anos.
Cinco anos.
E habito bem-me sempre isso.
E houve sempre música, sempre música.
Claro que depois de repente, comecei a tocar flauta na escola.
E os meus pais me apetiram muito fora de normal para me lidar.
Conseguei bater aulas de piano.
Passado dois meses, o meu professor de música disse aos meus pais que devia ir para o conservatório.
E entraste com oito anos.
Fui a uma aula, desistei, entrei no carro e disse que era jogar a bola.
Então, durante dez anos, doze anos, não toquei nenhum instrumento.
Até que, aos dezesseis, a pais chamou-me uma vida da escola.
E eu pensei, bem, qual é que é a melhor forma de a conquistar?
É fazer-lhe uma sernata.
Só que não vou dar um piano à escolha.
Então, podia uma guitarra emprestada, um amigo meu.
E eu disse, bem, eu não faço ideia de como é que isto se toca.
Fui ler, fui ouvir vídeos em minso tempo para aprender alguma canção porque eu queria tocar.
É Morda e Norde.
Lá está.
Eu demorei dois meses e meio, três meses.
E pronto, depois fui ouvir fazer a sernata.
E não dei nada.
Nada.
Ela foi ter com a namorada a seguir, não é?
Não sei o que é, mas hoje toco o problema da gente e valeu de alguma coisa.
Tornaste-se em Cresce, em Vila Franca?
Eu nasci no Hospital de Vila Franca.
Vivei na Povoa de Santiria até os meus dois, três anos.
Depois fui para os casais novos, que é o malo da EOP da Linquera.
E vi-te toda a minha vila.
Lisboa era muito longe.
Não só a distância, mas o que significava?
Sim, sempre foi longe.
Claro que sim.
Apesar dos meus pais, o pai trabalhava em Lisboa e nós vínhamos a Lisboa com alguma frequência,
mas era longe.
Tanto que eu entro para a televisão com o pretexto de que eu não vinha fazer um caçinho.
E acho que comprei porque eram os saldos em Lisboa.
Só que para o meu pai me trazer a Lisboa, eu disse, olha, vou fazer um caçinho.
Ah, tá bem, então não vou te levar.
O que é que te motivou a ir fazer o caçinho?
Isto é a história mais caricata.
Minha irmã estava numa agência.
E recebo o convite para servir de morangos com açúcar para fazer o caçinho.
Só que minha irmã, na altura, estava a trabalhar.
Isso eu não posso fazer.
E eu tinha uma namorada na altura, tinha 16 anos.
E ela disse aí o que eu ia fazer.
Minha irmã, então, olha, eu vou te dar o texto, marcas e vais fazer.
E ela, ok.
Apesar de passar o texto com alguém, passava comigo.
Eu digo ao meu pai que quero ir a Lisboa fazer um caçinho,
mas de verdade queria ir aos saldos.
Meu pai disse, ah, então vou te levar ao caçinho.
Enquanto eu tive que morar, ah, pai, 4 horas, mentira.
Eu não morava, mas era o tempo de depois apanhar o metro,
no marquês de Pombal, até o colégio militar e era o Colombo, as cumbras.
Portanto, ele levou-me a arrosar a uso de um avião liberal.
Nós entramos para a antiga NBP.
Quando vem chamar, ela olha para quem estava a fazer o caçinho,
olha para mim e diz, não vou fazer.
Eu não tenho coragem, não quero.
Não é isto que eu quero.
Não quer isto que eu quero.
Então eu entro-me embora e olharam para mim e disseram,
tu não queres fazer.
Dá uma experiência que vou fazer na disputa.
Pessoal, para dizer que fiz e tenho isso, está feito.
Fiz, obrigada a Deus.
Eu me moro e não quero mais pensar em aquilo.
Passado duas semanas, estava a ter uma aula
e eu estava na carteira de trás e o meu telefone toca.
Eu estava na aula, baixa a cabeça e atendo.
Desenotelado.
Lá estou a falar com as loucas e eu.
Sim, sim.
Pronto, tive a pessoa para dizer que ficasse selecionado para um workshop
aqui para o que devias fazer o caçinho há muito tempo.
Ah?
Neste louco soube ver-me e dizia, desligo o telefone.
Eu não, não vou desligar.
Desligo o telefone.
O que estás a fazer?
Vou te mandar para a rua.
Eles pegam as coisas e saem.
Eu mesmo tive a falar do outro lado.
Quando eu poder começar, a manhã,
tem que estar aqui porque é a apresentação às 9 da manhã
e eu e ele não quero.
Como é que eu vou se queia para eles voar?
