Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: É o burlesco que nos salva
Joana Beleza 3/25/23 - Episode Page - 52m - PDF Transcript
Esta semana, Ricardo Barus Pereira confessa-se suspeito.
João Miguel Tavares sente-se incidentado e Pedro Mexia declara-se um cacelheiro.
Está reunido o programa com os nomes que estamos legalmente impedidos de dizer.
Esta semana, o Renault E-Tech assume a pasta da adaptabilidade, uma qualidade fascinante do ser humano e de políticos,
que se caracteriza pela capacidade de ter diferentes modos para diferentes situações.
A verdade é que à semelhança do Renault E-Tech, todos possuímos vários modos.
Os colegas de trabalho, por exemplo, em modo pacato durante o ano inteiro e depois basta passar a música
verão de 69 na festa de Natal da empresa e automaticamente aciona o modo soltar a franga.
Eu não é, são os piores, mas há outros.
Os dão tudo como modo sport do Renault E-Tech, os contidos como modo eco e ainda os conforto.
Um género de meio termo dançante que, confortavelmente e de copo na mão, apenas serpenteiam a parte superior do corpo.
São bastante comuns e agora entro eu em modo silent, para que possa aproveitar o programa que se segue.
Divirta-se!
Ora Viva, sejam bem-vindos no final de uma semana em que o presidente da República considerou a proposta do Governo
de arrendar compulsivamente casas devolutas uma lei cartaz, ou seja, mera propaganda,
uma posição de Marcelo a que Costa respondeu energicamente no Parlamento.
Avemos de falar disso e de outros assuntos candentes daqui a pouco, mas para já o Ricardo Araus Pereira
quer ser ministro dos cinco contra um, que nova aventura de Annie de Blighton é essa, Ricardo Araus Pereira?
Sim, é os cinco contra um, Carlos, o um é o puritanismo, é os cinco contra o puritanismo,
é isso que está, é uma nova aventura.
Toda a gente, uma certa idade, se deve lembrar dos livros dos cinco e dos sete e da coleção mistério,
era a minha preferida, aliás, e o Ricardo quer falar da decisão de algumas bibliotecas inglesas
de passarem a ter nas estantes apenas edições expurgadas,
vês como uma forma de proteção dos leitores mais jovens, ou como atentado?
Eu vejo como uma forma de prevoi-se, Carlos, porque eu li no público,
dizia, bibliotecas inglesas escondem livros de Annie de Blighton por causa de linguagem ofensiva.
Isto no condado de Devon, onde eu tenho uma filha a estudar, aliás, o que me deixou inquieto.
E também me deixei inquieto, pelo lado, e ali a Lopes, porque tem um livro chamado dos cinco livros diversos
que salvam o tio e eu tenho medo que vão também com esta leva, podem ser, podem ser também.
A segunda notícia do público, os livros foram retirados das prateleiras
e armazenados em locais não acíveis ao público.
Portanto, a perigosa autora do Noddy escreveu umas coisas tais
que convém não estarem ao acesso acessíveis, não é?
E os leitores que as solicitarem serão advertidos pelo bibliotecário
com um aviso de gatilho verbal, diz o público.
A Isabel Alçada era entrevistada nesta reportagem do público e dizia que a medida era...
Existe-se da educação?
Exato. Que sabe alguma coisa? Essa biblioteca era infantil ou juvenil, acho eu, a Isabel Alçada.
Ela chamava absurda.
A altura de uma aventura?
Exato, chamava absurda e problemática.
Esta opção dizia ainda, ela lembrava, os videojogos, isso realmente é uma coisa engraçada,
que é uma criança que acabou de jogar uns videojogos bastante violentos
e depois chega a biblioteca e diz, tenho os cinco? Não, isso tem paciência.
Isso é perigoso para ti, pequenino.
Acho que diga que...
Perpetua, alguns clichês de gênero, ligados raciais, sobretudo há umas passagens acerca dos ciganos
que são mais posicionadas.
Sim, há várias, há outras que são, por exemplo, cala a boca.
É uma expressão que não sei o que é que perpetua.
Em princípio, perpetua a vontade de haver silêncio.
Mas tudo o que perpetua e reforça.
Falha, não é? Porque, em princípio, está a perpetuar e reforçar.
E depois a gente olha para a nossa sociedade e, em princípio, estamos a viver em tempos
que são mais, digamos, desse ponto de vista civilizados do que já foram.
Vamos falar de bibliotecas do Condado Devon.
Devon, exatamente.
Ou seja, não é um epifenómeno?
Lá está. É possível...
É um epifenómeno semanal?
É um epifenómeno semanal, não é?
E depois, como eu tinha um dito, era que este fenómeno de corrigir os livros de Rawl Dahl
e imagino que este também era um fenómeno de tratamento comercial.
A minha questão é, porque acho que isso vem, no importante ensaio de Marcelo Robichon,
lê para a apluída de la modernité.
O que é que Marcelo Robichon não compreende, acho eu?
É que a partir do momento tem que ser as próprias bibliotecas a fazê-lo.
Qual será o ganho comercial para as bibliotecas de não tornar acessíveis estes livros dos cinco?
Porque é indimentível que é um fenómeno também comercial, não é?
Quando as editoras vão lá rasurar as obras do Rawl Dahl,
isso é uma forma, aliás, conhecida, o capitalismo é excelente,
a facturar com tudo, incluindo com isso.
Por que que isso é também um fenómeno comercial?
Porque responde a um certo ambiente cultural, não é?
Se não, não havia apetite comercial por obras rasuradas de, por exemplo, quando...
Isso é que o capitalismo também adora o acorratográfico.
Adora, adora, exatamente.
Portanto, tudo o que seja, por exemplo, os tratores do Fantastic Mr. Fox,
que eram pretos, deixaram-nos ser pretos, os tratores,
e isso é estritamento comercial, não é bem?
É porque há um ambiente cultural que faz com que aquilo comercialmente,
pois seja rentável.
É isso que Marcelo Robichon, em Lepar Rápido, de lá Moderna e Tee,
acaba por não ver.
Acreditar a página aí é o...
Eu espero que os nossos leitores vão procurar este...
O título já está, mas a editora e a página...
O facto dos livros Danny de Blatt tem de se destinar em um público infantil
ou infantil ao juvenil,
portanto, sem grande capacidade de contextualizar aquilo que lê,
pode justificar de algum modo,
algum cuidado acrescido com estas obras, João Miguel da Bares.
Quer dizer, isso não é bem cuidado, atenção?
Sim, pode sempre levantar e pode sequer em contextualizar as coisas, não é?
