Joana Beleza Joana Beleza 3/11/23 - Episode Page - 52m - PDF Transcript

Esta semana, Ricardo Araújo Pereira declara-se Araújo.

Pedro Mexia sente-se capital e João Miguel Tavares confessa-se roto.

Está reunido o governo que os nomes estamos legalmente impedidos de dizer sombra.

Esta semana o Renault etec assume a pasta do coaching, no sentido de ajuda, e nosso

preocupo se não sabe o que é coaching, porque muitos dos próprios coaches também não

sabem.

Estou brincar.

Basicamente, coaching é o processo que ajudar as pessoas a vencer na vida.

E há o coaching financeiro, emocional, para dormir, para arranjar trabalho, para deixar

o trabalho.

Enfim, há coaches especialistas em ajudá-lo em tudo e mais alguma coisa.

Como o Papa, que agora vem a Portugal ajudar milhares de jovens a desenvolver o seu mindset

espiritual, ali, de branco, naquele grande palco a dar uma spread talk de fé e união,

ou então, como o Renault etec, com 32 sistemas de ajuda à condução, um autêntico coach

da estrada.

E pronto, resta-me dizer, assume o volante da sua vida e tenha um excelente approach ao

programa que se segue.

Ora Viva, sejam bem-vindos.

No final de uma semana em que o governo regional dos Açores ficou numa situação de tente

não caias e em que a hierarquia da Igreja Católica esteve na Berlinda, pelo modo como

reagiu ao relatório sobre os abusos sexuais de padres.

Vamos falar destes e outros temas mais atientes, mas começamos brevemente pela entrevista

em que o presidente da República descreveu a maioria do governo como arrecantada e cansada,

embora repetindo, uma vez mais, que quer que a legislatura vá até ao fim.

Qual foi para si, Ricardo Araújo, para a nota dominante da entrevista de Marcelo

Rebeldo Sosa?

Eu vi a entrevista, uma pessoa chegou ao fim e fica com a seguinte sensação, o presidente

da República comunicou-nos o seguinte, o governo não é grande coisa e alternativa, não há,

mas boa noite, boa noite Portugal.

E pronto, e uma pessoa ganha no novo ânimo, fica com a seguinte sensação, não tem dúvidas,

apareceu-me bem, apareceu-me, para que tanto tempo, não é, se bastava isto, bastava isto.

Qual me pareceu, João Miguel Tavares, ser neste entrevista à crítica mais contundente

de Marcelo ao governo, houve várias?

A minha expressão favorita foi da maioria arrecantada, porque havia ali aquele lado de

que também a de Cavaco Silva, a segunda era arrecantada, é nesse contexto que ele

existe.

Ele disse imensas coisas, mas aquele lado mesmo de quem já está no frigorífico à procura

das sobras, já há vários dias, e essa foi uma ideia que ficou ao longo de toda a entrevista,

mas agora, a elogiar, porque nós, eu tenho batido tanto no senhor presidente da República,

principalmente aqui há um atrasado, foi uma ótima entrevista, é que ela é sempre

muito divertido, porque não há muita diferença, de facto, entre o ano na lista e o presidente

da República, a gente está a ver aquilo que parece que estamos a voltar ao passado,

ah, são realmente soldados quando eu fazia estes comentários, só que depois lá pelo

momento, de repente falam, ah, começa a falar de dissolução e dos poderes de dissolução,

e aí a gente lembra, sabe, por acaso ele é...

De que não abdica, fez questão de dizer.

De que não abdica, e aí a gente fez é quando lembra-se que ele é presidente da República,

mas é mesmo, justiça seja feita a Marcelo, ele criou um estilo que era só dele, nunca

ninguém tinha inventado isto antes, e possivelmente não vai ver depois, e isto inclui todos os

países do mundo, porque eu não conheço mais nenhum país do mundo, nenhum presidente

comentador.

Um presidente comentador destamanaga, mas o comentário foi excelente, a análise do

país eu também me identifico com ela em boa medida.

Como é que entende a distinção, introduzida pelo presidente, a respeito da situação

na direita, Pedro Mestia, entre maioria aritmética e maioria política?

O presente é que há uma maioria aritmética e não há uma maioria política à direita.

Quando se está a reformar uma maioria não mono a partidária, portanto, no fundo, uma

maioria parlamentar, não é irrelevante qual é a diferença de forças entre os vários

membros da coligação.

Nós temos um modelo histórico à direita em Portugal, é um partido grande aliado

com um partido pequeno, o CDS, em que o CDS tinha sempre alguma coisa a dizer, e até

teve importância em algumas decisões do PSD, mas era à medida do seu tamanho.

Se temos o PSD coligado como, por exemplo, dois partidos médios ou um partido médio

e um pequeno, então a correlação de forças é diferente, as sedências são maiores e,

portanto, isso também pesa no eleturado.

Saber se o PSD vai governar com o programa do PSD ou com o programa de um dos seus possíveis

parceiros e que parceiros são é importante para quem vota e é importante para o programa

do governo, nomeadamente.

E alterar a ecologia de qualquer coligação que vai existir, é provável que ainda voltemos

a falar da entrevista, uma vez que o presidente analisou boa parte dos temas que também vão

estar aqui em análise, vamos então à distribuição de pastas desta vez com um ministro do Virar

de Páginas, o Ricardo Araújo Pereira, mas é a última página ou será ainda que o livro

está a meio?

Ou seja, somos leitores diferentes, eu acho que o livro ainda está a meio, mas Fernandina

quer convencernos a todos que já estamos naquela página final a dizer, este livro

foi composto com os caracteres, não sei o que é e tal, e acabou-se.

Colofum.

Colofum, mas não me dá essa sensação.

É só o Colofum.

É o Colofum.

E portanto, aquela conferência de imprensa de Fernandina a propósito da TAP, tinha-te

sempre este tom de, pronto, e não se fala mais nisso, e se Deus quiser, não se fala

mais nisso.

Está bom?

Justamente.

Estamos a falar da vassourada que o Governo deu esta semana na TAP, demitindo os dois

principais responsáveis pela Administração da Empresa.

Considera que se impõe, neste momento, um virar de página na gestão da empresa, um

virar de página que recupera laços de confiança da TAP com o país, que devolva sobriedade

às práticas da empresa.

O Ministro das Finanças anunciar maior sobriedade daqui a andante, o que é que este desejo

se põe, Ricardo Araújo Pereira, em relação ao que estava a acontecer anteriormente na

gestão da TAP?

