Alta Definição: Carolina Carvalho sobre a perda de Sara Carreira: “Tentei proteger o David do mundo exterior. Perguntar-lhe se estava tudo bem era um massacre”
Joana Beleza 9/23/23 - Episode Page - 44m - PDF Transcript
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Bem-vinda, Carolina.
Obrigada.
Super estrela aurora.
Sim.
Estrela da comédia, da televisão, da revista.
É uma super-star.
Palco é a minha casa.
O publicador é-me, porque eu se faço rir.
Carolina Carvalho, 28 anos, e estou a começar no alto da definição.
Já neste momento é a palavra que eu tenho melhor.
Cantas, danças.
Sim.
Era o papel que esperavas.
Sim, e foi mais além do que eu esperava, mas acho que...
É um grande desafio, mas ao mesmo tempo, por exemplo, quando estivemos a gravar musical
em cima do palco, sentir o público, sentir as coreografias, aprender, deu-me uma energia
muito fista, eu gostava muito.
Me esboa, abre-me esses braços, e dá-nos abraços, tu és para jogar.
Como é que tu tens tempo pra tudo, pô?
Olha, é tudo uma questão da organização.
Nós, quando falámos disto, eu fiquei logo muito entusiasmada e disse, este projeto
é o projeto, e eu queria muito fazer.
Ao mesmo tempo, eu pensei, ok, tenho um filho com quatro meses, o papel principal da minha
vida é ser mãe, portanto, eu vou gerir isto tudo com organização.
Minha mãe foi um braco-nosco, e isso foi uma ajuda divina, porque tem sido o que me deu
a possibilidade de para fazer esta vida.
Lembro-me que a primeira vez que sei ir para vir por um ensaio, eu estava a aumentar ainda,
e no carro tive ali cinco minutos.
Desfurei um bocadinho, e depois pensei, caralho, está tudo certo, tens um filho lindo, tens
a mãe que te ajuda.
A família do David ajuda-me mesmo, o David é um pai maravilhoso, a tua vida está
toda certa, e tens o papel da tua vida agora, está tudo ok, e depois de repente fiquem
felizes, e chego todos os dias a casa com vontade de estar com o meu filho, e com vontade
de voltar para o trabalho, portanto, não podia pedir-me a melhor.
Recentemente, achei que ia perder uma das minhas irmãs, e eu estava grávida, e portanto,
esse período foi difícil.
Quem quer um línas hoje?
Olha, sou uma carilina mais ponderada, conheci o verdadeiro amor da minha vida, não sabia
que era possível amar assim, e de repente, uma pessoa que já ama muito, conhecer um
amor de outra dimensão, não é em 500 mil vezes mais feliz, eu desde que sou mãe,
estou cansada, o Lucas na próxima acorda é 3 em 3 horas para comer, portanto, é cansativo,
mas de repente eu olho para ele, ele risa para mim, eu penso assim, que sorte eu tenho
um amor destes, eu não sei, 5 mil grátulas todos os dias, e portanto, acho que sou uma
carilina ainda mais feliz que eu não sabia que era possível.
Há qualquer coisa de instinto que faz, no caso, a mãe ter as forças que desconhecia?
Sim, sem dúvida, muito mais força.
O que eu sinto é que relativizo muito mais, para eu considerar que alguma coisa é um
problema demora muito tempo.
Não é nada mais importante do que o?
É isso, problema era se fosse com a resta, todo se resolve.
Sinto-me com a mais capacidade de gerir a vida, saber exatamente aquilo que eu quero, não
faço tantos fretos, o meu tempo é tão pouco que eu só tou com quem realmente quero estar,
e portanto, talvez isso me torne mais honesta com a minha própria vida, mais sincero.
Sentes que a matrimoniedade tem perrupo para uma vida adulta?
Sim, mas sabes que eu também já sinto essa vida adulta há muito tempo, porque de alguma
forma sempre fui um querido menzinha dos meus irmãos, mudar fraldas, preparar comida ou
preparar sopa ou preparar vibrões, até essa parte não me assistou de todo.
Agora, de repente, o pensar assim, este ser dependa 300% de mim, essa responsabilidade
faz com que eu tenha mais medo de falhar, e porque quero passar um bom exemplo, eu quero
que ele cresça a dizer que foi o que tenho orgulho na minha mãe, e isso era uma responsabilidade
que eu não senti, e hoje em dia sim.
Quando soubesse que esse irmã foi um susto?
Foi um alívio, porque eu teóricamente eu não podia engravidar.
Deixe, estávamos a gravar a serra, e quando foi parar o hospital eu tive uma adresão
avárica e, portanto, isso fez com que eu tivesse que tirar uma trompa, e quando fizemos
a outra trompa não estava a funcionar, portanto, eu descobri que teóricamente era infertile.
E não partilhei-se com ninguém, sem ser coisa à vida, e foi dos maiores baques que
eu levei, porque toda a minha vida foi assinhar-se a mãe.
Tive uma bocada de negação, que foi, vou trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar,
e não queria pensar sobre isso, e muitas vezes que eu empichava o assunto até era
o da vida, e eu acho que ainda não estava preparada para aceitar isso.
As interrogações que esse diagnóstico que tivesse trouxeram traziam tuquei interiormente.
Tinha muito medo que ele fizesse com o que eu nunca fosse feliz como eu imaginei, porque
eu sempre soube que o papel mais importante a minha vida ia ser ser a mãe, e de repente
isso foi pós-tem-causa, e eu pensei, será que vou conseguir ser feliz sem ser a mãe?
Que é estúpido!
E ainda por cima eu não falo muito, então vivia muito isso para comigo, e tinha medo
também das consequências disso nos sonhos dele, porque o sonho dele é ser pai.
E, portanto, foi um período em que fazia muitas questões.
E como é que se vive esse momento sempre com muita gente que calcula dizer, então,
quando é que se é mãe?
Com o sorriso.
E eu disse, está quase?
Foi breve.
Agora há outras coisas.
Vais disfarçando.
Eu nunca soube gerir bem.
Foi uma notícia que eu nunca digeri.
Foi uma notícia que eu nunca preparei para o momento em que fosse capaz de dizer às
pessoas, não posso ser mãe.
Eu não estava preparada ainda, e na verdade, ainda durou um ano, e ninguém desconfiava,
e eu também não queria partilhar.