Isto começou, às vezes, já havia gente que copia de uma estátua,
ou, de repente, põe umas etiquetas a dizer, olha, atenção?
Que aquilo que você pode ver...
Agora, já nem sequer está com alerta,
agarra simplesmente nas coisas e escondem-se, não é?
Com as estátuas também.
O meu problema com isto é que eu tenho muitas dúvidas.
Se nós tivemos uma frase racista num livro da Danny de Blatt
ou uma expressão racista,
que esse apagamento não seja em si um ato profundamente racista?
Porque aquilo que se está a fazer
é como que limpar a imagem de uma determinada época
e de uma senhora que naquela época escrevia daquela maneira.
E isso parece maltamente problemático.
É porque, vamos ver, a gente faz isto na Annie de Blighton
e, sei lá, eu ponho agora a Minecraft,
para irmos ao argumento Adity Learner.
Tiramos aquela parte dos deuses também, porque...
Se calhar aquela parte dos deuses é energia.
Minecraft é parte dos deuses.
Não é, mas, se calhar, porque é um bocado ofensivo?
Ou então, não, mas pera, isso diz, não.
Porque aquele livro é suposto de ser ofensivo.
É um mau exemplo, porque as pessoas que acham isso não acham
que o Minecraft deve ser ofensivo.
Mas é isso, claro que é.
Por que?
Mas eu estava devendo a sensibilidade...
Exato.
Mas por que?
Porque naquele caso, o Hitler, como é um senhor muito mau,
é suposto de escrever de coisas muito mais.
É de Blighton, como é uma senhora muito boa.
É suposto de só escrever coisas muito boas.
Nunca pode ter sido racista, ter fatido frases duvidosas.
Não consigo compreender qual é o tipo de racismo.
Do facto de serem obras direcionadas a crianças
ou a jovens, de ter erraidade, que você diz.
É mais que uma boa oportunidade.
Não é significativo, ou é?
Acho que é uma boa oportunidade para explicar as jovens de terraidade,
porque há umas décadas que utilizavam aquelas expressões.
Há umas obras também direcionadas a crianças.
Chama-se Agneult e Contextualização e Interpretação,
aquelas palavras que a gente está pagando aí na escola, não é?
Há duas ou três histórias dos irmãos grimes direcionadas a crianças.
Sim, sim.
Também são ligeiramente terrianos.
Sim, claro.
Como é que vê este caso, Pedro Mexia?
Será um grande escândalo, uma biblioteca fazer uma escolha de livros
que tenha a disposição para o público nas suas gestantes?
Há duas distinções a fazer.
Primeiro, eu sou totalmente contra de toda a forma de paternalismo com adultos.
Acho que o paternalismo com crianças não é paternalismo,
mas normalmente nós somos paternalistas com as crianças.
E portanto, há uma certa diferença entre isto se fosse uma biblioteca para adultos
e uma biblioteca infantil.
Ponte número 2, para não parecer que o número 1
quer dizer o que não quer,
eu acho que há maneiras de escolher as obras que se quer dar,
contextualizar as obras que se quer dar, discutir as obras que se quer dar
ou chegar à conclusão de que este livro é problemático para crianças.
A palavra problemático para crianças não é uma expressão para mim problemática.
Problemático para adultos é uma expressão muito problemática para mim.
Problemático para crianças é normal.
Há livros que são problemáticos para crianças.
Então se...
Eu não li a notícia do público, mas não fui ler os exemplos todos.
Não li os cinco e os sete.
Não sei qual é um problemático. Não, li os cinco quando era miúdo, mas...
Eu acho que o Pedro Mexia começou logo do Beckett.
Não, não, não.
Não li os exemplos que eles citavam da notícia do público,
não li os exemplos problemáticos que eles citavam, mas...
Eu não gosto a ideia de exporgar um texto.
Tem remuniscências desagradáveis, porque senão nós começamos a...
Por exemplo, imagina, há quadros que têm imagens problemáticas do tratamento de negros.
Por exemplo, vamos retocar os quadros.
Porque a lógica é a mesma.
A lógica não é a lógica.
Este quadro, discutiu-se-se por causa de um quadro que está na simulada da República.
Há uns murais ou já não sei o que era.
Isto é racista.
Mas mesmo em relação a um quadro, há uma diferença.
Isto é racista, tira-se o quadro daqui.
Isto é racista, explica-se numa notinha.
Ou isto é racista. Isto é, portanto, pinta-se por cima.
E tirar palavras é pintar por cima.
Toda a gente estava de acordo que pintar...
Espera, eu...
Quer dizer, é melhor tirar esta frase.
Toda a gente estava de acordo, é uma frase que eu apliquei em casa nenhum.
Toda a gente estava de acordo que pintar por cima de um quadro é uma bestialidade.
E, portanto, eu utilizo a mesma lógica para os livros.
Independentemente daquilo que toda a gente conhece, que é a clássica de literatura adaptados a crianças,
com versões, mas são adaptados...
Não é o texto é anidolato.
É uma pessoa que está a fazer uma versão, está a contar a história,
seja o Elia da Rodisseio, ou o que seja.
Isto é normalíssimo, portanto, eu não sou tão inflexível.
Eles são adultos e desamparem a loja.
Não há nem trigger warnings.
Isto é chamar crianças aos adultos.
Trigger warnings.
Atenção que no...
Em tudo o vento levou.
Atenção que no âmbito morre gente.
Cuidado que morre gente.
Eu vi uma expressão sobre a guerra de Troia, a sobre Troia que dizia,
em Londres dizia, tensão de ter imagens de guerra.
Poxa, sobre Troia, claro, que tem imagens de guerra.
Portanto, isso é estúpido.
Com crianças.
É diferente.
Eu tenho de tudo maior sobre o que as crianças podem ou não ter contacto direito.
Entregamos ao Ricardo Araus Pereira, a pasta de ministro dos 5 contra 1,
quando estou ao João Miguel Tavares,
que quero ser, desta vez, ministro,
assim e assim, absolutamente horrível.
Em que é que ficamos, João Miguel Tavares?
É absolutamente horrível ou é assim e assim?
Então, começou a ser assim e assim,
depois rapidamente se tornou absolutamente horrível.
Quero falar do Jacelber Molão,
o pacote de leis para a habitação anunciada pelo Governo.
Molão, em relação ao qual, há um mês, o presidente da República,
tinha ainda mais dúvidas do que certezas.
Quando tem que estar postado,
quantas famílias é branja,
quais os efeitos,
quanto tempo demora a produzir efeitos,
aquilo que tem pé a espalhar e aquilo que não tem pé a espalhar.