Que até aqui a gestão da TAP estava a ser feita com o teor alcoólico bastante elevado,

não só, e mais, eu não sei se é esta sobriedade.

Eu acho que eu soube uma beba da Pérego Monsanto.

Exatamente, não é só para a gestão da TAP, especificamente, é também para a tutela.

Eu acho que é, acabou-se a bobadeira.

Agora está aqui, chegou um senhor que eu soperei no balão e esduapto a tutelar a TAP.

Considera que se fez justiça no afastamento dos dois gestores ou vê-os como bodes expiatórios

deste processo?

É, lá está.

Eu acho que vamos agora descobrir isso.

Vamos descobrir isso porque me parece que há ainda um debate jurídico para fazer.

Imagino que estes dois gestores despedidos, isto ainda vai gerar um debate jurídico,

que há coisas que os demitidos sabem, esse debate jurídico vai ser feito em dois planos,

não é?

Vai ser feito em dois planos, no plano jurídico e no plano das fugas para jornais, que é

o plano que eu confesso que me agrada mais.

Nas fugas para jornais vai contribuir para o debate, há coisas que os demitidos sabem,

além das coisas que a Alexandre Arrês também sabe, porque a Alexandre Arrês também vai

ter que devolver 450 mil euros, eu acharia desagradável, o que é que tu achas?

É uma alusada da TAP.

Sim, então põe-me aqui lá à frente e depois agora devolva.

E ainda há comissão de inquérito?

É, comissão de inquérito.

Eu não devolvia, não.

Eu não devolvia.

E ainda há uma questão a responder, que se a saída da Alexandre Arrês foi tóxica

a ponto de justificar a demissão da Presidente do Conselho da Administração da TAP e do

Presidente de, não sei o que, da TAP, a sua contratação para o Ministério das Finanças

a seguir a isso não será também suficientemente tóxica para motivar a demissão de mais

alguém, mesmo que essa alguém agora esteja completamente sóbrio?

Não sei.

O governo conseguiu realmente encerrar este caso ou estando o assunto a ser investigado

pela Comissão Parlamentar de inquérito pode vir a provocar mais estragos políticos

Pedro Mecia, nomeadamente estes que o Ricardo estava a se sugerir.

O governo já fez muitas vezes este número em vários ministérios e em vários dossiers

que há um problema, quando ele se torna indegável, o governo toma uma decisão qualquer mesmo

que é o suficiente e diz que está tudo resolvido.

Neste caso está tudo resolvido por definição, porque quem são os culpados foram as pessoas

que se demitiram ou que foram demitidas, portanto não sobra ninguém, já está resolvido,

só que isso não se resolve assim, em parte pelas razões que o Ricardo disse e que tudo

também é assim na last, vai ver a Comissão de Inquérito que embora possa estar um pouco

esvaziada, não está verdadeiramente esvaziada, pode continuar a trazer elementos para este

processo.

Há as fugas para a imprensa, há a própria imprensa mesmo sem fugas que deve enterar-se

do que se passa e depois há sobretudo isto.

Não é que resolvido este caso da CIO e não sei o que é mais, tudo esteja tranquilo

na TAP, o caso da TAP, os problemas com a TAP e os escândalos com a TAP antecedem este

caso particular, esta organização particular, esta gestão particular e nesse e no caso

da TAP o governo quis nos convencer de que nós sempre quisemos privatizar, o que não

é verdade, nós sabemos isso, toda a gente sabe isso.

E portanto não só este caso não está resolvido.

Há batalha jurídica também com a...

A batalha jurídica, não só este caso não está resolvido, mesmo que este caso estiver

resolvido, o caso da TAP não está resolvido, porque o caso da TAP é maior do que uma questão

de modernização, ou quem é que admite o quem, ou se foi o órgão legalmente competente

e se tudo são coisas jurídicas, interessantes e com consequências, mas o caso da TAP não

se vai embora.

Deixamos-nos dizer que a primeira coisa que a Comissão de Incarite tem de esclarecer,

obrigatoriamente.

Essa é Vidner ou Widener?

Marica, a senhora é francesa?

Não, a senhora é francesa, mas parece que o marido é inglês.

E o...

O apelido é do marido?

É o apelido é do marido.

Mas em França, de certeza, que não dizem o Widener.

Mas isso não vai valer um bom debate, é porque o marido é o Widener, o marido é o Widener.

Para nos centrarmos essencialmente.

Sim, se o marido é o Widener e ela é francesa, é o Widener ou é Vidner?

É uma boa questão.

Eu espero... olha, é para isso que a Mariana amor está a água?

Sim.

Espero que esteja lá.

E faça perguntas.

Pergunta acotilante.

Perguntas acotilantes para se amecer o Widener.

Para que a linda de Souze era linda de Suze.

E portanto, se é um estúdio al de francesamente dos nomes.

E mesmo neste canal, eu consoante o jornalista Clê e a sua peça, é Widener, é Widener

e também a terceira dos homicídios.

Há terceiras formas.

É muito, muito divertido.

É complicado.

Entretanto, há a questão dos documentos pedidos pela comissão de inquérito atape

e a recusa dos criatórios e advogados que acessurou a companhia aérea dizendo que

esses documentos estão sob sigilo profissional, o que é que poderá haver de significativo

e de sensível nessa documentação, João Miguel Tavares.

Não sei, mas eu...

Estou à espera do melhor.

Espero que o sigilo seja levantado e que nos mandem a documentação.

Já não há documentação, não há grande documentação, que era tudo, vai era decidido

por emojis?

Não.

Era...

A parque que era decidida pela emojis, segundo o relatório da inspeção geral de finanças

não teve grande problema, os emojis são permitidos.

Parece que a documentação dos advogados é que tinha que ser mais sólido do que aquilo

que foi.

Eu, ao contrário de muita gente, olhe sem tanto entusiasmo para aquele relatório da

inspeção geral das finanças.

Eu tenho teorias conspirativas sobre o assunto.

Enfim, não só assim, tão conspirativas, mas é muito notório o duplo padrão que a

inspeção geral de finanças aplica aos políticos e aos administradores da TAPA.

E aquilo é muito difícil de sustentar em termos de lógica.

O presidente da República defendeu o relatório e defendeu a inspeção geral de finanças,

desde que como sou lá...

