Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer: A globalização do disparate e etc.

Joana Beleza Joana Beleza 4/1/23 - Episode Page - 52m - PDF Transcript

Esta semana Ricardo Aroujo Pereira sente-se alimentar.

João Miguel Tavares considera-se assistido e Pedro Mexia confessa-se a arder.

Está reunido o programa com os nomes que estamos legalmente impedidos de dizer.

Está mais uma semana, não é verdade?

Nesta, o Ronoeteca suma pasta de ministro de...

É tudo a grande.

Em homenagem a nós portugueses.

E a mania que temos de mostrar o nosso valor pelo tamanho das coisas.

Um género de síndrome de Napoleão, mas concentrado em trivialidades.

Por exemplo, fomos nós que criamos a maior omelete do mundo.

Sabia?

O maior lançamento de aviões de papel também é português.

Está no Guinness.

É que aqui existe a maior coleção de recordações relacionadas com a princesa Diana.

Ah, pois é.

E foi na Lagoa da Albufeira que cresceu a maior couve de sempre.

Isto não é de nos orgulharmos.

Para nós tem de ser tudo a grande.

Como as peças de artes ou navaz-concelos.

E é por isso que o ecran do Ronoeteca, com 772 centímetros quadrados,

é perfeito para nós.

Por causa desta nossa grande mania.

Em grande vai ser também a tertulia que se segue.

Por isso, aproveite.

Bom programa.

Para Viva, sejam bem-vindos no final de uma semana em que um duplo assassinato em Lisboa

foi aproveitado politicamente pela extrema direita,

numa atitude considerada incendiária e xenófoba à direita e à esquerda.

Vamos falar disso daqui a pouco.

Disso de mais um episódio em que a Marinha meteu água e de revolta nas ruas de França.

Mas antes o Ricardo Araújo Pereira quer ser ministro do CABAS.

E sente-te falta no CABAS de alguma coisa que lhe parece essencial ao Ricardo Araújo Pereira.

Sim, senti, Carlos.

Só que é um produto que eu não sei como é que está aquilo.

Que é coerência.

Isso acho que faz falta ali.

Se cada tá muito cara.

Estamos a falar da decisão do governo de deixar de cobrar IVA em 44 produtos,

de um CABAS básico de alimentos.

O que é que mudou de repente pelo menos em menos,

aliás, de 15 dias, para justificar esta decisão?

Não sei, Carlos, porque, portanto, havia de facto uma posição e depois passou a haver outra.

Vamos ver o que dizia o ministro das Finanças no dia 14,

um título do site das CIC Notícias.

Lá está.

Medina insiste que IVA0 não resolve inflação nos bens alimentares.

Isto no dia 14 de março.

E agora, também, no site das CIC Notícias, uma nova declaração do mesmo ministro das Finanças

esta semana, 15 dias depois.

Medina garante, que IVA dos alimentos isentos vai parar ao bolso dos portugueses.

Vocês parecem um dos certanejos.

Sim, mas não pareciamos.

O que é que acha mais adequado chamar a isto, Ricardo Araújo Pereira?

Um flic flactático, uma evolução ao nível do pensamento político e estratégico.

Ora está, é isso mesmo.

Essa é uma evolução.

Toda a gente hoje está interessada em evoluir.

E, sobretudo, em informar os outros do progresso que vai fazendo o caminho da santidade.

Aqui não se trata de um progresso moral, mas tenho a certeza que foi uma evolução também.

Só que falta, eu ficava mais satisfeito, se me comunicassem os fundamentos da evolução.

Que é, agora pensamos de outra maneira, porque tivemos a ver melhor e a final.

Ao contrário do que dissemos, a final sempre resultou em Espanha.

Um dos argumentos era, isto tentou ser em Espanha, não resultou.

A final, fomos ver melhor, a final resultou?

É por causa disso?

Ou é porque, ok, não resultou.

Mas temos dados que indicam que aqui vai ser diferente do que foi em Espanha.

Será que foi isso?

O fundamento da mudança parece assentar...

A mudança rápida.

A mudança rápida, em 15 dias.

O fundamento parece assentar todo no seguinte.

Não, nós fizemos um acordo com as empresas da distribuição.

A questão é, qual?

Que acordo é que é?

Que penalização é que tenha esse acordo para quem não o cumprir?

Eu espero que seja que este acordo que o Governo fez com as empresas da distribuição

seja como das operadoras, em que eles depois querem sair e não conseguem.