Isto foi há um mês, mas entretanto,
esta semana ficamos a saber acerca deste Molão,
que o presidente já o provou e que não gostou.
Tal como está concebido, logo à partida,
e no operacional, quero não tentar, quero no ponto de partida,
quero no ponto de chegada.
Portanto, como é evidente,
há uma coisa que nós aprendíamos na feitura das leis,
chamadas leis cartazes.
Leis cartazes são aquelas leis que aparecem a proclamar
determinados princípios, programáticos, mais para aflutar.
Mas a ideia não é propriamente que passe a ir à prática, não é?
Marcelo, a dizer na festa da CMTV,
que no fundo, o pacote do governo para a habitação
não é para levar a sério.
Como é que viu esta evolução do pensamento presidencial
a respeito do Molão, o João Miguel Tavares?
O cara, se isto é muito engraçado, porque tu há pouco,
tu introduziste este segundo clipe com a frase,
entretanto, o presidente já o provou e não gostou.
A questão é, como é que o provou?
Ele ainda não o provou, porque ele ainda não viu
como é que aquelas intenções vão ser concretizadas.
Portanto, não é que ele, de repente, estivesse desconfiado,
tivesse aberto o Molão e agora o provou e realmente
prova-se que isto não é grande coisa.
Não, verdade, o Molão continua o Molão.
E, portanto, a opinião sobre o Molão
é que foi deslizando ao longo dos tempos.
E estes deslizes, enfim, são, às vezes,
um pouco destranhas em Marcelo,
embora eu concordo na superstância, é, sobretudo,
em relação às famosas casas das quais o governo
quer tomar conta de pessoas privadas,
eu concordo com isto, mas lembra-se, se bem se recordam,
a história dos abusos, porque também na história dos abusos,
o Marcelo começou a dizer, não, parecem-se em tantos.
E, logo a seguir, percebeu que aquilo não lhe tinha corrido bem,
ele, ah, não, parecem-se em tantos,
no sentido em que eu acho que deviam ser muito mais,
são certamente. E, portanto, aqui o Molão também foi vindo
e manda esses espécies de abusos, de linguagem,
no sentido de que há um deslizar da interpretação de Marcelo ao longo do tempo.
Há alguma coisa a ver com o modo como a opinião pública se comportou?
Há quem tenha essa teoria. Há quem tenha a teoria
de que depois saem sondagens, e lá está, ali, entre o Santini
e naquelas viagens que ele faz pela Marginal,
terá encontrado pessoas que explicam que aquele leite de facto
não é popular. Mas, enfim, mas aí Marcelo...
Está assim Marcelo, mas que eu acho que todos nós
ganhávamos, eu até acho que ele nos últimos tempos
tentou de um bem note. Mas ganhava em ser mais firme
nas suas opiniões, o facto de ele estar sempre a comentar
à atualidade não facilite essa firmeza.
Que sabor tem para si este Molão de que tendo-se
de ter falado, Pedro Machia?
Vamos lá ver. Não, eu acho que o facto
das pessoas terem ficado, sobretudo, à direita
e, até certo ponto, justificadamente,
muito indignadas sobre quanto ao sabor do Molão
deve ser substituído pela dúvida sobre a realidade do Molão.
Isto é um Molão imaginário, porque vamos lá ver.
O Estado tem já, além daquilo que não é dele,
tem já um vasto patrimónimo imobiliário
e vê-se as aranhas pregerir o seu próprio patrimónimo imobiliário.
Portanto, a ideia de que o Estado que não sabe fazer o menos
vai saber fazer o mais, quando todas as dúvidas
da cidade civil, dos cidadãos, dos partidos políticos, etc.,
é muito improvável. Ou seja, é muito improvável
que isto resulte, o que não quer dizer que não seja tentado
e que não produza bons ou maiores resultados.
Aí, de facto, veremos. Mas eu estou convencido,
até pelo historial deste governo,
que este é mais um Molão imaginário do que um Molão mal saboroso.
Eu repare, eu concordo contigo, mas faço notar
que, por exemplo, em questões de impostos,
o Estado é um péssimo pagador.
Um péssimo pagador, qualquer pessoa que sabe
que tem que receber dinheiro do Estado, nunca mais recebe.
Já a gente se senta, se não nos atrasarmos a pagar o Ivo
e a RS lava em um Estado com toda a sua força,
que é em cima de nós.
Portanto, eu, para esse aspecto,
não sei se isto teria tão repousado como tu.
Atacado à esquerda e à direita, por causa do pacote
de medidas para a habitação que o Presidente da República
considera inescoível,
o Primeiro-Ministro, no Parlamento, não se ficou.
A razão pela qual eu prefiro funções executivas,
a outro tipo de funções políticas,
é que nas outras funções fala-se, fala-se, fala-se,
mas no executivo ou se faz, ou não se faz,
e a medida do que se faz está nos resultados.
Eles falam, falam, falam,
vai reclamar direitos do autor ao Primeiro-Ministro?
Não vou, Carlos, sabe que uma pessoa lança,
não é lança, pérolas de sabedoria,
e depois elas ganham a sua vida própria
e ainda não dão na boca de toda a gente desde...
Uma pasta medicinal, quanto?
Exatamente, desde o Primeiro-Ministro,
até pessoas de algum prestígio,
mesmo desde o mais baixo, até...
Isto é o direitos do autor, é sobre dizer
que eles falam três vezes seguidas, não é?
Eles falam, falam, falam?
Sendo que...
A data intelectual...
Mesmo isso também fui buscar a um discurso muito conhecido.
Quem é que vê como o sujeito daquilo falam, falam, falam?
Vamos lá ver.
Ele disse, eu gosto de estar em funções executivas,
porque nas outras, falam, falam, falam, falam, falam.
As outras podem ser o Presidente da República,
podem ser os deputados nas funções legislativas,
se calhar também, se falam, falam, falam,
e até nas judiciais.
Se calhar é uma boca pós-juízes.
Mas sim, eu acho...
O problema do Primeiro-Ministro é o seguinte,
é de facto, tirando à esquerda, à direita,
o atual Presidente da República e o antigo Presidente da República,
toda a gente gosta destas medidas.
E as pessoas só se concentram em quem não gosta.
A Mariana Mortágua, por exemplo, disse,
isto é uma constatação óbvia,
se excluirmos medidas que são meramente folclóricas
e que não terão qualquer impacto real,
como o arrendamento compulsivo.
Na essência, este programa é igual a do PSD.
