Tabu com Bruno Nogueira: “Desde que não haja doenças, há condições para que a vida sexual exista até à morte”
Joana Beleza 3/28/23 - Episode Page - 1h 3m - PDF Transcript
Bem-vindos ao Tabu, um programa onde nos rimos sobre assuntos que vocês provavelmente acham que não são para rir.
Convidei quatro ideais para passar uma semana comigo e juntos vamos tentar perceber se é
ou não possível encontrar o humor na velhice.
Ah?
Pra dentro! Vamos pra dentro!
Tá frio!
Mere uma fruta, uma supinha...
Morrem muitos no inverno!
Pronto!
Exato!
Ai! Tá a rir! É bom rir, não é? Quando estamos perto da morte!
Tabu é algo proibido, interdito, um assunto que não se pode ou não se deve falar.
Mas aqui no podcast, tabu não há tabus.
Nem de assuntos, nem de fazer humor com eles.
Há quem acha corajoso, mas também há quem acha polêmico, escandaloso e controverso.
Já o novo Peugeot 408 não tem nada de polémico, escandaloso ou controverso.
Este espaço publicitário é por isso um rar momento deste programa em que podemos todos estar de acordo
com a prefeição das suas proporções, a harmonia das suas linhas, o brilho da sua performance.
Marca um test drive num concessionário Peugeot e comprove-o.
Mas primeiro, ou seja, este episódio.
Bom dia!
Bom dia!
Bem, bem!
Bem mal! Eu mais ou menos!
Porque estas velhas andam sempre em sobressalto com coisas modernas, então ficam todas malus.
Foi que eu ar-condicionava!
Mas não será o que foi! Há algum ratito que andava lá na cama, descansou os saltos.
Já é muito andio.
Ninguém conheceu.
Porque é tanta comoção e tanta alegria e tanta fun-time, como diz o outro.
Que é, né?
Que não dá para dormir.
E com a cabeçada que eu dei ontem ali no vidro às chasquia de mim.
Ah, perla, mas repare uma coisa.
Já vocês tinham ido para a cama e disseram que vocês merdeuam-lhe o salto e encontraram aquele vidro.
Foi?
Foi demais. Sabe que isto aqui é uma área que, de vez em quando, há pessoas que se queixam de qualquer coisa ali para nascer.
Quando foi contra o vidro. Ia lançada de frente ou ia olhar para baixo?
Aí é para dar amarrada de diferente maneira.
Não, é só para saber como é que aconteceu.
Ah, eu não sei o que aconteceu. Aconteceu que começava que estava a porta aberta e ela estava fechada e eu não tinha bebido nada.
Sente que ficou às vezes desse dia.
É que estava a pensar lá no marido que ficou lá em casa.
Cansava que ia ver.
Você está com a mesma pessoa deste que idade, não é mesmo?
Olha, com 12 anos, ele lá viu que eu era uma barba do Carassas, não é?
Ele andava com um fato ali que parecia que um fato da comunhão, não havia dinheiro para comprar outra maior.
Ele expressa o penteado com uma grande poupa.
Pois eu fiquei a olhar para ele até hoje, há 6 anos, 4 anos seguidos, quando eu ouvia nas festas, sempre a olhar para ele.
O destino, não é? O destino nos uniu.
Mas não tinha acontecido nada aos 12?
Não, foi só ir para casa e eu ficar ali.
Nem dar a mão, nem dar a mão.
Ah, é, se dar a mão.
Eu lumei uma tareaia para casa de dar a mão.
Aquele cavaleiro todo girasse e eu, a tal Barbie Lora, apareceu lá noutra festa e disse assim...
Passe acompanhar a mina, a estrada é larga.
Olha o que eu disse.
Uh, foi assim, é já.
É já.
E então a minha mãe sempre com o nosco para nos proteger e depois...
A sua mãe já escoltava.
Claro, é como eu faço.
E ela dizia assim, meu mãe caiu com medo de te comer e tal.
Eu dizia assim, tento dar assim a mão.
Eu ia fugir de toda a olhada.
Mas tu dá a mão com a sua mãe lá a ver?
A sua mãe estava olhando.
A minha mãe não, mas em casa deu uma tareaia.
A mão atrás da mão vem o pé, atrás da mão vem o pé.
E depois vem o transporte.
Chegou na segunda-feira da feia festa e eu contei-lhe tudo.
Estou derrubado.
Ah pá, tão tomei assim.
Deu uma tareaia, desculpa lá.
Ele já andava a ver se sabe o beijo.
Meses, meses, meses ali.
Mas o beijo...
Aquele foi me roubar um bocado na minha cara, não podia ser.
Eu não dava beijo, eu não dava beijo.
Quando é que aconteceu...
Dar o beijo primeiro, aqui.
Onde?
Passado já.
De onde?
Aqui do lado.
Ah, era astrábico.
Deste lado que ele estava disto lá, né?
Mas isso com idade, 17 também?
Já há quase 18.
Eu não sei mais o que era.
Bom, mas isso é isso.
Por que haveram seis anos?
Aquilo é muitos anos já.
E é tão sexo.
Se foi no dia do casamento, o que é que pensa?
Peraí, calma que eu não queja.
Eu quero ir lá, mas quero ir lá contigo.
Primeiro ainda estamos na centrada.
Estamos já a comer agora uma bava rosa.
Então ele...
Insistia, insistia, né?
Enquistava-se a mim.
Mas também não queria fazer atraição.
Porque podia levar, não é?
Leva logo.
Parece que me tirava a virgindade só com beijo, não é?
Andou-me o tempo.
Quando ele calhou, eu ri para ele.
E ele pôdava aqui um beijo na cara.
E eu fui para um espelhozinho que havia lá na Alpenha,
porque não ia levar a cara.
Não havia aquele nexo, era o lenço.
Aí ele me roubou, parece que me roubou.
E a minha mãe era assim.
E ele foi para a lara da bicicleta,
e a gafanica não se pôr a mata, sem luzes.
Todo a suiar, suiar.
E ele, pois, tinha que amar a energia.
Todo com o tempo.
Que ele devia estar ali.
Foi pagar mata-vijo para toda a gente.
Foi voltar a Portugal?
Pois.
Quando é que eu me adoto?
Tente tudo fazer assim.
Quando?
Passado, sei lá.
Quase um ano?
Quase um ano?
Ei!
Cuidado.
E então foi sempre só o que fizemos.
Fui, abraço e beijo.
Quando é que casa cujo é?
Cada vez que eu não havia tinhado algo.
Pois tinha vinte e três.
