Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: Drones, politiquice e ventos de Espanha
Joana Beleza 6/3/23 - Episode Page - 47m - PDF Transcript
Esta semana Ricardo Oroz Pereira declara-se misericordioso.
João Miguel Tavares sente-se escalado e Pedro Mexia diz-se confiante.
Está reunido o programa cujo nome estamos legalmente impedidos de dizer.
Mais uma semana. O tempo passa rápido. Nesta, o renoetec assume a pasta do incontrolável,
que tutela a incapacidade que nós temos em controlar certas e determinadas situações.
Algumas delas, um tanto ao quanto constrangedoras. Por exemplo, um ataque de espirras incontrolável,
uma gregalhada se encontrou-lo, um arroto ou um punzinho inesperado, quem nunca. Os sons
libidinosos dos nossos vizinhos. Tudo isto é impossível de controlar. Isto, e mais uma
nova edição do Big Brother, claro, que vai lá na séptuagésima quarta edição.
Ao menos no renoetec, quase tudo é controlável graças a app mais reno. O aquecimento, o
tempo de carregamento, os estofos, etc. E é um descanso sentir que pelo menos no nosso
automóvel temos controle. Assim como também é um descanso saber que o programa que se
consegue é incontrolávelmente bom. Por isso, aproveite.
Ora viva, sejam bem-vindos. No final de uma semana em que a guerra, que continua, mas
por vezes, já nos vamos esquecendo, ganhou novos contornos. Os russos lançaram, no
princípio da semana, o maior ataque de drones sobre que houve. O maior ataque desde o início
da invasão. E, em contrapartida, Moscovo foi, pela primeira vez, alvo de um ataque
também com objetos voadores não tripulados. Isto, numa altura, em que se adencam os receios
relativamente a maior central nuclear da Europa. Avemos de falar disso mais adiante,
mas com a tranquilidade de quem vive em paz, o que concentra as nossas atenções noticiosas
é a vida em política, a mudança de líder no Bloco de Esquerda, uma pequena convulsão
no PSD e, é por aqui que começamos, grandes ambições ainda sem concretização, o que
estava o Ricardo Araújo Pereira, a crescer ministro do Paruanequia. E, pretendo falar
de uma demonstração de instituição política ou de intenções que são só garganta.
A última, Carlos, é uma espécie de bazófia parecida com o do futebol, por isso é que
é isto do Paruanequia. E é justifica-se que seja uma bazófia, digamos, de inspiração
futebolística, porque o protagonista e o André Vendura teve nos debates ao mais alto
nível com a Anibal Pinto, foi ali que ele subiu para a Ribalta e se nota-se.
Estamos a falar da notícia das dificuldades, por parte do Chega, em Porto de Pé, a central
sindical que anunciou e que quer levar para a rua já este verão.
Exato.
Que entraves é que estão a dificultar as intenções de ventura.
Ó Carlos, a central sindical é uma coisa. O Chega agora quer fazer essa confederação
sindical, mas não é só... Vamos um bocadinho antes, portanto.
As manifestações há-las.
Exato. O maior controle, a maior manifestação de sempre contra um chefe de Estado foi Pífio.
Um grande circo ao largo do rato, segundo o observador, não havia mais do que 100 pessoas
lá. A grandiosa cimeira das direitas mundiais, como Bolsonaro, Trump, Salvini e tudo, cancelada.
E agora uma central sindical.
Ora, uma central sindical é preciso criar uma confederação, como o próprio nome me
disse. Primeiro, preciso criar alguns sindicatos em cada setor. Esses sindicatos juntam-se
sem federações e depois as federações juntam-se numa confederação. Apesar de tudo não é
tão difícil, como parece, porque apesar de toda a formação de sindicatos não é assim
tão complicada. A questão é que até pode haver...
É preciso ver sindicalistas.
É preciso ver...
É preciso...
É preciso ver e depois é a questão é saber se esta confederação sindical criada
assim a DOC. Que peso é que terá, que influência é que vai ter. Eu não tenho a certeza de
que há muitos trabalhadores dispostos a aderir a um sindicato do CHEGA, porque em
2019 o CHEGA concorreu às eleições com um programa que dizia o seguinte, propunha
o fim dos vários privilégios dos sindicatos, maior flexibilização da legislação laboral
a vários níveis, flexibilização dos salários e dizia que cada um deve ser livre de contratar
o que quiser, com quem quiser e da forma que quiser. Esta é uma condição essencial
da liberdade no sentido da possibilidade de cada um de expor de si próprio e de tudo
o que é seu, como muito bem entender.
Não te parece uma boa polu da forma sindical.
Os trabalhadores que achem que têm direitos a mais e que considerem que de facto a entidade
patronal deve despor deles da maneira que lhe apetecer, têm aqui acho-me uma confederação
onde podem dirigir-se, embora em rigor essa formulação dava posse chegue a provar entre
pná que não é fascista.
Para que nenhum fascista subscreveu a sua presa.
Mas os também já mudaram, não é?
Sim, mas os.
Exato.
Será a função neoliberal.
Será a função neoliberal.
Mas essa foi a função neoliberal, pois eles apresentaram-se e tinham que pôr qualquer
coisa num programa eleitoral.
É uma salsada ideológico.
Foi a primeira coisa que desapareceu.
O sindicato do Vóx é contra a ideologia globalista.
Pois eu sei.
Se não se desligue ainda assim dos sindicatos do Podemos.
Exato.
Não sei se há, mas é capaz a ver.
Que viabilidade tem de sua ponto de vista, Pedro, um sindicato expressamente identificado
com o CHEGA?
Não, sindicatos.
O sindicato ou...
O sindicato sim.
Um central sindical, que é a ambição.
Eu acho que tem.