Então, de repente, me mostrou a mentalizar, nós vamos para o Brasil, eu ia começar a
fazer um projeto lá, tivemos lá 3 meses, e vínhamos a Portugal a fazer as malas.
Eu tive um sonho muito estranho em que sabia que estava grávida, e sabia que era impossível.
E pensei, para, não costumava fazer um teste de ravidas.
E fui à farmácia sozinha, na enignada, e faço um teste de ravidas.
E deixo na casa doente.
Chamo o David voar a sala e digo, olha, gostava que viesse a casa doente comigo, e eu, porque?
E eu, fiz um teste de ravidas, e ele disse, Carol, mas sabes que não me pode dizer.
Sim, não sei porquê, não sei porquê que isto não aconteceu.
E chegamos lá, e estava positivo.
A Shakira mentira, e eu descobri que estava grávida já muito tarde, exatamente por isso,
porque eu não podia desconfiar, eu não tinha uma extração regular, para mim era impossível.
E de repente, quando eu descubro, e quando faço a primeira ecografia, já dava para ouvir o coração.
E portanto, tive de assimilar tudo muito rapidamente.
E tinha muito medo de acreditar que era, e de repente, alguém me via dizer outra vez não.
Não dá.
Portanto, foi a minha notícia da minha vida.
Você tinha quase como um milagre?
Foi a milagre, não tenho vida.
Foi um presente.
Não tenho uma vida disso.
Estamos a fazer este vídeo, porque aconteceu algo muito bonito.
Vamos ser pais.
David sempre quis ser pai, e nós falamos disso há muito tempo.
Só que lá está, eu tinha de organizar a minha vida, e tinha de fazer isto, e há um momento certo, que nunca existe.
E de repente, o David transformou-se, porque de repente, o saber que vai ser pai,
e depois da fase complicada que passou, viu-se o riso na cara dele, porque já não via há algum tempo, isso foi fixe.
Tu vais ter um aliado na vida.
Esse aliado, tens que aprender o nome dele, chama-se o papá.
E o que é que ser mãe é diferente do que imaginaste?
O cansado, é a sua parte.
Apesar de ter assistido muito à minha mãe e passar por isso, de facto não achei que fosse tanto.
Eu lembro-me da primeira semana em casa, o medo de...
Despartir?
É que nós levávamos como se ele fosse porcelano, a ter uma super-delicada.
Mesmo quando ele queria já comer, até eles chegaram a meu pai e teram uma coisa de um tempo, um trajeto,
porque eu tinha medo que ele podia se partir a qualquer momento.
Está sempre em stress, eu não dormia, porque eu tinha medo que ele pudesse pôr uma fralda na cara, e isso ficava-se.
Eu lembro-me de acordar.
Desavitar assim, só para ver se ele estava a respirar, para ter a certeza, isso ainda durou um tempo.
Portanto, de repente tens ali o bem mais precioso e ficas muito cansada,
porque estás sempre em stress de, será que está bem?
Depois relaxas.
O paro foi como senhor?
Não, uma parte foi peço.
Eu estava a trabalhar, fui ter uma reunião com os autores às Caldas da Rainha,
e eles falaram-me de um filme, e eu fiquei muito feliz com esse filme, que era um filme que eu queria muito fazer.
E eles de repente dizem-me que sou eu que vou fazer o filme,
e eu estou super feliz, vou à casa do bem e quando volte, as águas romentam na casa deles,
uma casa nova, com tapetes lindíssimos, e eu fiquei muito calma.
Eles, os dois, ficaram-se lá para mim e disseram-me, o que é que está a acontecer disso?
Não, é tudo controlado.
E o meu pai tinha ido a conduzir o meu carro, eu engordei 18 quilos, portanto, eu parecia que estava de gêmeos,
e eu já não andava propriamente bem.
E o meu pai disse que era o dia por favor, deixa-me levar o carro, e eu ligue, e digo,
pai, preciso que volte, e ele diz, porque eu...
Vem andando, e ele já percebei, pai, e eu, ótima.
A primeira viagem é falar que o meu pai a comegou, mas estava muito calma.
E eu disser-me, pensei, como é que eu vou dizer isto ao David,
porque eu sabia que ia ser um momento muito stresso para ele, e eu ligue-me,
e digo, olha, amor, ainda não fizeste a tua mala da maternidade,
as de várias coisas, sempre esteve a começar a preparar.
Eu queria arranjar-me uma forma de dizer-me.
E ele diz, amor, olha, eu agora estou numa reunião,
mas não preocupes que eu logo à noite faça.
E eu disse, não, mas é que eu pensava que te fizesse agora.
E ele, no humor, deixa-me só acabar a reunião.
E eu já te li, que está bem.
Olha, você diz que vai ao hospital, porque a bolsa rebentou,
quer dizer que o bebê vai nascer, e hoje são silêncio.
E eu digo, David, ele disse, olha, o meu cérebro deixou de funcionar,
eu preciso que tu dites tudo o que quiseres que eu consiga fixar,
porque eu vou plantar nas notas, e ele começou a escrever tudo e eu a editar-me.
De repente toda a vida parece-me ao hospital.
Eu estava mesmo à atima, eu cheguei ao hospital,
e em vez de entrar pela lia dentro, eu tirei uma senha,
fiquei à espera, depois houve-me um senhor a ver ter comigo,
porque era notório, e ele disse, o que está à espera do quê?
Aumentaram as águas, e assim, ele diz, porque está a tirar a senha?
E eu disse, não, quero para não passar à frente,
ele me desenha comigo.
Fomos para o Bloco de Preparação para o Pardo, e o David comigo.
Eu acho que ele estava achar muito estranho à minha calma,
porque eu mandei ver o barite, eu mandei ver a comida.
Mas eu estava super feliz, porque eu finalmente vinha.
Eu estava à atima mesmo, muito calma.
E a médica viveria, ele disse, olha, ele não vai demorar um bocadinho,
e eu queria muito ter parte normal.
E sentir tudo, aquelas coisas?
Não, não, não, não.
Não queria sentir dor,
mas queria que ele viesse assim, da forma natural.
Passaram 10 horas, 12 horas,
e de repente entraram os médicos pelo quarto,
porque, como tinha um período de eu fazer força,
o bebê estava a ficar sem batimento cardíaco,
e até eu tive de fazer uma serena no momento.