A história está a ver quando é que isto começou.
Ah, não?
Isto começou às doze.
Mas foi uma vida.
Mas é preciso segurar a barra.
E foi ele que lhe pediu em casamento?
Nunca mais ninguém aí.
Não se apodurava de mim que sabia que eu era posse a rival.
Já até fugiam ao largo.
E o gado acudia de casamento e chegasse.
E ele também.
E portanto, casaram?
E aí então se calhar é que houve uma...
Aí fomos para a Coreia.
Ah!
O hotel da Coreia.
Primeira vez.
A minha mãe era agoriteiro.
Lá em casa a filha fugia a mãe nova.
E se você não estava com a manhã, por aí estava o Dema Burgonha.
Para lá me champanhe, para lá me estudo na mala.
Nada foi preciso.
Às dez horas batiu lá a senhora da porta.
Para dar porque não almoço nem crime na cama.
É a minha senhora de aparência.
Você faz alterafilismo?
Sim.
Há cinquenta e seta.
Foi um convite de um amigo meu que foi tropa comigo.
Que sabia as minhas qualidades atléticas.
Nunca tinha visto uma baja.
Gostei.
Até hoje.
E hoje que ainda faz?
E na pouca tempo ganhou uma medalha?
Da dor na Holanda.
E batia dois racórios europeus.
Quanto peso?
Fiz o racório europeu de um francês.
O senhor Jaques.
Era trinta e nove quilos ao arranque.
Eu fiz quarenta e um.
E o armeço, o racório, é cinquenta e um.
É porque eu batia, mas não batia.
Fiz cinquenta e dois, mas não me contaram.
Os árbitros não me contaram.
Porque eu valia uma reflexão de paraço.
Mínima, mas...
E no total, se meia noventa e um.
Então o que é que é mais isso?
É que eu tenho metade da suidade e nem metade do peso que consigo levantar.
Pois.
É triste.
Não treino?
E mesmo que treinasse.
Não sei se já viu o meu corpo.
Está bem.
Está percebendo o que é que se passa aqui.
O bruno, se treinasse, também aumentava mais a massa muscular.
Não se acha que não tem que ser mim silvestre?
O bruno fuma.
Não.
Às vezes eu perdo o dia.
Também não.
Também não.
O álcool é o mínimo.
E é que se calhar...
Durmo dez horas por dia em média.
Está a ver, você tem quatorze.
Pois.
Está a enganar?
Dez, dez vezes doze.
Quando posso.
Se tivesse que dizer assim, eu sinto que tenho esta idade.
Que idade é que dizia?
Que à fora, normal, a vida civil, posso dizer que sinto como se tivesse menos vinte e cinco
anos.
Mas lá a treinar nos pesos, aí é mesmo oitenta e dois.
Aí é mesmo.
Como vê não os óculos há mais de cinquenta anos, nunca fui ao médico.
Como bem, durmo bem, tudo.
Parti que desporto todos os dias.
Isso também ajuda muito a ter a cabeça ativa e o corpo.
Aquela ideagem maldosa da sociedade, que é a partir do momento em que uma pessoa se
reforma, é um peso.
Vocês, ás de uma vez, sentiram esse tipo de preconceito em relação a vocês?
Eu não sinto o peso da idade, nem o peso dos pneus óculos, como é que há a volta.
Eu não sinto nada disso, porque ainda caminho direitinho.
E vocês, sentem?
Eu, da minha parte, é o contrário.
Eu sou mais arrebitada do que as minhas colegas.
Elas são muito mais novas, mas têm menos vinte, outras têm menos doze e dez.
O monte do mural é a mim mesmo.
Tem que ser.
Há vários nomes há.
Velhos.
Sênior.
Idoso.
Terceiridade.
Terceiridade.
Velho, é a melhor coisa, cara.
Eu gosto da palavra velho, mas eu acho sempre que se deu uma carga negativa à palavra velho.
Eu gosto da palavra velho.
É velho e novo.
Só comecei a valorizar o velho há pouco tempo.
Eu também tentava mascarar o velho.
Terceiridade.
Eu ia ali ao idoso, alguma coisa.
Aí sempre pente.
É para ter, ou seja, me sinto.
Mas de velho, cara.
Não, mas o velho fazia minha impressão.
Eu tenho dito, já encontrei pessoas novas que são velhos e já encontrei velhos que
são novos.
Pois é.
É um jovem que é velho.
É velho em todos os sentidos.
Sovrem de maluca.
Sovrem ali do meu.
Não, mas é que são velhos.
São os velhos de cabeça, não é?
Pois é.
No mesmo sentido nova.
Completamente.
Quer dizer, cheio de estereótipos, cheios de preconceitos.
Jovens, que eu digo, como é que é possível?
O que é possível?
Obrigado.
Que grito.
Que bonitos.
Sim, senhora.
Todos gatões.
Bem-vindos ao programa 2.
É sobre idosos.
Portanto, eu espero que a produção tenha espetado um abatonado nestes quatro.
Senão daqui a 15 minutos estou a falar só com as câmeras.
Portanto, para revitarem, tá bem?
Queria só fazer um pedido só para os mais velhos que também estão aqui hoje.
Se quiserem ajeitar melhor nas cadeiras.
Não façam todos ao mesmo tempo, porque o som das fraldas.
Entra no microfone.
Pessoas lá em casa acham que está a chover em um estúdio, tá bem?
Agora também vos digo uma coisa.
Como eu espero que vocês cheguem muito no fim do espetáculo,
cada fralda dessas pesa o mesmo com o rebaldo de mar.
Eu em conversas com eles percebi que não gostam do termidoso.
Não é?
Nem terceira idade.
Nem Sénior, também não.
Eles são velhos.
E eu pude confirmar que eles são velhos por que?
Porque eu logo a seguir perguntei.
O que é que querem almoçar?
Eles responderam, quem é o senhor?
E eu, pronto, são velhos.
É um velho de senhor que os idosos não fazem isto.
Os velhos estão a sempre a dizer, a idade trouxe-me sabedoria.
Ah, é?
Então liguem vocês a BoxATV, né?
Procurem as instruções lá na sabedoria.
Um dos grandes preconceitos da sociedade é que
vocês quando chegam a velhos deixam de ter utilidade.
Eu não podia estar menos de acordo.
Eu acho que é só uma questão de perspectiva.
Porque, por exemplo, não conseguem subir as escadas tão rápido.
Não é?
Certo.
Em compensação, a descer ninguém vos apanha.
Sou a enfermeira Paula lá embaixo.