Se as áreas de preocupação do CHEGA e a ideologia do CHEGA em cada uma dessas áreas
for captar o interesse das classes profissionais.
Ou seja, já sabemos que nas forças de segurança isso acontece.
Quer do ponto de vista do interesse do tema.
Quer do ponto de vista de uma visão musculava, que é também aquela que muitos dos próprios
têm ou alguns dos próprios têm.
Por outro lado, o Ricardo disse que é muito importante porque o CHEGA numa certa fase
apareceu como liberal politicamente.
Agora já não é.
Por exemplo, se um atapo não é, evidentemente que, por exemplo, vai-lhe ser difícil ter
sindicatos na função pública, por exemplo, que não é um mundo sindical despicendo na
força dos sindicatos em Portugal.
E por isso eu concordo com aquilo que o CHEGA diz, isto é, com a observação, que aliás
é quase jornalística, de que a rua não é da esquerda na direita.
Aliás, há vários países, em França, a direita foi-se organizando em grandes manifitações,
em casos muito diferentes, algumas de comportamentais, e por exemplo, a rua é de quem lá estiver.
Em Itália, nos anos 20...
Bom, também.
Nos anos 10 foi a rua que...
Não, só para falar.
Com certeza.
Estou só para falar de casos recentes e por exemplo, a rua não tem dono, não é?
Os sindicatos, não tem dono, mas tem que haver a noção de que o partido defende-se
de uma forma consequente os seus interesses profissionais.
Por isso é que, tradicionalmente, em Portugal, pelo menos, e em outros países também, os
sindicatos não conotados com partido de esquerda são bastante mais débios, são genericamente
não têm tido a mesma força, porque há o entendimento que nessas matérias da direita
não é particularmente interventível, como digo, por exemplo, na Alemanha isso não é
verdade, e em outros países também não é verdade, mas duvido, duvido muito que um
sindicato ainda por cima criado, ou uma série de sindicatos criados com o objetivo explícito
de o chego a ter sindicatos, percebemos, é uma coisa top down, não é?
Não sei, mas acho que, na alguns setores, já precisa-se perceber que tem muita aceitação.
Por que se tem visto até agora, parece-lhe, João Miguel Tavares, que há condições por
parte da direita radical para roubar a rua e o protesto de rua aos partidos mais à esquerda
e às esforças políticas mais à esquerda?
O Ricardo já exemplificou com várias tentativas, e que isso acontecesse e não aconteceu.
Havia uma velha piada brejeira de um senhor muito musculado que depois quando tirava a
roupa de sessionava em certos sítios, e a piada era, tanto dinamite, com um rastilho
tão pequeno.
E, no caso de André Ventura, às vezes também parece que isso é muito dinamite, com um
rastilho muito pequeno, porque é fácil de ter dinamite.
Alegoricamente falando.
Alegoricamente falando, não faço ideia.
Porque é muito fácil, enquanto somos o tal partido de protesto, e todos nós estamos
desangados com alguma coisa, e aquilo é um meio da tração de desangas, mas quando
você precisa convencer as pessoas para a rua, não basta de estar desangados, geralmente
é através de um objetivo concreto, e isso é muito mais difícil de mobilizar.
Aquela, o famoso e que foi tão noticiado por causa do cartaz, do cerco do lar do rato.
Que aliás era um cartaz...
Eu acho que nós falamos daqui disso que era muito engraçado porque dizia cerco do
lar do rato em letras guerrafais e depois em letras pequeninas dizia cordão humano.
E isso é muito também chega, mas nem para o cordão mandava, sem pessoas, quer dizer,
talvez para rodear um plátano, se a polícia não tivesse impedido a manifestação, e até
foi pena que tivesse sentido que eles não iam conseguir sequer dar a volta, ou a sede
do PS.
Portanto, eu quero dizer que chega não outra pessoa ainda, aquele síndrome que há quem
chama-me de cativar os eleitores que o dedo do meio esticado é para esses ainda que está
trabalhando.
Isso é um termo da sociologia política.
A sociologia política se sente.
As pessoas estão com o dedo do meio esticado lá em casa, nos cafés, no trânsito, mas
daí é colocá-los...
Vamos ver uma coisa, Portugal, mesmo durante o tempo do Estado de novo, Portugal nunca
teve um movimento de massas de direita, isso nunca existiu, aliás uma das razões
quantos se debates, se o Salazarismo ou o Estado de novo foi ou não o faxismo, o argumento
número um, para quem acha que não foi, exatamente é essa ausência de movimentos de massas
que caracterizou tudo o que foram os faxinos.
Porque os Salazaros confiavam nas massas.
É, porque os Salazaros confiavam nas massas, e os únicos que tentaram fazer movimentos
de massas foram proibidos, foram proibidos, escorreram-lhes mal, né, as famílias azuis
e o Rolão Preto.
E o Rolão Preto não escorreu bem a vida, o que o senhor Salazar queria é que as pessoas
estivessem todas em casa a tomar conta da família, sempre foi um movimento paternalista,
e curiosamente para mim hoje em dia o grande paternalismo é o PS, e é aí que as pessoas,
no meio da mente, função pública e tudo isso, se encostam muito, se chega não tem
potes de entrar na função pública, e o que existe se está controlado há mais de 50
anos, e ainda antes de 50 anos, pelo PCP, é muito difícil penetrar nisso, aliás o
próprio bloco de queda também tinha vontade e não conseguiu.
É, aí é dominar a esquerda, e portanto boa sorte para a André Ventura, ele quer evidentemente
copiar o Vox e o solidariedade de votar na cheira em Espanha, mas boa sorte para ele,
o Chega não é o Vox, e Portugal não é a Espanha, aliás nós vamos falar disso mais
adiante.