Bem.
Eu digo, ok, muito obrigado.
Lá estarei.
Desligo o telefone para mim e a pessoa dizia,
olha, eu já não venho.
Ele disse, ah?
Se eu assistisse, isso vai conseguir-lhe.
Na sério.
Então, nos anos seguintes,
dá-lhe uma mensagem a dizer para as expectativas bem.
Tenho-te visto, isto estou utilizando,
sei que fico contento.
Nessa docência, o que é que tu ia ser?
Quando adelavas o teu futuro, o que é que tu vias?
Como qualquer criança, era astronauta.
Inicialmente.
Depois, tinha como ambição entrar a um submarino e ir ver o Titanic.
Cumprir livros do Titanic.
Ele sabia tudo.
Era completamente fanático.
Depois, me tinha que ver se eu queria ser engenheiro informático.
Estava como se tivesse escolhido os computadores e os jogos.
Demais, então, queria ser programador,
ou engenheiro informático e algo relacionado com isso.
Até que eu andei, não sei quanto tempo,
para evitar aceitar que era a música,
que a música sempre teve presente.
E depois, quando realmente me agarrei a guitarra,
foi quando eu percebi, não.
Isto é aquilo que eu vou fazer.
Por que?
A tipo de relação física é que há com isto objetos.
Sabe-se que, dos meus momentos favoritos do dia,
é que quando eu me sinto no chão da minha sala e agarra a guitarra,
fica de caro.
Eu toco, canso minhas, dores artistas,
componho.
Há, sabe, muitos segredos.
Quando eu estou mal, ela está lá.
Quando eu estou bem, ela está lá.
Quando eu estou com milhares de pessoas à minha frente,
ela está lá.
Quando eu estou sozinho em casa, ela também está.
Apesar de eu não ser 100% transparente,
ou seja, não desabafar tudo que vai na alma para o público,
nas minhas canções,
eu quando estou sozinho, isso acontece.
E ao acontecer isso para mim, acho que ela que me ouve.
O teu pai era o teu herói.
O meu pai é o Nora.
Eu nunca vou conseguir agradecer ao meu pai,
aquilo que ele sempre foi para mim.
O meu pai é a pessoa mais lutadora que eu conheço.
Já passou por coisas muito complicadas,
que eu sempre a volta e levanto-se.
O meu pai é a gente de espetáculos.
E quando veio a pandemia,
não há espetáculos.
Como é que dá-se a volta a isto?
O meu pai dá sempre a volta.
Está sempre lá.
E quando aconteceu...
Sabes que o meu pai...
conseguiu ter uma força,
e eu sou sobre isso há pouco tempo?
Está só um pai a que consegue querer essa força.
O meu pai viu-me.
O meu pai viu-me no pior estado possível,
em todos os aspectos.
Ele estava comigo uma hora, meia hora, uma hora.
E lá, a minha frente, nunca quebrava.
Nunca quebrava.
Falava comigo.
Nunca me escondiou nada,
falou sempre abertamente comigo,
mas sempre teve a força que eu não tinha.
E fazia questão disso passar.
E eu fui por saber há pouco tempo
que o meu pai, cada vez que saí da pede de mim,
cheguei à pede dos meus amigos,
quebrava.
E quebrava a um estado de desespero,
de impotência de...
Mas hoje está aqui ainda,
e está a rígio,
e está comigo para a luta.
O meu pai é a pessoa quem eu...
eu aconselho-me com ele.
Eu recebi o convite da máscara,
eu aconselho-me com ele.
Eu recebi este convite, eu aconselho-me com ele.
Eu aconselho-me com ele.
O meu pai é...
é um meu herói.
Mesmo.
Como foi o primeiro encontro com ele,
depois do que aconteceu?
Não consigo precisar do primeiro encontro
ou do primeiro encontro.
Estar com o meu pai
é aquela sensação de que de repente
as crianças, outra vez, quando tu pensas
que você é muito agressivo e que
as tuas pais vão começar com o nosso domingo
e de repente
há um acontecimento na tua vida
e tu és uma criança outra vez.
És um bebê.
Autêntico.
Autêntico.
Chores nos olhos do teu pai,
das a mão ao teu pai,
abraças ao teu pai.
Quer escola?
Quer escola.
Quer escola.
Mesmo sabendo que isso não...
Não vou dar nada.
Mas... mas queres?
E...
O lidar com o meu pai
nos últimos meses e tanto com a minha mãe,
também.
Isso sempre foi difícil porque...
Da mesma forma que o meu pai não quer ver um filho a se ferir,
um filho não quer ver um pai a se ferir.