Agora, o momento em que ele nasce,
quando metem o Lucas aqui em cima,
é uma coisa tipo, o mundo parou.
Não me lembro o que estava à volta,
eu só me lembro de olhar para a cara dele e dizer assim,
não é possível.
É a melhor sensação do mundo.
Quem achou o mais do outro, David?
Foi eu, mas logo é o que foi a David.
Não, eu cheiria muito, eu sou muito chorona,
porque eu não acreditava que era real,
e eu olhava para ele,
e o Lucas tem uma coisa ao atima, que é estar sempre a rir.
E de repente, mal nasceu, já estava a rir,
e eu disse, não é possível.
E foi assim, um amor.
E a sorrisa ajudou a atinuar as noites a endormir?
Muito.
Às vezes estamos muito cansados,
e olhamos para a cara dele,
ele dá um sorriso e tudo isso,
ok, nós perdemos, está tudo certo.
Ajuda muito, ajuda muito.
O que é que é mais quente em recordar
dessas primeiras horas dele?
Quando ele vai para mamar,
aquela coisa instintiva.
Como é que sabe?
E de repente estava ali,
e o meu corpo já estava preparado
para produzir leite para o meu filho.
É tudo uma coisa que me fascinou bastante,
e de repente é a ligação que tínhamos,
porque obviamente, enquanto estava grave,
eu senti-o.
Mas não tens uma imagem,
como é que será, perguntaste.
E de repente,
parecia que eles já me conheciam,
já eu te conheci a eles.
É uma ligação.
E a amamentação é isso.
Uma coisa animal, quadrilisco.
É animal.
É.
E toda a gente me dizia,
que eu diria, de repente,
tu vais ter um instinto e eu dizia,
instinto, como é que uma pessoa te repende?
Mas de repente,
parece que o sentes,
parece mesmo que é a parte de ti.
E eu acho que isso é a coisa mais maravilhosa,
porque é inexplicável.
É uma ligação de pele, de toque,
lembra-me de sentir o coração dele,
e parece que já o conhecia,
é estranho.
Mas é bom.
Sonhos tens para eu.
Só quero que ele seja feliz.
Mesmo.
Tenho a certeza que eu vou apoiar em tudo.
A vida andar-nos muitas dicas,
às vezes de,
olha que isso não é para sempre.
E não deixo tudo com um dado garantido.
Aproveitem que a tua vida está a dar essas oportunidades,
e portanto,
acho mesmo que temos de ser feliz enquanto podermos.
E portanto, só quero que ele seja feliz.
O melhor curiosidade neste momento é como é que será a voz dele.
Quando ele disse a mamãe,
eu não sei,
meu coração não sei onde é que vai.
Mas os meus sonhos é mesmo que ele seja feliz,
que aproveita a vida.
E não gostava como igualassei muito,
mas faz parte.
Mas controlar as namoradas.
Boa.
Ah, boa.
Eu já...
Isto foi super sincero,
que eu estava a falar disso quando eu vi de um outro dia.
Estamos a fazer uma brincadeira, ele disse,
um dia vai ser a noite com o pai,
e disse assim,
olha, estamos a ter um problema,
porque...
nem imagina ele apresentar uma namorada,
e ele diz,
olha,
eu vou fazer uma brincadeira,
e imagina ele apresentar uma namorada,
e ele vai ter de ser aprovado por mim.
Ao mesmo tempo que é essa maturidade,
redescobres coisas
que estavam eventualmente escondidas em ti,
da tua infância,
ou dos teus irmãos também desse período.
Sim,
que o mais gosto é de estar de gatas com ele,
a descobrirmos como é que funciona,
aquele brinquedo e a ver o narizinho,
e isso eu sei que eu fazia muito com os meus irmãos.
E hoje em dia é engraçado,
porque os meus irmãos estão sempre em minha casa.
Eu e a vida adoramos ter pessoas,
e repentar a família toda,
a dela, a minha, sempre lá em casa.
E é tão engraçado,
eu no outro dia comprei-se um tapete gigante,
que cada um tem um boneco,
e os meus irmãos estavam todos deitados com o Lucas lá,
e eu vantei-me para ir buscar água,
e eu tive uma visão de todos assim,
em baixo.
Pai, foi tão bonito,
porque de repente,
o lugar onde eu já estive,
onde o meu filho está agora a brincar com os meus irmãos,
e deixou-me muito feliz.
Crees que isso mesmo que conscientemente
te torna uma melhor profissional,
essas vivências, essas camadas,
te tornam mais preparada para as coisas?
Claro que sim.
Vives muito mais coisas,
conheces muito mais emoções.
A capacidade, então, de te aguentar-te,
é muito maior,
porque depois tu passadas aquele período inicial de um filho,
sem dormir,
de estar constantemente em tensão,
de repente vir trabalhar é fácil,
porque, ok, aqui tu respiras.
Não há fraldas,
é isso, não há fraldas,
não há leite, respiras.
Ficas muito mais forte,
tens muito mais vivências,
conheces outras formas de amor,
eu acho que te dá muitas fatamentas de trabalho, acho que sim.
Às vezes a maior ajuda que tu pode estar
é só estar-te a caminhar ao lado.
Sem teres de fazer perguntas,
sem teres de obrigar alguém a falar,
eu só queria que ele não se sentisse sozinho.
Eu nem sei como te agradecer,
obrigada mesmo.
Este papel que está a viver nesta novela,
em que é uma atriz que tem que
ser feliz em cena
e tem uma série de questões fora dela,
querias que há essa perceção de que esta vida é muito glamourosa,
mas depois há noites em dormir.
É mesmo o seu espectáculo tendo de continuar,
e, portanto, acho que a nossa capacidade é mesmo,
independentemente da vida que tens de lá fora,
do que é que aconteceu,
se a noite foi mal dormida,
foi bem dormida,
se tens alguém doente, se não tens,
de repente tu tens de servir um propósito,
e tens de servir a cena e o personagem.
E esse é o desafio.
A vida da Aurora é maravilhosa nisso,
que é para mostrar que,
às vezes por trás de um grande serrisso
e de um grande espetáculo e de um grande talento,
está muita coisa que teve de ser guardada,
para que isso acontecesse assim.
Tu tens hoje mais ferramentas para lidar com a exposição.
Eu nunca pensei bem numa forma para lidar com a exposição.