Entregamos ao Ricardo Borús para ir à pasta do ministro do para o ano que é, a partir
da intenção do Chega de criar uma central sindical, seguindo o exemplo do Vox em Espanha
quanto ao Pedro Mechia, e muito à propósito, porque houve em Espanha eleições municipais
e autonómicas, o Pedro Mechia quer ser desta vez ministro dos Ventos, e será que o vento
mudou mesmo Pedro Mechia?
O vento em Espanha aparentemente mudou, embora houve aquela surpreendente decisão do primeiro
ministro espanhol na sequência das eleições que foram descalar para a esquerda de convocar
eleições antecipadas.
Justamente a derrota da coligação de Esquera no poder foi de tal ordem que o primeiro
ministro espanhol decidiu provocar eleições antecipadas.
Esta decisão de Pedro Sánchez parece-lhe um sinal de desespero político ou um golpe
tático?
Não sei se é desespero político, porque as sondagens não dão uma vitória muito
clara ao bloco da direita, quer dizer o PP precisará sempre do Vox, já vamos falar
disso, mas não dão uma vitória muito clara.
O Sánchez já arriscou várias vezes, já perdeu e já ganhou com esses riscos e ele
conseguiu desde logo no dia seguinte às eleições matar a festa do PP.
Já ninguém fala.
A notícia passou a ser a convocação de eleições.
A notícia passou a ser a convocação de eleições.
E a notícia passou a ser, vem à direita, aliás à extrema direita, portanto bom povo
façam barragem para impedir que isto aconteça.
Justamente só um dado de contexto, os socialistas ficaram 3,5% do Partido Popular, mas à esquerda
do PSOE, a que a derrota foi copiosa, parece-lhe que o facto do PP precisar do Vox para fazer
a maioria absoluta, o Vox de extrema direita para ter uma maioria no Parlamento pode vir
a provocar uma concentração de votos nos socialistas, terá sido esse o raciocínio
de Sánchez ao provocar eleições anticipadas, fazendo uma cartada a António Costa ao comparado.
Eu acho que as coisas funcionam, para já neste momento já deve ter havido alguma, mesmo
tendo perdido, o PSOE já deve ter havido alguma coisa dessa natureza, visto que o Podemos
foi erradicado de várias zonas de Espanha, incluindo a comunidade de Madrid, que é uma
coisa incrível, onde nasceu toda aquela movida intelectual imediática e ativista do Podemos.
E, portanto, e por outro lado, o PP claramente beneficiou do fim dos cidadãos, que já não
valoriam muito eleitoralmente.
E que já não vão sequer eleições.
E que já não vão sequer eleições.
E que já não vão sequer eleições.
E que já não vão sequer eleições.
Portanto, é mesmo o fim anunciado de um partido.
O problema do Vox, e a segunda parte da minha questão dos ventos, não era só os ventos
de Espanha, porque, apesar de tudo, nós somos espanhóis, mas os ventos portugueses
são as pessoas que muito facilmente interpretaram os ventos de Espanha como sendo indiciadores
dos ventos de Portugal.
Eu acho que isso não é verdade por várias razões, porque algumas das questões mais
importantes na política espanhola não existem em Portugal, a questão da unidade territorial
foi muito importante para a afirmação dos cidadãos, foi importante também para a
afirmação do Vox, essa questão não existe em Portugal.
Em segundo lugar, o PPSpaniola está à direita do PSD, em segundo lugar, o Vox está à
direita do Xiga, em segundo lugar, o Podemos está à esquerda do Bloco de Esquerda, portanto,
a Espanha...
É só de sair, é só de sair do lugar já.
Já de sair.
É só de contar a gente.
Pronto.
Então, é de sair.
Está estropiada.
Mas...
Estas certas, Pedro.
Não sou...
Sente-te, não gosta de mim.
Mas...
Agora coisa com as certas baralharam, vocês não se...
Isso acontece muitas vezes, as certas baralham às vezes.
Você não se singe o essencial.
Quero dizer, acho que não existe uma equivalência total entre a Ascensão Espanhola.
Agora, há uma equivalência que se o PPSpaniola só fizer maioria com o Vox, como tudo indica
que vai acontecer, o que é que vão fazer?
Já sabemos que na algumas regiões se aliaram ou foram eleitos com o voto do Vox, a minha
posição é de sempre que os partidos devem votar, devem aceitar e negociar, devem aceitar
o apoio e negociar ideias e plataformas com partidos que pensam coisas ligeiramente
diferentes mas que são aceitáveis e não podem aceitar certas coisas porque isso é
governar com as ideias dos outros e, portanto, se o PPS governar com as ideias dos outros,
eu lamento que seja essa a nossa Espanhola.
Outra relação a tirar em termos de geografia eleitoral, digamos assim, que é o facto
de provavelmente Pedro Sánchez e o PS eu é poder envir a beneficiar de uma concentração
de voto útil à esquerda que me traa consequências ou poderá ter paralismo naquilo que aconteceu
nas eleições portuguesas em que eventualmente o fenómeno da extrava direita fez com que
houvesse uma concentração de votos no PPS.
Essa foi a principal razão, só que nós não sabemos exatamente qual é a força que
tem neste momento a esquerda a esquerda do PSOE, ou seja, não sabemos se essa possível transferência
de votos ainda é e podemos ter uma solução terrível que é eleições inconclusivas,
terrível.
A ideia de que houve uma série de artigos e de especulações sobre o que é que vai
acontecer em Portugal é muito diferente, em muitos aspectos é muito diferente.
A única coisa que é igual é que o PP tem que se quiser governar, deve governar essencialmente
com as ideias do PP e o PST se governar, governar essencialmente com as ideias do PSD.