Nós temos nos centícipes novos.
Nem toda a gente consegue, não é?
Eu acho que não consegue também por uma questão de cultura.
Fico um bocadinho angustiada quando vejo as pessoas da minha isade
muito mais novas que eu.
E dizerem, eu já não tenho idade para isto.
E outra coisa mais grave, mas isso é que é uma engravidade extrema,
são as pessoas que já estão a pensar na reforma, aí no 60.
Passam os 60.
Ai, tudo certo para me reformar.
Ai, e nós perguntamos a gente, o que é que vais fazer quando reformares?
Já trabalhei toda a vida, vou descansar.
As pessoas não percebem que no momento em que sumem essa forma de pensar.
Envelhecem logo uma série de anos.
Estão logo a decretar a velhice, mas quando eu diga decretar a velhice,
é a decretar a doença.
Então a minha solução foi pensar assim, agora que eu estou uma mulher...
Vou fazer uma banda deve e meta.
Não sei tocar, nem sei cantar.
Sempre gostei muito de estudar, sempre gostei muito de aprender,
sempre fui uma pessoa muito curiosa, sempre fui uma pessoa muito interessada.
Portanto, quando chegou à altura da reforma, o que é que eu fiz?
Eu vou ser uma pessoa que o herói se tenta.
Maravilha.
Não lhe passa com a cabeça aquilo que eu ouvi.
Pessoas da minha idade, tu és louca, o que tu vais fazer?
Mas tu achas que és capaz.
Não tens estas conversas que se fazem, conversas de velhos para velhos, não é?
Eu disse, eu não sei se sou capaz.
Eu não sei, mas vou tentar.
Os seus colegas tinham todos cuidado.
18 anos.
Claro.
E como é que eles aceitaram na turma?
Ouça.
Como é que eu vou ser olhada no dia em que eu estou ali sentada,
e aquelas vento dizem que é que esta velha mulher quer fazer.
Em momento algum, nem deles, nem dos professores, ninguém pistando jor.
E tem boa média?
Tenho média, quase as 16, Bruno.
Portanto, ouça, é média geral, não é?
Eu tenho tido 14, 17, 18, 19.
A média geral está a rondar os 16.
E assim, hoje tenho 72 anos e não tomo medicamento para nada.
E há quem me diga assim, tu és inconsciente, não vais ao médico.
Eu digo, cada vez que vou ao médico, eles querem me arranjar uma intervenção para me matar.
Portanto, é melhor morrer da cura e não morrer da doença.
Mesmo que esteja a ter um ataque cardíaco, não chamo de uma ambulância.
Porque eu acho que conseguem em casa com um meio limão e um gato.
Eu vi na internet.
Consegue resolver um ataque cardíaco.
Não, mas...
Está com o braço preso.
Toma, mas tem um outro.
Tem um outro, não é?
Eu vou pedir um minuto de silêncio e que se reze por a paz.
Uma beia Maria, ok?
Posso me sentar e podem até rezar para vocês, cada um para si.
Amém.
O Alice, eu tenho um problema que é, eu digo muitos palavrões.
Ah, é?
É, muitos, porque para mim o palavrão é uma forma de me libertar.
Eu sei que a minha atenção arterial baixa.
Sinto que a vida fica muito melhor.
Tenho um problema, digo 3 ou 4 de seguida e é logo.
Mas estou um bocadinho constrangido, porque sei que a Alice não gosta de palavrões.
Eu se uso a ouvir as outras pessoas.
Não me importa de os ouvirem.
Então se eu disser por exemplo assim...
Ah, co...
Fica assim um bocado...
Fica assim um bocado encravada.
Mas não me incomoda, porque foi o Bruno que a disse.
Eu é que não sou capaz de dizer.
Desculpa, eu te sei mais um bocado.
Porque olha, em francês...
Escuta, em francês.
Cone, não quer dizer a mesma coisa que em português.
Então é o que?
Quer dizer que é uma pessoa atrasada assim.
Pois é, eu digo dessa maneira, mas as pessoas ouvem...
O que é que se diz de outra maneira?
Diz ela é no Cone.
É o que eu também digo, ela é no Cone.
Imagino que você está em casa.
Bate num móvel.
Dá assim com aquele dedo pequenininho, sabe?
O dedo de um lindinho do pé, assim na esquina.
Pau, o que é que diz?
Ah!
Merda!
Ah!
Assim alto!
Mas está saindo...
É, dá um grito.
Isso, digo.
Até que ando no computador, no marcha que me eu quero,
está muito lento, eu fico friosa e assim...
Merda!
Está-se a soltar?
Reparei que nenhum de vocês tem comprímidos para tomar a refeição.
Não.
Vocês não tomam nada?
Nunca vocês tomam nada?
Eu não tomam nada.
Por favor, possam a minha opinião tomar a pila ao deitare.
Claro, para não ouvir isso, não é?
Cuidado, não é?
Não se vê-se nada.
Vitamina só.
Atenção, colesterol, não há que nada disso.
Nada.
Toma um de manhã e dois a noite.
O de manhã é para atenção e o da noite é um suplemento da tensão
e o de clúster ouro.
Alice, vou-lhe fazer uma pergunta indelicada para se fazer uma senhora,
mas posso-lhe perguntar que idade é que tem?
Faço 80.
Está impecável.
Eu faço tudo por isso, mas...
Agora vou-lhe fazer uma pergunta.
Que idade é que 100 que tem?
Eu na minha cabeça.
Às vezes nem 40 tenho.
Pense que tenho 30 anos porque eu tenho muita genéica para não exagerar, hein?
Dois, 40 e cinco, 50.
Mas eu faço coisas muito mais novas.
Como é que eram namoricos?
Não tive namoricos, porque eu aqui,
não quis namorar, eu queria ser a pessoa livre.
Eu gostava muito de dançar e tinha muito de disparo no vale
porque sempre dansei bem e depois tinha de me disparar.
Eu gostava de dançar e eu gostava de ser livre,
não ter compromissos com ninguém.
Fui andando e cheguei aos 37 anos, soltei em Ibuacachopa.
E em França, meu marido soube me dar a volta.
Quanto tempo que tiveram casados?
Só 20 anos.
Infelizmente, ele foi um marido maravilhoso,
mas a doença levou aos 57 anos.
Sou insensível.
Como é que se ultrapassa uma perda dessa?
É duro.
E eu fui de pouco a pouco, e ao fim de três anos comecei a me meter na dança
e a vida foi para a frente.
E alguma vez pensou em refazer a sua vida sentimentalmente?