E ser um motivo disso, eventualmente?
E ser um motivo disso.
Eu não quero ser um motivo
de uma lágrima do meu pai
ou da minha mãe, nunca.
Eu não gosto de ter um penime.
Não tenho que ter, eu os errasco.
E dou volta de repente veres que os teus pais
têm pena de ti.
É...
É muito doloroso.
É muito doloroso.
Há alguma coisa que não tenhas ainda tido coragem
de dizer ao teu pai,
mas que tenhas pensado no teu silêncio?
Não.
Porque...
Eu aprendi.
Eu aprendi que não se deixa nada por dizer.
Nunca.
Nunca se deixa...
de dizer nada
à pessoa que tu amas.
Nunca.
Porque quando se deixa,
a sensação é que fica.
Será que essa pessoa sabia?
Será que se a pessoa sabe?
Será que o Anulisa
pode ter consequência de alguma coisa?
Se Anulisa era o meu pai,
o quanto eu goste...
Ele sabe o quanto eu gosto dele,
mas o meu pai conhece-se muito bem
e sabe o quanto eu valorizo as coisas.
Mas às vezes é bom dizer.
O meu pai sabe que eu o amo,
mas o meu pai goste...
que eu digo que eu amo.
O pai goste que eu ligo obrigado.
Faz...
Portanto, eu sempre disse tudo.
Tudo.
E nunca vou deixar nada por dizer.
Ela era dos poucos que sabia do Viking.
Ele não sabia que era o Viking,
porque era um programa.
E quando foi a primeira gala,
a gala acaba, o pai manda mensagem.
Depois quem?
Apareceu-te.
Eu sim sou Viking,
e em a série,
ele não acabou por descobrir depois,
mas não sabia que era o Aerosia.
Não é a tua voz.
A tua voz está manipulada.
Nem os meus pais nem a minha irmã sabe
que eu consigo fazer os falsos entes
e cantar a ópera de repente
e, enfim, foi difícil para ti manter-te o segredo.
Foi, foi.
Primeiro eu tinha um problema,
que era, sou bastante amigo da Carolina Loreiro.
Desde o primeiro dia, cada vez que a Carolina ia falar,
é agora, é agora, ela já sabe o que souber.
E, tanto quando acabou o programa,
ela se para e nunca pensei que fosse isto.
Foi um programa importante para ti.
Foi crucial.
Foi daquelas coisas que,
nas primeiras horas a seguir,
eu não sei se consigo,
não sei se consigo, não sei se consigo,
porque eu estou fechado de milibolha.
Estou no meu pequeno mundo
e, apesar de estar a fazer o amor-amor,
é um personagem, não sou eu.
E eu sempre quis honrar os meus compromissos.
Sempre foi uma coisa muito importante
para mim fazer a novela,
mas a máscara é a primeira vez que
eu não ia aparecer como lente,
ia aparecer como Ivo Lucas.
Eu no momento em que tirar essa máscara,
era eu.
Ivo Lucas!
Todas as galas da máscara,
eu estava solto,
criei um personagem para ouvir, que estava completamente solto,
mas protegido.
Ninguém sabia se o prostrato estava a rir,
se estava a chorar, estava bem disposto,
ninguém sabia.
Quando soube, ganhei um choque,
isso não é possível estar a acontecer.
Mandaram-me sentar na cadeira do vencedor,
sentei-me, e quando o cato tira a cabeça,
foi aí que me caiu a ficha
de...
que ia seguir as duas.
A seguir, deixa de assistir o viking.
É o Ivo Lucas que está ali.
Aí fica nervoso.
Aí fica muito nervoso.
Mas foi importante porque
fez-me desbloquear muita coisa,
fez-me ser no quinto da bolha,
porque também o meu incentivo para fazer a máscara foi,
é não posso estar no meu dia todo fechado em casa.
Não posso.
Não posso mesmo.
Não vai dar, assim não vai dar.
Então foi um desafio.
Eu vou desafiar, e trabalhar com a equipa nova,
e acabei por aceitar por aí que é.
Vou para o desafio, e é quase o empurrar-me.
Se eu empurrar-me mesmo, te vá, ande lá.
E...
Ainda bem que vim.
Ainda bem que vim.
Qual foi a importância da vitória naquele palco?
A importância da vitória naquele palco é...
É momento algum,
durante aquelas semanas todas,
te julgaram
pelo teu nome,
pela história que tu tens,
de quem tu és.
Não, ali era um viking,
de uma máscara.
E para mim foi uma descarga.