O que as eleições do passado fim de semana demonstraram é que os partidos tradicionais
do sistema PP e PSOE continuam sólidos e que as novas experiências políticas à esquerda
e à direita, aquelas que se diziam que iam alterar os xadrez político espanhol, foram
postas em causa, o Podemos já se disse perdeu cinco dos seis governos autonómicos que tinha
desapareceu literalmente em Madrid, em Valência, os cidadãos que chegou a ser um partido
considerado para a equação do poder, teve uma derrota tal que desistiu mesmo de se
apresentar em julho nas próximas eleições, que lações é que tira desta convulsão
eleitoral, o Amigal Tavares, e deste desenho que parece voltar a fortalecer os partidos
clássicos do sistema.
Os partidos não têm tradição e portanto não provocam propriamente um voto por inércia,
não é?
Aqueles senhores já voto PSD, voto PSD, sempre votei, têm desafios muito próprios, porque
por um lado quando eles surgem são novos e portanto têm todo o encanto da juventude
e da novidade.
Mas depois pode lhes acontecer uma de duas coisas que é não servirem para chegar ao
poder ou viver ali numa espécie de indecisão como parece ter sido os próprios cidadãos
e portanto parece que se tornam inútil com o tempo e portanto se tornam inúteis com
o tempo.
Mas então tem uma outra solução que é, então vamos para o governo, mas quando vão
para o governo só foi um desgaste próprio do governo e quando são partidos radicais
que tendem a fazer muitas asneiras e isso aconteceu também com o Podemos.
E aí...
Mas o caso dos cidadãos é mais curioso ainda, oh é tão curioso como o Podemos, aí não
houve poder, mas houve, se foi engolido pelo PP, portanto digamos que o PP foi engolido
pelo paralelismo mais evidente, assim, grosseiramente em Portugal será o da iniciativa liberal,
se o PSD crescer...
Certo.
A iniciativa liberal tendrá a ser engolida por essas dinâmicas.
Isso não vale só para os cidadãos, isso também pode valer para o Vox, porque estas
contas que eu acho que vão ser muito difíceis de fazer em eleições gerais primas, porque
realmente a Espanha é muito diferente de Portugal e está dividida por regiões e a lógica
das regiões não tem nada a ver com aquilo que é o nosso país.
O atual governo depende dos blocos regionais.
Sim.
E...
Mas nós quando olhamos, por exemplo, para a Madrid, não é o excelente resultado da
Iuso, ela ganhou com o PP, ganhou com maioria absoluta e não precisa do Vox para nada em
Madrid.
Ou seja, pode-se também equacionar que até que ponto o senhor Feijó que agora lidera
o PP é ou não suficientemente carismático o resultado é que ele pode ter ou que políticas
vão apresentar para tentar comer o eleitorado do próprio Vox, para dizer, olha, nós gostávamos
de governar sem estes senhores.
Portanto, realmente as comparações com Portugal, por um lado, são inevitáveis e são interessantes,
mas são países completamente diferentes.
Apesar disso de encontrar algum paralelismo recordar o esperanto entre a política espanhola
e a política portuguesa.
Não, Carlos.
Acho que é um...
Quer dizer...
Um ecossistema de políticos diferentes.
Sim.
E mais.
É tudo diferente.
Ou seja, há esta coincidência geográfica de eles estarem aqui mesmo ao lado.
Mas por acaso isso é curioso, é, habitarmos a mesma polínsela, mas sermos muito diferentes
são os dos outros.
De várias coincidências, por exemplo, formos os dois últimos países até extrema-direita
no Parlamento.
Certo.
Certo.
Mas por outro lado, eles têm muito mais vontade de andar à castanha de um dos outros.
Ah, sim.
Não tem comparaço com a certeza.
E mesmo aquilo de dormir em três horas à tarde não parece calmá-los, é, uma personalmente
fica...
É um hábito político.
Quando está emergente, aí pronto, isso segue, mas ele mantém...
Ao contrário, se calhar, retemperam forças e veem cheios de energia.
Imagina-se em sesta.
Exatamente.
E há aquela circunstância que eu já tenho referido aqui, que é para mim, de facto,
muito interessante que é o facto de ser raro o espanhol que quer ser espanhol.
Os galegos não querem, os catalães não querem, os basques não querem.
Nós estamos relativamente conformados com isto de sermos portugueses, não...
Que tal é a alternativa?
Qual é a alternativa, não é?
É, pois é capaz de haver alternativas melhores, mas tão muito longe.
O Pedro Mexia fica então ministro dos Ventes e, a vez, o João Miguel Tavares se tornar
ministro da Guinada e lamenta, de acordo com o que foi anunciado o João Miguel Tavares,
que não haja, afinal, Guinada, nenhuma perspectiva.
Eu acho que vai ter que haver alguma Guinada, nem que seja...
Mas o anúncio foi, não há a Guinada.
Sim, acho que isso, há ali uma questão de elegância, a Guinada não tem que ser programática.
Vamos contextualizar, estamos a falar do Bloco de Esquerda, trocando na liderança
de Catarina Martins por Mariana Mortágua, com a líder eleita, no último fim de semana,
a fazer questão de assegurar que, apesar da mudança de rosto, não haverá mudança
de rumo.
Como é que interpreta esta anunciada continuidade, evolução na continuidade?
Eu estava a dizer, eu acho que a mudança não precisa ser programática, basta ser carismática
e logo faz a diferença.
Acho que é pacífico para qualquer pessoa, tanto à esquerda como à direita, que a Mariana
Mortágua é, neste momento, a figura mais forte que o Bloco de Esquerda tem para mostrar,
dado o protagonismo...
Nesta altura e há muito tempo.
E há muito tempo, dado o protagonismo que, primeiro, ganhou nas famosas comissões de
inquérito, ao best, até para toda a sua presença mediática.
E, portanto, eles agora colocaram o melhor trunfo que tem disponível em cima da mesa.