Quer dizer, olha, eu tinha pretendentes amigos do meu marido.
Passaram todos divorciados e depois tinham filhos e assim.
E eu, um mundo divorciado para mim, tinha médico,
vinham ter comigo, mas depois também tinham antigas mulheres.
Há esse preconceito ainda de uma pessoa viúva da sua geração
tentar refazer a vida, acha que é esse?
Eu acho que não.
Se a gente gostar, eu ainda agora não digo nunca mais,
nunca se sabe, que ainda aparece o príncipe encantado.
E como eu digo, é isso.
As crianças de salão têm que estar atentas.
E ele está lá.
Não, eu vou sempre, porque eram bons pares.
Não é para dançar, mas não...
Por enquanto, mas não digo nunca mais para acontecer.
Se está à procura, se não aceita divorciados,
estamos mal.
Há muitos, não é mais...
Não, também há viúvos.
Viúvos já está à vontade.
Está a trabalhar no mercado dos viúvos.
Eu vou preparar um espetáculo de stand-up, de comédia,
sobre a experiência que nós aqui tivemos,
sobre o que eu aprendi com vosco,
e que eu estava de saber quais são para vocês
os limites do humor em relação aos velhos.
Eu até gosto de aquelas piadas,
desde que não sejam assim, muito violentas, não é?
Claro.
E eu lembro-me de...
Aqui há um ano ou dois,
dois anos, vi o filme de Joker.
Era um palhaço, gozavam com ele.
Quem faz da apresentadora do programa é o...
Daniro.
Daniro.
E começa a gozar com ele,
tal forma, que ele puxa para a pistola e dá-lhe um tiro
e mata-o em pleno direto.
Tá, claro.
Às vezes mais vó, não é?
É, resolveu-se.
Portanto, pode dizer que é preciso cuidar.
Já tenho o Vito também.
Já vou mais descansar, estou a estender.
Querem em Portugal?
Aí é exageros, não é?
Também é exageros.
Os velhos também passam horas a olhar para coisas, não é?
Horas, muito gostam de olhar para coisas.
Obras, adoram.
Adoram obras. Adoram.
Vem mais obras que o empreiteiro.
O próprio empreiteiro vai lá até com eles e diz,
que temos por aqui uma viga de sustentação.
Acho que tá bom. Tá bom, não é?
Ok.
Outra coisa que eu gosto muito de ver,
que é lojas de eletrodomésticos.
Adoram. A televisão fica a olhar.
Boca aberta.
Como se tivesse muito tempo.
E se há pessoas de antepressas, são elas.
Cada vez que houvesse um velho a despedir-se há tempo,
devia chegar um senhor da serviluz e dizer,
então, é para ir?
Para ir?
Tem ali a carrinha em quatro piscas?
Para ir é agora.
Já está aberta a tampa?
Fala. Adoram, adoram.
Há mais velhas do que velhos.
Não é, Silvestre? Não sei se já tinha ouvido isto.
Por que é que será que há mais viúvas do que viúvos?
Eu tenho uma teoria que é,
eu acho que quando chegar a morte para as levar,
elas começam a ser chatas e a morte desiste.
Acho que a morte chega e a velha loco.
Olha, primeiro,
a senhora de morte vai tirar os chapatos.
Eu tive as fregadas neste chão.
Segundo, está muito magrinha.
Vou lhe trazer uns bolinhos.
Terceiro,
eu estou bem me aqui buscar a mim.
Estou aqui todas pervitadas, toda paz curvas.
Quando o meu marido já não se levanta do sofá.
Ouça, eu não quero estar aqui interferindo no seu trabalho.
Até eu vou ajudar, até eu vou ajudar.
O meu marido fez anos na semana passada.
Não lhe quero oferecer um par de aniorismas.
Vá pensando nisso que eu vou fazer um arroz de pato para as duas.
Porque eu sinto que vocês, a partir de uma certa idade,
repetem muitas coisas.
É irritante, não é?
É irritante, não é?
As primeiras duas horas ficaram assim.
Sim, já ouvimos.
Sim, sim, já ouvimos.
Ah, era o humor, era o humor.
Pensa, estou a ter uma embolia.
Estou a ouvir coisas adoradas.
Vocês também não ouvi coisas adoradas.
Ah.
Mas há jogos que ficam mais interessantes na terceira idade.
Por exemplo, Domino,
Suega,
Soupas de Letras,
Palavras Cruzadas,
O Jogo do Contramão na A1.
Choga muito.
Muito engraçado.
Oi, escapou.
Erbeg.
Como é que é, quem quiser falar,
a vida sexual
na vossa idade?
O Julio Machado Vaz disse uma vez,
ouvi-o dizer que
desde as doenças,
a vida sexual
deve existir até à morte.
Então...
Uma coisa é, deve existir outra coisa é?
Não, há condições para que exista.
O Luiz...
Ela vai, não é?
É verdade. 22 anos é muito bom.
Mas depois da mão na pósia eu estava à vontade.
Sabia que me ficava grávida.
Tive a queda para se fingar.
Sim, aproveita-se mais que a zera.
O prazer é diferente.
Acabou-se, mas também não...
Não sinto falta.
Me arranja de um companheiro.
A gente está pronto a escolher.
Não.
A gente adapta-se, porque é na cabeça que se passa.
A gente recupera isso com outras coisas.
Com outros prazeres,
que eu gosto.
Tipo que?
Sem ir, passear e ocupar-me.
Não é para esquecer.
É maneira de ser.
Há um congresso mundial
para saber
como é que se portava a população portuguesa.
A nível de sexual.
E então o Júripe
uma plateia
enorme
perguntou-lhe quem é que faz amor
aqui todos os dias.
Toda a gente 100%
levantava-se.
100%. Agora quem é que faz amor
uma vez por semana?
Muito, ainda.
80%.
Quem é que faz amor uma vez por mês?
Bem,
já 40%.
Agora 100 e 6 mil.
Levanta-se.
2 ou 3.
Agora uma vez por ano.
Levanta-se um indivíduo.
E diz o Júripe, calma,
também. É hoje, é hoje.
É hoje.
Por isso ele estava com a peste.
Não note de frente.
Não?
Talvez devido à boa preocupação física
que o humano tem de sempre.
Não note de frente.
Nem teve que ir ao comprometinho.
Nunca usei isso.
Não tem curiosidade.
Não sei.
Há-se tipo 3 horas que uma pessoa
não ia trepar para acordar no telhado.
Espelhado.
Diz até faz crescer as plantas.
Dizem, não sei.
Misturado com água.