Repara, há uma parte que parece indiscutível, é que aquilo não podia ser feito daquela

maneira.

O Andréz não podia sair daquela maneira com aquelas justificações jurídicas e

levar 500 mil.

Isso é indiscutível.

Portanto, nessa parte, o relatório parece ser sólido e ninguém tem muitas dúvidas

disso.

O ponto é o seguinte, é que depois o relatório está a poder determinar o tipo de responsabilidades,

responsabilidades civis e tudo isso.

Aquelas responsabilidades que levam Fernandina e Galamba a dizer tchau, despedidos com os

vota-causa.

E aí, as responsabilidades que são sacadas à administração e aos políticos não têm

nada a ver com as outras, porque os políticos safam-se com o seguinte argumento, que é...

Os políticos, que é, que é, que o João Galamba chegou agora à pasta.

Não, mas os políticos do modo geral envolvidos naquele caso, os antigos ministros das finanças,

do secretário de Estado, ministros das infraestruturas, porque o relatório diz que estas pessoas

não têm responsabilidade civis que possam ser apuradas e responsabilidades financeiras

por aquilo que aconteceu, por o aráquio público e, enfim, ter sido de lapidade, daquela maneira.

E o argumento é o seguinte, de facto, aquilo não podia ter sido feito, mas eles não

faziam ideia, eles não sabiam.

E como não foram instruídos pelos serviços que aquilo não podia ter sido feito, a responsabilidade

delas é nula invocando, como interessa, uma lei que vem desde 1933, portanto, uma lei

de Estado novo, que é enfocada no relatório da inspeção de grau de finanças.

Mas quando saltas para a responsabilidade dos administradores, é o contrário, é, eles

são responsáveis mesmo que não fizessem ideia que aquilo era ilegal.

E isso, eu acho que isso é absolutamente insustentável, porque eles foram assurados

a claramente um duplo padrão, e eles foram assurados por escritórios de advogados.

Não é?

Como é que tu podes dizer que a CEO é despedida por justa causa, porque ela tem cometido uma

ilegalidade?

O que é que ela vai dizer?

Desculpe, de um lado era Amorais Leitão, do outro lado que ela é SRS Devogados, dois

escritórios de advogados super prestigiados, chegaram aqui e disseram que esta é a solução

jurídica para o problema, e agora é despedida por justa causa porque a solução é ilegal,

mas não é que nem português fala?

Ela é lega suposto que comeceu o Closulado e o Estatuto do Estatuto Público e ele achou

aplicado a TAP desde o doutor, porque de 2020, desde que ela foi renascida.

E essa é a lega de tudo isso que estás a dizer, é a lega de tudo isso que estás a

dizer.

Com certeza.

E a lega que não foi ouvida, que é uma coisa inexplicável, e eu acho que ela tem toda

a razão, portanto ela agora é ensutada.

Daqui a um par de anos estamos de apagar uma churra da ininização.

E não são 500 mil, e eu estou mais te convicidíssimo que isto realmente é uma vassurada política

como tu dizias.

O político que estou a acrescentar, a vassurada foi tua.

Entregamos ao Ricardo de Aros Pereira, pasta de ministro do Virar de Pagina, quanto ao

Pedro Mechia, quer ser desta vez ministro da confiança zero, com ou sem perdão Pedro

Mechia?

Já lá vamos ao perdão.

Te falou-se muita propósita da maneira como se lida com os casos de abusos sexuais da

tolerância zero.

Mas e felizmente a maneira como as coisas foram conduzidas pela Igreja Portuguesa, e

também já há a expressão Igreja Portuguesa, que é um pouco redutor e enganadora, estamos

a avançar para a confiança zero, confiança zero na Igreja, porque o que demora na reação

ao relatório, a confiança de imprensa sobre o relatório, e depois as justificações

sobre o que se disse na confiança de imprensa foram, e eu vou citar pessoas desde António

Lobos Xavier, José Bernal Poreza, católico.

António Lobos Xavier que sugiriu que houvesse manifestações da rua.

O manif do Pategacate.

Mas e para isso, o tipo de opiniões católico que vou falar de figuras públicas, mas toda

a gente, conhecerá católicos que exprimiram estas opiniões em privado nos últimos tempos.

Falta de coragem, legalismo, clericalismo, bizantino, extreminológico, houve umas discussões

extreminológicas, suspensão, não é bem suspensão, desconversa, somsice, houve tudo, houve tudo.

E portanto, nós dissemos, bom, a Igreja vai demorar três semanas a reagir, mas, pronto,

tem o seu tempo, mas quando reagir, os católicos, e os não católicos, porque isso não diz

respeito aos católicos, isso é uma questão muito importante também de notar, vão ficar

esclarecidos.

E, no entanto, vimos alguns dos responsáveis bispos, nomearamente, dizer que o arrependimento,

que o arrependimento, digamos, resgata a culpabilidade quando estamos a falar não

é apenas de pecados, mas de crimes, que é ofensivo falar em anonizações e que não

é católico.

Acho que é o diceso de Bossa, não é católica.

Eu acho que o senhor madrugador quer nos pegar as imagens.

Não eu sei, mas desculpa, mas eu não queria terminar a minha lista.

Se o Ricardo pode falar de uma e fica, eu também posso falar da Igreja.

Cada um com a sua religião.

Desculpa.

Que não há listas no... que só há uma lista de nomes sem mais nada quando a comissão

diz que há testemunhos cruzados com arquivos, com documentos em arquivos, e que não pode

haver suspensões quando até há suspensões em processos disciplinais administrativos.

Portanto, uma desgraça.

Nós estamos a falar das reações da hierarquia católica ao relatório dos abusos sexuais.

Mas se o quer endereço que está uma coisa.

Na Igreja, o Cardeal Patriarca de Lisboa considera que falar de anonizações às vítimas...

O Pedro Mexiz já fez spoiler, mas pronto, é a questão que nem se coloca.

Eu até acho isso um bocadinho, desculpa, minha expressão insultuosa para as vítimas.

É porque as realidades das vítimas não valeram nenhuma delas em indenização.

As vítimas não vão ser indenizadas e o modo como este tema tem estado a ser tratado

diz o Bispo de Berja é pouco católico.

Todos somos pecadores.

Todos somos limitados, todos temos falhas.

Esta maneira de abordar as coisas não é muito católica.

Na Igreja Católica existe o Perdão.