E é um trunfo decisivo, eu acho, porque o Bloco de Esquerda está numa altura decisiva.
E, para mim, não me é certo, eu acho que tanto pode cair para um lado como pode cair
para o outro.
Ou seja, tanto pode ficar um partido mais diminuído, como eu acho que tem um espaço
para ganhar eleitorado a PS.
Aliás, saiu esta sexta-feira uma sondagem que dá um crescimento ao Bloco de Esquerda.
Mas quando nós, por exemplo, acompanhamos até a cobertura mediática do Congresso,
parece que é um partido em perda, que o pessoal já não está tão entusiasmado como estava,
já não...
Lá está aquela história da novidade, já não são novos, mas eu acho que eles podem
ter ainda um papel a desempenhar se Mariana Mortágua sair bem e a sair bem é começar
a fazer uma oposição mais musculada ao PS, para tentar esquecer que tiveram a viver
na mesma cama durante os últimos anos.
O discurso do Congresso pareceu seguir essa linha, né?
Sim, sim.
E é o principal adorçário político que saiu daquele Congresso, é o PS, mais do que
propriamente a direita.
É.
E eu acho que sim.
Eu acho que é isso.
Esta é a estratégia certa.
Mariana Mortágua assumiu a liderança com uma garantia de combate política a maioria
absoluta.
Como é que interpreta Pedro Moschia uma frase da nova líder quando ela diz ainda não vira
ou nada?
É só retórica ou deve ser entendida como uma espécie de abiaça?
Eu segui com a interesse essa discussão sobre se a Mariana Guinou está com a Maria,
também que não.
Não sei, eu acho que há duas questões, uma ideológica, uma estratégica e uma pessoal
que são importantes para fazer a diferenciação entre o que tem sido o bloco e o que pode
vir a ser.
Para já que toda a gente diz, toda a gente do bloco, ou melhor, agora já não diz, mas
dizia que o triufe da que terem amortiza em relação às pessoas que diziam que deveria
ser a Mariana Mortágua há mais tempo, aquela é mais empática e que na rua funciona melhor,
etc.
De facto, a Mariana Mortágua tem um registro mais altivo, etc., vai ser interessante verificar
isso.
Segundo é que esta é uma ideológica.
Lembro-se que a Catarina Martins chegou a dizer que era social-democrata, ninguém
apanha a Mariana Mortágua a dizer que era social-democrata, portanto tem uma linha
ideológica muito mais clássica, muito mais combativa.
E depois é isso que você estava a dizer, que é evidentemente que sendo o PS, o governo
e com a maioria absoluta, e com as coisas a não correr muito bem, faz sentido a guerrilho
ao PS.
E portanto, como é que é a frase que tu disseeste, mas não viram nada ainda.
Ainda não viram nada.
Que também, aliás, é um pouco desagradado para a direção Sessante, parece que a direção
Sessante não fez nada.
Mas que é...
Se você ainda não ouviram nada, era o eco da primeira frase do cinema senor.
É possível, é possível que o PS e o Bloco tenham que voltar a entender-se no futuro.
E portanto, não sei se isso, claro que não é isso que está em cima da mesa nos próximos
anos.
Se a legislatura durar até ao fim, ainda há alguns anos.
Não sei se uma retórica anti-PS muito feroz, não pode depois fazer arder pontos
quando isso...
Mas não acho que seja uma má estratégia.
É uma estratégia declaradamente à esquerda e acho que a Mariana Mortágua tem todos os
trunfes políticos para conseguir levar a cabeça a estratégia.
Que diferenças de estilo, até pelas personalidades diferentes em apreço, a de TV na transição
interna de Catarina Martins para a Mariana Mortágua, Ricardo Alves Pereira.
Estou muito curioso para ver em que as diferenças de estilo se consorciam, Carlos, porque apesar
de que a Mariana Mortágua, de fato, pode ser que a forma influencie o conteúdo, vamos
supor que a Mariana Mortágua vai radicalizar o discurso, uma vez que o discurso é feito
naquela voz mais baixinha e suave, ela pode dizer coisas que ela estava mais vivasa.
Bem, será suave, não?
Tem as certezas.
Em entrevistas, por exemplo, ver uma grande entrevista ao Vitor Gonçalves.
Ah, na entrevista?
Com o Sotovoce.
Não só isso, como até francamente amigável e, portanto, eu estou curioso para saber...
Acho que as pessoas têm uma ótima imagem dela.
Não, por caso, parece-me genuínio.
Acho que as pessoas têm boa imagem dela, por causa do que ela fez nas comissões parlamentares
de inquérito.
Eu estou confiante que ela tem potencial para, mesmo falando um bocadinho mais baixo, continuar
e nervar o António Costa.
Eu gostava que isso não se perdesse.
Ele tinha uma animosidade especial contra a Catarina Martins, que as pessoas se precipitaram
para qualificar de machista.
Eu não tenho a certeza.
Pode ser coincidência, o fato daquela pessoa que ali está, de lá está, mas podem ser
coincidências, de serem pessoas que eles são especialmente irritantes e calham serem
as duas do sexo feminino.
Mas isso também pode...
Eu tinha uma irritação com o Bloco Genérica.
Genérica, sim, exatamente.
Estou ansioso para ver, Carlos, falamos da Piedra.
E parece que estás compradora até.
Onde é que o que eu disse?
Onde é que o que eu disse?
Sato que queria ouvir.
Eu, em relação à política portuguesa, estou muito mais vendedor do computador.
Eu não compro quase nada.
É tão raro comprar.
Às vezes compro e é...
Ah, bem, banhei este então, banhei.
Não estou...
O que é que tem em mais?
Só tem isto?
Ah, bem, pronto.
Vai este.
O João Miguel Tavares fica assim ministro da Guinada e estão entregues as pastas ministeriais
por esta semana.