Um satista tem que ligar para um sítio.

Quando nós fazemos um contrato com uma operadora de telecomunicações.

Que tenha o mesmo princípio da fidelização que as operadoras nos impõem.

Espero que o Governo tenha imposto o mesmo a essa empresa.

Quem quer sair, seja os eleitores.

Pois os eleitores podem querer sair.

Qual a sondagem do Espresso?

Há um que já...

Há um que já...

A parte dele vai querer sair.

O que mudou, segundo o Ministério das Finanças, como disse o Ricardo Araújo Pereira,

foi o acordo que o Governo conseguiu estabelecer com as grandes empresas de distribuição.

Será possível verificar o cumprimento desse acordo,

ou basta a palavra dada, Pedro Mexia?

É fácil de verificar, porque é uma...

Será?

É fácil de verificar no sentido de tenho ou não efeitos sobre os preços.

Desse ponto de vista, sim.

É fácil de verificar.

O problema é que são milhares de percussas em milhares de locais.

Com certeza.

E é fácil de separar.

É complexo, em termos de...

Uma distância temporal que permite que se diga que aconteceu.

Não é impossível, ou seja, os preços são coisas que é possível verificar.

Não são status de espírito, não é?

Não são impressões.

É possível agregar a informação e tudo isso.

Mas o que acontece é que o Governo passou por um lado de dúvida,

que aliás ainda é a dúvida de Mário Centeno, por exemplo,

de que o Iva Zero, etc., não tinha efeitos,

passou da desconfiança dos agentes privados para o indispensável acordo dos agentes privados.

E, portanto, esses são muitos flick-flacks seguidos.

Agora, eu acho que, independentemente de ser da informação dispersa e difícil de agregar,

é uma informação objetiva.

Os consumidores vão saber.

Os consumidores, mesmo antes de saber,

e não sei que seja por uma razão qualquer, quando eu estou a ver qual seja a habitação,

os consumidores, barra e leitores, não é a mesma coisa, naturalmente,

mas as pessoas acumulam as duas circunstâncias,

alguns eleitores já estão de pé atrás.

Já se vê, esta sondagem é significativa.

Sondagem dos preços.

Sondagem dos preços, que dá um impacto.

Um impacto que não se deve, em absoluto, à gloriosa caminhada do PSD nos últimos meses.

O PSD sobe apenas um ponto percentual e o PSD é 17.

Exatamente.

E, portanto, eu acho que estamos a, enquanto projetos mais ambiciosos e que podem ser sempre

estados mais para a frente, como a TAP, este vai ter, é possível, vai ser possível,

eu gosto dessas políticas em que é possível, dentro dos limites de um mandato, tirar conclusões.

E que sejam conclusões, mais ou menos, identificáveis, quantificáveis.

E eu não tenho absoluta nenhuma convicção sobre estas matérias,

são matérias que eu não domino, não tenho opinião sobre isso,

tenho opinião sobre, ou resulta, ou não resulta, muitos portugueses começam a achar que não vai resultar.

Em relação a isto, os preços nas redes sociais já começaram a surgir fotografias, talões de compra

a mostrar um aumento dos preços nos supermercados.

Depois da assinatura do acordo, e ainda antes de entrar em vigor, o IVA0.

Quer dizer, o que me pareceu também estranho foi essa, como eu dizia a bocada,

a grande passagem é muito rápida de uma desconfiança genérica.

E, atenção, a distribuição tem que ser fiscalizada, se são reguladas regras de concorrência,

tem que ser sancionados, etc., não.

Não basta um acalhau?

Eu não passo a testar de sentir-se a nenhum agente que está no espaço público

e sabemos que eu vou apusar, etc., etc.

Mas não podem ser tratados como mal-feitores,

o primeiro ministro está tuto a várias empresas privadas como mal-feitores, ao longo dos seus mandatos.

E, portanto, passámos disso a dizer, não, isto agora vai funcionar,

porque eles estão do nosso lado e nós confiemos na palavra dada.

O mais provável é que, se a coisa correr mal, quem falhou são os parceiros,

porque é sempre assim que funciona.

Mas eu acho que isto é uma novidade, porque é uma intervenção direta,

relativamente imediata e quantificável.

E, portanto, isto pode ter efeitos eleitorais que não têm os projetos da Tapa, da Ferrovia,

ou não sei o que, que são novelas intermináveis

e que chevem em grande medida o adoração do mandato deste governo.