Lembra-se de nós aqui, termos dito,
que cortávamos um dedo,
porque uma destas casas do arrendamento...
Esse nós?
Não gostas do plural.
Esse nós?
Eu estou a dizer nós, porque eu disse que cortavam um dedo,
mas afasta a hipótese de ser um dos vossos.
E, portanto, nós aqui, o este programa,
tem essa promessa, porque da casa do arrendamento compulsivo,
que for, para o mercado imobiliário,
para resolver o problema da habitação...
O que é isso?
Não sinalizar os dedos?
Sim, exatamente.
Não me parece um grande incentivo para o governo,
para o governo pôr em marcha este projeto.
Parece que...
Os nossos dedos não...
Estão gostando de nós, sim?
Parece que Mariana Mortágua concorda.
Eu acho que a gente não se importava do que estamos dedos.
Acho que qualquer pessoa olha para aquilo e pensa,
bom, isto é para não fazer, não é?
Por causa daquilo que o Pedro disse,
é um estado que não consegue marcar...
Acho que era direita, acho que era direita.
Eu vá para o escolho.
Não foram poupados por António Costa,
não só pelas indiretas,
que podem ver-se como dirigidas no caso...
Bem, no caso ao Presidente da República.
Mas não foram poupados por António Costa,
que chamou ao antigo Presidente da República
o sábio dos sábios,
que nota da...
ao Primeiro-Ministro na Disciple de na União.
Disnido? Boa nota.
Uma vez fui levada a tribunal por uma personalidade
de quem eu tinha dito que era
o homem mais impoluto de Portugal,
e o senhor doutor Juiz disse,
ora, tendo em conta que todo o resto do discurso
era irónico,
quando diz que é o homem mais impoluto de Portugal,
está a dizer que é o homem menos impoluto de Portugal.
E eu tive a oportunidade de dizer,
não, se eu estou juiz a ironia,
é dizer o contrário, ou algo muito diferente
daquilo que está a dizer.
Ou seja, ao dizer que ele é o homem mais impoluto
de Portugal, estou a dizer que ele não é
o homem mais impoluto de Portugal.
Isso não é assim tão ofensivo.
Era bem um julgamento, era um seminário sobre comédia.
Era um seminário sobre comédia e sobre
filosofia da linguagem.
É basicamente o que eu ando a fazer.
Há que tempos, há que tempos, sim sim.
E no caso da relação a
chamar a cavaco o sábio dos sábios.
No caso, chamar o sábio dos sábios pode...
Não tem que contar a história toda, se afaste-te.
Se afaste-te.
Se afome sempre.
Ninguém me quer contentar.
Mas realmente chamar-lhes
o sábio dos sábios.
E isso, eu acho que isso é bastante
relativamente consensual, não é?
Não dá processo.
Embora convinha que todas as pessoas
seja António Costa,
seja pessoas de outros partidos
estabelecessem qual é a sua doutrina
sobre os presentes da República.
Por que há pessoas que passam a vida
a dizer cala de cavaco,
que o Presidente da República deveria estar calado
e que adoravam as coisas que o doutor Suárez
dizia depois de ser Presidente da República?
Ou há uma regra de comportamento
que, para mim, é a regra do general Ramalhenes,
é a regra que eu gosto mais,
que é não se meter nisso,
quer dizer, meter-se numa certa altura,
mas depois de passar a questão do PRB
não se voltou a meter.
Eu prefiro essa regra, mas
as pessoas os xilam um bocadinho na regra
que seguem ou que defendem.
Isso surpreende?
Surpreendeu a resposta à letra do Primeiro Ministro
ao Presidente da República?
Não me surpreendeu porque realmente
de facto, pode-se dizer,
aliás, várias pessoas, incluindo os amigos,
escreveram sobre isso esta semana,
que há uma coisa muito estranha
nas reações
pável-ovianas
de saltarem logo, de salivarem,
neste caso, com raiva,
com as intervenções de cavaco a de passo-esquelho.
É que cavaco já acabou
no sentido que já não vai ser nada,
não tem idade para voltar a ser coisa nenhuma.
Com o passo-esquelho ainda estão a matar
um possível inimigo futuro,
um adversário eleitoral.
Mas cavaco tem 80,
80 e talentos.
Você ainda mexe com os nervos de muita gente?
Mexe, mas isso tem graça.
Dao tarcas que saem quando ele fala, por exemplo?
Mas isso, saíram as tarcas que eu falo?
Não foi?
O Presidente está a sessão nacional no município?
Mas isso tem graça?
Isso tem graça porque,
na verdade,
justamente porque aquilo que eu dizia,
Mário Soares, pai da pátria,
sem ironia,
disse várias coisas,
bastante duvidosas
para o Presidente da República,
dizer sobre governos,
onde até em causa,
enfim, o funcionamento das instituições,
do elemento dos tribunais, etc.
E a gente ia para o Presidente de Mário Soares.
É importante também não esquecer
que é um fenómeno
que, nos dois sentidos,
ou seja, também há pessoas que dizem
que cavaco muito bem, assim é que diziam,
não se percebe que o bochecha está acabado
do bochecha?
Sabes que o cavaco muito bem
quer dizer Luís Montenegro muito mal.
Geralmente, neste momento,
quer dizer isso.
Será-te concluir que acabou o tempo de punhos de renda
na relação entre Costa e Marcelo?
João Miguel Tavares?
Não, que nós temos assistido aos
maiores rufos
dos últimos sete anos,
isso não parece haver grandes duvidas.
Aliás, até Carlos César já saiu
do seu tempo.
Até começou-se uma coisa...
Na relação com o Marcelo,
Carlos César é muito desabotelhado
do que é habitual.
E mesmo assim...
Abotelhado, sim.
Mas ele aqui até foi relativamente
ligado, ou seja, o PS
ainda não passou aquela linha
de começar...
A linha cavaquista, digamos assim, quer dizer,
Marcelo não é cavaco, nem está lá perto.
Geralmente, é o último ano de renda.
Sim, e aí o PS não tem razões
de cresta de Marcelo para isso.
Eu acho que António Costa é sucientemente
inteligente, ainda que fico certamente
irritado, para perceber que
acabar ou comprometer essa
famosa cohabitação, ele tem mais a perder
do que a ganhar.
E Marcelo vai dando, como se viu com os melões,
vai dando uma nos cravos e outras na ferradura.
Portanto, de vez em quando, pode haver
uns arrufos mais sérios,
mas não acho que ainda estejamos naquele tempo
de começar a sacar das facas.
Ainda é só um pequeno atrito.
