TSF - Minoria Absoluta - Podcast: A tinta é uma arma, com Bianca Castro e André Abraão

TSF Radio Notícias TSF Radio Notícias 9/30/23 - Episode Page - 35m - PDF Transcript

São jovens, querem ser ouvidos, e tem palco na TSF, é o regresso do minoria absoluta

após a pausa para as férias de verão, sem tinta, seja verde ou vermelha, mas com muito

para dizer.

E os temas são bastante coloridos, comigo, a nossa ativista pela justiça climática,

Bianca Castro, e o jurista socialista, André Abrão, se é com tinta que se tem mostrado

desagrada aos políticos.

A verdade é que António Costa anunciou um conjunto de medidas para os jovens na rentria

socialista, mais IRS jovem, de evolução de propinas, passos gratuitos e até cheques

livros e férias em pousadas.

André, eu começo por ti até porque estivesse quase na primeira linha a ouvir as palavras

de António Costa, vastão dos protagonistas naqueles jovens que estavam atrás do Primeiro

Ministro.

As medidas todas foram anunciadas em Évora, qual é para ti a que tem maior destaque?

Olá a todas e a todos, Olá a Bianca, Olá a Francisco, Olá a todos os nossos ouvintes,

é bom estado de regressar a TSF para esta segunda temporada de minoria absoluta.

Sobre as medidas do Costa, do Costa, de Partido Socialista, de Governo, eu acho que há um

presoposto que nós devemos ter quando entramos nesta discussão, é que a nossa geração,

é absolutamente fustigada, fustigada por vários crises, por vários problemas da

habitação aos rendimentos, somos uma geração que está a sofrer as dores de décadas de

políticas que não foram tomadas quando deviam ter sido tomadas e essa dor traduz-se numa

urgência que todos nós pedimos, nós hoje pedimos soluções que sejam verdadeiras balas

de prata para os nossos problemas da geração e não há balas de prata, infelizmente, para

grandes pratos, grandes partes de problemas.

Das medidas do Costa, de Partido Socialista e do Governo, eu acho que há pontos positivos

a realçar, nomeadamente da alguma recuperação de rendimentos, aqui a devolução de propinas

eu não vejo tanto como uma medida que facilita o acesso ao ensino superior, mas sim como

uma política de rendimentos, permitindo que um jovem que inicia a sua vida profissional

possa ter, possa ver devolvidas aquilo que foram nos seus pais ao nível das propinas.

Acho que a proposta do IRS jovem também é uma proposta bastante interessante, este

desconto sai em 75% e 50%.

É um alargamento daquilo que já existe.

É um alargamento do que já existia, uma proposta também que foi criada pelo Partido

Socialista, é verdade, acho que é muito positivo este primeiro ano em que os jovens

começam a trabalhar, começam a descontar, a ter este retorno, agora gostaria de perceber

se este retorno vai-se fazer a nível de IRS, portanto no final do ano das contas feitas

ou será feito através da retenção na fonte.

Eu acho que era muito mais interessante alargar o espétero da retenção na fonte, desblocratizar

esse plano porque o jovem expressão do rendimento é mensalmente não no final do ano, e com

os preços da habitação, com o encarecimento de todos os produtos faz falta aos jovens em

seus rendimentos no seu dia a dia, mensalmente e não tanto no final do ano.

Estas são as duas grandes propostas que eu gostava de destacar, todas as outras têm

a sua importância, acho que são passos interessantes dados, é cultura, não só também permitir

que os jovens quando fazem 18 anos possam conhecer um bocadinho mais do nosso país e

eu sinto que na nossa geração conhecem as maiores capitais europeias, conhecem todo

o mundo, mas depois perguntamos se foram a Castelo Branco, se foram a Vila Rial, se

foram ao Alto Minho, bem não conhecem nada.

Portanto eu acho que esta medida é interessante, mas são os primeiros passos, tem que ser

medidas, tem que ser desenvolvidas e mais uma vez, não são balas de prata.

Bianca, ouvimos muitas vezes o governo dizer que esta é a geração mais qualificada de

sempre, mas que tem saído do país, são medidas interessantes, fundamentais para manter

os jovens em Portugal?

Eu acho que esta geração, se é mais qualificada de sempre, certamente não é tratada como

tal, e eu acho que estas medidas novamente são muito, no geral são pensos rápidos,

não é mais uma vez e continuam a não ir ao certo da questão, continuam a não combater

a precariedade que vivemos, continuam a não combater os salários miseráveis que continuamos

a ter.

E eu acho que, nas palavras do André, são primeiros passos, mas se calhar eu nem sei se

são primeiros passos ainda ou não, porque acho que realmente é um pouco o mínimo jovem

tarde e que estava a destacar também algumas a começar pela devolução da propina, que

é uma medida um pouco enrisória, porque, ou seja, a própria medida, percepõe que

a propina vai continuar, e para mim isso logo certamente a questão é que nós temos de

lutar para que a propina acabe.