Isto acontece na semana em que passou um ano sobre a posse do Governo de maioria absoluta,

poderá considerar-se os Homem Gautavares com esta decisão do IVA-0

e com a aprovação, em conselho do Ministro do Pacote da Habitação,

que o Governo está a conseguir finalmente ter iniciativa

e retomar as rédeas da agenda política?

No sentido de que estão a fazer coisas, sim,

mas nós rapidamente ficamos com saudades do tempo em que eles não faziam nada.

Esse é o problema.

Porque esse é o problema, sempre foi o problema da António Costa,

mas durante os seus primeiros governos andou entretido a reverter as coisas

que os outros tinham feito.

Depois levou com uma pandemia em cima.

E, portanto, lá está, andou a fazer aquilo para o qual ele parece que é melhor,

que é a gestão do dia a dia.

Quando, de repente, leva com uma maioria absoluta,

e eu tenho a sensação, e ele cada vez mais sente,

que levou com uma maioria absoluta,

aquele, na verdade, não a cria.

Foi penalizado com uma maioria absoluta?

Ele foi penalizado com uma maioria absoluta nas urnas.

Apenhou com uma maioria absoluta nas urnas?

E dá esta ideia, é como...

A gente está votando a natural, que há as infecções.

É como oferecer um aranha a um eu-núco.

É um aranha.

Mas se ele é um eu-núco.

Para mim é o que acontece a António Costa.

É o que acontece a António Costa.

Ele tem os votos todos para poder fazer o que quer,

que é que ele não queria fazer nada.

Acho que é um eu-núco.

Não sei, nunca tivesse a sua experiência, talvez.

Esta me dá para onde ela nos levaria agora.

Agora, o que eu acho que é extraordinário nisto

é que eu gostava mais de uma dina de 14 de março.

A gente às vezes diz que ele há 15 anos era mais bonito.

Mas não, a dina era mais bonita há 15 dias.

Porque eles tinham toda a razão, o governo não tinha razão para não mexer no IVA.

Tinha razão.

Porque não faz sentido nenhum mexer no IVA.

A quantidade de receita que se está a perder agarrava-se nela

e dava só os mais pobres.

No IVA são 400 milhões, há mais 200 milhões para apoiar a produção.

É uma pipa de massa.

É verdade que o governo ficou com muito dinheiro do ano passado

porque aquelas contas de correram mal.

Isso não é preciso, porque o governo não faz isso.

Porque, na verdade, quer distribuir dinheiro para toda a gente

que é para deixar toda a gente um bocadinho contente

e porque a classe média também está a sofrer.

Agora, quer dizer, passar de 6% para 0% em 44 produtos

uma pessoa ao final de um mês é capaz de pagar 4 ou 5 euros.

Então, mas achava melhor aquela política anterior

da distribuição de cheques como aconteceu no final do ano passado?

Não por todos, mas pelos que mais precisam neste momento de necessidade

mas sem dúvida nenhuma.

Qualquer pessoa, a mim o que me espanta nestas coisas

e disto IVA e depois dos acordos que se fazem com a distribuição

qualquer pessoa que é muito ocupada, como as pessoas até presentes

a esta mesa, acredito eu, muito produtivos e com muitos empregos

todos os dias nós escolhemos aquilo que...

Muito trabalho, não, quer dizer, muitos empregos.

Tenho muitos empregos.

Aquilo que nós escolhemos todos os dias é aquilo que deixamos para fazer.

Ou seja, há uma quantidade de coisas que a gente sabe que tinha que fazer

mas que não vai ter tempo para fazer.

E eu imagino que um governo seja assim.

Um governo todos os dias tem imensa coisa que não é capaz de fazer.

O governo está a focar a sua atenção nisto, na questão do IVA,

do 0% de fazer coisas reuniões que a distribuição pôs para ASA

e a fiscalizar uma coisa para a qual não está preparada.

Mais uma vez o que? Mais uma rede burocrática

que não vai dar em nada.

É miséria total.

Mais uma vez, tinha soldados do tempo e não faziam nada.

Para fazer isto, mas vai estar quieto.

Viu as explicações do primeiro ministro na entrevista ontem?

Qual delas? Sobre o quê?

A entrevista é grande.

Eu ouvi essa entrevista, mas qualquer explicação...

Deu a propósito de um ano de mandato.

Quais de explicações?

As explicações sobre a intergação.

As explicações sobre a questão das...

Eu ouvi as explicações todas.

Dereicamente, o tom.

Sim. Eu ouvi as explicações todas.