Não.
Por mim não tem a da rocão.
Há uma que cresce.
Tem a confiança.
Tem a esperança.
Pode melhorar até.
Para mim, não é?
Pode melhorar.
Mantenha a esperança.
Não deixe-me pensar nisso.
Os novos não deixe-me pensar.
Se deixe-me pensar.
Fico mais bem.
Não deixe-me pensar.
Se deixe-me pensar, está tudo armado.
Isto é que nem eles.
Não é?
Não é a comida de ontem.
É que eu digo, é melhor tomar ainda a pílula.
A cautela.
Mas melhor a qualidade ou adapta-se?
Slow motion.
Sim.
Slow motion.
Mas sempre tem que jogar o modelo.
Sim.
E voltam a encontrar-se cá embaixo.
Na zona do umbigo.
Sim.
Reparem que as pernas estão sempre a trabalhar.
Sim.
Boa.
Boa.
Olha só.
Maravilha a fazer em Taixinho.
Sim.
Para ter a menor pausa, tudo melhora.
O que é que quer dizer ao certo com isso?
Eu passei pela menor pausa
com um processo absolutamente pacífico.
Ela podia matar ninguém.
Eu não senti...
Não. Melhora tudo porque
a nível sexual
acabaram-se as preocupações dos engravidenses.
Claro.
Aí há uma grande tranquilidade.
Agora que eu sou velha
eu vou fazer aquilo que eu gosto
e aquilo que eu quero.
Eu digo isso muitas vezes
que eu não troco os meus 70 por os meus 50 anos.
Porque um dos meus 50 anos
era uma pessoa ainda cheia de tabus.
Sim.
Cheia de preconceitos e ideias preconcevidas.
Fiquem mamilhando mais livre.
E o seu marido acompanha essa sua cabeça
jovem?
Acompanha, quer dizer.
Eu às vezes tenho que puxar um bocadinho
em relação aos preconceitos da sociedade.
Acomodados com idade.
É assim. Ficam mais
preocupados com as opiniões alheias.
O Silvestre começa a trabalhar
muito novo.
O estrelas. O meu pai entendia
que tinha que fazer alguma coisa para não andar na váidiaja.
Não deu a aprender a mercenaria
porque o meu pai como era carpinteiro
e naquele tempo a inspiração das pessoas
é ter a continuidade
ao parar-os, não é?
E as pessoas da sua geração a dizer o clássico
de uma tempestade que era bom
o que é que isso faz sentir?
Faz-me sentir mal.
Porque isso é uma ignorância tremenda.
Era bom
quando eu tinha 8 anos e ia descalço para a escola
em janeiro e fevereiro
para tirar o gelo descalço
tínhamos um par de sapatos
hoje temos 10 pares de sapatos
10 pares de tênis, 20 camisas
20 paras de calças
naquele tempo que era bom
se podia falar
são ignorantes
é gente
posso ser maçal dos estes estúpidos
não sabem o que dizem
hoje comem, deitam fora
montes de comer, naquele tempo
uma sardinha dava para dois
comiam uma sardinha de duas pessoas
e naquele tempo é que era bom
mas essa gente sabe o que é que ela dizer
O próprio Silvestre acompanha com os telemóveis
com os computadores, essas coisas todas
eu não tenho o computador dentro
ele é mal, nunca quis Facebook
nunca quis isso
não tem redes sociais?
não tenho, sinto que não tenho falta disso
que coisa é que acha
que há liberdade a mais hoje em dia
que do seu ponto de vista
falta de educação, eu acho que há uma grande falta
de educação, no meu tempo
não estou a dizer que é que era bom
bom é agora
mas a nível de educação pioramos
como eu hoje
chamava a atenção de uma criança
nós tínhamos respeito
hoje não
não há grande respeito
todos cheto talvez o paladar
mas nunca se sabe
o design é sedutor com uma silhueta
de linhas incisivas, dinâmica
que faz uso à postura felina típica
dos modelos para jogo
gostos não se escutem
mas quem não se sente seduzido pelo 408
deverá rever as suas noções de estética
e jamais ficar ofendido
afinal neste podcast
houve espiadas muito mais ofensivas
bom não lhe vou roubar muito mais tempo
por agora só o necessário
para repetir o convite
marca um test drive num concessionário para jogo
mas primeiro
acabo de ouvir este episódio
vou falar também de dois temas
um está em bragança
e outro está em olhão
velhos
e novas tecnologias
para vocês não
só não entendem como estragam
se deixarem um iphone
ao pé do idoso durante 10 minutos
ele fica em turco
mas eu só liguei
e se calhar o velho só ligou
mas o que acontece é que o próprio telemóvel
vê que é um velho
e para se proteger põe em turco
olha o velho, turco
os idosos também começam a perder dentes
e os espelhos em sítios estranhos
há de curadores interiores
e por isso há de curadores de velhos
a diferença é que parece que os de curadores de velhos
vieram agora de uma pipa na arrega de borba
e todos eu tirasse estes espelhos da cabeça
é isso e vou pôr-me nas orelhas
muito bem
dentes quanto é que tem?
tem 50, vamos tirar 15
e essa cor da pele, eu estou a ver mais amarelo
e cinzento, vou lhe darem um amarelo e cinzento
agora, meninos
estículos, tudo para baixo
os lares também são uma espécie de reality show
porque todas as semanas há expulsões
sabe do Acácio?
então, foi expulso da casa
é pai, foi para qual?
olha, foi para a casa funerária de alcohol
é um reality show em que estão sempre todos nomeados
todos, esta é a voz
Acácio, tem 10 minutos para os seus amigos
o crematório dos olivais
está aqui fora, a sua espera
é tudo
tudo agora
outro tema sensível que é
vocês sabem que
quando se pedam
as pessoas ouvem
o facto de vocês não ouvir
houve uma altura da sua vida que
imigrou
fomos ainda com os mesmos 24
eu chegava lá e tinha as botas
as botas eram todas sola lisa
e eu cheguei lá e andava a patinar
caí em tantos trabalhões
o meu cunhado e meu fomos caros
porque eram os montes do gelo
todos os sujos darem do salle
ficavam os montes na estrada e tudo vitrado por baixo
o meu cunhado e assim
não é minha segura também
porque tu vais cair
porque escarrogava, patinava
eu ia sempre para ele
e depois eu gostei automaticamente
fui com cuidado
começar a gostar
mas foi muito sacrifício porque
não sabíamos falar língua
ficou ainda com palavrinhas
o que é mais engraçado
e então lá foi um fane
fane gay
quando te peguei que fico lá no canadá
viemos para cá com 49 elefeitos
e eu também quase fazia 49
tivemos lá pouco tempo
e quando volta, volta porquê?