Agora, é a altura para sabermos por que a Piedra Mexia se declara confiante e que lações
precisam atirar quando se perde a confiança política, a Piedra Mexia.
Pois não sei bem, porque este caso é um caso relativamente atípico.
Este caso é o caso do ex-presidenta Câmara de Espinho.
Sim.
E a decisão do líder do PSD de retirar a confiança política ao deputado social-democrata Pinto
Monteiro.
Sim.
Por ter sido constituído, arguido, no âmbito da chamada de opressão Vortex, e por ter voltado
ao problema.
E ele dispendeu o mandato e agora retoma.
Eu quis voltar.
Sem avisar a ninguém.
Uma decisão correta, esta de Monte Negro ou um presidente perigoso?
Há duas coisas sobre a decisão.
Uma é se essa deve ser a regra ao usar...
A regra do arguido...
A regra de um arguido que um arguido...
É afastado.
Que um arguido se deve afastar.
Se deve afastar ou deve ser afastado pela direção da bancada, pela direção do partido.
Não tenho certeza quanto a isso.
Confesso que não tenho uma opinião completamente formada, dependo dos casos, depende da gravidade,
se está ligado a uma atividade política.
Exatamente.
Portanto, é que ser arguido, acho que já percebemos todos, que é qualquer coisa muito
fácil de acontecer.
Agora, há uma coisa interessante, que é por que que Monte Negro fez isso neste caso?
Porque, como se já se viu no caso de Tutifruti, onde o líder parlamentar da bancada do PSD
lançou às feras o PSD juntamente com os PS para efeitos políticos, num caso que não
é muito sólido, pelo que nós sabemos.
Esta vontade de Luiz Monte Negro dizer que, não, mesmo uma pessoa do meu partido e próxima
de mim, eu sou, é a versão bem idética de Luiz Monte Negro.
Portanto, é para fazer questão de mostrar que comigo é tudo limpinho, etc.
Seria interessante, quando lhe fizessem perguntas sobre o seu próprio comportamento, respondesse.
Já falámos aqui no passado.
Se é para apenas para mostrar quão ético ele é, não tenha certeza que é muito útil.
Se for para fazer doutrina, também acho mais interessante.
Depois há a terceira coisa que é, ele vai deixar de ter a confiança política, mas
não vai abandonar o grupo parlamentar, não vai passar a ser independente.
Portanto, ele pode, ele vai poder intervir no Parlamento, integrado na bancada do PSD,
mas não vincula o PSD, portanto.
Uma pessoa do grupo parlamentar do PSD diz que é um senhor que lá está, sentou-se ali
e diz coisas, é um penetra de certa forma, entrou no Parlamento como aquele youtuber
outro dia, o que é que ele influença, entrou e sentou-se ali.
Olha, isso é um pouco estranho, porque uma coisa é uma pessoa estarem com um felito
com o partido ou partido com ele e afastarem e passarem independente,
aconteceu com o livro, aconteceu em muitos outros casos.
Agora, manter-se como deputado, mas não ter a confiança política,
ou é um show-off e pronto, ele está lá tudo combinado,
ou então é uma situação politicamente muito estranha, é um deputado,
é menos deputado que os outros, digamos assim.
É pelo menos uma situação atípica.
A muito atípica.
Luis Montenegro decidiu também levar a cabo uma sindicância interna para averiguar
como foram escolhidos os candidatos autárquicos do partido em Lisboa em 2017
por terem vindo a público suspeitas de um arranjinho com o PS, nessa altura,
nas juntas de freguesia de Lisboa, dá crédito a esta averiguação lançada
pelo presidente do PSD, João Miguel Tavares.
Por um lado, quer dizer, eu também não quero estar aqui criticando Luis Montenegro,
numa semana em que eu aparentemente disse as coisas certas, do modo geral,
disse as coisas certas, eu, como sabe, sou toda a favor de banhos de ética,
dos de ética, torneiras de ética, autoclismos de ética, bidés de ética,
tudo o que tenho, o repuxo de Itágua, de ética,
eu acho que faz imensa falta a política portuguesa.
Bidés de ética também.
Também bidés de ética, tudo, tudo, até porque o Luis Montenegro,
falámos disso aqui, reagiu péssimamente à história da casa dele,
em Espinho, teve, foi inacetável a mané como ele reagiu, e portanto está...
Ele e o PSD.
Ele e o PSD.
Está a corrigir o tipo.
Mas o que é uma sindicância à Constituição das Listas?
O antigo dirigente social-democrata e agora comentador político,
José Eduardo Martins, contestou este inquérito interno,
dizendo que tem de ser a justiça e não o próprio partido,
a levar por diante esse apuramento dos facos,
em relação a modo como as listas foram constituídas,
porque, estou a citar, José Eduardo Martins,
ninguém é juízo em causa própria.
Será que o PSD pode realmente fazer uma avaliação do modo
como as listas foram constituídas de forma rigorosa?
Poder pode.
Se vai fazer, não sei.
Eu tenho muitas dúvidas em relação a esta questão do José Eduardo Martins.
A opressão de tutti e frutia, a maneira como ela é descrita,
eu admito que têm ali questões de justiça
e que devem ser averiguadas pela justiça.
Mas, no modo geral, aquilo que eu vejo são questões políticas
que deviam ser adequadamente avaliadas
e corrigidas pelos partidos políticos.
E não são.
Mas é credível a tese de que houve um arranjinho que o PSD...
Isto é tudo a partir da escuta de uma pessoa que dizia
que tinha havido esse arranjo para que o PSD escolhesse
em certas fraguzias candidatos fraquinhos, de modo...
Eu adoro isso.
De modo a deixar o outro partido de ganhar.
Isso significa que nós olhávamos páis de listas e dizimos
não, estes são estes fraquinhos.