Mas não é um primeiro passo para que isso possa acontecer no futuro, é uma das grandes

bandeiras da JHS, da juventude socialista, é a propina zero.

E eu acho que tem de ser feito, este caminho, eu acho que irmos por primeiro espaço e não

sei o que, eu acho que temos diz já ao certo da questão, e não porque eu acho que estas

promessas vazias, isto não resolve crise, não é?

E pensos rápidos não resolvem as crises que estamos a enfrentar.

E acho que a grande falha desta medida da devolução da propina é que realmente continua

nem sequer a ajudar a que mais jovens possam ter acesso ao ensino superior, porque, ou

seja, ok, tem a devolução da propina, mas para terem precisão de, no início, terem

acesso ao ensino superior, que por si só já é um privilégio para muita gente.

E a devolução só é feita se o trabalhador, naquele caso, continuara em Portugal.

Exatamente, que eu nem sei se, se olhamos para os valores, se realmente é um incentivo

assim tão grande.

Depois em relação à medida dos transportes, eu acho que sim que os transportes têm de

ser gratuitos, mas acho que têm de ser para toda a gente, e acho também que a medida

foi um bocadinho enganadora no início ao ponto que parecia que era para todos os jovens,

depois afinal é só para os jovens que estudam, que por si só também já é para aqueles

que têm acesso ao ensino superior, portanto, posso fazer a mesma crítica que fiz em relação

à medida da propina.

E além do mais, além de os transportes não continuarem a ser acessíveis para toda a

população, que é o que é preciso, um dos seus maiores problemas no que toca aos transportes

continua a ser a sua qualidade, portanto, mesmo que agora sejam gratuitos para todos

os estudantes, continuamos a precisar de mais investimentos na rede de transportes públicos.

Saiu uma notícia há pouco tempo em relação à diminuição da ferrovia em que se soube

que entre 1995 e 2018 a ferrovia nacional diminuiu 18%, portanto, a ferrovia de Portugal

foi das que diminuiu mais, e ao mesmo tempo, no que toca aos autocarros, é assim, quando

chegam ou se chegam tão atrasados, não há rotas suficientes, temos todos esses problemas

que acho que todos aqui já vivemos e isso que já vivemos diariamente, e isso depois

e pegando também um bocadinho na questão climática, que acho que uma das grandes falhas

neste pacote de medidas é que nada teve a ver com o clima, portanto, não houve nenhuma

medida sobre o combateiro.

E já lá vamos, mas acho que num pacote, que é um chamado de pacote de medidas para

os jovens, portanto, um pacote que é suposto olhar para o futuro, como é que não falamos

de uma das crises que está por aqui em um entravo em sequer ter esse futuro, não é?

Mas em relação aos transportes lá está, porque ao termos um investimento na rede

de transportes públicos também, temos um corte de emissões e é uma solução para

tantas outras coisas, e acho que isso também é uma grande falha, não se falar dessa melhoria.

E depois, por último, queria só mencionar a questão da medida da habitação em que

eu não sei, neste ponto, se o governo anunciar que vai manter as ajudas que tem, ajuda na

alguma coisa no fundo, é porque o Observatório do Alojamento Estudante, ele diz-nos que

o preço médio de um quarto para estudantes subiu 10,5%.

A distrito sem Portugal tem que subir ainda mais, em Porto Alegre subiu cerca de 33%.

E quando nós olhamos, por exemplo, para Quartos em Lisboa, que o preço médio é 450 euros,

ou na verdade se formos online para pesquisar rapidamente, vemos presos absurdos, muito

mais altos do que isto, portanto mais metade do salário mínimo, é preciso realmente medidas

mais eficazes e, de facto, realmente urgentes, porque há uma quantidade absurda de jovens

que, mesmo que consigam ingressar no ensino superior, depois não conseguem realmente aceder

a ele, porque não conseguem pagar a habitação, mesmo que consigam pagar as propinas.

Isto são coisas que têm de ser resolvidas agora.

André, voltando à questão das propinas, como dizia Bianca, e voltando à pergunta

que lhe fiz, é certo que não é propina zero, à medida que o António Costa anunciou,

apesar de alguns terem entendido dessa forma, ainda assim pergunto-se, é um primeiro passo

para que o governo socialista chegue a esse ponto?

Eu creio que sim, eu gostava só de deixar uma nota sobre o que a Bianca referiu, dizer

que este pacote medidas para jovens é importante lembrar que o governo, nos seus oito anos

do governo, esta não é a primeira medida direcionada para jovens, quando se foi aprovada

mais de um trabalho digno, que combate a precariedade, onde foram identificados centenas

de milhares de contratos de trabalho a termo e a ACT, e já agiu, já notificou aos empregadores

para os transformarem em contrato a tempo interminado, quando somente o salário mínimo.