foi por isso
lá aprendi muito e dei mais valor ao meu país
e nós virmos ainda sem virmos cadeira de rodas
ou no caixão
virmos desfortar do nosso país
e a reforma para si foi um
foi um choque
porque é sempre aquela ideia de...
de velhos, não, não, não
eu não falava nisso
porque eu não falava nisso, os anos de um chegando
conforme eles chegavam
para mim não me interessava nunca falar da reforma
há pessoas que pensam que vão em joia
que vão festejar com a reforma e não chegam lá
há pessoas que pensam muito na reforma
por vezes fica doente antes da reforma
e quando chegar a reforma já está cansada
eu fui me preparando
que era outra etapa da minha vida
como outro qualquer
mas não era necessariamente parar, não é?
não, não era parar
tanto que eu ainda hoje limpo a minha casa
e uma unida juda mais pirada abaixo da cama
porque eu ainda tenho que fazer exercício
claro, uma maneira de se manter ativa
agora vamos fazer a salsa
vamos fazer assim
vamos tocar tambor
agora aqui ao lado, dois
dois
agora vou fazer de frente
aqui
e coisas com que se ocupa
faz musicais
e a Andelana na Junteira da Câmara
da Camaradilha
fizemos o cabareco que foi o primeiro
depois foi a tanga da prisão
e depois tivemos as máscaras
e depois tivemos o clichê
que é assim uma coisa muito bonita
e tem facilidade em decorar a texto?
sim, eu gosto de decorar
porque depois se eu estou a olhar para o papel
embaralho mais
tu houve uma vez que a menina peça tinha que dizer uma coisa, não é?
sim, não era assim uma coisa
porque a gente tinha que dizer, eu vou falar sozinha
dizer assim
não se importa onde peidarem
ah, mas disse a cantar
mas era a cantar
era a mesma cantar
era a mesma cantar
era a cantar
e depois dizimos assim no fim
eu escreverei essa letra de musica
e depois dizimos, acabálamos assim
já morreu
tá no cu
no fim era assim
eu e outra moça, estamos as duas
cantávamos, já morreu
e ela dizia assim, está no cu
e eu dizia, está no cu
porque era uma coisa a educação
foi uma peça
eu estou a imaginar alguém a escrever um musical
e a pensar, que fica bem aqui
está no cu
está no cu
é educação
vamos agradecer
vamos agradecer, agradeça
está feito
está feito, saia bem
muito bem, sem tudo
vamos nesta aventura do Sushi?
sim
é só molho um bocadinho nesse molho
pois é isso
molho um bocadinho no molho
não fica muito salgado
tensão e ataques cardíacos
e agora vai à boca
isto vai fazer mala agravidez
não perguntou se estava grávida, deu-me esta comida
na casa é bom
meu Deus
pronto, pode deixar aí
já passou, já foi
mas esfriou?
não vai apenas chorar
não estou a chorar
mas olha lá, se não é boa esta salada
cuidado, é picante
desculpa lá
só custa na língua, depois passa
é o que eu digo sempre
isto na minha vida
é melhor ir à mão e tirar só um bocadinho
isso pode ser isso
passa bem
mas é picante
foi um pago a garganta
agora fica um bocado a roca
não, já vou
uma salada para Alice
olha Alice, está tão bonita Alice
Alice confissou-me
que não gosta de palavrões
olha aqui está, uma mania do c***
Alice disse-me
que as duas coisas que ela não quer deixar de fazer
é conduzir
e andar de salto-salto
é bem, porque as duas coisas que os velhos te fazem tão bem
o que pode correr mal?
se juntarmos os dois então
é perfeito
Alice também passou estes dias sempre telemóvel na mão
a tirar fotografias
muita fotografia ela tirou
disse que era para mais tarde recordar
quando?
tirou fotos às árvores, tirou fotos às pessoas
à piscina
e olha para uma senhora de 80 anos a tirar aquelas fotografias todas
e só pensava
sem filhos
sem netos
e a velha vai passar tudo para o computador
três anos depois do marido falecer
Alice inscreveu-se em quatro danças diferentes
para se distrair
foi dança dos cowboys
danças de salão, danças do mundo
danças de israel, ainda experimentou zumba
portanto, o marido morre
e ela vai aprender cinco danças
desculpe, mas isto já não é para se distrair
isto já é para se distrair
isto já é para festejar
Alice disse, estou triste
pá, estou triste
agora estou sozinha, como é que vou saber
Alice também diz que não costuma fazer bolanos
nem mudaria muita coisa na vida
com tudo desde a pandemia
que Alice sente falta de uma companhia
portanto, o que é que isto quer dizer?
Alice está no mercado
está no mercado
agora também vos diga, eu não estou a ver ninha
com mais de 30 anos com andamento para Alice
o homem a querer dormir e Alice a dar
na coca na sala e a dançar zumba
em cima da bancada da cocinha
guarda que c***, mora
que delícia, isto sim
isto é que me dá a portuguesa
isto é que me dá a portuguesa
vou tirar os pratos do sujo
não vou se safar aqui com vos
mas a intenção era boa
vou fazer uma apresentação mais bonita
está bem?
posso lhe tirar uma fotografia?
não, há prontos
muito obrigada
está muito bem temperada
esta bifana, está ótima
sabe o que é que eu pus?
o que é que vai daqui a saída?
só uma pitadinha
mas é quase nada, nem vou notar
de semen
é fertilizante
está a ver como sabe
é para a vida peça
não é?
mas não se nota
no toro
está muito bom
por enquanto ainda não notei nada
eu tenho objetivos há 10 anos
os imediatos era terminar o curso
e logo a seguir
eu vou ser uma influenciadora
do ilhecimento ativo
da internet uma influencer?
eu gosto de influenciadora
nós estamos em Portugal
lifestyle?
não
vai pegar uma enchilada
não
quer dizer, é agarrar em mim
e eu vou tentar vender obra
na ideia de que o ilhecimento
é uma coisa muito boa
se plumei e vieram uns crêmes
um arroz
às vezes é um arroz
estamos a trabalhar aqui
em instagram?
vamos trabalhar nas redes sociais
vai sair um canal no youtube
agora é youtuber, dê pra isso
vai me dar pra tu
começa os vídeos
olá
vai lá ver
vamos ver
esses lá disponíveis pra ver
quando tentam usar
linguagem jovem
ficam com mais 10 anos
se disser coisas tipo
como é que é bacanas?