O João Miguel Tavares fica, então,
ministro, assim, assim, absolutamente
horrível, é a vez agora
do Pedro Mexias se tornar ministro
da compensação de neutralizações.
E o prolongamento justifica-se neste jogo
Pedro Mexias.
É um jogo justamente...
Quer falar da situação no Tribunal Constitucional,
com três juízes fora de prazo,
deles o próprio presidente,
acompanha a opinião
de João Pedro Calparas,
presidente, que não atribui gravidade
por aí além
a esta situação?
Eu acho que é pelo menos preocupante.
É preocupante, para já, porque é preocupante
que membros de um órgão de soberania
continuem a exercer os seus mandatos
para além do limite
que estava
já fixado.
Parece que é porque os conselheiros não se entendem
da substituição dos juízes,
porque o mandato terminou.
Porque são os juízes, por causa dos juízes
que apareceu
da recusa da computação
de um juiz proposto pela aula dita
conservadora,
que tinha opiniões polêmicas sobre várias
matérias, como?
Pela aula dita.
Sim, uma conservadora, porque eram matérias
ditas de costumes
e dessas coisas.
E portanto, o novo
consenso...
E a misturar também
aparentemente
já lavou, porque
primeiro vou falar das coisas sérias.
Já lavou a isso, porque isso é
a parte anecdótica.
A parte séria
é que o Presidente Trinoco
finaliza o seguinte.
Bom,
os juízes que têm que cobertar
não se entendem.
Eu não posso fazer nada quanto a isso,
não se entendem, não se entendem.
Mas eu também não vou renunciar.
Eu não vou renunciar porque os juízes
não podem ser substituídos.
Isto é um bloqueio,
é a definição de um bloqueio.
Para onde é que ele...
Só que uma revisão constitucional.
Eu devido que seja preciso
uma revisão constitucional, se os juízes
forem mínimamente
sérios, sérios do ponto de vista
institucional,
na resolução dos problemas
dos juízes constitucionales,
tem que perceber que isto é um problema,
sobretudo porque
uma é
que começa, tem a vida e vai continuar a ver
casos que vão ao Tribunal Constitucional
que dividem a sociedade, o caso da eutanásia
foi um caso típico,
casos em que se vai fazer a contabilidade
política dos votos, como se fez
no caso da eutanásia,
e que é um setor
da sociedade, ou menos, um setor político
que perde que a escolha
dos juízes seja cada vez mais americana,
escrutinar despolíticamente, etc.
Depois o caso anecdótico, que é
a parte do bloqueio poder ser
não apenas...
Sim, a Faculdade de Direito Coimbra sentir
sobre-representada
na tendem conta
o seu passado histórico, a quantidade
de figuras do direito
de luz, quer dizer, seja luz boa, seja coimbra
e isso é um argumento
inapresentável
no espaço público.
É um argumento inapresentável
no espaço público, honestamente.
Honestamente, eu percebo
que as possibilidades
sejam sensíveis a isso, fiquem
me lindradas com isso, mas
que isso seja um argumento
sequer apresentado
como sério, é absurdo.
O que consequências é que esta
situação poderá ter, João Miguel
Tavares, sabendo-se da possibilidade
do Presidente da República,
ou ligar-se ao Pê da Mexia,
tinha aventado esta questão
a possibilidade do Presidente
vir a querer que o Tribunal Constitucional
tenha a liberação
como o Autonásio,
o arredamente coercivo.
O Tribunal Constitucional teria legitimidade
política para fazer numa situação
dessas
um escurtinho
ou o caso poderá ficar
mais embarassoso ainda.
Talvez fique mais embarassoso, mas, quer dizer,
é legitimidade. Temos sentido
em que os juízes estão lá e ainda não se foram embora,
que já se deviam ter ido, parece também óbvio.
O problema nestas coisas
é que as leis não resolvem tudo.
E quando nós entramos
em certos períodos muito estermados
e foi isso que aconteceu
no Tribunal Constitucional,
quando essas...
As leis podiam resolver tudo. Por exemplo,
o juiz sai quando
chega ao fim do seu mandato
ou quando tira uma certa idade.
Se fosse claríssimo,
uma vida venhuma.
A ver era um problema adicional,
porque o Tribunal ficava com 12 elementos
que não se entendiam na computação.
Mas isso é o ponto, não é?
Nós escutimos aqui e lembram-me
a questão do Provedor de Justiça,
que nunca mais era substituído.
Desculpe-te, mas o Presidente do Tribunal
dá um exemplo, que é um exemplo
que lhe fica mal, acho eu, dizia,
e, aparentemente,
é um exemplo caricato
porque é absolutamente
indesejável estar com
um órgão de soberania manco.
Mas a questão aqui é que havia
regras não escritas para a computação.
Onde isso já vai?
É, pode estar bem, mas isso...
Havia regras não escritas.
E elas foram encabaradas.
É de um início.
É só para dizer que muitas vezes
as práticas das instituições
não têm a ver só com as leis escritas.
Não há uma cultura.
E quando essa escultura é desrespeitada,
como aconteceu com a computação anterior,
dá nisto.
Mas entre os juristas,
o que deve provolver as regras escritas?
Porque se for pelo...
Não, necessariamente há prazos nas instituições.
Não há sempre, não é?
Houve a questão.
Essa questão foi levantada, aliás,
quando foi a eleição de um Presidente
da Assembleia da República
não do partido que ganhou as eleições,
mas que não foi o partido que formou o governo.
Essa questão discutiu-se?
Portanto, são as prazos sem o seu lugar
na política?
Quem quer a direita e a esquerda
nos empresas públicas?
Quem quer ser o futuro líder
da Caixa Jogal de Pós?
Há uma certa...
Exatamente.
E que são discutíveis?
Podem ser discutíveis,
mas pertence a um certo tipo de ambiente político
que já foi mais civilizado
e isso atinge também o Tribunal Constitucional.
Que relação o Ricardo Raus Pereira
tem com os prazos dos produtos que tem no frigorífico?
É rigoroso
a respeitar as datas das embalagens
ou não se importa de comer um iogurto
fora de prazo? Não me importo.
Mas o certo é que nunca estive
frente a esta situação.
Isto é ligeiramente diferente disso.
Isto é uma altura em que os iogurtos velhos
não me deixam ir ao supermercado comprar novos.
É diferente. E por que?
Uma das razões é porque a mimosa e a iopleia
a mimosa acha que
está sobre representada
porque tem menos iogurtos no meu frigorífico.
Portanto, é uma situação bastante...
Coliar, vai.
Coliar, exatamente.