Isto também são medidas para os jovens, é importante lembrar isso.

Nenhuma delas suficiente?

Nenhuma delas suficiente, mas eu volto à minha permissa inicial, nós precisamos de

uma bala de prata, mas não há balas de prata infelizmente, acho que todos os partidos

têm propostas umas melhores, outras piores, umas mais realistas, outras mais realistas.

Foi feito muito pouco ao longo dos últimos anos, inclusive nesses oito anos do governo

de António Costa?

Não, eu acho que foi feito um trabalho muito, muito importante, porque nós tínhamos

que compreender também as crises em que o país estava mergulhado, eu acho que as

políticas neoliberais, também vindas de borchelas durante aqueles anos, a recuperação

que a Gengonça fez também foi importantíssima de rendimentos e de direitos mesmo, esse atentado.

Depois é a própria crise do Covid, a nossa reação, o que dizia de uma reação muito

mais neoliberal, muito mais de cortar e de austeridade, e foi pelo contrário, foi de

fomentar o crescimento econômico, e os portugais estavam bem nisso.

Eu acho que também, eu volto muito à ideia de contexto, temos o contexto que temos

inserido o trabalho desse ido feito, sobre a questão que me fizeste as propinas.

Eu acho que é um passo muito importante.

Aliás, eu vi o Fortunato, o Gustavo, até nessa plateia também, eu vi as palavras

António Costa.

Estava com um sorriso na cara, portanto é um ponto positivo, sobre a questão das propinas

também dizer que há uma proposta muito interessante, que não foi inserida nesse

pacote, mas já foi anunciado que é o reforço do complemento, do alojamento, mas isto é

para os estudantes pulseiros, mas vai ser reforçado.

E podemos ter, pela mão da Javento Socialista, uma proposta nossa há muito tempo, e será

configurar um aumento, em muitos casos, de mais de 1.400 euros por ano para os estudantes

que precisam desse complemento, para ter uma nota positiva.

Para as propinas, eu acho que este é o início do fim, porque nós poderíamos ter assumido

uma outra postura, um pouco como se faz nos países nórdicos, de financiamento, ou de

criar linhas de financiamento para os jovens, para accederem, para accederem ao ensino superior,

para pagar as propinas.

Há um exemplo na Suécia, em que 20% é dado a título de fundo perdido e 80% de uma linha

de crédito a juros bonificados, e com esse e com esse e com esse orçamento, não só

podem ingressar e pagar as propinas, como também gastarem na habitação, na alimentação,

naquilo que precisarem.

O governo acho que tem um sinal diferente disso.

O nosso objetivo é que devolver-vos as propinas, eu compreendo e eu sou a favor da propina

zero.

Eu acho que o ensino superior não deve ser pago, ponto no nosso país.

Temos é um problema do financiamento do ensino superior.

Se hoje acabassemos com a propina, amanhã, as tuções de ensino superior simplesmente

não sobreviviriam.

Principalmente as do interior, como é o caso da universidade da Bairra Interior, que já

é uma universidade social.

E na universidade da Bairra Interior, ao melhor, antes de acabarmos com a propina, temos de

rever todo o modelo de financiamento do ensino superior, as transferências do orçamento

de Estado, as receitas próprias, isso, isso, não pode ser feito em cima do joelho, acabando

com a propina do dia para o outro.

Agora, o acordo com a Bianca, a propina zero, é uma luta de muitos jovens há muito tempo

e continuará a ser, e acho que conta comigo e conta com a Bianca, e muitos outros a nossa

geração, para isso.

Ainda assim, Bianca, embora digas que são pensos rápidos, é positivo que o Governo

e o Primeiro-Ministro utilizem a rentriz socialista para colocar os jovens quase com prioridade,

tendo em conta que as medidas todas anunciadas foram, quase a 100%, eu e o André, para os

jovens.

É um sinal também para os mais novos.

É sim, eu acho que é bom que os jovens, que o assunto sobre os jovens e medidas para

os jovens estejam de facto em cima da mesa, tal como têm de estar e teriam de estar de

qualquer forma.

Se realmente são uma prioridade ou não, lá está, com este tipo de medidas que eu acho

que são manifestamente insuficientes, não sei se essa prioridade realmente significa

tanto como deveria significar, já ouvi dizer também reações de jovens que disseram que

não houve nenhuma medida aqui que nós olhássemos e assastamos.

Era mesmo isto que era preciso.

E eu percebo que, claro, as coisas não podem ser de um dia para o outro, e, obviamente,

e têm de ser pensadas e planeadas para serem feitas de uma forma certa, não é?

Mas a luta contra a propina já está a ocorrer há tantos anos, já está nos planos realmente

acabar com a propina há tanto tempo, o que é que falta agora?