O Perdão é um novo nascimento.

Portanto, se realmente as pessoas estão arrependidas do que fizeram e fizeram penitencia e repararam

o mal que fizeram, não sei, se há este novo nascimento que o Perdão nos oferece, isso

é importante.

Não podemos desvalorizar isso.

Mas considera que se devia vir à justiça ou apenas do Perdão?

Já respondi a isso.

Ou seja, a justiça é como que a estrutura que segura, que dá firmeza a este edifício

que é a caridade, que é o Perdão, que é a misericórdia.

São João Marcos, o bispo de Beja, a pedir caridade, perdão e misericórdia.

Consegue encarar estas declarações para a justiça de uma forma misericordiosa e

caridosa?

Estas declarações estamos a falar do bispo que se esqueceu de responder, isto convém

enquadrar.

Não ficas com saudades do tempo em que ele se esquecia de responder a perguntas, quando

ves que quando ele lembre de responder, dá isto.

Por que houve muitos esquecimentos convenientes ao longo dos tempos?

Mas devo dizer que é injustiça dizer a Igreja, porque nós tivemos intervenções,

nomealmente, do Asmisspedevra, do Bispedangra, do Bispo Aceliário de Braga, do reitor do

Seminário do Meio de Coimbra, e todos eles pareceram perceber que a Igreja tem que tirar

conclusões e claras, radicais, visíveis, consequentes, imediatas, tudo isso, que não

está a ser, e que não é ver agora um bispo a dizer o que é dizer suspensão no Código

Direito Canónico, por oposição ao Código Civil.

Isso foi o bispo a guiar?

Isso foi o bispo a guiar.

Má deméco.

Isto foi, isto não foi no Código Direito Canónico, foi nessa orientação.

Isto é empatar, isto é empatar e, portanto, eu devo dizer que não me lembro de ouvir

uma opinião tão crítica à Igreja, à hierarquia da Igreja Católica, é uma parte hierarquia

da Igreja Católica entre os católicos, e eu acho que a Igreja não está a perceber

bem o que isto pode custar.

Eu já nem quero dizer em termos da reputação da Igreja, porque a Igreja não é coca-cola,

mas não é uma empresa que está acotada em bolsa, mas é da imagem que as pessoas têm

em relação à Igreja, deixa-me só dizer que é uma medida positiva, que é retirar

e os padres das comissões de Ocesanas, porque é obviamente uma pessoa abusada por padres,

não vai falar a padres.

Entretanto, o presidente da Conferência Episcopal veio à entrevista ao Espresso fazer

um ato de contradição.

Aquela comunicação naquele dia não foi fácil, não foi adequada, e eu também não fui

feliz, não correu bem.

E isto eu assumo.

E há outras circunstâncias que podem ter, mas eu assumo que não consegui passar aquilo

que eu levava para dizer.

Dom José Ornelas, a admitir que não se exprimiu bem foi, portanto, um problema de comunicação.

Será este meio à culpa suficiente para ultrapassar os estragos reputacionais dos últimos dias,

João Michal Tavares?

O grande Dom José tem um dos versos que eu gosto muito, que diz qualquer coisa assim,

faça as suas orações uma vez por dia, depois manda consciência junto com os lençóis

para a lavandaria.

E às vezes é o que isto parece.

Eu acho...

Eu também tenho outro verso, escolha se aplica bem, que é, estudo esclarecendo para te

confundir.

É, eu não sei se é isso, mas às vezes existe, eu acho muito bonito pedir perdão,

e desculpa, e a Igreja é especialista nisso, aliás, é parte da sua essência.

É parte da sua essência, sabe?

Mas, andar a pedir desculpas com esta facilidade e com esta recurrência, após declarações

infelizes, atrás de declarações infelizes e atrás de declarações infelizes, é muito

pouco convincente, é muito pouco convincente.

E o que se passou em Fátima, que foi evidentemente uma conferência de imprensa muito triste,

foi o seguinte.

A Igreja tentou, tentou fazer um exercício muito habilidoso, e simultaneamente, tendo

a contar aquilo que está em causa, realmente repugnante para quem lá está dentro.

E o exercício é o seguinte, é dizer, de facto, há muitos pedófilos dentro da Igreja, temos

muito a pena disso, estamos muito arrependidos, mas a estrutura da Igreja é como se não

tivesse responsabilidade.

Ou seja, porque aqui tivemos a Zag, é aqui e é na sociedade inteira, e sobretudo é

na família.

Para não disseram que era vítima, já não foi mal.

Exato, já houve quem dissesse.

E isso, absolutamente, ele não aceitava por que o ponto é precisamente esse.

E claro que pedófilos existem todo lado, existem na escola, existem na casapia, mas

não existia uma estrutura da casapia, que agora agarrasse nos funcionários da casapia

que fossem pedófilos e os mandassem para outra casapia e depois para outra casapia e depois

para outra casapia e tentassem apagar tudo.

E essa é uma responsabilidade coletiva da Igreja que existiu, e não existiu só porque

eu estou aqui a dizer isso, o Papa já disse que existiu, o atual Papa.

E portanto, a Igreja tem que se consciencializar disso, portanto, e Dom Manuel Clemente, que

é uma pessoa que custa porque qualquer pessoa que ele tenha lido os seus livros e conhece

a sua estatura intelectual, a afirmação de quem é insultuosa para as vítimas pedidinizações,

é realmente insultuosa e portanto tem cita de colegações infelizes, atracita de colegações

infelizes, pois vem agora Dom América Guiara inventar a história da suspensão, que são

coisas tristes.

Deixamos só terminar dizendo isto que o Pedro estava apecando a minha refeica e a Igreja

não é toda igual.

E é bom saber que o facto não é...

E os bipos são divididos, nós sabemos isso.

Então ainda agora, antes de ir para cá, estava a ler um comunicado da diocesse de Braga

e o comunicado estava certo da primeira linha, a última linha.

Olhem para o que eu disse, a diocesse de Braga e copiam as outras diocesse, porque o que

se passa a isto é que como as diocesse têm uma grande independência, o senhor de Beja

está a dizer barbaridades daquelas como se vivessem em 1965, há outras pessoas que

já perceberam o que está em causa, mas não conseguem falar uma só voz, esse é o problema

do Ornão, mas o Ornão está a tentar fazer uma ponte entre coisas que não têm...