Estás a dar provoca, seja essa a razão que é...
Não, não. Essa é a humana.
Não sei se ainda existe iopleia
ou a sua antiga.
Não faço isso que eu queria.
Não estava a falar.
Um protesto...
Não era adequado.
Quer dizer, eu percebo
o vosso incómodo com isto.
Sinceramente, eu acho
que o nosso sistema está tão aliado
que às vezes sabe bem um bloqueizinho destes.
Da ver agora no Tribunal Constitucional.
Até porque nos tribunais judiciais
também as coisas também fluem
com muita velocidade
era giro este.
Eu devo dizer o seguinte.
Eu preciso da ajuda, sinceramente.
Eu preciso da ajuda porque eu vi a entrevista
do presidente do Tribunal Constitucional
João Calperche
ao Vítor Gonçalves na RTP
e ele voltou a dizer
que a conjunção I não tem apenas
um significado corporativo
pode ter um significado disjuntivo
como se vê em qualquer gramática.
Eu tenho três gramáticas
em casa. Eu levantei-me
da cadeira. Para ver, eu preciso de um exemplo.
Deim um exemplo
em que a conjunção I
não tem um significado corporativo,
tem um significado disjuntivo.
E significa o
deim um exemplo.
Desafio aos gramáticos.
Os gramáticos deste país.
Porque há aquele proverbio antigo.
O imperador não manda na gramática.
Mas o presidente
do Tribunal Constitucional
também não manda.
Também não nos supera.
Eu acho que quando os que querem os novos juízes
dizem como é que o senhor vê a conjunção portuguesa
e a gramática, sim.
E a conjunção I.
Eu já tinha a sensação que era gramática do Latin
e agora teve um subversal também.
Teve sim, teve.
E não traz um livro de fredericologues
de hoje.
O Pedro Mercês fica assim,
o ministro da compensação de neutralizações
que estão entregues as pastas ministeriais
para esta semana. Agora vamos saber
e vamos continuar do âmbito judicial
porque o João Miguel Tavares se declara
incidentado
e o incidento é um caso pontefual,
é uma história que se repete, João Miguel Tavares.
Acho que estamos a falar
de 23 incidentes portanto.
Estamos a falar de incidentes de recusa
de
partes
nos tribunais
incidentes de recusa dos juízes.
Incidentes de recusas de juízes.
Não são os juízes que fazem o incidente de recusa,
são os juízes que são recusados?
Sim, os advogados.
Os advogados de defesa
que não interpelcaram tudo muito bem.
Mas há algum processo onde esteja
a tornar-se demasiado
evidente ou especialmente evidente?
Sim, é aquele processo,
o nosso processo favorito já há longos anos
e que os juízes vai continuar.
É a guerra e paz dos processos judiciais
que não vai acabar.
O processo marquês?
Sim, é a operação marquês.
A mecânica desta situação
tem a ver com uma lei
que está demasiado tempo por regulamentar.
Quero explicar sustintamente
como e por que isso está a acontecer.
Já falamos...
Nós já falamos disso aqui,
mas o Manoel Soares,
que é presidente da Ascensão dos Juízes,
vai trazer números num discurso muito agressivo
que fez no Funchal.
Aquilo que se passa é que foi aprovada
em julho de 2021
e depois publicada em outubro.
Uma lei que foi votada por todos os países,
partidos, mas que o PS votou contra,
mas qualquer forma a lei na altura
não tinha maioria absoluta ao PS,
e ela foi aprovada, que define
uma nova lei da distribuição eletrônica
dos juízes.
E é uma lei que a própria Ascensão dos Juízes
diz que boa lei,
sim senhor, agora, tem que se regulamentar.
Mas essa lei o que faz
é que, por exemplo, agora os juízes
na relação,
em que geralmente para escrever um acordo,
para decidir, existem três juízes
e é assurteado o juiz relator,
mas os outros dois não,
e, portanto, havia discussões sobre isso,
de falta de transparência,
e esta nova lei diz, não,
tem que ser todos assurteados
e, além disso, tem que ser assurteados
na presença de um oficial justiça,
representantes do Ministério Público,
basicamente, é para introduzir
mais transparência
no sorteio, nenhum mal
em relação a isso.
O problema é que a lei devia ser regulamentada
num prazo de 30 dias, a partir de outubro de 2021,
nós estamos em março de 2023,
e ela não foi regulamentada.
E o que é que se passa,
nós já falamos disso aqui,
o que se passa é que, como nós sabemos,
a defesa de José Sócrates tem um grande
gosto por interpôr recursos,
e agora, cada vez que interpõe um recurso,
é assurteado os juízes
que vão analisar esse recurso
no Tribunal da Relação de Lisboa,
e cada vez que os juízes são assurteados,
lá vem Pedro Adelil,
então agora vou apresentar mais um incidente
da recusa de juízes, porque este de sorteio
é ilegal porque a lei já diz
que ele deve ser feito de outra maneira,
e os juízes dizem, não, ainda é
para ser feito da maneira antiga,
porque ainda não está regulamentado.
Esta é a história, é uma história
bastante patética, mas
Manuel Suárez, o juiz desempregador,
colocou números em cima disso,
nesse discurso ele não se referiu
a Pedro Adelil, mas toda a gente percebeu
que estava a falar da defesa de José Sócrates,
e ele diz que um advogado
num Tribunal na Relação de Lisboa,
em nove meses, nove meses,
interpôs 23 incidentes
de recusa dos juízes,
23 incidentes de recusa.
Manuel Suárez pergunta, será normal
o Rojo Rocha, líder da Iniciativa Liberal,
perguntou a António Costa no Parlamento,
querem que os portugueses
pensem que isto é propositado,
e, de facto, custa muito a acreditar.
Pode não ser propositado, mas das duas
uma, ou é uma incompetência catastrófica,
ou, de facto, aquilo que nós
estamos a ver, seja ou não propositado,
é o governo, pela sua
incompetência, está a tornar
cada vez mais difícil, que José
Sócrates, algum dia, chega a Tribunal
e seja julgado,
e depois dizem que, nestas
coisas, lá vai o venturo,
aí o cheira, aí o populismo
do cheira, mas há alguém
que alimente mais os venturas
e os populistas do que
esta impunidade vergonhosa
que faz com que o José Sócrates
esteja há quase 10 anos sem ser
julgado, e o governo
nem sequer apresente os regulamentos
as leis que possibilitem isso,
e que, pela sua própria incompetência, vai
alimentando recursos atrás de recursos,
até o processo de se tornar injerível.
Infinito e ninguém sabe
que isto começa, isto é um
escândalo.