As explicações propriamente ditas.

Já me esqueci delas todas também.

O retivo tom?

O objetivo.

Ou seja, é alguém que fala durante uma hora e tal

e depois a seguir também em mês de tempo.

Para quê?

Nada do que ele disse, teve nenhum interesse.

A não ser o tom.

É o tom de compreender o vosso sofrimento

e que acham que as coisas não estão a ocorrer bem.

Vamos tentar fazer melhor.

Esse foi o resumo da entrevista.

Eu podia ter dito isso em 30 segundos.

E nós íamos ver a tal...

Eu ouvi por razões profissionais.

E tem matéria boa?

Nem por isso.

Nem para ti de eu?

Temos algumas coisas, mas enfim.

Também não quero estar a fazer...

Spoiler.

Não, mas é só para saber se é bom material.

Sim, não.

Algo de outras proveniências.

Missões de inquérito e tal.

Exatamente.

Entregando-nos ao Ricardo de Arroz Pereira

a pasta de ministro do Cavaz,

quanto ao Pedro Mechia,

quer ser desta vez ministro da Moirama.

Estou no parlamento.

Esta semana um homem matou duas mulheres

num crime de delito comum

e poucas horas depois o líder do partido

com a terceira maior representação parlamentar

acusou o primeiro-ministro

por aquilo que aconteceu.

Isto, senhor primeiro-ministro,

está nas suas mãos.

Está nas suas mãos o que aconteceu.

Porque os portugueses não podem ser sujeitos

a um tipo de violência

que não conseguem controlar

e que não conseguem conter.

Uma declaração política

nos passos perdidos na Assembleia da Réia Pública

depois de um tweet no mesmo sentido

a respeito do crime

cometido na sede da comunidade

em Lisboa

foram estas declarações que o levaram

a crescer ministro da Moirama, Pedro Mechia?