E nós tivemos essa conversa.
Eu disse-te, é a primeira vez que...
que eu vou parecer enquanto ibu lucas.
Porque...
toda a gente...
acho que há sempre aquela parte de...
que ela não é fazer.
Eles chegaram a dizer que estava abandonado
pela Sica e que não tinha trabalho.
E eu nunca mari da máscara.
Contigo, e dizer,
Sica abandona ibu lucas, e eu contigo.
Ah, ok.
E é de repente, aquelas ações
quase de gritar de...
Dá para fazer um bocadinho de meu trabalho.
Deje-me em paz.
Deim-me tempo.
É diferente.
Deim-me tempo.
Há uma imagem que diria poética
no momento da vitória,
em que...
há lágrimas que tu não consegues secar,
porque fisicamente se não dava para secar.
Isso é uma imagem que é muito forte
e que tem um significado
que eu leio muito relevante.
Porque há, de facto, lágrimas
que não se conseguem secar.
Eu acho que há...
acho...
nunca tinha pensado nesta expressão, mas
acho que tu aprendes a chorar.
Eu aprendo a chorar.
Alguém tem...
uma ideia aproximada
de aquilo que tu passas.
Acho que não dá para comparar
o que a pessoa sente a sua maneira
e que a pessoa
vive um pouco a sua maneira
dos acontecimentos.
Não sei se alguém sente
o mesmo que eu, da mesma forma.
Não sei.
Sei que há muita gente que
infelizmente
passou, ou passa,
ou está a passar
por algo idêntico.
Eu encontrei
nestas palavras
dessas pessoas, e mostrei que muitas dessas pessoas
um conforto de...
quase eu não estou sozinho.
Entendes?
Há mais gente assim.
Não deseja ninguém.
Ninguém.
Mas...
Eu posso dizer
exatamente o que eu sinto.
Como é que eu sinto?
O que é que eu estou a sentir? O que é que eu estou a pensar?
O que é que eu estou a viver?
Tu nunca vais conseguir compreender.
O mesmo acontecimento vai te tocar a ti de uma forma ou a mim de outra.
Eu vejo as coisas assim.
Acho que...
Não sei a ninguém.
Que ajuda é que alguém pode se dar
a um outro alguém que está nessa circunstância?
Só dar tempo?
Sim.
Acho que...
Partilhar a dor e falar
se for necessário ter acompanhamento psicológico.
E...
E lidar com isto?
Viver com isto?
Nunca se dá à volta
uma coisa destas.
Aprende a lidar
quando não tens que
compreender.
Mas isso é quase a
pergunta de...
O que é que é a vida?
Porque...
A seguir por aí é...
É muito complicado.
E é...
Começar-se a...
A abrir as portas de um labirinto
e tudo te vais perder.
Vais te perder.
Vais te perder.
Se tivessem feito difícil de encontrar-vos
o caminho da saída.
O luto é um processo muito íntimo.
É.
É muito íntimo.
É de eu.
Cada pessoa faz o seu ritmo.
Cada pessoa
faz a sua maneira.
Cada pessoa
ultrapassa
como tem que ultrapassar.
Está cada pessoa
sempre
em sua forma
de lidar.
Cada pessoa é uma pessoa.
Eu acho que foram
as tuas pequenas grandes conquistas
do teu dia a dia
em que...
passou a haver mais hivo
tanto quanto possível
em que conseguiste ir subindo
esse poço.
Em pequenos momentos
quando voltei às gravações
não foi fácil.
Foi muito difícil.
Por quê?
Porque é...
Tentar-se encontrar alguma pequena normalidade
na tua vida.
É quase aquela sensação de
ok, tenho que dar este passo.
Mas prazer a luta de
será que eu devo dar este passo?
Será que é a altura para dar este passo?
Há dois momentos
que foram cruciais.
Um foi com unas
e criámos uma razão muito bonita
nas gravações.
Logo dos primeiros dias
eu sou ia lá gravar e vim embora
e nem tinha tempo de espera.
A semana antes de começar a gravar
eu fui nesta feira à noite
ter com o Francisco, o chefe de produção
já os estúdios fechados
e nós fomos pro Decor Leandro.
Só para um sentido
se pôs pesinhos devagar na água.
Em meio de uma cena
unas dizem qualquer coisa
e desmanchamos a rir um com o outro.
E aquela sensação de
rir e eu estou a rir.
Eu estou a rir.
E unas viram-se para mim
que eu nunca disse isto.