Eu faço isso de uma forma muito natural,
eu gosto de que as pessoas me abordem na rua,
eu gosto de que as pessoas falem do meu trabalho,
que sejam muito queridas e que se preocupem,
e que queram saber se meu filho está bem.
Eu acho isso super querido,
e acho que é isso também,
que faz com que nós tenhamos sucesso.
O sucesso é mesmo isso,
é quando tu sentes com uma personagem,
as pessoas falam dela na rua e querem falar contigo,
e querem saber os próximos episódios.
Agora, a parte do que escrevem sobre ti e do outro lado,
eu nunca vejo,
e acho que o troquero não continua a ver.
Na Serra, quero confalcimento da Sara,
quero com o problema de saúde que tivesse,
na última semana de gravações,
e tu ainda assim quisesse vir gravar um dia
para que as cenas não ficassem penduradas,
sabe-se lá com o que esforço,
e tu fizesse isso.
Naquele momento eu precisava de um escape,
e o trabalho muitas vezes é um escape para mim.
Eu acho que quando eu mudo o chip de de repente
estar em personagem,
pô-me mesmo tudo o que está a acontecer na minha vida em pausa,
e às vezes já me bem consegui respirar,
nem que seja na pele outra pessoa.
Quando é que tudo permite ser uma rapariga normal,
sem testes para decorar, sem horários,
com a leveza de não ter nenhuma obrigação?
Não me permite.
Eu não sei viver assim.
Eu tentei tirar três dias para mim, ainda grávida,
porque pensei,
quero criar aqui uma conexão, estar sozinha,
e não vou ter nada para tratar,
não vou ter coisas para gerir,
e não quero saber de nada.
Ao final de 12 horas não sabia o que fazer.
Não me consigo,
sinto que estou a perder tempo.
E isso é mal, eu sei.
O meu dia parece que tem 48 horas,
porque eu quero fazer tudo num dia.
Portanto, de repente,
eu se sentir que estou a perder tempo só para estar assim,
revolta-me, não consigo.
Se cada que eu os anos vou conseguir,
mas para já ainda não consigo fazer isso.
Quando é que a vida te deu uma lição?
Já tive momentos da minha vida em que
percebi que nada é para sempre,
e que tens de aproveitar muito o presente,
porque o futuro é muito incerto,
e já tive alguns momentos em que
caso me esquecesse, me mostraram isso.
Qual foi o pior dia da tua vida?
Recentemente tive uma situação em que
achei que ia perder
uma das minhas irmãs,
e esse período durou algum tempo,
eu estava grávida,
e portanto esse período foi difícil,
e aí foi duro.
E, obviamente,
a perda de Sara.
E esse momento em que quase perdi esta tua irmã,
e ao mesmo tempo que estás grávida,
convulsão é essa que...
Já estava grávida de 5, 6 meses, talvez.
Quando eu descobri que estava grávida,
voltei para o Brasil,
e depois quando voltei a segunda vez,
ou era o porto de recebimento da minha mãe,
a dizer-me para ir ter o hospital,
porque tínhamos de ver a minha irmã,
e foi a minha irmã que já teve leucemia,
quando era miúda.
E pronto, basicamente a minha irmã
esteve em coma durante 21 dias,
porque de uma coisa simples,
que ia tirar um estente,
teve uma septicemia,
e teve uma hemorragia interna,
e, portanto, foi complicado.
Estava grávida,
e o David estava comigo apoiando-me nessa fase,
e tinha passado há tão pouco tempo...
pelo que passou,
e, portanto, foi um período muito difícil,
porque todos os dias as notícias eram piores.
Despedi-me dela algumas vezes.
E foi difícil,
porque parecia que era preciso um milagre,
para que ela ficasse conânsico.
Mesmo assim, o tentar não perder a força,
porque estava grávida, porque tinha aos meus irmãos todos,
que precisavam de mim, o meu pai e a minha mãe.
O David, que me queria apoiar, mas estava demasiado frágil,
para conseguir lidar com aquela situação,
com o hospital, com a minha despedida da minha irmã,
e, portanto, foi uma fase muito difícil.
E, de repente, passado 21 dias,
nós recebemos a notícia que ela tinha acordado.
E, portanto, hoje em dia, tenho uma vida diferente,
porque faz em modo iálise,
e está à espera de um transplanto de um rim,
que, como até agora não apareceu nenhum,
será o meu pai que vai dar em outubro.
E, portanto, a nossa vida
levou uma mudança.
Tive pena que tenha sido...
Não deveria ser com ninguém,
mas acho que ela já tinha feito a luta dela,
e vê-la outra vez ao lutar pela vida.
Foi um dia já voarriva.
E eu...
Nós tivemos de fazer exatamente a mesma coisa.
Os médicos, quando falam conosco,
a possibilidade dela sair de viver era muito pouca,
e, portanto, nós tínhamos períodos para nos despedir dela.
Ela teve mesmo reger na zona do cérebro,
e, portanto, nós não sabemos se ela ia saber falar
ou lembrar-se de alguma coisa.
E eu lembro-me, perfeitamente,
que, quando ela acorda e olha para mim
e me pergunta como é que está o bebê,
percebi que estava tudo certo.
E ao beber-me de que a idade dela...
A vida dela é muito diferente,
por mais que as coisas te tenham ficado bem,
o fazerem-me odiar-lize quatro vezes por semana,
estar à espera de um transplante rim.
A qualidade de vida dela é muito diferente.
Ela é muito nova, tem 21.
É difícil, só que ela é uma força da natureza,
e quer a trabalhar, e quer a ser feliz,
e quer aproveitar a vida, e está contente,
porque o meu pai fez os exames todos e é compatível,
e, portanto, claro que tenho medo pelo meu pai também.
Mas a vida é isso.
E, ainda assim, o sorriso em ti prevalece.
Tanto prevalecer,
porque, apesar de tudo, as coisas erraram bem,
e, portanto, tenho de agradecer.
E, tu, mais uma vez,
foi estupilar dos irmãos da família,
tentar ver algum otimismo,
ou foi difícil ter esse otimismo?
Esta vez não conseguia ter tanto.
Porque, de facto, tudo aquilo que nos era passados
era mesmo difícil.
E eu só pensava que tinha a digerir as emoções,
porque estava grávida.
