Renascença - Extremamente Desagradável: Famoso na Padaria
Renascença 10/18/23 - Episode Page - 16m - PDF Transcript
Estrema Mente de Sagrada!
Estrema Mente de Sagrada!
Mair na Escensa com o Apoio Sal, Verde Ponte PT, são muitos anos!
E hoje começamos com excelentes notícias!
A nossa dancinha de TikTok, sim, das 3 da manhã, já contou mais de 250 mil visualizações
e imensas curtidas!
Não posso, querida!
Eu tenho certeza que imensa gente super-toparia a dançar isto conosco!
Vai acontecer?
Ovo que lavas no rio, que tá, tá, talhas com teu machado a estar, tá, tá boas do meu caixão, chão, chão!
Olha, Ana caiu!
Quem não está percebendo nada desta conversa tem de absolutamente ouvir o episódio de ontem!
É verdade, mas não agora, não é?
Se não depois perde o dia hoje e é chato!
Portanto, eu explico rapidamente, só para dar aqui conteste, ontem ficamos a conhecer Rafael Alex e Bernardo Gomes.
Eles são criadores de conteúdo e têm um podcast onde, entre reflexões profundas sobre a indústria da dancinha de TikTok, respondem também a perguntas dos fãs.
O que o momento da vossa amizade contribuiu para o maior conexão?
É quando nós partilhamos aquelas coisas mais dicas.
Quando nós vamos, tipo, para aquele parque que tu me levas, qualquer que tenha me balou-se
e temos, assim, aquelas conversas profundas para desabafar, mesmo dizer tudo que vai na nossa alma.
Eu acho que isso acaba por nos unir.
Adoro! Acabei de me lembrar do que ela estava falando.
Sim!
É verdade, eu gosto.
Você acha que eu também gosto muito?
O Colombo.
Ai, eu gosto do Colombo.
Nós passamos a vida no Colombo porque não sei.
Qualquer dia somos conhecidos pelo Colombo.
Onde tem tudo, é onde a gente vai ao cinema, é onde a gente vai para as laas, vamos buscar
snacks, vamos buscar fazer tudo e mais alguma coisa no Colombo.
E nós fazemos aquilo que está engraçado.
Está resolvido.
Ai, que giro!
Um dos grandes mistérios da humanidade.
Sabe qual é?
Qual é?
Eu perguntava-me sempre quem eram aquelas pessoas que vão passear para o Colombo ao domingo
à tarde.
Ah, agora já sabes.
Está explicado.
São pessoas como o Rafael Libernar.
Vocês vão ao domingo à segunda, à terça?
Eles podem ir a qualquer dia da semana porque não têm, propriamente, um emprego.
Criar conteúdo e estar presente nas redes sociais não é um mundo fácil.
É consagado.
E, infelizmente, não é só acordar e ter uma foto.
Ui.
Eu acho que as pessoas acham que tipo, nós trabalhamos tipo, 10 minutos por dia.
Não é.
E o resto é só lazer e postar o que é que estou a fazer.
Primeiro, eu não acordo e coloco uma câmera na minha cara.
Isso não acontece.
Eu também não consigo.
Eu preciso de me arrumar.
Não é só lazer.
Eu preciso de encontrar um plano.
E é bem.
Eu preciso de encontrar uma luz.
Uma luz.
Eu preciso de vários fatores para eu me sentir minimamente apresentável.
Eu não consigo ter essa naturalidade.
Eu sei que há criadores que têm.
Há pessoas que conseguem.
Mas eu não consigo.
Porque eu sou uma pessoa que eu gosto de me sentir bem pronto uma cara.
Ah, não era metafórico.
Não, não.
Pensei que era.
Não.
Não é a primeira coisa que eu faço.
Antes ainda vou passear o cão.
Não, não.
Ele tem que se arrumar.
Portanto, eu peço imensa desculpa.
Eu retiro o que disse há pouco.
O vosso trabalho chega a ser pior do que o dos operários Fabrício.
Muito pior.
É que, para, eu só tento se apresentar ao serviço.
E saber trabalhar com maquinaria pesada.
Já um criador de conteúdos como o Rafael tem de primeiro acordar.
Que é desde logo um desafio.
É uma coisa costumense, mas sei.
A gente tenta se arrumar.
E só nisso já vão passar quatro horas.
Estamos em cima do aralmo.