Mas eles viram-se para mim e dizem-me
à frente de toda a gente
em voz minha, dizer
''vai, vai te montar daqui''
''gosto tanto trabalhar contigo
'' e eu
bronco como sou
e vou
mas fica pensando em que
é
aquele calor de
um passo
muito bem recebido.
Pensado uma semana, duas semanas
estava a gravar uma cena com o Samora
e o Samora de nada
em plena cena
e chega-se a mim e abraça-me
e me dá um beijo na cara e eu digo
''gosto muito isso''
e é aquela sensação de
voltar-se ao trabalho
e eu entendo que o Samora de nada
não gostaria de mim
há sempre aquele olhar
do quase tilt da cabeça
de continencia
e se para mim é muito difícil de lidar
e a esse momento
o abraço foi
''bora, vamos fazer isto''
Ficado por ele tivesse mais cimentos as vezes comigo
ia ter comigo a camarilhizinha, meu
''puto, bora''
''se queres falar, vamos falar se quiser chorar às horas''
''mas bora, vamos fazer isto, vamos fazer isto''
A Filipe nascimento e a Joana Aguiar foram
não tenho palavras.
Então era sempre um ataque da minha família, sempre
vamos visitar
eu quando voltei a gravar foram um grande apoio
as duas, sempre
o regressar foi algo
que podia ter
corrido mal para a minha cabeça
mas no final de contas
ainda bem que eu fiz
era o mundo a ouvir
todo, mas era regressar uma pequena normalidade
claro que tinha que ir trabalhar
nós tivemos essa conversa
primeiro tem um compromisso
e depois tem um compromisso comigo mesmo
que é
eu tenho duas escolhas
''o garrotor pelos cornos'' e ''vamos a isto''
ou ''fico''
''tô olhando para o teto''
e a segunda opção não é a opção para mim
não é
como é que se faz quando a dor é mais forte
que o ânimo, vai-se a mesma?
vai-se a mesma
tem que dar espaço para sofrer
tem que dar espaço para chorar
tem que te permitir
cair
por quanto vantares vem com força
uma enorme resiliência de maturidade
e muitas outras coisas de resistir
a saber o que se diz, a falar, a responder
a seguir esse rumo
da isto que eu quero, vou agarrar o doutor pelos cornos por aqui
e tudo o resto de mim é indiferente
e se exige naturalmente um
um esforço
porque eu acho que não pode ser de outra maneira, Daniel
não pode ser
tem que continuar
tem que continuar
tem que
tem que às vezes arranjar força nesse bem um
mas tem que o fazer
então se não
lá está, vou entrar num labirinho
tem que apesar de não saber como é que fazer de lá
o que é que tu te dirias
se não fosse o ivo
e te visse
e sabendo
tudo o que aconteceu
e ele lhes diz o que
respira
eu sofro um bocado
da ansiedade
e como se isso fosse um bocadinho mais da ansiedade
é um problema muito comum então nos jovens
é muito comum
mas é
respira
calma
era uma das pistas da máscara
e a verdade é que eu falo muito para o espalho
que eu faço esses exercícios e que eu olhar no zoizer
calma
e é o espalho que te está a ver a ti
ou é isto que estás a olhar para o espalho
dependo do dia
há dias em que
há dias em que é muito difícil
lidar comigo
aceitar que há dias assim
aceitar o teu processo de
não diga de recuperação
porque acho que não há uma recuperação
não diga eu
isso é o processo de aprender a viver contigo
e com esta nova pessoa
que tu és
aceitar
aceitar é irreversibilidade
é o mais difícil
é
é o mais complicado
se eu penso muito nisso
se agora eu começar a falar contigo e pensar muito nisso
eu vou entrar naquele mundo dos porquês
que é o mundo onde não se entra
quanto tempo demoraste
o mundo
das redes sociais
da internet
por esse seis meses
eu voltei às redes sociais no dia em que
saiu o IN
da associação
Sara Carrera
e nesse dia
eu voltei às redes sociais e lembro-me
que
eu estive
sentado no chão da minha agência
com o meu agente à minha frente
com os meus melhores amigos ao meu lado
e o que o telé-móvel à minha frente
assim bem
como é que eu vou lidar?