Até quando é que ainda não vai ser possível acabar com a propina, em que ponto é que

estamos do processo para isso finalmente acontecer?

Sim, eu mais uma vez repito, eu acho que este foi um passo muito importante, mas também

relembro o historial que o governo tem neste plano, muito também a Bledas Jeringonça,

naturalmente, acho que os partidos estavam alinhados nesse plano, houve uma redução

significativa das propinas para a licenciatura, eu acho que o próximo grande passo num processo

gradual será analisar os mestrados, hoje a licenciatura tem cada vez mais perdido o

seu valor, é preciso também apostar nos mestrados que nasçam muito caros.

A propina continuou a mesma nessa altura?

Continuou a mesma, não foi na outra, pela licenciatura, eu recordo-me que em 2011 era

por volta dos 1.200 euros, uma universidade pública e neste momento está abaixo dos

700.

Portanto, é um caminho que já está a ser feito, agora sobre timings e sobre preparados,

eu acho que é um problema que o governo tem que olhar com muita urgência, principalmente

a partida não deste Orçamento Estado, mas do próximo, eu acho que tem que olhar e

tem um ano todo para preparar, a questão que eu falava, do modelo do financiamento

do ensino superior, como é que isto pode ser realizado ou não realizado, e esta proposta

da devolução da propina não pode encostar para um canto a ideia da propina zero, não

pode todo, temos que perceber que é um caminho.

Pronto, não precisamente porque eu acho que, e quando digo os pensos rápidos, é exatamente

isso de fazermos o mínimo possível e usar isso como forma de dar, mas estamos a fazer

alguma coisa e depois como forma de adiar as outras coisas, e é isso que também não

podemos deixar que aconteça.

E baixar as vozes críticas, é mais nesse sentido?

Exato, e pronto, estamos a dar-te aqui um bocadinho, agora podes te calar um bocadinho

porque não pode dizer que não estamos a fazer nada, um bocado por aí, mas eu acho

que como um todo, este pacote medidas lá está, eu acho que realmente, e não digo que algumas

delas não são positivas e não são passos na direção certa, mas digo sim também que

os jovens que mais precisam de medidas que realmente os apoiem e que os deixem, os atras

portes públicos que possam ingressar num ensino superior, que possam pagar uma renda,

não são estas medidas que vão fazer com que isso mude, não é?

E volto ao que tinha dito antes, que muitas destas medidas são para jovens que já têm

o privilégio de poder aceder a certas coisas e depois, ok, há estes benefícios, mas para

jovens que realmente estão numa situação mais precária, e isso continua a não mudar.

Eu acho que realmente estas medidas e tal como outros pacotes medidas que saíram recentemente

não vão ao certo da questão de que realmente é preciso aumentar salários, é preciso acabar

com a precariedade.

Para casos como a habitação, é preciso baixar e fixar os valores das rendas e isto são

coisas que continuam a não ser feitas e que são manifestamente urgentes.

E que não são só para os jovens, são para as pessoas.

Exatamente, e que são para todas as pessoas, porque eu acho que também neste pacote medidas

claro que há umas que são diretamente para jovens, mas muitas delas no que toca a habitação,

no que toca os transportes, estas medidas têm de ser feitas de forma transversal para

toda a população.

Antes de passarmos para o próximo tema deixem-me só aqui introduzir uma outra nota, porque

no próximo ano há eleições europeias e os jovens normalmente não votam nas eleições

europeias.

António Costa, André, terá estado também atento a este ponto, ou seja, os jovens votam

pouco nas europeias, se calhar está a piscar o olho a esse eleitorado, tendo-me em conta

que também foge muito esse eleitorado para a Iniciativa Liberal e para o Bloco de Esquerda.

Eu acho que o problema mais abrangente, eu percebo essa ideia e poderá estar certa,

porque António Costa, no fundo, com estas medidas e colocando os jovens no plano central

de uma reentra política, eu devo dizer, e acho que este é um ponto absolutamente positivo,

não me recordo de uma reentra em que o tema fossem os jovens, não me recordo.

Fiquei alegremente surpreendido, uma reentra política é costumacê-la sobre as grandes

opções de plano e muitas críticas aos partidos da oposição, preparação já do orçamento

de Estado, próximo ano político, europeias, o que é, não.

Curiosamente foi o que aconteceu no ano passado em Leiria e este ano no Porto do Rio.

Estando foram os jovens, bom, acho que é um ponto positivo, acho que aí António Costa

recebe nota 10, mas sobre as europeias, eu acho que temos um problema muito mais abrangente.