Ou seja, depois tendo a encontrar um plano.
E quando vai para encontrar uma luz, o sol já se pôs.
E no dia seguinte começa tudo outra vez.
É uma luta diária a qual muita gente não dá valor.
Eu fiquei oito horas ontem no meu telemóvel a editar.
E nossa, isso é muito cansativo para a nossa cabeça.
Exato.
Eu fiquei com dor de cabeça.
Nós ficamos, tipo...
E depois, e depois é isso.
É que tu sentes a tua energia completamente consumida.
Não só pelo que tu consomos na internet,
mas pelo que tu estás a produzir.
Chegar às vezes...
Aqueles vídeos engraçados que vocês às vezes veem,
eu já não acho mais graça neles,
porque eu já vi o vídeo, provavelmente,
umas vinte e cinco vezes.
Retirei toda.
Tudo suco do vídeo.
Já não tem mais graça para mim.
Já não acho graça neles.
É uma uva passa.
A mim acontece o contrário.
Eu sinto que ainda não tirei todo o suco desse vídeo.
Tira, tira.
Por isso vamos continuar.
E a partir de hoje, eu prometo,
sempre que estivermos descontridamente a fazer scroll no nosso...
Mas redes sociais,
e nos separarmos com vídeos de dancinha?
Sim.
Tipo, esta.
Eu prometo que nos vamos lembrar
desta classe de trabalhadores.
Os dançarinos Tik Tok,
cujos direitos são constantemente atropelados.
Eles não querem subsídio de refeição nem nada.
Basta-lhes que eles ofereçam um combinado
de 50 peças do sushi at home.
Ou então um peque de sumos de toques
por cada dia em que eles estão tão cansados,
mas tão cansados que hoje são migas,
só conseguem alimentar-se por palhinha.
Eles estão exaustos.
E é natural, se eu tivesse de dançar a nitra de manhã,
ou de milha tarde, e MC Kevin, à noite,
também tinha xaqueca.
Pois que forteza.
São ossos do ofício.
Depois também há o lado bom da fama.
Eu realmente tipo, acho-se muitas pessoas bonitas,
e é tal e qual como tu.
Se eu quisesse, infelizmente,
sei lá, falar com qualquer pessoa,
tipo, eu poderia fazer isso também,
porque assim, o que não falta
é que as pessoas sabem que uma pessoa namora,
mas o que não falta é pretendendo-os.
É natural, pois com um corpinho assim todo malhado...
O que tais bem a dizer?
Não sei se estou a falar de um gato, não é?
Sim.
É o próprio Rafael que disse.
Sim.
Agora sou eu por dar a expósito.
Eu mandei...
Curriculos.
Nunca respondem.
Todas as empresas de marca desportiva deste país.
Quem me respondeu?
Ninguém.
Exato.
Eu fui recusado por todas.
Todas.
E gente, olhem este corpinho.
Come on.
Eu achava realmente que tendo um corpo
mais ou menos malhado,
que eu ia ter uma facilidade.
E é bom o corpinho?
Nós não estamos a ver.
Não sei.
Não é pra atuidade, por favor.
Para com isso.
As empresas pensam duas vezes
antes de contratar um tiktoker, não é?
É por uma alma.
De repente temem chamar alguém
que passa o dia a fazer coreografias,
porque parecendo que não destrai os colegas
e pode afetar a produtividade.
Agora, a parte boa do Rafael
não ter um emprego assim das novas cinque,
é que sobra-lhe muito tempo
para fazer longas dissertações sobre assuntos profundos.
Ai ai.
Daqueles que têm de ser discutidos
no tal parque com baloiço
e não no H3 do Colombo.
Como este, o que mais aprecias
numa possível cara metade?
Eu atraio muito por Mulenina,
sem dúvida, por traços escuros,
por tipo, olhos castanhos ou pretos.
O nariz eu não ligo muito,
se pode ser sincero.
Eu sou supercoeso com o nariz.
Ah, eu também não olho para nariz.
Eu sou muito chato com o meu próprio nariz,
mas com o nariz das outras eu não ligo muito.
A Mulenina.
A Mulenina.
A Mulenina.
A Mulenina.
Ela atrasse muito por Mulenina.
Mulenina.
Quero tratar de te mudar do mundo outro.
E ainda bem que ele deixou o nariz
das outras em paz.
Imagina o que seria
fazer-lhes uma rinopla de aforço.