é que o momento em que tu vais te expor
de
o que é que vem do outro lado
este medo de
será que eu vou levar um
grande açúcar do outro lado
porque a minha realidade foram os meus amigos
e os meus pais, os meus colegas de trabalho
que me viam quando iam lá gravarem para casa
é um desata chorar
tenho uma descarga
gigante
mas é aquele lado de
pá
olhar para o telé-móvel
e a onda de amor
a onda de abraços
de repente é
ok
untar-se de tudo tão negra a minha volta
está bem que é uma rede social
mas
você sabe que não vou estar nem que perca só cinco segundos
do seu dia
e digo-te há três momentos cruciais
que não digo salvar um pouco
e
acho que isso é muito conclusivo
uma coisa que
não sei, a saúde é concluída
para mim
portanto
não é salvar-o mas
deram-me uma força
que foi o voltar às gravações
de amor a amor
foi crucial
foi fazer a máscara
e é o amor
de as pessoas que eu nunca vou conseguir agradecer
nunca vou
o amor que eu recebo todos os dias Daniel
e agora estou um pouquinho mais a tentar as coisas
o amor que eu recebo todos os dias
mesmo quando o céu está mais mobilado
sempre um raizinho de luz que passa lá e no meio
nem que legei a este
o amor sem julgamentos
o amor sem julgamentos
o amor sem julgamento
o amor sem julgamento
o amor sem julgamento
o amor sem julgamento
o amor sem julgamento
dessa publicação
do teu regresso te escrevesse de
isto
quando conheci por um ti
escrever-te a balada mais bonita
consegui-se tirar de mim
paixoné-me cada vez mais por ti
a cada dia que passava
e a música foi ganhando de vida em nós
vou estar disponível para todo mundo ouvir
o talento brilhante e único que sempre foste
espero que estejas orgulhosa
estejas onde estiveres
nunca pensei escrever-te este texto
no dia de lançamento da tua canção
mas havia de pergões a maior rasteira
e eu só peço todos os dias que me ajudo a caminhar
que eu prometo que eu vou tentar fazer por ti
vou cumprir todas as promessas e objetivos
traçámos juntos porque isto não acaba aqui
e mais amor, por exemplo
antes de começar do amor a amor
diria que talvez no ponto mais
alto da tua carreira
cobertamente
há uma sensação de injustiça da vida para conosco
não, tu pensares disso
são os tais porquês?
porquê?
mas isso são coisas que eu tento não abordar
ou tento não explorar
porque há coisas que não há resposta
e acho que é muito perigoso nesse caminho
e como tal
acho que o que acontece agora é
quero mostrar porquê que eu estava ali antes
eu estou no ramo
há 13, 14 anos
e felizmente já fiz muitos projetos
o primeiro projeto de horário nobre
generalista com protagonismo
foi o amor a amor
e é quase aquela sensação de
eu querer agarrar a oportunidade
querer dar tudo
de repente eu quero provar
que eu estou aqui
pelo ator que sou
pelo meu trabalho
de vez em vez que é quase um solo recuperado daquilo que tu perdeste
senti-se de completamente impotente
vejo da pessoa cada vez mais distante
como é que é o seu sobesse tudo?
são músicas que eu já não toco
eu cheguei a ser sem isso
se sobesse tudo
tudo que há para saber
apenas verdades a coisas
que mais vale esconder
se sobesse o fim do mundo
eu não queria viver
mas na verdade
há coisas
que eu não quero saber
o que é que querias mesmo saber?
pode ser uma resposta
pode ser uma resposta um bocado
levado a um bocado de fora do que seria a resposta
o que estava por cá sendo
não há nada que eu queira saber
eu aprendi que
nada nesta vida
nada
vai correr como nós planeamos
eu aprendi que tu
isto tudo pode desaparecer assim
e como tal
não há nada que eu queira saber
quero me deixar ir
ouvindo coisas
eu descobro uma coisa, amanhã aprendo uma coisa nova
e os dias aprendo outra
onde é que as mais felizes? a cantar ou a compor?
as obesidades diferentes
adoro sentar-me em estúdio com artistas
que eu tanto admiro
e o processo de criação de uma música é brilhante
mas eu não te dizia nada
nenhuma palavra
só sorrir pra ti
a cantar sou muito feliz
se não terem à frente de um público
é um
eu lembro uma história
fui cantar ao meu cedeste há 3 anos acho eu
e eu estava a cantar no palco secundário
no palco principal ia estar o Shawn Mendes
e no palco secundário ia estar eu
as pessoas iam todas perguntar o Shawn Mendes
quem fosse para aquele palco que era distante
ia só para me ver
tive um momento de ali
que eu conheci o Shawn Mendes
e daí foi uma experiência engraçada
chegamos à parte de trás do palco
estou com minha banda e quando eu vou a cortina do palco
olhar para frente para o público
ninguém, ninguém
há 5 minutos de subir a palco
daí entrou de espetáculo e eu comecei a ouvir uns gritos
mas eu estava a cozinhar e não percebi assim muito bem
minha banda entra e eu estou a olhar para eles
quando passa uma cortina começa a rir
é um momento de subir a palco com um traje
eu entro e quando passa a cortina
estava cheio
há muito pouca malta que se lembra
que tu participaste no festival da canção
e não vou saber a partir de agora também
basicamente o Luciano Mendes há um dia que me liga
dizer olha o João Sol que vai concorrer ao festival da canção
com um compositor que estava muito cantando a sua música dele
é nesse que ela dava a música assim
tu vai ser profissionalmente
papo, não, bora
e fui divertir-me, foi muita giro
nunca vestei em nada e se calhar pra não ter pensado em nada
que nem sequer da semifinal passei
mas diverti-me
durante a pandemia fizeste canções
que cujas refletes acaborteiram para o serviço nacional de saúde
o que foi?