não, foi isso não
não vamos esperar aí
não
viva
bem-vindos
ao meu mundo
ao clube dos velhos
sim
tem que haver um equilíbrio por sempre
porque se tenta ser jovem demais
pode passar pro outro lado
eu acho também
é um bocadinho pela minha natureza
a opinião dos outros não me interessa pra nada
não te interessou
no sentido de me condicionar
aquilo que havia se nos posar
quando é bem vivida
os outros, permissivos
nem subordinados a opinião dos outros
porque eu acho que a minha parte das pessoas
vivem em função dos outros
se alguém quer que eu faça algo
é dizer-me que eu não sou capaz
você vai provocar, não é?
se alguém me disser assim
não faça isso porque não é capaz
eu acho que você não é capaz
de me transferir vindo de mil euros
não acho que seja capaz
não sou porque não tenho
porque se eu tivesse transferi
na sua forma
falamos depois
uma salva de palmas para a Fernanda
querida Fernanda
Fernanda diz que não toma um único medicamento
isso é diferente de dizer que não tem doenças
ela não toma um único medicamento
que é até mosa
querida na Fernanda está a ter uma trombose
vou ter de dar uma ingenção
não é uma trombose
não é uma trombose
não
não
não
não é
o que me foi um limão
muito ácido
eu estou bem
ó, ó
eu só não precisava dessa
Fernanda resolveu começar agora a fazer
as coisas que não conseguiu fazer
quando era mais nova
por exemplo, aos 70 anos
eu estava em um estado de idade e foi caloeira
e na primeira semana de aulas
foi logo apanhada
atrás do pavilhão
uma manda a boca do estado de economia
foi isso e quando foi para a cama das fitas
foi ali para a primeira fila
mostrar as mamas ao quim barreiros
todas as pessoas acham de dizer
olha, não tira isso daí
e hoje fica mais novas
também diz que agora quer ser influencer
do envelhecimento ativo, não é?
as melhoras
em relação à sexualidade
a Fernanda contou-me que a sua vida sexual aos 70
é melhor do que era aos 50
não quer dizer que a dos 70 seja boa
quer dizer que aos 50 era miserável
o marido é que agora está a ver a meta lá
ao fundo e diz, vai Nanda
sinta-te aqui e me atema abaixo, vai?
nas redes sociais o que é que gosta?
gosto de coisas que não provocam em ninguém
gosto de fotografias
tiro fotografias a mim mesmo
gosto de partilhar as minhas fotografias
e gosto de ver as 5 coisas bonitas na coisa
só não, gosto de que ninguém
se ofenda uns aos outros
não há assim às vezes um maroto?
sim, isso há sempre
tipo, está calor, não está?
mas não há assim às vezes umas mensagens
quer ir logo à noite de ver um chá?
dos que eu conheço?
não
portanto, aqueles sites de encontros
não é sequer respondo
hoje em dia há aqueles sites
modernize-se
imagina, há sites onde ponho a sua fotografia
gosto de dançar
aparece-lhe assim várias fotografias
de outros cavaleiros
e você assim, isto sim, isto não
não, são coisas que eu não frequente
não vejo
nem sequer abro
não vejo nada dessas coisas
não me interessa andar aquelas publicidades
quer marcar um encontro
a rodinha do computador
desanda para baixo
e não quer ver
eu não quero ver
eu não quero ver
senti coisas também
não me faça chorar
eu já combinei que não podia morrer
até ao fim do problema, se disse
não
se vocês pudessem morrer
se vocês pudessem morrer
um dia antes do episódio
de aprovar
te esperava audiências
porque estava lá uma pessoa que já não está
combina, eles terem a sorte
vamos ver quem é que vai ter que morrer
para isto ter mais audiências
não estás ansioso
só pode ser não
tudo as audiências
é importante
porque esta luta entre as estações
vamos apostar muito
a morte de tantos episódios
quem tiver o pausinho grande
despedindo-me já
despede já de mim
podia que viessem despedir-se
todos da nuémia
eu fui rápido
e eu estou para ver onde é que morre
vai para onde?
mas já é para onde?
não, mas que cemitério
é uma produção que começaram a tratar
então vai para onde?
quer ser vista
um católico
uma empalhadinha
o viking
o momento é angustiante
o trambulhão escandaloso que deu
e o seu pesado de corpo não ajudam muito
ao saltar, dar revir, a volta esgalopar
mas aguenta conforme pode
infelizmente arrama de um primeiro interrompe-lhe
a viagem pelo espaço
privando assim os vikings de serem os primeiros a ir à lua
os vikings estavam a ir à lua
a ir à lua?
é aquela fase em que os vikings falam a lua
vamos experimentar se conseguiram
eu sei que tem um sonho
que é fazer um desfilo de moda
pessoas mais velhas
porque é que tem esse sonho?
para mostrar as pessoas mesmo as pessoas
mais gorditas que eu
caminham mais torto que eu
e depois ficam com uma mágoa
quando vem pessoas assim com roupas
não consigo mudar de visual, não consigo nada
e era para acabar de confirmar
que a idade não conta
a idade não interessa, é mais um
mas eu gostava de fazer a sério
uma coisa a sério, porque é um sonho que eu ando a dizer
uma moda logo
uma moda qualquer
você tem a dizer de facebook
dessas redes sociais, das pessoas estarem a partilhar
isso eu acho mesmo meu marido
faz isso mas
com fotografias suas?
não é fotografias de minhas
é depois de coisas com um lado que eu participo
me tiram selfies
pois era?