Temos um sistema eleitoral europeu que é representativo, não vou dizer que tem déficit

de legitimidade democrática, porque acho que esse problema está ultrapassado e mistratado,

lisboa, mas tem problemas que nós percebemos de atacar, um deles é realmente o facto

de que temos partidos políticos nacionais acreditarem-se a eleições europeias e não

se falar sobre a Europa, porque nós já temos o CDS, isto é título de exemplo, o CDS e

o PST acreditarem-se às europeias, vão estar no mesmo grupo político sentados no Parlamento

Europeu, mas candidatas um partido e outro, e as pessoas não sabem que votando no PST

e votando no PSDS estão votando num deputado que fará parte do grupo político, que não

há disciplina de voto, que as orientações são tomadas e grande parte das decisões

são tomadas em grupo.

A respeito também é o Bloco de Esquerda e o PCP.

São exemplos que dão, são exemplos que dão, isto acompanhar naturalmente os partidos,

mas eu acho que era interessante serem os próprios partidos políticos europeus, participarem

nas eleições, apresentarem-se às eleições, acho que serão um ponto muito relevante.

Depois também é preciso dizer que as eleições europeias são capturadas pelos partidos e

tornam-se em auxílio de caixondagens, as declarações do Luís Montenegro sobre as eleições europeias

são completamente deploráveis.

As eleições europeias vão ser um momento para mostrar que o PSS está aqui para governar

e é uma alternativa.

Mas o que é que tem que ver as eleições europeias com as resultativas que acontecem daqui a

não sei quais é isso?

Mas a certa altura Luís Montenegro deu até um passo atrás e disse que podia perder

essas eleições por poucos.

Pois, claro, mas eu percebo que o Luís Montenegro tem que dar muitos passos atrás porque ele

realmente, ele percebendo, eu acho que o Luís Montenegro acaba por ter um toque de

midas, mas ao contrário, em tudo que toca as coisas, desmunharam-se um bocadinho até

a nível leitoral.

E perceba essa posição, mas essa última nota que eu queria deixar é que vamos ter eleições

europeias, olhem-se para as eleições, falo sobre a Europa, falo-se, por exemplo, sobre

a lei da restauração da natureza, porque é que os partidos votaram contra, porque

é que os votaram a favor, o que é que se implica para nós a nível das cidades, a

nível do nosso meio ambiente, não é essa a discussão em Portugal.

Bianca, são medidas electoralistas, ou seja, admite-os votar em António Costa, em António

Costa não, no partido socialista, nas europeias tendo em conta este rol de medidas.

Pessoalmente não, mas concordo com que realmente é preciso que mais jovens votem e que saibam

das coisas e que se estejam informados e isso concorda 100%.

Passamos então para o outro tema, a Tinta Verde também marcou a semana de uma tinta

atirada por ativistas pelo clima ao Ministro do Ambiente, Eduardo Cordeiro, quando discursava

numa conferência, apoiada pela GALP e pela EDP, e no dia seguinte também um novo protesto

pintou de vermelho a entrada da fila durante um evento dedicado à aviação.

Bianca, agora tenho claro que começar por ti, estamos numa fase em que os jovens fazem

de tudo para serem ouvidos.

Infelizmente é o que tem de ser.

Infelizmente.

Infelizmente, claro, porque acho que é importante notar que estes protestos estão a acontecer

agora e que já têm vindo a acontecer cada vez mais ações diretas e etc.

Mas ou seja, quando te faço a pergunta do infelizmente, concordas com este tipo de iniciativas?

Concordo sim, e acho que cada vez temos de fazer mais coisas, não é?

O infelizmente para mim é infelizmente, temos de fazer este tipo de coisas para ser

ouvidos porque ainda não fomos, porque o movimento de protesto e aclimática, pronto,

isto não está a começar agora, as pessoas que se calhatam a fazer estas ações não

começaram a fazer ativismo agora, isto é o mesmo movimento que fez as greves que tiveram

milhares de pessoas encher as ruas em 2019, o mesmo movimento que bloqueou, que ocupou

as escolas e universidades o ano passado e que o vai voltar a fazer daqui a pouco tempo,

o mesmo movimento que já foi a Ministérios, mas que também já foi a Devatas, que o

mesmo movimento que já teve também mais na via da negociação, portanto, é o movimento

climático que está a fazer de tudo e a tentar todas as vias para realmente alcançar

a ação climática que é preciso fazer.

E esta ação não está a ser alcançada e acho que uma prova disso é o Ministro estar

realmente a falar de uma transição energética numa conferência patrocinada pela GALP e

pela EDP, que estão a bloquear essa mesma transição e isto para mim é apenas uma prova

de que realmente temos de fazer cada vez mais e temos de meio que parar com uma narrativa

de que tudo se vai resolver e ainda temos tempo e etc porque não o temos, a ciência

diz que não o temos e não podemos agir como se isto fosse normal porque não é.

Este tipo de manifestações fazem sentido, ou seja, criam moça, fazem os políticos

mudar a sua posição.