Depois de tudo, achava que não podia engravidar,
de repente engravida, e de repente estou a viver aquilo,
e, ao mesmo tempo, queria gerir tudo,
porque meu pai e minha mãe
foram mesmo deitados abaixo,
e eu a ver todo aquele cenário
e os meus irmãos,
e o David, era muita coisa.
E, mesmo assim, até me manterá de cima,
mas muitas vezes estava-me quase a focar,
mas corrou bem.
O momento em que a Sara morra,
eu vi-te os seres humanos,
os apoios de dia fundamentais do David,
de quase o agarrar em pé,
que ajuda que se pode dar alguém no momento como esse.
Eu acho que às vezes, e eu senti muito isso,
às vezes a maior ajuda que tu pode estar
é só estar-te presente
e estar-te a caminhar ao lado,
sem ter de fazer perguntas,
sem ter de obrigar alguém a falar.
Eu só queria que ele não se sentisse sozinho,
e que era difícil.
E eu tentava
que ele sentisse que sempre que agava para o lado, estava lá.
Só queria que ele soubesse que eu estava sempre lá,
que fosse o que fosse, e quando ele quisesse falar,
eu estava para ouvir, mas não ia fazer perguntas.
Mesmo que seja para os dois estarmos em silêncio,
como tivemos muitas vezes,
mas eu senti que esse silêncio,
se cagar, era um bocadinho menos mal,
porque era partilhado.
E ser-se uma espécie também de filtro,
de barreira do mundo exterior,
era-se mais protegido possível?
Tentei isso muitas vezes, até porque
a perda da Sara foi uma coisa
de uma dimensão nacional.
E toda a gente me falava sobre isso,
sempre.
E toda a gente me falava sobre isso a ele.
Como é que estás?
O que é que uma pessoa vai responder?
E o que eu tentava era que,
quando eu estava com ele nesse sítio,
quando eu percebia que ia acontecer,
tentava filtrar antes.
E muitas vezes isso, agora não falo sobre isso.
Porque o David tem essa coisa muito parecida comigo,
que é...
Ele quer sempre dizer que está tudo bem.
Naquela fase era impossível.
Então, o de repente estar-se a perguntar
estás bem, acho que é só um massacre.
E tentava evitar que fizesse isso.
Mas não há muito mais a fazer.
É uma coisa que só para resolver contigo.
Mas se pudessem menos sozinho,
acho que é melhor.
Aprender-te a descodificar em silêncio,
olhar os momentos, os estados de espírito.
Sim, eu acho que...
Eu li ao muito em silêncio.
Eu percebia quando é que ele precisava de falar,
quando é que não queria falar.
E houve várias vezes que eu percebia
que ele precisava estar sozinho.
E que eu saia.
Porque sabia que ele só precisava
e que eu gostava daquele momento para ele.
Mas depois também tinha medo de estender muito esse período.
E então era uma questão difícil,
mas olhava muito para ele e não precisávamos de falar um com outro.
Tentei ser o melhor que consegui,
nunca iria deixar sozinho,
a viver uma dor...
Nem consigo explicar.
Que vazio é caçar a desça.
Quando eu conheço o David e toda a família,
existe mesmo uma coisa de união familiar
e de viverem para a família.
E de repente,
quando o brilho,
que era o maior de todos,
desaparece.
Obviamente que tentas unir tudo,
mas fica diferente.
Acho que é uma dor que nunca acaba.
Tenho a certeza.
Eu pergunto-me porquê?
E é só isso que me custa,
mas porquê?
A melhor pessoa que eu já conheci,
o melhor sorriso, mais pura,
não me faz sentido.
E custa muito ver a dor
de todos.
É possível restituir
e o Lucas ter isso também,
restituir uma ideia de felicidade,
mesmo que, em alguns momentos,
seja incompleta,
mas, em outros momentos,
possa ser completa.
Eu quero acreditar que sim.
A Fernanda é muito apaixonada pelo Lucas
e o Toni também.
Eu vejo o sorrir para ele
de uma forma que eu já tinha saudades de os veres.
Obviamente não existe substituição de nada,
mas, de repente, parece que há uma alegriazinha
e isso é bom.
A associação e o teu envolvimento também na associação
é uma forma de
não dar um sentido,
não atinuar,
mas de fazer qualquer coisa
com aquilo que aconteceu.
Sim, acho que é a melhor forma de transformar
dor em amor,
em mudar-se a vida dos outros.
E, portanto, acho o propósito incrível
e eu continuo a ver todos os dias
como tudo é tratado, a preparação da gala,
o amor que eles metem na associação,
a forma como lidam com todas as crianças
que estão a ser ajudadas.
Acho muito lindo.
Mesmo todos os dias sendo recordados
do que é que originou a Fundação da Associação.
Acho que é preciso uma grande capacidade,
mas acho que, de repente,
quando vem que mudam, de facto, a vida de muitos jovens,
tenho a certeza que é o que a Sara
quer.
Sem sequer pensar.
Gostava de colocar menos expectativas nas pessoas,
porque me dizia muito assim.
O Luca já vai gravar ainda não?
O Luca já esteve aqui, já conheceu os cabeleirais,
as maquilhadoras, toda a gente.
Eu sinto muito em casa, todos os técnicos,
toda a equipa.
Eu conheço e é muito engraçado
que eu continuo a ser a meio da para eles.
Caroline, acredito que tu és mãe,
que eu continuo a ser a meio dos tênis
e que vem assim um bocado escabulada e de facto treino,
e acho que eles ainda não precisaram bem.
E quando, de repente, me viram no outro dia
com o Luca só, acho que eles,
para a presidência de Deus, a Caroline é mãe.
Alessandro Mucas, eu te vou esperar ao inferno,
mas não me leves contigo,
só para te avisar que eu não vou contigo.
Me lindam, eu prometo que me vou controlar.
Você consegue, em casa, decorar o texto
e depois aqui é só fazer uma passagem?
Como é que é o teu método?
O meu método mudou depois de ser mãe.
Eu me retinei, eu cheguei à casa,
vejo ele e ele vai para a cama,
pegue-me os textos, vejo o que é que vou gravar,
e eu consigo decorar o texto muito rapidamente,
portanto, eu preciso mais de saber as emoções com o que for
e o texto que eu consigo vê-lo aqui no dia.
Sim, que era uma coisa que eu tinha muito medo de perder
porque dizer assim, ai, a cabeça de mãe,
tu acha que me defraga as insuções, é que não me tira.