Elas não estão só a dizer barbaridades, mas estão a refletir a sua discordância

profunda a bispos portugueses que discordam do Papa nesta matéria.

Claro, claro.

Atenção, é isso que se trata.

A cúpula da Igreja, Ricardo Rousseira, não percebeu a gravidade do que está no relatório

ou será que julga ter ainda um poder de influência na sociedade que pelos vites já

não têm?

Eu não sei se não são as duas coisas, seja que se elas não percebem por causa do poder

que julgam ter e já não têm.

Uma das indicações de que isso acontece é que elas continuam a falar em pecado, o

pecador, não sei o que, somos todos pecadores, somos todos limitados, não, pecador sou eu

e com força, eu tento, por exemplo, eu todos os dias peco todos os dias e as pessoas podem

dizer olha por que isso hoje, agora aquele se levanta, é lá duas sobremesas e segula

a bosse sexual de crianças, é de outra ordem, é de outra ordem, não é repetir um pudim,

não, não, isso repetir o pudim quando já está cheio é pecado, não é, que é gula?

Também é pecado, mas é clima, ao mesmo tempo é pulmula.

A bosse sexual de crianças é crime, portanto isto não são, não sei onde é que encontras

um padre que te diga que repetir um pudim é pecado, mas está dentro, não sei que

abados é que tu frequentes, olha, se for um brilhinho abado de frisos, e se eu já

tiver comido o meu inteiro, ah, portanto é isso, isto não são pecadores, são criminosos,

o pecado redime-se na Igreja, o crime, é realmente preciso ir para a prisão.

Essa situação tornou-se de facto bastante significativa quando Lobos Xavier apela uma

manifestação de rua, por acaso é interessante ver como em Portugal não é comum haver manifestações

na Grécia, por exemplo, houve um acidente de ferro aviário e estão a partir de tudo,

há manifestações enormes.

Não era preciso essa parte, era só movimentação cidadã sem a parte de parte de coisas.

O Pedro Mexia fica então ministro da confiança zero, e é a vez do João Miguel Tavares se

tornar ministro da violência doméstica e do discurso de ódio, e o que é que traz

esses dois assuntos para a hora do dia, João Miguel Tavares?

Bom, vai existir uma conferência parlamentar anunciada pelo PS.

E a intenção de legislar sobre esta matéria, parte dos socialistas.

E como eu acho que… E já agora vê-se a intenção de legislar

sobre esses temas, ver com regozismo ou com preocupação?

Não.

É isso.

A questão da violência doméstica é das questões mais sérias na sociedade portuguesa,

em todas as sociedades, mas com uma grande incidência, certamente em Portugal, em Espanha,

onde é uma verdadeira tragédia e onde faz sentido as todas as iniciativas legislativas,

do que for reflexão sobre o tema, é absolutamente fundamental.

Mas e depois, há este de juntar de linhas, que é… E já agora aproveitamos e criminalizamos

o discurso de ódio sexista.

E não por acaso, temos uma conferência, quatro iniciativas legislativas sobre a violência

doméstica e o título das notícias todas que eu vi é que o PS está a preparar a criminalização

do discurso de ódio sexista e aqui é que já estamos mais uma vez a misturar coisas,

não devem ser misturadas quando os ensúcios sobretudo são tão graves, porque toda a

gente sabe o que é a violência doméstica e depois desconfio que já ninguém vai saber

bem o que é que é discurso de ódio sexista.

E mais do que isso, e quando confrontado com esta iniciativa parlamentar, o deputado

Eurico Parilhante Dias, líder da bancada parlamentar do PS, afirmou o seguinte, que

há um crescimento do discurso misógino e machista.

Eu não sei que dados é que o Eurico Parilhante Dias tem, é aquilo que eu vejo à minha volta

dos meus filhos, dos colegas dos meus filhos e, portanto, eu, porque sou pai de uma determinada

idade, acabo por contactar com, não era só online, eu acabo de contactar com uma realidade

vasta em termos de juventude, eu não noto nada disso.

E as pessoas confundem uma hiper sensibilidade, ou hoje em dia aquilo que se passa que é

uma muito maior sensibilidade em relação a certos temas, como seja o discurso de ódio,

a questão de homofobia, com um agravamento factual da homofobia ou do machismo que não

existe, ou do racismo que não existe.

E eu gostava que as duas coisas fossem separadas, elas não são iguais e, portanto, nós estamos

aqui a falar de uma iniciativa que é muito importante no treino da violência doméstica

que depois corre o risco de lá, vimos outra vez com as conversas dos discursos de ódio,

da linguagem e confundindo mais uma vez aquilo que é do domínio da linguagem, que é do

domínio de dados concretos, violentos e essa confusão é muito perigosa.

A iniciativa da bancada socialista é a reação para ser do Conselho Econômica e Social

que é a ponto de falhas no combate à violência doméstica, como preocupantes lhe parecem as

conclusões deste estudo?

Ricardo, eu espero.

Muito preocupantes e a reação às conclusões também, porque as conclusões do estudo são

alacunas gravíssimas na proteção imediata da vítima nas 72 horas posteriores à queixa,

falta formação à polícia para saber se quer que este mecanismo de proteção da vítima

existe, as polseras eletrónicas não são controladas, não há monitorização nem fiscalização,

quem se tem que sair de casa é a vítima e os filhos e não o agressor, solução, criminalizar

o discurso de ódio.

E, portanto, a questão é a seguinte, nós já temos uma lei que criminaliza as palavras

quando elas causam um dano, o que é que se pretende aqui, o que é que se pretende

criminalizar além do que já está criminalizado pela nossa lei, em que medida é que se quer

ir além da lei que já existe?

Segundo, qual é a definição de discurso de ódio?

Eu recordo que a última vez que no Parlamento uma deputada tentou definir discurso de ódio,

disse que era um discurso de ódio às seguintes expressões, eu acho que ela não nos representa,

eu sinto-me enganado, fui induzido em erro, ninguém presta, não se pode confiar, não

vale a pena votar.

E, portanto, é de facto difícil definir discurso de ódio e rapidamente se pode deslizar

para que meras críticas sejam discurso de ódio.

E não é esse o problema aqui, o problema é o que está identificado por aquela presidência.

Esconder os problemas principais, porque vai toda a gente andar outra vez com a conversa

ou que e não ou que.

E nesse parcer do Conselho Econômico Social há recomendações sobre o que fazer para

melhorar o combate à violência doméstica, como é que vê estas recomendações que

estão neste relatório Pedro Mexia?