Eu acho que na sociedade todos nós temos um papel, as sociedades funcionam assim,

os diferentes grupos, as diferentes pessoas têm todo um papel que são absolutamente

relevantes.

Os ativistas têm esse papel e é um papel absolutamente crucial, ninguém se recorda

das grandes avanços sociais sem o ativismo, sem as grandes manifestações, sem os grandes

atos, sem os discursos, sem as posições que são tomadas, ninguém se lembra de quem

fez as leis, de quem as colocou em prática sobre os diferentes planos, lembram-se de

quem se manifestou e quem deu a cara, porque o ativismo é absolutamente essencial.

Sobre este episódio em concreto, eu discordo não só da forma de luta como do alvo, discordo

da forma de luta porque eu acho que hoje vivemos numa cidade um bocadinho mais civilizada

e democrática.

E uma sociedade mais civilizada e democrática eu acho que há outros métodos para nós

assumimos a nossa posição e nos mostrarmos realmente nas redes sociais, também nos

órgãos de comunicação social e a sociedade social têm feito um trabalho...

Já agora que falhas disso, seis jovens processaram 32 países pela crise climática, incluindo

Portugal, penso que é uma ação no Tribunal dos Direitos Humanos, faz mais sentido este

tipo de ações e não atirar tinta-ministros.

É igualmente uma ação também que me parece interessante, essa talvez com menos, que tem

um impacto mediático, mas com menos impacto tendo em conta o funcionamento do Tribunal

e já também aquilo que o representante português já veio referir, infelizmente, acho que esperávamos

de Portugal e de seis jovens estão ativos e predispostos a dar a cara para a luta climática.

Esperávamos de um representante do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos um outro tipo

de comportamento e acolhimento desses jovens, mas como eu dizia, eu discordo da forma

porque vivemos em democracia, acho que em democracia conseguimos todos falar e alertar

sem haver essas ofensas da integridade física, reparem, foi atiar um tinta, é o fim do mundo,

não é o fim do mundo.

Quer dizer, o senhor ministro do Arte de Cordeiro não chegou a casa no final do dia e sentou

suponho o que que me aconteceu, até disse que acertaram na cor, acertaram na cor e eu

concordo, acho que a cor verde foi extremamente bem escolhida, atenção, agora, mas já é

realmente uma ofensão de integridade física, quer dizer, eu acho que o ministro não está

ali enquanto o indivíduo enquanto o do Arte de Cordeiro, está enquanto o ministro foi

convidado, está a trabalhar e foi nesse plano que ele atiraram o tinta e que tentaram de

certa forma manchar a sua imagem, esta é a sobre a forma.

E depois sobre o alvo, eu sobre o alvo queria ler muito rapidamente aqui uma citação,

os portenses ativistas climáticos e de milhares de estudantes têm alertado governos e empresas

para a necessária ação climática, mobilizando a sociedade a agir com mais ambição, respeitamos

todos os jovens que se manifestam pelo clima e pelo seu futuro, são fundamentais para

o progresso sustentável, todos precisamos, sublinho, absolutamente por baixo.

Quem é que emitiu estas declarações?

Precisamente, o ministro do Ambiente do Arte de Cordeiro, é porque eu digo que o alvo

talvez tenha sido errado e eu percebo o ponto da Bianca e é um ponto interessante, podemos

até a certo ponto considerar que esta conferência é uma conferência de greenwashing, agora,

sendo um ministro convidado para dois players que vão ter uma importância altamente essencial

naquilo que é transição climática, porque são eles grandes poluidores, um ministro é

convidado para dar recados para puxar orelhas também, que também serve para essas conferências,

serei-lo o alvo disto enquanto tenho uma posição que eu acho que nunca vi nenhum ministro do

ambiente ter face ao ativismo climático, acho que o alvo é mal escolhido e a forma é uma

forma que pessoalmente eu não adotaria porque acho que no plano democrático há outros

metros de manifestação.

Ainda assim, Bianca, os jovens e estes ativistas pelo clima arriscam-se deixarem de ser ouvidos

devido a este tipo de protestos, acreditas que não?

Eu acredito que não, e acho que mesmo que as ações sejam contraversas...

Até porque com muitas críticas este tipo de ação...

Exato, mas eu acho que um tipo de ação como este, claro que vai ser contraverso, mas

ainda bem que se estão a falar, não é mesmo que não concordem, estamos a discutir isto

aqui agora, porque eu acho que é isso, exato, exato, eu acho que é isso que é preciso

e é voltar a discutir cada vez mais a crise climática, como em 2019 aqueles protestos em

massa fizeram com o que acontecesse e depois meio que amenizou-se um bocadinho e acho que

tem realmente de haver uma onda para que volta a estar em cima da mesa, mas eu queria

responder algumas coisas que o André disse em relação não só ao método, mas também

ao alvo em si, que eu acho que primeiramente em relação ao alvo, eu acho que as palavras

que o nosso ministro são muito bonitas, mas são palavras e acho que o mais bonito era

ele transformá-las na ação climática que nós precisamos que não continua a acontecer.