Mas ali às vezes eu não gostava nada de trocar de vida com ela,
uma vida com a minha expressão, mais tranquila.
Eu não gostava, amor.
Mas vale ser de primeira, não pores.
Amor, é verdade, é verdade.
Esta personagem vive também a questão da competição
e do ego, na tua relação,
com a personagem da Margarida Vila Nova.
Como é que isso é para ti, não a novela, mas na vida real?
Obviamente, a competição é uma coisa que existe
e na nossa profissão, tu já sabes, ok,
nós estamos habituados desde que começamos a fazer castings,
ou melhor é que vai ficar, ou melhor, para aquele papel,
não é necessariamente porque é o melhor.
Portanto, a competição é uma coisa que naturalmente existe.
No meu caso, para dizer sincero,
eu nunca senti muito isso porque
eu acho que, como eu já tive tantos castings,
em que me disseram não, outros em que me disseram sim,
eu acho que sempre foi justo.
Mesmo a minha ascensão enquanto atriz
foi de conquistas que vinham surgindo,
a primeira novela que eu faço, não era do elenco principal,
e de repente foi um crescimento
que eu fui conquistando através de castings,
que fui fazendo das doce, a prova disso, todas fizemos castings.
E de repente, ok, aquela oportunidade foi minha,
mas outra que eu perdi foi de alguém.
E portanto, é uma coisa em que eu não penso muito.
Acho que se tiver de ser para mim, é.
Como é que lindas com o ego dos outros?
Não lindas.
Eu não tenho muita paciência.
Eu começo a morrer e começo a fazer graças,
e acho que a própria pessoa já se esqueceu.
É uma coisa que me passa ao lado.
O lado ao professor que a tua personagem vive,
o lado ao professor da mãe, e que tu não sentiste,
vives aqui de que forma?
É dos lados mais difíceis da Aurora de trabalhar,
porque é algo que nunca vivi.
Eu acho que ela gosta muito da mãe, não é?
De facto, tudo o que aconteceu foi porque
a Aurora de facto teve doente quando era pequena,
e a mãe teve de pôr em pausa a carreira dela
para cuidar da filha.
Portanto, na cabeça da Aurora, aquilo que eu penso,
é ok.
Ela tem noção de que a mãe é brusca
e muitas vezes é injusta com ela,
mas tem sempre um sentimento de vida.
Portanto, eu trabalho muito nisso,
que é o facto de ela bater sempre à cara,
eu não tenho a vida que devia ter por tua causa.
Eu acho que isso para a Aurora é duro de ouvir,
e, portanto, muitas vezes é por isso que ela se cala.
Tu na tua vida é muito de discutir?
Eu te testo de discutir, eu te testo de confronto.
Então, quando eu sei que é o início
de uma coisa que podia virar uma discussão,
eu vou embora, e depois, passado cinco horas,
falo sobre isso, porque já estamos calmos,
e já dá para conversar.
Eu te testo de confronto, porque sei que vou dizer coisas,
que depois me vou arrepender,
sei que vou ouvir coisas que não quero ouvir,
é muito difícil de eu discutir, muito difícil.
É uma grande maturidade.
É?
Ter essa capacidade de sair.
Às vezes você me teste me ficar,
mas penso que o sentimento...
O orgulho não é mais forte?
Não, não, não.
Prefiro guardar só o bom e guardar tudo por uma conversa
e não por uma discussão.
Sinto-se a responsabilidade,
por ter uma pessoa muito seguida,
da forma como estás em público,
e daquilo que diz.
Sinto a responsabilidade,
mas não mudo a minha forma de ser por isso.
Sou sempre muito carola,
que eu estou sempre tranquila.
Não monto um boneco para estar em público.
Até porque eu acho que o que as pessoas acham graça,
é exatamente o eu ser assim.
E nas minhas redes sociais,
é isso um bocado que eu tenho que mostrar,
que é como é que é carola fora as personagens.
E acho que até agora isso que roubem,
que é disso que eu estou fazendo.
É isso que eu tenho que mostrar,
que é como é que é carola fora as personagens.
E acho que até agora isso que roubem,
que é disso que as pessoas gostam.
Portanto, não faz sentido de estar a montar outra coisa.
É vejo fácil a ti e o David viver a vossa vida.
Nós fazemos tudo.
Repare, nós vamos às compras juntos,
nós vamos aos restaurantes.
E as pessoas tiram fotos e estão conosco,
mas acho que isso é o que nos permite
sentir que temos uma vida normal.
E portanto, não há nada que o Unido David deixemos de fazer
por termos uma relação tão pública.
Eu acho que isso tem graça,
porque já faz parte da nossa vida.
Já vi que lá em casa o David dá uns toques na cozinha, não é?
De vida eu vou dizer.
Ele já cozinhava,
mas de repente nós temos essa dinâmica muito gira,
que é como é que duas pessoas,
que trabalham tanto,
que gerem tanta coisa ao mesmo tempo,
de repente são pais,
e de repente até se sofre muito bem.
Eu fiquei muito impressionada.
E acho que é a forma como nós dividimos tarefas
sem dividir, que é,
nós não queríamos quase uma agenda em que tu faz isto,
eu isto, não.
É ok.
Nós lidamos no momento como nossa vida,
então é.
Ok, agora tens tempo, vai tu cozinhar.
Vou eu fazer isto, vou eu fazer isto.
E de repente dividimos as coisas de uma forma tão natural,
que tudo aparece feito.
Os dois fizemos tudo e ainda temos tempo para nós.
Portanto não sei como é que aconteceu,
mas foi bem feito.
Continuas a ter tempo para correr a todos os teus?
Continua a ter tempo,
só que tive de gerir um bocadinho melhor,
ou seja,
em vez de, se calhar, ter 40 minutos,
para dedicar, se calhar tem 15,
mas são 15 muito intensos,
e que entregue de uma forma muito grande.
Mas continua a não falhar.
Continues a ser também irmã galinha no sentido de...
Continuo.
Aceito tudo.
Sim, sim, sim.
Não, continuo.
Nós temos um grupo dos maninhos,
eu tenho repórtios todos os dias,
estão aqui, foram a fazer isto,
agora vão para aqui,
continuo e não quer perder esse papel.
Gosto muito dele também.
O que é que tu procuras aprender com as pessoas
com o Entrabando?