Sim, porque finalmente

se supriu uma lacuna

o André Ventura

tendo enquanto os partidos

seus congéneres

há muitos anos que suspira

por casos islâmicos

e como o shake monir

não é o bin Laden

tem tido toda dificuldade

a usar essa cartada

que todos os seus amigos

salvini, lepenas etc usam

e portanto teve a comunidade de sigana

que é uma espécie de tofu

para este efeito, foi o que havia

já que não havia bombistas suicidas

havia problemas de segurança

e com a comunidade de sigana foi o que aconteceu

agora apareceu uma pessoa

que é a fegão

basta ser a fegão, aliás

não é preciso dizer mais nada sobre uma pessoa

que vem do afganismo, está tudo dito

só que, vai-se a ver

e foi-se vendo e ainda temos por saber

ainda temos algumas coisas por saber

mas sabemos que ela era um refugiado

viúvo

com três filhos menores

desempregado, que quer ir para Alemanha

e não teve ainda entrada

e que teve, que culpou

pessoas na comunidade

por não lhe darem

a saída que ele queria

aprendimento também como a dimensão pessoal

da coisa, pelas mensagens trocadas

e portanto um crime

de, como tu disse este, de delito comum

é uma pessoa que, é verdade

que é um refugiado

mas que não estava

pelo que sabemos agora, eu não salto

no vazio, pelo que sabemos agora

não há nenhuma indicação de que ele fosse

um radical islâmico

que quisesse atacar

a comunidade ismailita, em particular

a não ser porque era ali onde ele estava

mas uma pessoa, aparentemente

pelo que sabe, frustrada com a sua situação

agressiva certamente, pode ser um surto

psicótico, não sei, as pessoas

que investigam e que o

e que o vão acompanhar

saberão dizer isso

mas claro, a era oportunidade era

demasiado boa para não saltar

imediatamente e agitar

na sociedade portuguesa, uma questão

que não existe, não existe

e isto posso mesmo dizer que não existe

evidentemente que existe

uma preocupação

genérica em todos os países, com a imigração etc

mas não existe

esse vírus anti islâmico

em Portugal

não existe, não há problemas

com a comunidade islâmica

em Portugal e não é por haver

um crime cometido por um afegão

que os afegãos são assassinos

se não todos

os portugueses que cometem homicídios

representavam um povo assassino

que é absurdo e portanto

esta capacidade

imediata

imediata de instrumentalizar

uma tragédia, de dizer que

o primeiro-ministro, ou seja quem for

tem sangue nas mãos por causa disto

de um assunto sobre o qual ele andra

aventura e nós, público, espectador

não sabíamos ainda nada

o que viemos a saber

não confirma isso

pode vir e acontecer que alguma coisa

venha a confirmar mas se vier

não é porque ele o soubesse

eu estou a lidar com o que lhe

com o que ouvi as autoridades, a comunidade

as pessoas que o acompanhavam

e portanto

as pessoas

dizem que ah, vocês são muito exagerados

com os pericos

que representam esse discurso em Portugal

e eu acho que

na política

certo tipo de discurso

é um emprego real como se viu

em países onde partidos

com este discurso

começaram a ter

influência nos destinos

do governo

e na relação entre comunidades

os cheguem na sequência

das declarações de Andra aventura que vimos

exigiu que o ministro da administração interna

fosse ao parlamento

dar explicações

como é que avalia

esta iniciativa parlamentar

acho que fizeram muito bem neste caso

e ser chumbada

porque Andra aventura

está juntado as coisas

que não se devem me estourar neste caso

aliás

mesmo que sei que o senhor fosse

um senhor radical e islâmico

que se tivesse explodido

a porta

da comunidade ismailita

nem isso permite as conclusões que Andra aventura tirou

porque por acaso

este senhor até veio ao

abrigo de um protocolo para Portugal

estava

bem acolhido

a comunidade estava a dar aulas de português

aparentemente estava a pagar a casa

sabia tudo o que se passava no seu congregado familiar

com os seus três filhos

aparentemente também pode ter sido um problema

ou seja, não foi um problema

de falta de acolhimento

ou de a oia-landa e a solta

foi um crime na sequência dele estar a ser

muito bem acompanhado

mas esta ideia de chamar uma sensação interna

é uma tentativa de tirar

politicamente

esse é o ponto

lá está, o Pedro já falou nisso

é uma espécie de luxúria pelo terrorista

aqui está, porque eu estava a falar

do eu nuco

aqui é o contrário do eu nuco

ele fica entusiasmado

um terrorista, que bom

nota-se isso, isso é uma coisa

obscena

outra parte

discutir o controle as fronteiras

se os imigrantes estão a ser ou não bem acolhidos

é evidente, eu acho que é um problema de imigração em Portugal

mas não é disso, é os desgraçados que andam em caixotes

é os tipos desgraçados que andam montuados

ou seja, o nosso problema é

vamos todos acolher bem em imigrantes

vamos todos acolher bem em imigrantes

o problema não é o perigo que os imigrantes representam

é a forma como são maltratados

a forma como não são as comunidades como são maltratados

atenção, não quer ter um discurso muito líquido ao doce

porque mesmo aquele argumento

de certas comunidades

que podem ser mais ou menos problemáticas

e a história de

é igual acolher

imigrantes vindos de uma determinada

comunidade mais radicalizada

ou pessoas que se integram melhor em cultura

eu concordo que existem comunidades

podem ser de integração mais difícil

as comunidades quando são de integração mais difícil

têm que ser acompanhadas mais de perto

isso é o por aí do doce barato

é uma coisa que pode ser perfeitamente discutida

mas isto não tem absolutamente

nada a ver com isto caso

e então como é que valia o facto do PSD

e a iniciativa liberal

não se terem oposto

esta iniciativa parlamentar do chega

eu acho

é porque isto dá para olhar para os dois lados

ou seja, é perfeitamente possível

chegar aqui e discutir

política de imigração, porque a política de imigração

é uma coisa que fala... neste contexto?

com este contexto?