Em relação a ele estar numa conferência com a GALP e a EDP, que são as empresas mais

poluentes, sim são e com isso estamos de acordo, não estou de acordo com a parte

de que precisamos delas para a transição, porque estas são as empresas que estão a

bloquear esta transição e nós não podemos contar com elas, porque mesmo quando falamos

destas empresas agora terem mais energias renováveis e etc., falamos de uma expansão

energética e não de uma transição e não vale a pena investir mais em renováveis se

ao mesmo tempo não haver um corte de emissões e no uso dos combustíveis fósseis.

E o Duarte Cordeiro também tem aqui uma citação, mas não conteste um bocadinho

diferente, mas em junho o Duarte Cordeiro disse que será possível reduzir entre 85%

e 90% as emissões de gases com efeitos estufa até 2045 e a citação dele foi que devemos

antecipar todas as metas climáticas para 2045, mas isso continua a ser manifestamente

insuficiente e isto não sou eu nem são os ativistas que dizem, é a ciência que nos

diz, que precisamos de um corte de global de 50% das emissões até 2030 e claro que

não, isso não significa que todos os países têm de cortar 50%, mas conforme a responsabilidade

também...

Mas é uma meta possível?

É possível, sim, acho que falta vontade política e não fala apenas do nosso governo,

mas fala dos governos no geral em que não há ambição suficiente e não há planos

suficientes, mas falando também um bocadinho mais do que toca aos planos nacionais existentes,

o primeiro ministro também falou um bocadinho, ele mandou assim uma boca a dizer que o PRR

é uma forma mais eficiente com bater as alterações climáticas do que protestos como este e do

que atirar tinta e etc.

Eu acho isso engraçado, porque de facto no que toca a planos globais, segundo ao NU,

os planos dos governos de todo o mundo levam-nos a um aquecimento de cerca de 3.2 graus Celsius

e ora nós sabemos que precisamos de ficar no limite dos 1.5, se queremos continuar

com um planeta habitável como o que conhecemos, como o que conhecemos como quem diz porque

já está a mudar e já estamos a ver cada vez mais o caos climático.

E ora, de acordo com o relatório elaborado em 2021, e olhando aqui um bocadinho para

os planos que estão em vigor em Portugal, mas mesmo que o governo cumpra as metas apresentadas

em documentos como o Roteiro para a Neutralidade Carbónica, as leis de base do clima, o Plano

Nacional de Energia e Clima, quando olhamos para os números do orçamento de carbono

vemos que ficará ajutados já entre 2026 e 2037.

Portanto, isto tem a ver com o CA2 que nós temos direito a emitir enquanto país até

2100.

Então como é que os planos que nós temos sequer são suficientes?

E eu acho que isto foi uma das coisas que uma das ativistas que se teve envolvida nessa

ação disse quando estavam a atirar a tinta, mas é que realmente a prova de que o governo

não quer saber da transição energética e não está a fazer o suficiente para ela

estar numa conferência a falar deste tópico com as empresas que não só estão a contribuir

para isto, mas estão a lucrar com ela e não me quer alongar muito mais, mas quero só

por aqui também o facto de que isto, no fundo, vendo de uma forma mais simples é, nós tivemos

uma conferência sobre green energy patrocinada por uma empresa, HALP, que no ano passado conseguiu

um lucro recorde de 881 milhões de euros graças aos combustíveis fósseis.

Como é que é possível?

André.

É sim.

Há algumas considerações que eu gostava de ser primeiro, eu acho que é extremamente

injusto dizer que o governo não fez nada pela transição energética.

Mas voltamos à questão de há pouco se calhar, ou seja, durante estes oito anos de governo

foi feito pouco e agora as medidas que são porças em prática são...

Eu acho que não foi feito pouco, no nível da transição energética, das nossas fontes

de energia, nós temos batido recordes europeus, nós estamos a liderar a Europa naquilo que

é transição energética, na utilização de energias renováveis.

Mas onde estão os cortes?

Os cortes a que nível?

Das emissões, porque o que está a acontecer muitas vezes também é uma expansão, claro

que sim.

Mas eu ia precisamente a isso, quando tu refere que HALP e EDP não podem ser chamadas

por esse tipo de conferências, eu pergunto, como é que então vamos cortar se não vão

ser essas próprias empresas poluidoras a cortar, como é que vamos cortar esse tipo

de emissões?

É a grande questão que eu faço, porque eu acho que há claro, e esse é o papel do

ativismo também ao socializar esse grande capital que continua a utilizar as energias

renováveis como um graça para de certa forma levar a sua imagem.

Mas também é importante dizer que se não forem elas a tomar a ação, se não for os

governos a tomar a ação junto delas ou com elas ou contra elas, as reduções não

se vão reduzir.