Imagina, eu também acho que
se não fosse por manifestação
e por esses métodos,
eu não teria conseguido
muitas coisas que eu consegui hoje.
Eu acho que isso fez grande parte
e me impulsionou a ir atrás
daquilo que eu realmente quis.
Amigo, nós manifestamos a vida
que a gente tem hoje.
Isso é muito importante.
Acho bem, portanto, aproveitar-os a jornada.
Amigo, nós manifestamos a vida
que a gente tem hoje.
Eles visualizaram tudo o que fazem agora.
Inclusive, é dancinhas de tiktok,
mesmo antes de desistir do tiktok.
E aqui estão eles aproveitar a jornada
em busca de um propósito para a vida.
Para alcançar sucesso,
para atingir a excelência.
Ah, tendo rituais de autocuidado.
Porque nada acontece por acaso.
Porque não podemos dar nada
por garantia.
E todos os outros clichês
do desenvolvimento pessoal
que possam ocorrer-vos.
Em dezembro, no dia 30, 31,
eu escrevo meio que uma carta
para mim próprio,
em que, depois,
eu selo a carta com encerço,
com uma pedra em cristal,
feito num potinho,
coloco ali um sal...
Faço tudo um ritualzinho,
porque é uma carta em que, basicamente, eu
visualizo-me no futuro,
mas que, na verdade,
é um presente
em que eu já tenho tudo aquilo
que eu quero conquistar
no próximo ano.
Ou seja, todos os anos,
no dia 1, eu abre a minha carta
e, no meu caso,
eu diria que 90% das coisas
que eu escrevo naquelas cartinhas
acabam para acontecer
de um jeito ou do outro.
É absurdo.
É absurdo.
O Rafael Alex deve ser péssimo
acompanhar na passagem da noia.
Imagino toda a gente
a subir para cadeiras,
com as 12 passas,
pronto a brindar,
e eles esperem,
não posso agora,
porque ainda estou a acabar
de me escrever uma carta.
E depois todo aquele ritual,
não é selar a carta
com um incêndio.
Impressionante.
E um cristal,
parece que está numa aula
em Hogwarts, não é?
Cada país,
no fundo tem o Harry Potter
que merece.
E pode ser que este,
que nos calhou em sorte,
também venha a lançar livros,
porque o material,
não olha falta.
Eu sou uma pessoa
surtuda, abençoada,
graças a Deus,
e eu acho que eu consigo
as coisas que eu quero.
Manifestação é uma coisa
que eu faço.
Muito.
Eu tenho mais de 15 cadernos.
Espera, eu tenho, tipo,
uma livraria lá em casa.
Eu tenho uma livraria de
coisas que eu escrevo.
Tipo, cadernos que eu escrevo
os journaling,
eu tenho todos os dias da minha vida,
25% dos dias da minha vida,
escritos.
Tudo o que eu fiz naqueles dias,
eu sei o que eu fiz,
porque eu acho que é uma forma
de eu manter conectado comigo mesmo.
E o meu diogo fardo
do desenvolvimento pessoal.
Manifesta muito.
Mais de 15 cadernos sobre a vida
de Rafael Alex.
E nós, felizmente,
conseguimos ter a sessão deles.
Não posso.
A sério?
Por favor.
Querido Diário,
hoje fui ao Colombo com o Bernardo.
Já tinha imensas saudades,
porque não íamos lá desde terça-feira.
Estou exausto e cheio de dores de cabeça,
depois de sete horas,
a editar um vídeo de dancinha.
Espero que super viralize
e tenha mais de 10 mil curtidas.
Na página seguinte,
24 de maio de 2021,
infelizmente o vídeo não viralizou.
E apesar de eu ter manifestado
que ia ser o vídeo mais bombado de sempre,
flopou.
Fiquei tão triste que liguei ao Bernardo
e disse-lhe que hoje precisava de algo mais forte
que o Colombo.
Fomos ao Ubo, na amadora.
E para mim é espiritual.
E também é uma forma de eu mei como obrigar
a expressar os meus feelings
e expressar os meus sentimentos, não é?
Expressar não só os feelings,
mas também os sentimentos.
Não, só coisas completamente diferentes, como sabe.
É tipo plantar e semear.
Não tem nada a ver uma coisa com outra.