Porque os fraquinhos não se podem confundir...
E ele esboja. Alguém sabe que são os candidatos
feitos da autarquina.
Eu acho que 5% das pessoas que votam em cada fraguzia
sabem que é que o presidente da junta é muito...
Portanto, ninguém vota porque...
Ok, 5% das pessoas votam.
E, portanto, não acho que isso seja muito plausível,
mas depois há outras questões de negócios, com empresas...
Como freguesas.
Como freguesas de arroios eu contesto essa tua...
Sim, mas arroz...
Mas arroz tu soubesse, porque lá está Iberso Liggo.
Nas fésperas de eleição.
E teve um efeito...
Significativo.
E não só em arroz, lá está. E não só em arroz.
Isso que há foi por isso que o PS perdeu as eleições.
Aí é um caso específico.
Agora, o meu ponto aqui é...
Toda a gente sabe como é que as coisas passam.
E o que é grave,
tem a ver com aquilo que é o funcionamento
mais elemental, que é gravíssimo
dos partidos políticos.
Tem a ver com o número de pessoas
que hoje em dia escolhem.
O secretário-geral é um presidente de um partido.
Estamos a falar...
O Luiz Montenegro, nas últimas eleições, teve 17 mil votos.
Do modo-geral. E teve 70 e tal por cento.
Isso representou 70 e tal por cento dos votos.
Quando nós dividimos isso pelas...
pelas destritais todas do país.
Isso significa que há destritais
que estão a ser disputadas por centenas de votos.
Se calhar às vezes dezenas de votos.
E enquanto estiver independentes dezenas de votos,
é evidente que lá vem os senhores pagar as escotas
e lá vem aquelas carrinhas a levar a gente.
E lá se descobre que, afinal, lá é uma morada
onde vivem 500 militantes de um único partido.
O Luiz Montenegro decidiu que agora
se pode votar internamente
sem as escotas em dia, nos últimos anos.
Essa decisão, a ser verdade,
faz logo que toda a diferença.
E aumentem, façam primárias, façam o quiserem.
Enquanto a base...
a base de escolha dos presidentes e dos partidos
não aumentar,
vão estar totalmente dependentes de caciques
que hoje em dia são cada vez mais caciques profissionalizados.
O que é que ela é a vida deles?
É fazer aqueles negócios índios.
São pessoas que nunca passam presidentes da junta,
mas depois têm um poder desmesurado
exatamente porque são...
E não há presidentes partidos
que não têm que passar por isso.
Não há nenhum deles.
Todos têm que lá andar,
passar a mão pelo pelo a algum que siga,
porque senão não chegam lá.
É isso que evidentemente tem que ser quebrado.
É isso que tem que ser quebrado.
Portanto, há aqui um lado de sim,
façam todas as indicações.
É um lado sonso no sentido
em que ninguém tem dúvidas como é que as coisas passam.
Não há nenhuma surpresa.
Toda a gente sabe qual é a mecânica daquilo
e depois faz-se de parvo.
Será que podemos ver o Ricardo D'Arujo
para ergar estas decisões do líder do PSD
em casos relacionados com a Justiça
como uma espécie de tentativa de banho d'ética
para usar a expressão que,
aliás, já foi referida aqui há pouco
e que é uma expressão do anterior líder, o Rio.
Essa aqui é a questão é que o...
Será que o Luiz Montenegro quis abrir o ducho da ética?
É um banho d'ética, novamente,
porque este grupo parlamentar é uma herança do Rio e Rio
que já tinha proposto um banho d'ética.
Portanto, a ver um banho d'ética agora
é um banho d'ética em cima de um banho d'ética anterior.
Pode ser, é possível, que tenha sido...
Não necessariamente,
se o banho d'ética anterior tenha sido
um spa da ética,
ou seja, daqueles em que as pessoas se besuntam
com lama primeiro.
Ah!
Estás a perceber o que eu quero chegar aqui?
Agora é preciso de um ducho que você entra.
E agora é porque agora, então,
uma banho d'ética para ficar com a pele
mais suavezinha.
Uma mangueirada da ética.
Estás te parecido por que
que o Pedro Mexia se declara confiante
quanto ao João Miguel Tavares,
de sentir-se escalado,
não como um roubá-lo,
mas para falar da escalada da guerra
que já chegou a Moscovo,
com o ataque de vários drones a capilar
do Rousseir esta semana,
que significado é que atribui estes
desenvolvimentos recentes, João Miguel Tavares.
Não como um roubá-lo, por enquanto, não é?
Porque isto está escalado em escalada.
Nós já estamos naquele rame-rame
em que as coisas estão lá longe,
já não trazemos para aqui a guerra,
mas há coisas de facto a acontecer.
Não tanto aquela contra-offensiva
que parece que nunca mais arranca,
há quem diga que já arrancou,
mas se arrancou foi de forma muito subtila,
agora há coisas que estão a acontecer.
E coisas assistadoras entre as quais
a guerra a entrar no território ruso,
não só com drones a chegar a Moscovo,
como de repente parece a ver
uma espécie de insurgentes claramente
patrocinados por Ucrânia,
mas agora é quase
o inverso daquilo que nós
assistíamos em 2014
nas guerras do Danubás,
agora de repente são russos
que se estão a opor a Putin,
e isso, mais uma vez,
é uma escalada
e a outra é o que é que vai acontecer
a Central, porque os avisos
das entidades internacionais
que estão a vigiar aquilo
não deixam ninguém reposado,
eu deixava de brincar, achei de três nucleares
se cair lá alguma coisa
Sim, a maior central no colégio da Europa
faz nois.
Entretanto, vai mesmo avançar
a entrega de caças ocidentais
à força aérea ucraniana,
os ucranianos dizem
que são asas para a liberdade,
os russos consideram a decisão insensata.