Agora, num plano de energias renováveis, eu acho que ainda agrava o trabalho que o governo

tem feito.

Isso é uma marca do Partido Socialista desde 2005, eu acho que é uma marca do Partido

Socialista que sempre foi a questão de energias renováveis, e da transição verde, as próprias

barragens, e eu acho que tem sido feito um trabalho interessante, mas eu gostava também

de só deixar uma reflexão e uma questão para a pieng, e eu ouço muitas vezes, principalmente

jovens, perguntarem, porque é que eu vou adotar hábitos mais responsáveis ambientalmente,

desde logo a reciclagem, comer menos carne, poupar de energia, porque é que eu vou adotar

isso tudo, se nós somos uma mera gota no oceano de dimissão de carbono, quando temos grandes

pleias como a China e como os Estados Unidos, e como a Rússia, que estão bem a marimbar

para aquilo que é transição energética, que querem competir no plano internacional.

A minha resposta acaba sempre por ser, um bocadinho, digamos que se não a liderar

e dar o exemplo, e acho que Portugal tem feito isso até na União Europeia, mas eu gostava

também, que é entendido de clima, qual é a resposta que nós podemos dar a esses jovens

e essas pessoas que muitas vezes atiram esse facto, que é um facto absolutamente verdadeiro,

sentimos um bocadinho que nós estamos a empolgar uma pedra que não sai do sítio.

Bianca, queres aproveitar a deixa do André?

Ah, eu quero.

Não, eu quero só começar pela nota, que vamos repetir um bocadinho, mas que de facto,

mesmo que nós façamos muito para expandir as energias renováveis e estejamos a investir

nisso, não serve se isso não vier com um grande corte das emissões que vem dos combustíveis

fósseis, e isto é agora as grandes reivindicações do movimento climático do país, também

o dizem que nós precisamos do fim à era dos combustíveis fósseis até 2030, e um grande

passo para isso é ter eletricidade 100% renovável e acivela todas as famílias até

2025.

Aproveito para dizer também que esta semana a campanha Prego Espoco Clima lançou um relatório

chamado Empoderar o Futuro, Serviço Público de Energias Renováveis, que foi criado com

várias pessoas, tanto cientistas como ativistas etc., que analisaram como realmente podemos

chegar a estas reivindicações.

Mas pronto, mas pegando um bocadinho depois no que o André também estava a perguntar,

eu acho que isso é uma pergunta pessoalmente eu acho já ouvi muitas vezes, e acho que

é muitas vezes a primeira coisa que perguntam também a alguém que faz ativismo por hostiça

climática, então mas o que que eu posso fazer no dia a dia e etc., e acho que, e agora

um bocadinho à parte, até há uma falsa narrativa de pessoas que, se calhar, querem

juntar-se ao movimento climático e acham que não podem, porque não fazem todos estes

actos individuais ditos sustentáveis e acham que não merecem falar sobre isso por causa

disso.

E eu acho que muito simplesmente o melhor que nós temos a fazer no dia a dia e a nível

individual é ativismo e a juntar-nos a um movimento.

Eu também não sou perfeita, aliás, nós ouvimos estes actos individuais a todos que

devemos fazer e devemos ser veganos e usar só transportes públicos e não usar o avião

e isto e aquilo e não usar os plásticos e tudo mais, e eu acho que, e por acaso li

isto no outro dia e achei uma forma muito bonita de o colocar, que é, nós não precisamos

de ativistas perfeitos, eu não sou, ninguém o é, nós precisamos de milhares e milhares

de ativistas imperfeitos, porque no fundo o que vai realmente fazer a diferença é a

força coletiva e infelizmente não é o que eu ou tu ou o Francis que faz no seu dia a

dia e é que vai fazer a diferença no ponto de crise em que nós estamos neste momento.

Isto também em questões matemáticas podemos ir ver os números e ver a diferença que seria

se mil pessoas fizessem todos estes actos e se tornassem quase monos climáticos, o pouco

impacto que isso teria a comparar com o fechar uma central termoelétrica, por exemplo, portanto

também podemos ir por uma via mais matemática e mais objetiva sobre o assunto, mas eu acho

que o de facto é isso, é que realmente todos nós podemos fazer um bocadinho e não é

por de vez em quando eu não poder andar transportes públicos, porque não há transportes públicos

acessíveis que me deixem ir ao sítio que eu preciso a tempo, que não sou ativista

ou que não estou no lado certo da história no que toca esta luta.

E é com este apelo da Bianca que terminamos o primeiro episódio da segunda temporada

do Minoria Absoluta, o cuidar técnico foi da Margarida Adão, este episódio e todos

os outros estão disponíveis em TSF.pt e nas plataformas habituais de podcast.

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Edição de 30 de setembro 2023