E quem faz o jogo das redes sociais,
que é bastante difícil,
percebe que do início ao fim,
é uma constante batalha
com lidar com as nossas expectativas
e os nossos resultados.
Com o que a gente planta e o que a gente semeia.
É uma batalha.
Também como plantas.
A gente planta e o que a gente semeia.
Depois o que a gente colhe é indiferente.
Também se torna muito mais complicado fazer contigo.
Então lá está a procura de manda.
Tem essa cena.
Procura de manda.
Não, oferta, oferta.
A palavra que procuram e demandam
é oferta, porque procura de manda
é precisamente a mesma coisa.
Só como é mais portuguesa,
outra é mais brasileira.
Tá zangada.
Descomentar ser tão crítica,
não quer de forma alguma
roubar o cargo ao Rafael.
Eu já acordei e pensei,
não estou num bom dia,
mas que eu estava horrível,
eu sinto muito horroroso.
Eu sei que as pessoas
nunca me dizem estas coisas,
mas de forma como nós olhamos
para nós mesmos,
é muito mais crítica do que a forma
como as pessoas olham para nós.
E eu tenho muito esse problema.
Sim, portanto.
A gente sabe.
Você é o seu maior autocrítico mesmo.
E eu reparo como pessoa
que tem tanto de certeza
uma autocrítica, não é?
Claro que ele é o seu maior autocrítico
maior e único,
porque ninguém consegue
fazer-nos autocrítica, não é?
Só se estivessem dentro do nosso corpo,
o que seria um procedimento muito invasivo.
Ainda mais invasivo do que
aqueles que o Rafael já fez.
Você tem mais de críticas.
Uma coisa que eu fui percebendo
ao longo do tempo é,
eu acho que em linha do tempo,
eu sim, fui me sentindo mais bonito
ao longo do tempo.
Sempre.
Mas também me fui sentindo
mais insegura,
eu acho, ao longo do tempo.
Porque agora são insegura coisas
que eu não era inseguro antes.
Sim, eu também.
E eu tenho um percurso
um pouquinho peculiar,
porque imagino,
eu já passei por muita alteração física,
mesmo de física,
mesmo estética,
já fui atrás de procedimentos,
já escolhi o meu cabelo,
já fiz tratamentos de pele,
já...
Tanta coisa que eu já fiz
para mudar a minha aparência.
Eu já fui atrás...
Ele já foi atrás de procedimentos.
De procedimentos.
De repente eu imaginei
eu correr atrás de uma harmonização facial,
a tentar apanhar um botox,
a perseguir um lipo shape...
Como se fossem Pokémon.
Mas olha,
descobri uma coisa que eu ainda
não descobri que é o cabelo.
Ele disse,
eu descobri o meu cabelo.
Descolorei.
Descolorei.
Ah, descolorei.
Ah, tu já fiz isso.
Por favor, vá para dentro.
Fá para dentro.
Mas o que importa
é que está a dar resultado
mesmo sendo o seu maior autocrítico.
Está feliz com o que vê o espalho.
Quer dizer,
está contento se estiver
olhar só de um lado para o espalho.
Não gosto muito
deste meu ângulo da cara.
Eu acho diferente
do meu ângulo direito
do meu ângulo esquerdo.
Mas, tipo, gravado,
porque, obviamente,
no dia a dia não vou estar
a pensar nisso.
Mas, se estiver gravado,
eu me pergunto
que eu nunca fiz a ninguém.
O que eu faço isto,
eu não sei se mais alguém faz,
o que é,
quando tu andas na rua
e estás, tipo,
num ambiente,
num shopping hot,
tu imaginas o teu rosto,
muito diferente e etc.
Como as pessoas lutam a ver.
Imagina que tu estás a falar aqui.
Tu imaginas, tipo,
a ti próprio, visualmente,
ou não nem sequer pensas nisso.
Porque eu, literalmente,
penso,
se tu estiveses deste lado
e eu estou a andar contigo,
eu visualizo o que tu estás
a visualizar a minha mente
e penso, ok?
Será que estará um bom ângulo?
Eu sou assim.
Tive um julgamento.
Não, Rafael.
Tenho que dizer que ninguém pensa nisso.
No fundo, Rafael vive
como se estivesse sempre
a fotografar para um book, não é?
Sabe que sempre foi assim?
Eu imagino a mãe
ir dar-lhe um beijinho à cama,
quando era pequenininho,
e ele espera, espera.