faça de cima, e isso
e agora carrega ali
olha que bem
vamos para a Anoémia
Anoémia disse que conheceu o marido com 12 anos
e apesar
do rapaz a ter pedido logo em namoro
Anoémia recusou
por ser muito nova
e também pelos xumes do padre da paróquia
portanto aos 12 anos
conheceu, mas só aos 18 é que dá o primeiro beijo
e aos 24 é que houve
de facto sexo
porque foi quando se casaram
atenção, este homem é um herói nacional
ele devia ter uma estátua
este homem devia ter ali uma estátua
à frente do clomb
porque ele conhece a namorada aos 12
e aos 24 é que faz sexo com ela
cuidado, ele quando chegou à noite de nupcias
ele já tinha mãos de lenador
agora nem quero imaginar o estado daquele quarto na lua de mel
imagino
ela deve ter tirado uma meia
e ele
pera
pera não é mesmo, vou fumar um cigarro
pera ai
o que lá abaixo
a sobreidade
Anoémia diz que está fresca como malface
e faz sentido porque está mais ou menos a 2 anos de ser um vegetal
por ter vivido no Canadá, fala com estrangeirismos
não é tru
é tru
disse várias vezes que eu era um funny guy
e que não gosta de tar sede
e por isso é que distante as jokes
e
não sei se concordam, mas isto é um bocadinho irritating
eu não tive coragem de dizer pela stop
que ela está quase a bater a bute
e então deixei ela ir com esta memória
disse que no sexo tem de ser tudo em câmera lenta
mas que devagarinho se vai ao longe
ainda não é
ainda não é
é o seta, só estou a preparar a piada
mas
disse que no sexo tem de ser tudo em câmera lenta
mas que devagarinho se vai ao longe
aguenta
por isso é que ela tira sempre uma semana
para ir para a cama com o marido
ela adeta-se em cima dele
e pronto
depois com ali os dois envinhados
então deu-se termo embolia
pois no fim de tentar tirar-se um balo de água fria
como aos cães para se parar
agora que é?
este ficará registrado para a posteridade
nas plataformas habituais
como aquele episódio de tabu
que para além de combinar
emoção e comédia
ainda meteu transição energética
à mistura
já que o novo pajô 408
está disponível em duas versões
com motor zíbrido e desplaguin
e então, é desta que marca o test drive
num concessionário pajô
o programa está mesmo a acabar
quando vocês pensam no futuro
como é que o imaginam?
imagine-me como youtuber
como escritora
como palestrante
eu não sei
tantas coisas para fazer
e aos 90 anos
se calhar ainda vou fazer o mestrado
e depois só cheio do autoramento
pronto, é um bom plano
para a vida continuar assim
que eu fosse sempre a mesma genica
para andar em baile
em teatros e festas
e ter a mesma genica que tenho agora
daqui a 20 anos
que é o chém
solteira?
sim, solteira e boca-chope
vamos andando e vamos vendo
agora, não sei se salto ou salto
só o chém se vai dar
quando eu não poder andar
antes calça
não é minha, como é que imagina o seu futuro?
a nossa idade
vai ficar na história
e depois que viemos a um programa destes
mais na história ficamos
tudo a meninal
como é que se...
há uma palavra muito esquisita que eu não sei dizer
mas eu queria dizer ela
tudo a meninal
olha
para que...
é francês
é francês
é francês
diga em português
era assim uma coisa muito surpreendente
magnífica
blow my mind
blow my mind
blow my mind
blow my mind não
não perdo que a canção é
você teve no canadão
mas vê-la na esquina, não foi?
naquela esquina do canadão que falam
entre o Quebec e o Toronto
depois de uma viagem destas
eu fiquei tão...
tão nova, tão ativa
e eu vim com a lombar a doer
para cá, no carro
e aqui não tive mais madure
aí me escabram
por isso as velhas que saem no sofá
e que cantem e que dancem
porque assim é que...
mas estão de cadeira do ar
o sofá tem picos
tem poluguedo lá
não, não tem grandes objetivos
para o futuro porque sei que também
você vai estar perto
eu ainda lhe dou mais uns
32 anos
ainda vamos todos
aqui para toda a enterrar
ainda está aqui a Silvestres sozinho no sofá
daqui a 20 anos
daqui a 20 anos temos que fazer outro programa
pois é
o Silvestres preparou um texto
a propósito destes dias, verdade?
sim
o dia está maravilhoso, úmido e chovoso
os passarinhos nos ninhos coitados
transpassados pela chuva
soltam pios de como ver
as árvores começam a tremer
o vento sopra mais forte
causando as árvores a morte
e o equiparado
sem nada poder fazer
a chuva cai sem piedade
transformando em amar a esteridade
mas de repente
tudo mudou
o sol voltou a brilhar
e os passarinhos a cantar o índio Portugal
é mais ou menos isto
o programa dedicado a as minhas amigas
Alice, Noémia e Fernando
mas ao do Palmas posso a Silvestre
o Silvestre tem 81 anos
e uma vida cheia
de sonho
diz que dorme 10 a 12 horas por dia
e como não há tempo a perder
pelo menos 3 são ao volante
é para não estar a perder tempo
de ficar já despaixado
o Silvestre além de se manter
ativo fisicamente
também mantém a mentativa
diz que leia 12 livros por ano
e que é militante do PCP desde 1974
portanto, é um fã de ficção científica
em geral
diz que não teve medo de se reformar
porque tem muitas coisas para fazer
este menino faz alterofilismo
aos 80 anos
diz que ainda hoje levanta 50kg
e os dois deles são da próstata
parece que mamulou a cantaloupe
sabem aquelas risquinhas
também falei com o Silvestre
sobre o sexo na terceira idade
e ele disse que ainda é ativo
diz que não é todos dias mas quando é
é com mais intensidade e tem uma vantagem
que é por causa da idade
e que se pesca
sabem quando se põe a sucar
em pó por cima do pastel
do nata e só assim
é vantagem, que não tem de lavar lençóis
é só sacudir
está feitinho
salva de traumas para os nobles amigos
a Noémia
A Fernanda, o Silvestre e a Alice, muito obrigado, muito obrigado a todos.
Tempo é coisa rara e a gente só repara quando já passou.
Não sei se andei depressa de mais, mas sei que algum cerrezeu perdido.
Vou pedir ao tempo, que me dê mais tempo para viver para mim.
De hoje em diante, não serei distante, vou ficar aqui.
Gravinha!
Isto, isto é sorte.
Está feito, muito obrigado a todos, salva de palmas para vocês.
A Fernanda
O Silvestre
O Silvestre
O Silvestre
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Fernanda Teixeira, Silvestre Fonseca, Noémia Ribau e Alice de Jesus. Quatro idosos (ou velhos, que eles não se importam) que fizeram companhia a Bruno Nogueira na estreia da segunda temporada de Tabu, transmitido na SIC e agora disponível em podcast. Nascidos há mais de 70 anos, todos concordam que é possível manter a vida sexual ativa na velhice: "Desde que não haja doenças, há condições para que a vida sexual exista até à morte". É possível fazer humor com o envelhecimento do corpo? E o que define a velhice? Será "velho", "sénior", "idoso", ou ainda "terceira idade"? "Já encontrei pessoas novas que são velhas e velhas que são novas", aponta Silvestre. Muita sabedoria e experiências partilhadas sobre as relações que começaram noutro tempo: "Sexo foi no dia do casamento. Parece que me tirava a virgindade só com um beijo", conta Noémia.
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