Sim, eu acho que eu suponho que uma parte há uma questão de facto em relação ao número

de preocupantes homicídios em contexto conjugal, e depois há aquilo que eu penso que o relatório

toma como objeto de tudo, que é a violência online, a violência no sentido amplo do tempo.

Eu concordo com o que o João Miguel da Cumbicar disseram, no sentido em que tudo que seja alterações

legislativas ou processuais para tornar a punição da violência doméstica mais eficaz

e mais rápida é bem-vinda.

Entraram naquilo que o próprio líder da bancaia do PS chamou uma linha tênue sobre

o que é discurso de ódio, porque sempre que ouvi alguém falar de um caso de violência

doméstica e descrevendo o que é que passou, eu nunca tive dúvida que aquilo era violência

doméstica.

E no entanto já havia muitas pessoas chamarem crimes de ódio a opiniões que eu não considero

discurso de ódio.

São opiniões, e se queria dizer, por exemplo, que nenhuma opinião extremada em nenhuma

matéria podia ser radical politicamente, não se podia ser radical em nenhum campo

onde as pessoas se exprimem, eu acho que isso é mais do que uma linha tênue, é uma linha

vermelha.

O João Miguel Tavares fica-se ministro da violência doméstica e do discurso de ódio,

estão entre as pastas ministeriais para esta semana.

A altura agora para sabermos porque é que o João Miguel Tavares ainda de novo, ele

se confessa roto.

Cuidado com os mal-entendidos.

Eu tenho um caso muito nada mal-entendido.

Aqui eu quero falar, parece-lhe um mal-entendido ou um desentendimento mesmo?

Ou uma estratégia?

Não sei se não é uma estratégia.

O que está em causa é o rompimento do acordo que viabilizava o governo dos assores, percebeu

as razões para que o dito acordo tivesse sido declarado roto.

Sabe que é muito engraçado mais uma vez quando nós lemos as notícias, porque a notícia,

as notícias quase todas sobre este tema, é totalmente centrada no facto da iniciativa

liberal ter saído e o outro deputado, que já foi do cheiro e que agora não é do cheiro.

E ninguém se dava o trabalho de aprofundar as razões.

Enfim, podemos achar que são os jornalistas que esqueceram-se de fazer todo o seu trabalho

e ir lá perguntar, mas exatamente o que é que se passa?

Há uma razão obstrata, que é nós assinarmos um acordo e o PSD não está a cumprir.

Mas o desinteresse pelas verdadeiras motivações é realmente significativo, porque o que interessa

basicamente é estar dentro ou estar fora, porque o que se passa é que todo Portugal

está a projetar os assores naquilo que podem ser futuramente umas legislativas e, neste

caso, até que ponto Rui Rocha, que é o novo líder da iniciativa liberal e que já disse

com uma clareza gigantesca que nunca se vai aliar ao cheiro, pode também estar a que

marcar a sua oposição, até porque o deputado dos assores parece que é muito próximo dele

e dizia, olha, afasta-te.

Isso é significativo, mas também é curioso, por outro lado, que é aparentemente podiam

agora a própria oposição avançar com uma moção de desconfiança ou de confiança.

E...

De censura, no caso.

De censura.

Mas ninguém está muito interessado.

Sim.

E isso também é bastante curioso, porque parecia que era uma solução terrível, mas que agora

ninguém quer ficar com o lavel de estar contribuir para a ingovernabilidade ou para uma situação

política de crise.

E portanto, de projetar-se agora nos assores, a maioria é a absoluta que aconteceu em Portugal.

E estes jogos políticos são bastante interessantes, é uma espécie de microcosmos onde se pode

jogar, uma espécie de laboratório para ver o que pode acontecer no continente no futuro.

Este cenário de crise política nos assores, de seu ponto de vista, é para mexer que consequências

poderá vir a ter e que partido poderá vir a penalizar mais.

Bom, e se depende da solução para a crise ser eleições ou não.

É muito difícil que uma maioria que foi cozinhada por um deputado e que, entretanto, já teve

vários golpes e que, de repente, mais alguém salte fora, não justifique eleições.

Eu acho que seria aconselhável a ver eleições e esclarecer essa questão.

E portanto, quem vai ganhar, a vende eleições, quem vai ganhar é quem ganha as eleições

ou quem se libertar dos outros parceiros ou subir a sua votação.

Mas deixe-me só dizer em relação ao que o João Miguel disse, que as pessoas estão

a ler aquilo com olhos continentais, porque o PSD optou por uma opção que nos permite

ler aquilo com olhos continentais.

E, portanto, isso é um defeito de fabrico, é um defeito de fabrico, o PSD, ao tomar

aquela decisão, inquinou aquela decisão com uma leitura política de balão de ensaio,

de possibilidade de entendimento, assim ou não, portanto, não se pode encaixar disso.

E esta situação com olhos continentais, Ricardo Douros Pereira.

Sim, é exatamente isto que o Pedro disse, esta solução que teve impacto continental,

porque toda a gente projeta no continente aquilo que aconteceu ali, entretanto, já

houve, pelos vistos, o Chega já disse que se arrependeu, porque o PSD já não fazia

aquilo assim, a iniciativa liberal agora quer sair, e o PSD, bem sei, bem sei, agamou-se

irresponsável, que é muito curioso também, semana sem semana não, e o PSD arranjou um

grande sarinho ali, porque é tal coisa, toda a gente projeta para o continente, o que

ali aconteceu.

Estás curioso, por que o João Miguel Tavares se declara roto, quanto ao Pedro Mestia disse

sem ter-se capital, e já nisso um projeto ou apenas uma ambição, Pedro Mestia?

Bem, para implementar tudo, há projeto, há ambição e há reconhecimento.

Quer falar dos zuns-uns sobre a grelha de partida socialista na corrida à Câmara de

Lisboa, não será ainda cedo para isso, tendo em conta que as eleições autárquicas

em condições normais, se não houver nada de nómalo, serão apenas no outono de 2025.

Talvez seja, mas foi a própria Marta Temido, quem agora se fala como possível, candidata

à Lisboa, que admitiu essa possibilidade.

Atenção, Marta Temido não desapareceu depois de ser ministra da Saúde, ela é deputada,

líder da Conselhia, os vários pessoas do PS falam do seu capital político, da sua

empatia nas ruas, etc., etc., e portanto, a possibilidade não desmentida pela própria

e dela crescer, candidata à Câmara de Lisboa, tendo direto a cê-la.