É engraçado porque em todos os projetos
que eu faço,
eu aprendo sempre.
E não é necessariamente sempre
com aquelas pessoas
que já têm 40 anos de carreira,
com essas aprendes sempre,
mas de repente,
há mil dos novos de 17, 18 anos
e que estão no primeiro projeto
e que eu aprendo para estejar,
porque às vezes aquela inocência,
às vezes, o tecnicamente
não tem tantas ferramentas,
mas de repente ir buscar com outras coisas,
estás sempre a aprender
e eu sou uma pessoa que observa tudo,
e eu tendo sempre a conversar
muito com as pessoas, vivências,
porque eu acho que um ator
para ter mais vivências
e poder viver mais emoções
tem de ter vivido muita coisa
e quando não vives,
tens de buscar algum lado
através das leituras,
através de séries,
que vejo através de conversas,
de histórias de vida que tu ouves
e de ver os outros a fazer,
porque de repente
tens a possibilidade
de ter ali uma escola ao vivo.
Às vezes, gostava que as pessoas
alguém sempre a mim começou,
é só isso.
Em que momento é que sentiste
que mais evoluíste,
em que deixe-te um salto
maior?
Na general,
sou o Atávio,
o Atávio que tu conheceste.
A general foi um projeto
que me pôs muita prova,
porque acho que era uma personagem
que não era de caras
que é a Karola a fazer.
Aí foi um desafio que tive
de trabalhar muito,
que me fez isto,
que foi o de repente,
eu achava sempre que
não as não vou, as não vou.
Digam que tem qualquer coisa,
eu ficava muito nervosa
com aquela coisa de ser ao vivo.
Eu tinha medo todos os dias
e isso deu-me também
mais provavelmente a este trabalho
e aprender a ter mais confiança.
E de repente,
não há tempo para enganos,
não há tempo para cortes,
teatro atrás disso também.
E agora, a hora,
é um desafio muito grande,
são muitas personagens numa só.
Uma cara com a horária
muito pesada e que faz com que
tu tenhas de estar sempre
muito dentro do personagem
para chegar desde aqui.
Não tenho muito tempo a pensar,
tenho logo de agir
e, portanto,
o trabalho constante
e fazer uma novela
é uma maratona.
No mundo do espetáculo,
não confiesem ninguém.
E a competição no Salsa Quem Poder?
Aquilo, a vitória foi...
Aquilo foi justo...
Não, não,
eu fui muito relevada.
Mais por baixo, mais por baixo!
Para, desculpem-se!
Para, desculpem-se!
Para, desculpem-se!
Para, desculpem-se!
Para, desculpem-se!
Para, desculpem-se!
Para, desculpem-se!
Eu diverti muito,
é que foi muito giro.
É, pai, eu e a Julia
temos aquela complicidade
e eu vi aquele programa
quando era minha vida.
Para lá, com a Julia,
a fazermos aquilo tudo.
Pá, foi muito giro.
Eu diverti muito a fazer
aquele programa.
Adorei, adorei, adorei mesmo.
O que é que as pessoas não vêem
quando olham para ti?
Não vêem que...
sou muita boa de esforçar
quando estou triste.
Não vêem quando estou triste.
É muito difícil.
Tenho de me ser muito bem para dizer
não estás bem,
das minhas especialidades é.
Para não ocupar os outros
com a tua tristeza?
Sim, para não ter de falar sobre isso.
Eu não gosto de falar sobre coisas mais.
O que é que precisarias
para ser ainda mais feliz?
Mais fíngues?
Pai, meu Deus!
Isto é uma loucura grande.
Não, mas que... sim.
De repente, depois de conhecer este amor,
nunca é mais.
Claro que é.
Mais fíngues, profissionalmente...
Mais fíngues duas vezes,
já de sério.
Não, não, isso não conta.
E de repente, sei lá,
profissionalmente ainda mais coisas,
mais projetos,
mais desafios,
ainda quer ir lá para fora.
Quer fazer muita coisa?
Entenda a minha família,
da vida, está tudo certo?
Em que momentos
é que sentiste plena de felicidade?
Ah, e tantos.
Olha, quando meu filho nasceu,
o filho começou a gatinar agora.
De repente, quando vi assim,
pensei, ok, estou muito feliz.
Quando soube que ia fazer aurora,
quando começámos a construir
nossa casa e o David,
sempre que vou para o Brasil,
sou muito feliz.
Sempre que posso tirar férias
e que vamos com amigos,
sou muito feliz.
Sou muito feliz a fazer muita coisa.
Eu sou feliz às vezes,
quando não estou à espera
e tenho um prato de lasanha,
e aí, desesperado,
e eu adoro lasanha,
vindo muito feliz.
Às vezes a felicidade é um prato de lasanha.
É, sim, é um prato de lasanha.
É isso, sim.
Qual foi a coisa mais bonita
que disseram sobre ti?
Por acaso já disseram
coisas muito bonitas,
mas já me disseram
que eu tenho a verdade
no sorriso e no olhar
e que isso transmite confiança.
E pronto, eu não quero só
das pessoas que continuam assim.
Qual foi a maior manifestação
de amor que já tiveram para ti?
Às vezes são coisas muito simples,
mas, na vez,
eu estava a gravar fora
e a vida apareceu de surpresa.
Nós tínhamos estado a falar de telefone
e eu nunca me queixo.
E ele percebeu que eu estava cansada.
E então ele apareceu
para me fazer uma surpresa.
E disse,
se for que não desiste,
está feita esta viagem,
vais-te a conceder, e tal.
E ele disse uma coisa muito engraçada,
mas, por isso,
que a vida são dois dias,
então vamos aproveitar e eu disse,
não, isto é tão incrível.
Eu pronto sei,
uma câmara braga.
O Véu e Grinada,
um sonho ou não?
É, pá,
muito difícil essa pergunta.
Eu vou dizer por quê?
Eu acho lindo
o casamento,
a festa aos amigos,
mas assusta-me
a parte de dar o peso
de um contrato.
E eu digo isso só da vida,
e de repente,
se agora está tão bom
e começa a correr mal.
Então diz,
se é de razão,
precisamos para quê?
Eu vou esperar nada,
se quer fazer a parte da festa,
vou fazer de branco na mesma.
Ou então,
daqui a uns tempos,
até mudamos as ideias
e dizemos que sim.