o que soubesse tudo
porque o que soubesse tudo
que foi a música que lancei, foi o confinamento
e acho que foi na semana a seguir, se não dêem a...
e que eu lancei e pensei
se eu puder contribuir de alguma forma
a ver se isto avança, existe melhor
e se ficamos bem
eu vou dar tudo que a música reverter
com a SNS e assim foi
quando olhas para o futuro o que é que ves?
mas que não, muita história é para ser contada
muita história é para ser vivida
ainda com coisas para dizer aos fantasmas do passado?
não
porque eu aprendi a não deixar-me nada
por dizer
nunca
se a tempo está a te passar
e que é que é que é essa?
vamos fazendo
promessas para quando a distância
é a distância
a distância
a distância
promessas para quando a distância
não se afastar
ou sonhando contigo
no peito de abrigo ditado
a me olhar
se soubesse que não tinha
ver no próximo dia
eu não evitava abraçar
com beijos ao som de chuva
minha mão na tua
até tudo acalmar
e tempo está a passar
um
um
e tempo está a te passar
um
um
um
e tempo está a te passar
um
um
e tempo está a te passar
um
um
um
um
que é que acontece
depois de acontecer o pior?
que acontece
depois de acontecer o pior?
há um vazio
na tua vida gigante
há uma
há todo um espaço
gigante de
que é isto
quem sou eu
que estou a fazer
muito em certeza
muita dúvida
muito
muito perdido
mas depois também é usar-se
isso com
reformular-te
tentares
tornar-te a melhor versão de ti
e por muito difícil que seja
acreditar-se
acreditar-se que o tempo está a te passar
vai ter que dar
apoias-te
na família
apoias-te nos amigos
apoias-te em pequenas coisas da vida
no trabalho
e é um processo
é um processo
e no fundo teres um pouco de esperança
que o tempo está a te passar
que é que aconteceu naquela noite?
não quer falar sobre isso
todos os dias é 5 de dezembro
guarda para mim
há alguns dias que é 4 de dezembro
há uns dias com mais solo que outro
há uns dias com mais solo que outro
o que é que fazes para que hoje seja só hoje?
hoje ser só hoje para mim
é
é viver com esta máxima
é uma coisa que eu me meti na minha cabeça
e que eu não vou deixar
de viver com esta diretriz na minha cabeça
que é
eu vou aproveitar
eu não vou deixar nada por dizer
vou fazer tudo o que eu puder
queres que algum dia
falarás publicamente sobre esse dia?
você acha que eu nunca expuse
muito
é muito, eu nunca expuse
a minha vida
e não os ponho
mas como eu acho que eu nunca expuse
a minha vida até agora feliz
é isto tudo
não
acho que são coisas
não
dizem respeito a quem tem que dizer
dizem respeito a quem tem que dizer
e não fazes também por respeito
a Sar e ao que viveram juntos
obviamente
obviamente
porque nunca foi exposto também um que
logo não seria agora?
nunca
nunca será diferente
porque sempre preservaram
claro
por alguma razão em especial
que ninguém sabe, ninguém estraga
e tudo o que estiver relacionado
acho que
são coisas que são nossas
eu percebo
a vontade de
pessoas saberem por carinho
são coisas
só nós nos dizem respeito
e eu irei sempre
viver com essa máxima
consegue ser imune
a todo o barulho que se faz
a volta disso
seria hipócrita de se dissesse
que as duas coisas não mexem
um pouco incondigo? é hipócrita de se dissesse
e há pessoas que têm a sensibilidade
de perceber
que também carregas uma dor
para sempre
imagina
eu quando te digo que
vejo muito de vez em quando
as mensagens cresceu
e realmente
há um
eu nunca consegui agradecer isso
é uma sensação de uma potência ridícula
mas é o que é
uma sensação de amor
uma sensibilidade pela situação
e esse lá tão humano
que tu pensas
não estou sozinho
é o calma
o que é que tens medo?