Há dois problemas para mim muito rapidamente sobre isso.

Uma é que, aparentemente, havia um candidato bem posicionado e que é uma pessoa, devo

dizer que do atual governo, uma pessoa que me parece mais inatacável, que é o Ministro

do Arte Cordeiro, que é uma pessoa, tudo que eu tenho visto, uma pessoa séria e preparada

e portanto, seria um bom candidato.

Pode não querer que a gente tivesse para perder isso, outra questão, ainda será ministra

em princípio na altura.

E depois é que, independentemente do que nós achamos de Marta Temido, Ministra da Saúde,

nós tivemos esta semana passada uma Marta Temido que, honestamente, não estava à espera,

que é a Marta Temido que se desdise e que diz que os operadores privados e do setor

social foram essenciais para a resposta da pandemia.

Isto é preciso ter muita lata, porque nós ouvimos o que ela disse repetidamente em

entrevista comissão, plenário, desprezando, aliás, com um caráter ideológico assumido

e eu não tenho nada contra as ideologias, uma indisponibilidade a esses setores e, portanto,

agora está a desdizer-se, é de quem está em campanha para qualquer coisa isso.

Eu acho que esse é um preço que não devia ser pago para essa candidatura, ao próprio

candidato.

Eu acho que poderão vir a ser os trunfos de parte a parte num confronto do Temido Moedas,

Ricardo Raus Pereira, na Câmara de Lisboa.

Carles, trunfos que Marta Temido pudesse ter, alguns foram com o desgaste, foram ficando

desgastados, lá está, com o desgaste da governação e com as trunfos que ela pudesse

ter por causa do modo como a pandemia foi gerida.

Até o Almirante já está embaixo nas chondagens.

Até o Almirante já, é isso, portanto aquilo foi um balão que desinchou rapidamente e

há uma grande desvantagem que parece-me evidente que a vida da Marta Temido começou a correr

muito pior desde que ela é militante do PS.

Enquanto ela era independente, eu acho que a vida corria melhor do que a partir do momento

em que ela opteva o cartão.

É uma questão para ela pensar.

Que leitura política, João Miguel Tavares faz do facto de Carles Moedas já ter vindo

reagir à hipótese de uma eventual candidatura de Marta Temido.

Então, ele provavelmente acredita, como nós, que se calhar é realmente a hipótese mais

provável que está em cima da mesa e começou a posicionar-se em relação a isso.

O Pedro que falou na empatia nas ruas com a Marta Temido, que será um argumento do

PS, claramente não deve ser nas mesmas ruas por onde eu ando, porque é a empatia com

a Marta Temido.

Mas já haviam na rua?

Não, eu não vi na rua, mas sei é a empatia que a minha rua tem por Marta Temido e essa

raça.

Mas tu revisa de uma rua fina.

Essa empatia não é grande.

Eu tenho dúvidas que o SNS não vai para melhor.

E ela, para tudo ser feito, ela não é só a cara da pandemia, ela é cara de algumas

das decisões mais erradas que foram tomadas nos últimos anos.

E, portanto, tenho muitas dúvidas que isso seja um grande questão da apresentação

para a Câmara de Lisboa.

Já sabemos por que é que o Pedro mexia-se declara capital, vamos tentar agora perceber

por que é que o Ricardo... sim, pode ser rapidamente... por que é que o Ricardo

era o Espera?

Faz questão de se declarar... era o Ujo, o Ricardo era o Ujo, o Pereira.

Sim, exatamente, mas hoje só era o Ujo por causa da António Araújo.

É preciso ter atenção a este caso, eu peço a atenção de todos, portanto, a António

Araújo era colonista do Jornal Espresso e ele escreveu no seu blog um texto crítico

de uma reportagem de uma peça jornalística do Espresso e depois deixou de ser colonista

do Espresso.

Isto até aqui são factos, isto é o que nós sabemos de ciência certa.

A partir daqui eu não sou íntimo de nenhuma dessas pessoas e, portanto, o que acontece

são apenas, é o que nós temos ouvido dizer e, portanto, o que terá acontecido depois,

a partir daqui são trás, o António Araújo terá sido convidado pelo Espresso a retratar-se

do artigo que escreveu, não terá querido e terá preferido sair.

E eu pensei, olha, aqui está um excelente tema para eu levar ao programa que os nomes

etc., porque é exatamente aquilo que eu costumo gostar, eu acho e continuo a achar, que pressões

para que alguém se retrata de uma opinião a existirem são ilegítimas, como sempre

tenho dito, sempre tenho dito isso, e não interessa muito quem é a pessoa em causa,

nem quem é que exerce as pressões, mas depois mandar um oposto de José Neves, que é professor

de História na Nova, acho que este é no Facebook e diz ele, é notável o silêncio em torno

do afastamento do António Araújo, por acaso não é assim tão notável, porque o próprio

António Araújo está em silêncio e, por isso, isso dificulta, mas, enfim, é notável

o silêncio.

E, na segunda textoria, escrito um texto muito crítico, de uma peça feita para o

jornalista do expresso, e logo isto tinha de acontecer, diz o professor José Neves,

um dos órgãos do Sr.

Balsmão, nos quais não falta quem esteja pronto a fazer-se paladino da liberdade

de expressão, sempre que há um comentário anti-racista ou feminista em torno de questões

de linguagem, perderam o Pio agora, pergunte a ele, não, que eu estou aqui a piar, eu

não deixo de piar, nunca, qual é o problema, é que o professor José Neves não escreve

os nomes aqui, deve ter sido lapso, ou então ele escreveu os nomes neste poste e foi censurado,

se foi isso que aconteceu, já agora fica aqui a minha solidariedade, mas cá estou eu

a piar, estou a piar, e a dizer que são inválidos os argumentos címicos do costume, não sei

se souam a qualquer coisa, ou a professor José Neves, por exemplo, aqueles argumentos do

género, então, mas como é que é um ataque à liberdade de expressão, se ele continua

a ter tantas plataformas, ou então, mas o jornal não tem o direito de escolher os

seus colaboradores, não são inválidos, não sei bem, são pessoas, são certas e determinadas

pessoas que estumam a fazer, estes argumentos címicos, que eu continuo a achar que são

inválidos neste caso e nos casos em que está em causa a liberdade de pessoas que dizem

coisas de que José Neves não gosta, é igualzinho em todos os casos.