Mas,
para já,
ainda me assusta um bocadinho
que está tão bom assim.
Ah, e às vezes,
era um bocadinho
muito bom.
E às vezes,
era um bocadinho
menos impulsivo.
Eu digo muito o que penso.
E às vezes,
devia fazer assim,
respirar,
o que é que eu quero mesmo dizer
e falar.
E eu devia estar me dizendo
isso,
porque às vezes,
é só uma respiração.
E falas a seguir.
Mas eu não consigo,
porque eu tenho-se tudo muito
aqui a fervilhar.
Às vezes,
gostava de pensar
um bocadinho mais
antes de falar.
E gostava de
colocar menos expectativas
nas pessoas.
Porque,
me diz-los muito assim,
quando começa a gostar
de alguém,
querendo um mundo
de expectativas
sobre essa pessoa,
então basta ela me fazer
uma bocadinha
que eu vou ficar muito triste
e se magoar-me sozinha.
Se não,
eu estou em suprimento sozinha.
Mas gostava de
aprender a duzear um bocadinho.
Tudo em ti é muito.
Tudo em mim,
tudo em mim.
Tudo,
tudo o que eu vivo é muito.
E eu no outro dia,
não sei se tu acreditas em signos,
mas eu estava a ver que
eu sou sagitário
com a chineta em sagitário
e com a lua também,
o foco,
o carnairo,
tal vez,
eu sou de foco,
foco, foco,
foco.
Portanto é impossível,
tudo aqui,
fervilhar muito.
Caso a Deus.
De que é que mais te orgulhas
de tudo que já fizeste?
De nunca ter desistido
e de continuar a acreditar
que a vida é para ser feliz.
É difícil,
porque a vida às vezes
dá-te uns abanões
e que faz com que
deixes de acreditar
que, de facto,
isto faz sentido.
Acho que
sempre me mantive firme
a dizer assim,
não, vou ser feliz,
que é ser feliz
e esta vida vai ser maravilhosa.
E se eu continuar a ser assim,
tal ótimo,
algo que me disse,
era difícil.
Quem te faz sentir especial?
Minha família,
o David,
o meu filho,
os meus amigos,
toda a gente que é próxima
de mim faz-me sentir especial,
porque,
quando olho para eles
e percebo o que é que gosto deles,
percebo que sou especial,
porque, de alguma forma,
mas quando é que estamos, portanto,
há muita gente
que me faz sentir especial.
Sim, patizarias com a Carol?
Às vezes, e achar demais,
e dizer, calma,
porque o meu cara ajuda.
É demais,
mas acho que sim,
acho que é achada
uma mídia fixa, acho que sim.
E de que é que tens saudades?
Tenho saudades de dormir,
e eu estou aqui.
Mas pronto.
Mas compensa,
mas compensa, mas compensa.
Tenho saudades de algumas coisas,
claro que sim,
de pessoas,
de coisas, de situações,
mas como eu não gosto de pensar no passado,
gosto de pensar no futuro,
só que é saber o que é que aí vem.
Alguém te deve um pedido de desculpas?
Olha, devem algumas pessoas,
mas não preciso.
Passei à frente,
e depois,
eu tenho muita dificuldade
em viver agarrado à passada.
E portanto,
se não aconteceram até agora,
é porque não faz sentido.
Portanto, não já não devem estar saudades.
E tu pedias desculpas
a todas as pessoas
em que querias pedir?
Eu peço muita desculpa.
Demais.
Eu, por qualquer coisa,
digo desculpa.
Mas estás a pedir desculpa,
porque, cara,
acho muito difícil
que não tenha pedido desculpas
que pedi.
Sim, sim,
pedi de certeza.
Se te fosse garantido
uma resposta
a qualquer pergunta tua,
o que é que tu querias mesmo saber?
Se você sempre o mãe,
era isso que eu perguntava.
Tenho um país aos meus peixes.
Mas o que importa a fama?
Quando estou sempre sozinho.
Que papel principal é o teu,
nesta novela?
Então, é um papel
com muito glamour,
muito brilho,
muita música,
muita dança,
muitas personagens dentro duma,
e portanto,
acho que as pessoas
vão gostar muito da hora.
E na vida,
pelo outro papel principal?
É ser mãe,
além disso,
porque não posso só ficar aí.
É ser feliz,
amar e ser amado.
Quando voltámos à próxima conversa,
quando você fica aqui a cinco,
dez anos,
onde é que quer estar?
Quero continuar a dizer
que estou a dormir pouco,
porque já tenho mais vídeos,
e que continue a trabalhar imensa,
e que continue neste ritmo,
e que continue muito apaixonada,
e continuar a dizer-te,
olha,
continuar a acreditar
que ser feliz
é possível.
E quero ter a mesma genica,
não sei se vai ser possível,
mas quero continuar
a ter vontade de sorrir.
Esta carola é diferente
da carola de 2019?
É.
Acho que ainda ganhei
outra força
e mais vontade ainda de viver,
porque,
comparativamente à carola de 2019,
acho que percebi mais
que, de facto,
tens de aproveitar a vida.
E portanto,
ainda tenho mais força
da cara a viver.
Quem gostaria que o Lucas
um dia dissesse que foi mãe?
A mãe era uma maluca,
mas muito feliz
para ser estátio.
O que dizem,
muitas horas.
Ora dizem que estou bem,
estou muito feliz,
e que...
e que quero continuar
a ser feliz e ainda mais,
e é isso.
Obrigada.
Obrigada.
Estreia a segunda-feira.
Estreia a segunda-feira,
meu Deus.
Estreia a segunda-feira, calma,
calma, é que é dois dias.
Obrigada.
Obrigada.
Obrigada.
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“Às vezes, a maior ajuda que se pode dar é só estar presente e caminhar ao lado da pessoa”. Numa grande entrevista com Daniel Oliveira, a atriz e namorada de David Carreira revela o quão difícil foi a perda de Sara Carreira. “Queria que ele sentisse que sempre que olhava para o lado eu estava lá. Quando ele quisesse falar, eu estava para ouvir, mas não lhe fazia perguntas. Tentei protegê-lo muitas vezes do exterior. A perda da Sara foi um acontecimento com dimensão nacional. Toda a gente lhe falava sobre isso. Como é que estás? O que é que uma pessoa vai responder?”. Oiça a conversa completa em podcast
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