Há razões para suspeitar
que você possa ver aqui, Tramoia,
ou se será só incompetência.
Eu não costumo, sobretudo, em Portugal
não costumo atribuir a malícia
que pode ser responsabilidade de
incompetência. Normalmente, a vida
foi me ensinando isso, é mais
frequente a última do que a primeira.
Agora, isto aqui,
portanto, além de...
Reparem, as pessoas de toda a gente
e ninguém aqui diz assim,
eu acho que não devia haver direitos, liberdades e garantias
eu acho que não deviam estar... não devia haver
garantias nos sistemas judicial.
Ninguém diz isso.
Eu acho que não devia haver a garantia de nunca ser julgado.
A garantia de nunca ser julgada
essa, se calhar, não devia haver.
E isto, isto estabelece
é isso que é bastante
preocupante, que é
desses incidentes de recusa
a taxa de sucesso,
ou seja, os incidentes de recusa
que o tribunal diz assim
olha, tem razão, realmente tem razão
a taxa é baixíssima
mas mesmo ínfima
e a taxa de sucesso
qualifica esses incidentes
só que assim, a taxa de sucesso
desse ponto de vista
do ponto de vista do sucesso de
engonhar, a taxa de sucesso é
muito elevada, muito elevada
e portanto, e é também
e é também a diferença
entre ricos e pobres
porque estes incidentes custam
dinheiro
custam dinheiro
custas judiciais
são centenas e centenas de reais
para cada um
o tempo de pedra
que ele leva à religia e aquilo tudo
é evidente, pronto, é aquela velha questão
onde é que está o cofre
deve ter parcido além do cofre
da mãe, já deve haver o cofre do avô
do bisavô
é a diferença entre ricos e pobres no sistema judicial
ou seja, há aqui uma diferença claríssima
que é, um tipo que não tem dinheiro
não consegue arranjar a maneira
de engonhar para não ser julgado
como é que se pode descalçar este tapote a pedra mexia?
duas coisas muito rápidas sobre isso
uma é que, para
subunhar a tese da incompetência
não, não, a sede da incompetência
do laxismo, do atraso etc
em muitas áreas da vida nós sabemos que há leis
aprovadas e que nós estão fragmentadas
e que bloqueia completamente, portanto
é verdade que esta é uma matéria particularmente sensível
é como se
isto fosse uma anomalia infelizmente
na maneira como funciona
mas isto se faz em Portugal
é segundo lugar, peguei só no que o Ricardo disse
que é
muitos incidentes
todos eles, infrotíferos
qualificam a natureza desses incidentes
e percebe-se que são dilatórios
e eu que sou o favor
de haver evidentemente todas as garantias de recurso e defesa
há um momento em que
a pessoa está de má fé e está simplesmente empatar
porque o João Miguel Tavares se declara
incidentado
quanto ao Ricardo era o espreiro
a diz sentir-se suspeito
suspeito de que é Ricardo?
não sou eu suspeito, eu estou a suspeitar
eu suspeito sim
ficamos a saber que um dos padres de Lisboa
suspeitos
de atos da agressão sexual
é o conselho espiritual da André Aventura
como é que digeriu esta notícia?
o Carlos digeriu, lá está
não é o facto de o padre ser suspeito como
eu suspeito de que há aqui
alguma coisa
estranha
que é a seguinte, portanto a André Aventura
notabilizou-se
por entrar de rompante
e dizer isto, o problema
é a corrupção
são as falcatruas
e de repente alguém lhe diz, o teu amigo Lisboa
Filipe Vieira foi detido para interrogatório
ah, mas há outro problema
que se que é pedofilia
isto era castralos todos
e de repente alguém lhe diz
olha, o teu líder espiritual foi acusado
eu acho que isto só pode ser
uma praga arrogada por uma cigana
tem de ser
em princípio tem de ser
não é possível
todas as coisas que André Aventura
mais abomina
e os relâmpagos vão cair no mesmo lado
de ele mesmo
é difícil salvar-se
está a ser um lado muito engraçado
já sabemos por que o Ricardo Arroz
para declarar suspeito
vamos tentar perceber por que é que o Pedro Mexia
nos aparece como um cacelheiro
com ou sem bateria
um cacelheiro tem de ver com uma
com testes do José Zermão Teiro
que eu não sei se está a recordar
mas é só um filme escardista portuguesa
que ele diz que não é o coração de potem-quino
mas é o cacelheiro potem-quino
e foi isto o levantamento dos marinheiros
como nos bairros temos evolucionado
quer voltar à saga náutica
que já falámos aqui na semana passada
os treze elementos da armada
que se recusaram a cumprir uma ordem militar
deviam ter sido ouvidos na segunda-feira
mas a deligência
ficou sem efeito para já
por ordem da justiça
como é que canaliza estes desenvolvimentos
dos últimos dias
só três porque são um
eu não tinha conhecimento ainda
quando falámos desta semana passada
e outros aconteceram esta semana
um é que eu já sabia do raspanete
mas não sabia que o raspanete
tinha sido filmado e havia som
ora eu acho normal
que se tem um raspanete a quem foi indisciplinado
independentemente agora do contexto
se eles tiveram ou não razões de segurança
isso será apurado
mas um raspanete militar
para o país ouvir
parece-me uma coisa absolutamente insólita
a segundo ponto
rapidamente é que
o Garcia Pereira
advogado dos marinheiros
disse que
o Almirante Govê e Mel
disse que
o Almirante Govê e Mel
já se tinha pronunciado
sobre a culpabilidade daquelas pessoas
e estará num processo de disciplinar
quando a autoridade da Marinha
tinha dito que eles são culpados
prejudicava o processo
e em terceiro lugar
uma lamentável entrevista
mais uma
do Almirante Govê e Mel que ele disse
gerou-se aqui um circo mediático a volta
não sei quem é
o cardinal e neste caso
suponho que é ele próprio
motivado este circo
pela popularidade
que me tem atribuído
ou seja
é o chefe da Armada
a falar de suas hipóteses presidenciais
enquanto chefe da Armada
e culpando
um circo mediático
que ele próprio motivou
isto começa a ser inducoroso
e não é só isso
é que depois ele diz que
ele aponta como responsáveis pela conspiração
contra a sua popularidade
para minar a sua candidatura presidencial
o PCP
ora estamos em 2023
eu nos anos 80 estava em casa da minha avó
minha avó vivia a 7 portas
de um centro de trabalho do PCP
e quando faltava a luz a hora da novela
ele dizia isto são os comunistas
e nos anos 80 já era um bocado difícil
de engolir
o PCP para tentar minar
a candidatura presidencial do governo
e Melo arranjou-me um motinho