o que eu te estou a dizer é, a política de imigração

pode ser discutida neste contexto

e não deve ser discutida

mas o contexto foi o que eu vou

chegar a tomar a iniciativa

o que não pode ser feito

é só por isso que eu estou a explicar

porque é que eles serão obstintos

mas neste contexto específico

acho mal

o que não pode ser feito e que a PSD fez

através do liso Montenegro

foi usar a palavra terrorismo sem a palavra terrorismo ter sido

absurdo

avançada por ninguém das autoridades

o terrorismo é uma palavra que se deve usar

há de terroristas, e se há há de terroristas

deve-se falar de terrorismo

falar de terrorismo sem ter indicios seguros

de que houve um há de terrorismo

já tivemos muitos casos

que não era terrorismo

conhecidas as circunstâncias

em que o crime aconteceu será legítimo

estabelecer Ricardo Araus Pereira uma relação entre

esta tragédia e a política

de acolhimento a refugiados

ou de imigração

eu juro que sim Carlos

ele era refugiado a fogão

como tem um crime

é óbvio que temos de olhar para a política

de

de refugiados

só que lá está

aí que André Ventura peca porque fica a quem

do problema, ele era também vivo

temos que perceber

se os viúvos estão a ser vigiados como deve ser

em Portugal

não sei qual é o ministro que tem a tutela dos viúvos

mas eu gostava de os chamar ao parlamento também

mais de uma família numais

e os pais filhos menores

eu vivia em Odivelas

os residentes em Odivelas

nunca me enganaram

nunca me enganaram

eu gostava que o presidente da Câmara da Odivelas

fosse chamada ao parlamento

chamada ao parlamento

atenção Carlos

o pai de uma família innumorosa

as pessoas dizem

as pessoas dizem assim

estamos a dizer porque

quantos refugiados estão em Portugal

ao abrigo da política de refugiados

ucranianos etc etc

e aí

é este caso

é preciso

recordar que são sempre

o manel de palito era diz-lo amabado

as pessoas às vezes

tem o

viúno de artilheiras vêm de cabo

em 1981

as pessoas às vezes esquecem-se disso

portanto eu acho que é

são as verdades que este programa

felizmente este programa existe

o Pedro Mechia fica então

ministro da Moirama

e é a vez do João Miguel Tavares se tornar

ministro do Reboque

onde é que vem o SOS

parece que é do das águas da Madaga

é que ele anda terrível

estamos a falar do navio militar

onde há duas semanas uma parte da tripulação

se recusou a embarcar

por dizer que não havia condições de segurança

esta semana o mesmo navio voltou a falhar uma missão

devido a uma avaria

que fez com que tivesse de ser rebocado

para dar razão à posterioria

aos insurrectos

palcares de calhar

eu só trouxe aqui este programa para ter o prazer

que tu fizesse esse enquadramento

porque isto é daquelas piadas que está feitas agora

vamos para o navio

chamado Mondeiro

que deu toda esta polêmica

os senhores recusaram-se a embarcar

e o senhor capitão

disse não, vamos lá embarcar

isto está em condições

eu não sei quantas missões

ele fez depois daquela missão recusada

mas não deve ter sido muitas

porque a janela temporal não foi grande

e vai daí, pegam-no outra vez no carro

estou assim andando, parece que estão andando um poupou

mas é só a única coisa que eu conheço

e vão no barquinho

e parem alto mar, mas no sentido

mesmo uma coisa vergonhosa

parece que foi tudo abaixo

tiveram que chamar um apagão

um apagão total

tiveram que chamar um rebucador

depois já há teorias da conspiração

agora, se eu fosse o garcía Pereira

advogado daqueles senhores

estava contentíssimo

até já estava a fazer um desconto

nos meus onurários

há quem considera

a estranha estávaria

teorias da conspiração etc

um apagão total do navio

que ficou completamente sem energia

vendo este caso

Ricardo Araus Pereira potencial

para continuar a alimentar

especulações e controver-se

na política, depois daquilo que ouvimos

nas últimas semanas

a respeito

da ensurreição dos barus

Carlos, quer dizer

a gente olha para isto e pensa

este caso que é estranho

é uma coincidência

quer dizer, pode se especular

há algumas coisas a gente tem a certeza

é muito engraçado

não há dúvida nenhuma, não há hipótese

não se é muito engraçado

as imagens do

do barco