Veste a reação russa,
Ricardo Araújo Pereira,
com um sintoma de tumor
ou como uma forma
da ameaça?
Eu tenho olhado para isto
como aquelas alturas em que
na estrada, então esses carros
começam a forcejar
para ver qual dos dois é que vai
conseguir obter a posição
é, não é? Forcejar, não se usa muito
mas devia
e a questão é essa
é o problema que neste caso
esse processo
às vezes os dois de contato
saem do carro
neste caso os dois de contato saírem do carro
e o carro se chama cá fora
pode gerar-se um sarilho
que acaba constrada toda
Então pode acontecer como no filme
de Nicole Vray
em que o último atravário
é chicken
e vai pela ribanceira abaixo
É isso, vamos
agora já não tenho capacidade para saber
primeiro o que seria a ribanceira
e o que é que pode
significar um destes países
ir pela ribanceira abaixo
que começou a complexificar
porque eu não estava a falar
no jogo do chicken, estava a falar naquela coisa
de entrar numa fila, eu quero entrar
primeiro do que tu
e portanto tinha menos
referências cinematográficas, era uma reforma
que estava muito mais fácil de manobrar
e perdi-lhe o controle agora
Na terça-feira foi noticiado
um telefonema entre o Papa Francisco
e o presidente brasileiro
um telefonema em que o Papa
tradito a Lula da Silva
a informação vem
do governo brasileiro
o Papa tradito a Lula
que ele tem autoridade
para liderar um processo de negociações
de paz para a Ucrânia
como é que ele é esta informação
Lula é de facto neste momento
um player
como se diz agora
eu diria que isso é um caso clamoroso
de falibilidade papal
porque evidentemente um mediador
não deve ser parcial
foi o Espírito Santo que eliminou
o Papa Francisco
um mediador não deve ser parcial
mas também não pode pôr
em plano de igualdade um evasor
com o invadido
como se fosse um problema entre eles
não, há um problema que é a invasão
de um país pelo outro
e esse problema pode ser resolvido
pelo invasor
portanto se uma pessoa disser isto
eu quero ouvir-la como mediador
isso não é ser parcial
mas escrever a situação
um país invadiu o outro
assim, pela mesma razão, que é péssimo
se a Ucrânia agora se lembra de atacar
o espaço russo
é uma ideia absurda
da qual o acidente se deve de marcar
é absolutamente
portanto, não
já sabemos porquê que o João Miguel Tavares
se declara escalado
agora vamos tentar perceber porquê
que o Ricardo Araújo Pereira se pronuncia misericordioso
e que papel é que tenha
o caso de que quero falar
é que a Santa Casa Censura sem misericórdia nenhuma
Carlos, há uma exposição
de anal de
a fotografia do Porto
exato, mas
um senhor que é o
diretor do centro hospitalar
Conde Ferreira
que é totalado pela Santa Casa da Misericórdia
o lugar onde estava essa exposição
de anal de fotografia do Porto
ordenou que a peça artística fosse
encerrada, ou seja, que se fechasse a sala
dessa peça artística
alegando que ela poderia causar desconforto
nos pacientes do
Conde Ferreira
e portanto, e depois disso, aparentemente
os protestos dos artistas
ele resolveu reabrir a sala
mas
amputando a peça
dos elementos
que ele considerava que podiam
ser melindrosos para o público
é, portanto, a questão é de sempre, não é?
que eram os respeitantes ao patrônico
ao patrônico
quando Ferreira
era esclavagista
que tinha traficados crafes
portanto, a questão é de sempre
que é sempre que
alguém
proibre
ban
uma obra para impedir os outros de haver
isso é censura
sempre que alguém altera uma obra
sem autorização do autor, isso é censura
e não importa muito quem é que censura
é o sentido em que para o censurado
é indiferente
é indiferente
as pessoas não dizem
eu fui censurado
mas por uma pessoa muito boazinha
não é, com o homicídio é igual
ele veio sem que tires nas costas
mas foi o Gandhi
ninguém diz isso
além de que
exatamente seria, mas
além de que o censor
é sempre bonzinho
disse censurar por maldade
nunca ninguém disse, eu vou censurar
porque é para a por maldade
não, não, é sempre por bem para proteger
para melhorar, para evitar perturbações
para lutar contra o mal com o M grande
é sempre
para beneficiar
os outros
uma frase a cada um é atendível
o argumento do desconforto sendo um hospital
um setor hospitalar
se fosse o desconforto público não seria atendível
o desconforto dos doentes, não pensei francamente nisso
e o desconforto que o Ricardo disse
quer dizer que também a vantagem deste caso
foi ter produzido artigos onde se utilizou
várias vezes a expressão
selar a sela
foi preciso selar a sela e eu até recortei isto
para o meu recorde de frases
a pergunta, quantas pessoas
gravizadas valem um hospital psiquiático
é uma pergunta impecil
como seria a pergunta
quantas velhas valem
umas máquinas ótimas para tratar a leucemia
no IPO de Lisboa
mas
mas independentemente
ser estúpido ou não
censura é censura
e portanto se convidaram aqueles senhores
e aceitaram receber as obras agora mostra
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Parecendo que não há uma guerra na Europa. E a ameaça de uma escalada militar, agora que vemos drones a atacar Kyiv mas também Moscovo. Por quanto tempo estará a maior central nuclear do mundo em segurança? Enquanto isso, as minudências sobressaltadas da nossa politicazinha dominam as parangonas: a troca de líder no Bloco de Esquerda, as operações Vórtex e Tuti Frutti, os radicais de direita que prometem tomar as ruas e juntam apenas o equivalente a assembleias de condóminos. Sobra da semana que termina ainda uma pergunta: que semelhanças e diferenças haverá entre os cenários políticos espanhol e português?
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