isto não deve ter desenvolvimentos
vamos continuar atentos
está na altura dos livros e esta semana
eu trago um autor clássico
da literatura francês do século XIX
qui de Maupassant viveu de forma intensa
morreu com apenas 43 anos
mas escreveu nessa vida curta
além de seis romances
e alguns livros de viagens
mais de 300 contos e novelas
e um mestre da narrativa curta
este livro junta seis histórias
de Maupassant sobre um
denominador comum
o livro chama-se Mulheres na Vida
e nestes seis textos a prostituição feminina
tem um papel de destaque
aliás Maupassant sabia muito do assunto
era um frequentador de bordéis
classificava-se assim próprio como
colecionador de 300 amantes
acabou por pagar um preço alto
por isso porque morreu de sífilis
como um final de vida terrível
afetado pela demência
e
depois ter vivido a vida
intensamente acabou por morrer
também de forma bastante
problemática
aqui de Maupassant além de ter sido
um dos escritores mais
lidos da segunda metade do século XIX
continua a ser ainda hoje
um autor frequentemente reeditado
os contos e novelas de Maupassant
como Bola de Cebo que está neste
volume que foi o primeiro grande sucesso do escritor
são histórias que o impuseram
como um autor central do naturalismo
e uma referência absoluta na literatura
francesa, num sentido geral
Mulheres na Vida, de Guille de Maupassant
tradução e apresentação e esse é um aspecto
muito importante desta edição
de Anibal Fernandes
os prefácios de Anibal Fernandes são sempre
absolutamente magistrais
edição sistema solar
o Pedro Mexia traz o baú
de Luiz Miguel Cintra
Sim, é um livro que se chama Pequeno Liverpool
é editado pelas edições 70
e é um livro que reúne
no fundo as várias dimensões da carraria
e da personalidade do Luiz Miguel Cintra
e que valia só
se tivesse um dos capítulos
já valia apenas um livro
que são alguns dos textos que ele publicou
na
como nos programas
da Curnocópia
chamadas sempre este espetáculo
e portanto é uma pequena história
da Curnocópia
dos espetáculos da Curnocópia
através desses textos mas também há discursos
de prémios a louvoras
de pessoas importantes para ele
desde uma nota livreira à Sofia de Malbrainer
Cristina Reis, a cenógrafa
e tem duas notas muito interessantes nos textos todos
que é uma nota
geracional
ele faz parte de uma geração em que o discurso
geracional é fortíssimo
nos poetas, nos políticos
a questão de serem daquela geração
é muito importante e depois como aliás
o subtítulo que é
pensamentos, palavras, atos e omissões
a questão de Deus, a questão de Deus
é muito forte neste livro, é uma questão
é que Luís Miguel Cintar tem voltado
com muita intensidade
João Melta Vaz, traz um livro
que me lembro de ter lido
há décadas, pai, há uns 30 anos
com outro título, chamava-se na altura
a Cultura em Culta
Sim, aprendi isso, hoje contigo não fazia ideia
que o livro já tivesse sido aqui na Europa América
nos anos 90
lançou este livro em 1987
foi um enorme sucesso
pelo visto que também foi em Portugal
dos Estados Unidos
foi um grande sessinho inspirado
ele é um filósofo político e morreu
há poucos anos depois
nos anos 90, isto era um diagnóstico
da decadência das universidades americanas
nos anos 80 e 90, quer dizer
hoje em dia é um livro que parece
que tem uma intuição visionária
para aquilo que é o
o espírito ouque e as suas consequências
e portanto tem ainda por cima
um prefácio do Sol Bélode
que o Bloom era muito amigo
e é da coleção os livros não se rendem
da Guerra e Paz, tenho trazido para aqui
a quase todos os seus livros
mas é porque, de facto, é uma das coleções mais interessantes
neste momento a serem publicadas em Portugal
O Ricardo era o Esperara, volta à Bíblia
Exatamente, o Ricardo eu faço sempre um estardalhaço
sempre que sai mais um volume, este é o volume quinto
é o tomo um do volume quinto
já estamos no antigo testamento
estes chamam-se os livros históricos
e reinados, reinados incluíam
aqueles livros popularmente conhecidos como
Samuel 1 e 2 e Reis 1 e 2
no Samuel 1, como bem se lembram
o que acontece é que David
de Matagolias
e em Samuel 2, Eliana
é que Matagolias
spoiler
mas não se preocupem porque nenhum de eles
vai a julgamento não só por causa desta dúvida
mas também por causa dos incidentes processuais
que vão criando, mas a questão é que
eu estou impulgado pelo Pentateuco
é uma frase que não se chama ouvir muito
mas eu estou impulgado pelo Pentateuco
e o professor Frederico Laranço
em princípio é o próximo
este, ele chama-lhe
quer dizer, há pessoas que chamam a estes
livros o Exateuco
ou pelo menos a os, sim a estes
porque são uma espécie de prolongamento
do Deuteronómio
mas eu estou impulgado pelo Pentateuco
eu estou ansioso pelo Pentateuco
traduz-a lá isso, professor
de uma reunião semanal
dois a oito dias à mesma hora
ou em qualquer hora, em podcast
a trupe do costume
Pedro Mexias, João Miguel Davares
e swallow
Machine-generated transcript that may contain inaccuracies.
Citando João César Monteiro, o que nos cabe em sorte, em termos náuticos, é “o cacilheiro de Potemkin”; com mais revolta ou menos revolta, ainda estamos à espera do desenlace no caso do Mondego que mete água e do almirante a navegar com os olhos postos na estrelinha de Belém. Mas esse é um folhetim que já vem da semana passada. Esta semana, tivemos o Presidente da República a desfazer o melão, que antes admitiu ser preciso provar, e o primeiro-ministro a citar um sketch famoso para gozar com quem não trabalha e, segundo ele, só fala, fala, fala. Também tivemos a revelação de que os juízes do Tribunal Constitucional, coisa que nem aos iogurtes toleramos, estão fora de prazo. Ainda na Justiça, há uma dúvida sobre se Sócrates está a beneficiar de uma ajudinha deliberada ou de simples incompetência; como se costuma dizer: enquanto o incidente de recusa vai e vem, folga o acusado - que talvez nunca chegue a ir a julgamento. E está aí uma nova aventura de Enyd Blyton: os cinco e o leitor de sensibilidade. Para já não falar da cigana que rogou uma praga a Ventura. Há burlesco com fartura para todos os gostos.
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