e parece que alguém está

da embarcação

do navio

em que a deitafone parece que estão a assar

uns sargos lá dentro

uma coisa, afinal aquilo é um destroço

ou seja, eu era

é isso, a questão é

aqueles senhores que se marujos

que se recusaram a

a ocupar este

que não se podiam ter recusado

que não podiam ter

mas neste momento

isto há uma dúvida razoável

sobre se aquilo é um naufragio

antes de ter acontecido

isto não se acho bom

eu proponho que isto integre

um volume que não sei porquê não existe

da história com e comarítima

temos atrás e comarítima

se o senhor tem o soldado

muito bem

já juntamente com o envio

daquele primeiro drone da marinha

o primeiro drone

só nos falta

alguém com alguma verbo para contar

essas histórias com e comarítima

exatamente

não nos somos lembrados de ninguém

este novo fiásco com o mesmo navio militar

é um embaraço maior

para o chefe de estado maior da Armada

ou para o governo, Pedro Mechia

é um embaraço para toda a gente

a primeira notificação que eu recebi de um jornal

sobre este caso

dizia a coisa como

incidente no Mondego ao Largo da Madeira

eu já achei isso bizarro

como é que há um incidente no Mondego

como é que o Mondego está ao Largo da Madeira

desconhecia o nome

da embarcação

e tudo o que vai seguir foi igualmente absurdo

porque é absurdo

o chefe de estado maior das Forças Armadas

disse bem que é preciso separar

as questões das

condições de segurança

com a questão de subordinação

e eu até diria que é preciso separar essas duas

e a terceira que é

a reação do chefe de estado maior da Armada

e aquela descompostura pública

são tudo coisas diferentes, é muito difícil

como se viu

nos fóruns e nas cartas aos jornais

é muito difícil as pessoas

sobretudo as pessoas que estão

miliamente ligadas

à Armada

e não só ou familiares ou amigos

ou pessoas com convicções muito fortes a essa matéria

separar, mas pode separar

e em nenhum dos casos o retrata positivo

porque não é positivo termos navios

com

aquelas bocadas

não é

justificável que marinheiros

recusem a cumprir uma missão

a não ser que estivessem a risco de vida

e também não é

justificável dar uma descompostura a militares

com as televisões a filmar

portanto tudo isso é muito pouco prestigente

e também é

pouco prestigente que

os nossos

aliados danatos

que vejam a telegrama sobre

este e dizer com estes não podemos contar

eles de mar não

se dão com o mar os portugueses e que não funciona

é uma nação sem experiência marítima

ainda por cima, é uma afronta

aos nossos passados

o João Miguel Tavares fica

ministro do REBOC

que também entregues as pastas ministrais por esta semana

a altura percebermos porque o Ricardo

Arojo Pereira se declara

alimentar como o Carl Watson

de Sherlock Holmes

isso mesmo

acha que vai ser preciso recorrer

a personagem Conan Doyle

para resolver este caso em que a vítima

Haga da Chrissy

acho que era alimentar que íamos chegar aqui

eu acho que eu pôr e fazermos

sempre pôr e fazermos uma rubrica semanal

porque eu acho importante continuarmos a dizer

que isto não é normal

mas era alimentar que íamos chegar aqui

primeiro era a substituição de livros nos curriculos

vamos tirar o Akelbury Finn e o Tukila Mockingbird

mas é para substituir

os livros que abordam os mesmos temas

mas com uma linguagem, digamos, menos pesadinha

não há problema, os livros que são os curriculos

mudam a toda hora, certo?

a seguir era, vamos suspender aqui

vamos suspender um programa, um filme calmo

é só suspender provisoriamente

para contextualizar

a gente vai primeiro explicar as pessoas que vão ver o Itudo Vento Levou

que há palavras muito feias que são ditas lá

e que são produtos da época

em que o filme foi feito

porque as pessoas sozinhas, em princípio

não conseguem ter essa percepção

que foi rasurar mesmo e emendar o rol da aula

mas o que quer dizer, vamos lá ver

é para crianças, se calhar devemos ter aqui

para crianças e jovens e tal

e agora a Agatha Christie

era alimentar, eu achei alimentar

mas portanto agora nós podemos ler os livros

da Agatha Christie

devidamente expurgados de palavras feias

e ideias degeneradas, a quem é que devemos isso?