Deixe-me dar-te a pochecha esquerda
e fazer da que fez
que fique mais favorcida assim.
Eu sempre estivesse deste criança.
Eu acho que trabalho
com fotos deste criança,
mas o primeiro trabalho
foi o modelo.
O primeiro trabalho que eu tive
em criança, com meses de idade,
já fazia comerciais, anúncios
e tirava fotos para catálogos,
entende?
Então estou habituado a câmeras
há muito tempo.
Tempo.
Eu sei como posicionar numa cama
e ficar lindo.
Não só sabe como posicionar-se
para uma cama,
como está sempre a posicionar-se
para uma câmera
mesmo que imaginária, não é?
É como se estivesse a brincar
ao Big Brother 24 sobre 24.
Isso serve da alerta
para todos os pais
que acham muito giro
que os filhos sejam bebê-se-se-era
lá,
que entreem anúncios da Dota
a Dota,
depois o resultado está à vista,
não é?
Fiquem a saber que podem estar
a criar um monstro,
estão a educar a crianças
que vão estrovar aquelas típicas
fotos de turma na escola.
Sabe?
Sim, sim.
Porque vão exigir ao fotógrafo
ver como é que ficou
e fazer 327 tentativas
até ficarem perfeitos.
Eu vou à padaria,
eu vou colocar tipo um mini
bebê-queen igual, tipo
um pó igual, tipo.
Não.
Eu, por acaso,
imagina,
se eu vier para gravações
ou se eu vier para Lisboa
para um evento,
não sei o que,
se a galera vai me arranjar
mais a fundo,
mas na Lúrin é onde eu moro.
Eu se cá,
saia de casa,
tipo, visto-me a sepeto,
uma coisa que era um outfit
assim, confi,
e estou bem,
sabes, não preciso.
Eu não confio.
Imagina,
eu gosto de estar bonito
nos cities, obviamente,
mas não sinto aquela necessidade
de me estar produzido.
Fica a perguntar-me
porquê que eu sinto essa necessidade,
porque eu,
literalmente,
no meu guai,
no meu rua,
eu sinto essa necessidade.
Então, para mim,
é uma necessidade.
Literalmente.
Tipo,
que aquelas pessoas me vejam
e ficam tipo,
ah,
realmente,
ele corresponde
à expectativa de beleza
que eu tenho dele.
Literalmente.
Sim, sim, sim.
Eu tenho literalmente fãs
que ficariam literalmente
super zildidos,
chuvissem,
sem corretor de olheiras,
no panificador
ao lado do bairro.
É um desgosto.
Já sabem o que vem aí,
não é?
Calma, jovem,
ninguém tem uma expectativa
de beleza assim
tão grande
a teu respeito.
Mas não é a primeira vez
que Rafael Alex se debate
com esse problema
de ter uma horda de fãs
e isso já o atrapalhou,
inclusive,
na sua vida profissional,
quando teve uma,
dava aulas de inglês,
mas era muito complicado.
Sim, é muita dificuldade
com crianças,
especialmente crianças
que têm dificuldade
em entender
e acho que,
como eles já sabiam
que eu criava vídeos
e que eu tinha uma fama...
Pois é, isso não.
Eles já sabiam,
eu lembro.
Famosa internet,
então, tipo,
já não conseguia mais dar aulas,
gente,
eu tive que me demitir,
porque já não estava a dar,
de todo alvoroço
que era criado na escola
quando eu entrava
e quando eu saía.
As pessoas tinham que separar
as crianças,
quando eles tinham todos que
para o mesmo lugar onde eu estava,
eu tinha que ser escolletado
das escolas.
Era ridículo, gente,
então não me dá
para ter um trabalho
desse hoje em dia, então.
Escolletado, gente.
Escolletado?
Chamava-o a uma dona
da EB2-3,
Gonçalves Crespo.
Já estou a imaginar
a dar aulas do óculos
curso e bigode
para não reconhecerem meninos
e com a voz distorcida.
Hoje vamos aprender
a fazer journaling
para falarmos
dos nossos feelings.
Literalmente.
Pimpão.
Sem explicação.
Porque ele é todo pimpão.
Porque ele é todo pimpão.
Barilo.
Barilana.
Gonçalvesverde.pt
são muitos anos.
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Joana Marques continua a acompanhar o dia-a-dia de Rafael Alex, do tik tok à padaria do seu bairro.