de
de
de deixar
alguma coisa para dizer
nunca se deixa nada por dizer
nada
nem que seja isso que te vá dar um bocadinho
de
de descanso
a tua cabeça
alguém te deva um pedido de desculpas
se alguém me deva um pedido de desculpas
eu já aprendi a resolver isso
se não me pediram
faz mal eu estou bem porque como vou estar a chatear
mas podemos tanto tempo
da nossa vida chateadosmos com os outros
é ridículo
o tempo que tu passas
às vezes nem é chateado
às vezes é
a quem teve uma atitude errada comigo
não vou dizer nada mas
se está chateado diz-me
se erraram contigo diz
só há uma coisa
que me diga
se o homem pode ouvir isso
achar que tens razão
realmente foi um correto desculpa
então ninguém me deve pedir desculpas
e tu pediste desculpas a todas as pessoas
que querias pedir?
desculpas a toda a gente que eu devia pedir
faz o ponto de honra nisso
qual o fundamental
que foi pra ti que as pessoas que me pediste
desculpas aceitassem o pedido de desculpas
durante toda a minha vida
sempre foi importante
toda a minha vida foi importante
eu nunca tive problemas em pedir desculpas
acho que deves fazer
acho que deves pedir desculpas
e quando tu pedes desculpas
deves estar preparado pra que do outro lado
aceitem ou não
ou estupamente faz a tua parte
felizmente
acho que todas as vezes que tive que pedir desculpas
sempre foram os 6
o que é fazer-te mal?
eu não me ouvirem
eu não me ouvirem
eu já disse isto
eu não ligo o que os outros dizem
não ligo mesmo isso
eles passam completamente ao lado
mas
todos temos tirados de vidro
tanto
fazer-me mal é mesmo não me ouvirem
é
se tem alguma coisa pra me dizer
se quer me dizer
é possível restituir
naquilo que tu projetas pra tua vida
uma ideia de felicidade
é possível restituir isso
ou é como uma porcelana partida
que se está a colar os cacos
sempre ajuda
não sei se é seguro ou se não é
eu acho que mais importante é que tu resolvesse
de contigo mesmo
mais importante é resolvesse de contigo mesmo
pra ti
pra tua senidade mental é resolvesse
de cura percebes?
o tempo ajuda
há sempre um dia a seguir
ao outro
o dia 2 para ser muito mal
mas nem ao novo dia
tenho mais 24 horas de oportunidades
para fazer com que o dia seja um dia boom
e se o dia tem 24 horas
e tiver 2 horas mais não são essas 2 horas
que vão minar os outros 22?
não
a vida é isto, a vida é assim
se estivesse que escrever uma frase
tu que escreves tantas
para ser lida daqui a
muitos anos
o que tu querias mesmo dizer às pessoas?
vai dar certo
é que é o refrão do Leva-me a viajar?
um
um
Leva-me a viajar
sem sequer pensar
sem sequer pensar
se estamos
nisto ou não
se o coração
deixar
eu espero
por ti
sem saber
se isto é amor
ou não
Leva-me a viajar
sem sequer pensar
se estamos
nisto ou não
se o coração
deixar
eu espero
por ti
sem saber
se isto é amor
ou não
Leva-me a viajar
sem sequer pensar
se estamos
nisto ou não
se o coração
deixar
eu espero
por ti sem saber
por ti sem saber
por ti sem saber
por não
Eu produce semchio!
Na nuvi!
Obrigado.
Obrigado.
Ro assina eu.
Estou estendo, oh, oh!
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"Há momentos em que nos perguntamos se é isto que a vida tem para nós", admite Ivo Lucas neste Alta Definição em podcast, de Daniel Oliveira, emitido originalmente na SIC a 26 de fevereiro de 2022. Numa entrevista muito emotiva, o músico e ator fala sobre o "buraco para onde caiu", aprendeu o valor do "pragmatismo das pessoas que o ajudaram", e ainda a forma como passou a repensar as suas relações pessoais. "Aprendi a dar muito valor a tudo à minha volta. As relações pessoais têm mais peso hoje em dia. Sou uma pessoa menos ponderada. Se quero fazer, faço. Se quero dizer, digo. E tento não me privar de nada porque acho que é assim que tem de ser. Sou uma pessoa diferente", conclui. O Alta Definição foi emitido na SIC dia 26 de fevereiro de 2022.
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