E foi o momento do Araújo, está na altura dos livros e eu trago esta semana, na semana

que se comemorou o Dia Internacional da Mulher, um livro em que as protagonistas são mulheres,

chama-se As Enviadas Especiais, hoje no jornalismo, homens e mulheres estão em pé de igualdade,

mas a profissão foi a terra há relativamente pouco tempo, majoritariamente masculina, ainda

assim a presença das mulheres no jornalismo vem de longe e com uma expressão mais significativa

do que aquilo que provavelmente muitas vezes se pensa.

No final da Segunda Guerra Mundial, por exemplo, havia cerca de 250 mulheres, repórteres,

acreditadas junto das forças aliadas, repórteres da escrita e repórteres de imagem, fotógrafas.

Este livro centra-se em seis casos extraordinários de mulheres, repórteres nesse período e

na verdade é um livro de aventuras, estas seis pioneiras do jornalismo de guerra distinguirão-se

num momento crucial e a história delas cruza-se com a história do próprio conflito.

Não há tempo aqui para falar em promenor de todas, vale a pena ler o livro, mas destaco

uma que até está editada em Portugal, Marta Gellhorn, além de uma grande repórter, foi

uma escritora notável, que durante muitos anos, como em tantos outros casos, ficou

na sombra de um outro voto literário com quem esteve casada, Ernest Hemingway, as enviadas

especiais de Judith McCrell, edição da Casa das Letras.

O Pedro Mechia traz Bob Dylan.

Passei um Bob Dylan.

Bob Dylan há uns anos fez nenhum programa de rádio, muitos suiz gêneros, como é suiz

gêneros, tudo aquilo que o Bob Dylan faz, em que se mostra que ele tem um conhecimento

extontiante sobre as canções pop, blues e country, americanas ou não, que conhece

todos os discos, todas as versões, etc., e este livro, que se chama A Filosofia da Canção

Moderna, são 66 ensaios sobre 66 canções, que vão desde canções e autores muito

respeitáveis, o Sinatra e o Nassimone, até coisas mais estranhas como o Volare, ou outras

canções menos óbvias para este Canon, além de falar dos autores que lhe são próximos

de lá uma maneira, o Johnny Cash, o Towns Van Zandt, o Hank Williams, etc., e são os

textos muito curiosos, porque não há nada a filosofia, não há filosofia nenhuma aqui,

cada texto tem duas partes, na primeira são textos criativos em que ele se mete dentro

da canção, dentro da história, como se fosse uma personagem, e na segunda, contextualiza,

dá opiniões, faz provocações, sempre muito desangado, com a ideia de que as canções

devem ser interpretadas, interpretadas quanto ao seu sentido.

João Miguel Tavares traz história.

Sim, agora e mais agora.

Sim, agora, agora e mais agora, começou por ser um projeto de livro, depois se transformou-se

num podcast muito interessante durante a pandemia, e entretanto, se transformou novamente

a partir do podcast em livros, são sete volumes que estão a sair com o público, editados

pela Tinta da China, eu tenho bastante saudade de ler o Rui Tavares, e assim tenho a oportunidade

de reler a escrita dele e fazer com ele verdadeiramente uma viagem intelectual, porque, embora

isto chama-se seis memórias do último milênio, é o seu pós-título, e há temas como o

fanatismo, a polarização, a globalização, mas quer dizer, mais do que o caminho e mais

do que saber onde o livro chega, porque ele é, vai por muitos caminhos, o interessante

é mesmo isso, é essa viagem em si e esse próprio caminho em que ao mesmo tempo se equilibra

as preocupações do presente com belas histórias do passado, portanto, agora, agora e mais

agora.

O Ricardo Dero Esperara traz dois livros, mas não tem comissão.

Exatamente.

Meus amigos, os senhores telespectadores, e ouvintes do podcast, despassam agora para

o mais vergonhoso amiguismo.

Sim, sim.

Fora com ele!

É o problema...

Para os livros do moderador!

Porque é que estamos ouvindo estes protestos, porque esta editora, estas duas sugestões

que eu trago hoje, são dois livros de uma editora que pretende a Carlos Vaz Marques,

chama-se Zigurate, e como toda a gente sabe, acho eu, porque nas editoras independentes

são um projeto de enriquecimento pessoal evidente, e por isso cá estou eu, cá estou eu a contribuir

para o jate privado de Carlos Vaz Marques, em que espero andar muito em breve, recomendando

estes dois livros que foram editados mais ou menos ao mesmo tempo, de uma forma bastante

provocatória, mas eu aceito provocações à vontade, os livros chamam-se a breve história

mundial da esquerda, de Shlomo Sand, e a biblioteca de Stalin, um ditador de seus livros.

O primeiro é exatamente o que diz, é uma breve história mundial da esquerda, e exprime

algumas preocupações relativamente ao estado em que a esquerda está hoje que eu partilho,

por exemplo.

E a breve, a biblioteca de Stalin, um ditador de seus livros, é um livro curiosíssimo,

é um exercício de voiarismo que eu gostava de poder fazer com vários leitores, mas

que no caso do Stalin é ainda mais interessante, porque há toda uma série de, há uma marginália,

o Stalin anotava profusamente os seus livros, eu aliás fiquei com a sensação de que o

Stalin é aquilo que se chama na linguagem, hoje um leitor de sensibilidade, só que

ele vai um pouco mais além do que apenas corrigir o Raul Dahl, ele quer dar um tiro

no Raul Dahl e às vezes dá mesmo.

E assim se conclui mais uma reunião semanal, dois ou oito dias, à mesma hora, ou a qualquer

hora em podcast, os mesmos de sempre, Pedro Mexia, João Miguel Tavares e Ricardo Urullos

Cléu.

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O ministro das finanças promete seriedade, daqui em diante, na TAP; estaria a sugerir que até aqui a taxa de alcoolémia explica o que se passou até agora na Transportadora Aérea (ainda) Portuguesa? A semana foi horribilis para a cúpula da Igreja Católica. Ainda haverá remissão possível, depois da incapacidade da conferência episcopal para tirar conclusões do relatório devastador onde se revelaram os abusos do clero? Nos Açores, há borrasca política e o Presidente da República acha a maioria de Governo “requentada” e “cansada”. Animação não falta.

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