aos forços abnegados

dos chamados leitores de sensibilidade

são, é um conjunto de pessoas

tem um trabalho arriscado

que é ir ler, eu não sei como é que eles não sofrem

o mesmo efeito fatal

que nós poderíamos sentir, se lêssemos o livro

expurgado das palavras feias e ideias

degeneradas, mas eu acho que percebi porque

é que o risco é diminuído

porque estes leitores de sensibilidade

nem sabem ler, nem têm sensibilidade

isso é importante

se soubessem ler, eles sabiam

a diferença entre um autor e uma personagem, por exemplo

se tivessem sensibilidade

eram sensíveis, por exemplo, ao contexto histórico

e em contexto foi escrito

em nenhuma, nem outra

o facto de ter tanta gente a morrer nos livros da autora

da Angatha Christie, não devia

também ser tida em conta

pelos leitores de sensibilidade

talvez em futuras edições, Carlos, mas pra já

as imendas feitas foram algumas

eu tenho aqui alguns exemplos

no livro Mistério no Caribe

um empregado indiano do hotel

sorri pra Miss Marple

e ela acha que ele tem uns lindos dentes brancos

na nova versão, ela não acha nada

uma personagem feminina

no mesmo livro tinha um torço

de mármore negro que um escultor

teria apreciado

agora já não tem

um homem, neste mesmo livro

não consegue ver uma mulher negra à noite junto de uns arbustos

quanto à caminho do seu quarto do hotel

na nova versão, quem não vê nada somos nós

porque a passagem foi completamente apagada

no livro Morte no Nilo

o Arro observa os barqueiros núbios

eu também já tive no Nilo

também vi os barqueiros núbios lá

na nova versão ele observa apenas barqueiros

como é óbvio eles serem núbios

era problemática, eu tive no mal deia núbia

e não me pareceu que houvesse mal

nenhum em ser núbio, mas penitenciam-me

penitenciam-me por isso

agora achas que núbio é racista

esta ideia de purgar piadosamente os livros

é uma excelente alternativa ao método antigo purificador

que era queimá-los, não é?

eles perceberam, se os livros forem reeducados

podem perfeitamente continuar a conviver entre nós

se os livros, agora

sem estas faltas morais

já podemos lê-los, isto são alterações

de votas, são correções biatas

são

erratas de sacristia

agora

há dois argumentos

bastante cínicos sobre isto

um é o que já vimos aqui na semana passada

é o de Marcel Robichon

o seu importante lepar apluído lá moderno

que diz o seguinte, não, isto é um fenômeno

de tratamento comercial, isto é só

o problema é que não faz sentido

porque é que se deveria o hipotético

sucesso comercial, não é? porque de repente

é comercialmente atraente como a personagem

do Roald Dahl, deixe-se de ler o Conrad

e o Clippling e passa a ler a Jane Austen

News Time Back, é esquisito, não é? não será

o facto de ir ao encontro de um determinado ambiente cultural

mas agora há outro

há outro argumento bastante cínico

é o de Wolfgang Algenthaler

no também essencial

o argumento é o seguinte, é pá

diz-se que há este ambiente cultural

há este ambiente cultural que determina certas imposições

mas eu vejo muito mais gente nos jornais

a manifestar-se contra do que a favor

ou seja, haverá mesmo este ambiente cultural

também não faz sentido

é precisamente por isso que há mais gente a manifestar-se contra

é como dizer assim, é pá, as pessoas dizem

que a sociedade impõe determinados padrões

de beleza, mas é curioso, eu nos jornais

vejo muito mais gente a dizer

eu acho que a sociedade não devia impor

estes padrões de beleza do que a dizer

se senhor vamos impor padrões de beleza, é a mesma coisa

é pela mesma razão

que encontramos mais gente a manifestar-se contra

é porque o ambiente cultural existe

e as pessoas que estão contentes com o ambiente cultural

não vão para os jornais dizer

eu tome muito satisfeito com isto, por acaso

é isso, a questão é essa

será que já estamos na altura Pedro Machia

de declarar este tipo de tema

uma roborica irregular

aqui do programa

eu acho que não, um tema certo de aquelas pessoas

dizem que os americanos não chegaram à lua e que foi tudo feito em estúdio

é difícil discutir com essas pessoas

e nós temos, eu tenho lido

esses e outros autores

portugueses e estrangeiros

também optar de facto pela mais interessante

das estratégias

que não é discordar, mas dizer

isso que os senhores estão a falar

que estão a falar não existe, pois há um novo caso

esse também não existe, cada um dos caras não existe

estão na fase

de

ignorar o assunto

dizendo que são

questões ao que já existiam

ao que tem uma razão superior

talvez o bem da nação

uma razão superior

que a justifica

ou que é um exagero

ou que são

assuntos estrangeiros

e que não ainda não chegaram cá, nem chegarão

porque nós somos...

as editoras

desses livros que falámos

editoras portuguesas todas disseram

que não tentam usar

estas versões alteradas

mas eu acredito profundamente

na globalização do disparate

que é fatal, não há absolutamente

nenhuma má ideia que não chega

a muitos sítios e portanto

o que está a acontecer

e é por isso que estamos na fase

em que as pessoas passaram de

defender essas ideias

a dizer que elas não existem

é que o vento começou a mudar porque

houve uma série de pessoas

porque acham que

e bem

que não se deve usar

certa linguagem

se deve ser ofensivo

deve-se ter alguma vigilância

naquilo que se diz no discurso público

algumas dessas pessoas que acham isso e bem

começaram a achar que isso

não implica ir aos livros

e mudar o que está nos livros

ir aos filmes

nos filmes etc

e portanto o que está a acontecer

e isso se é que dói a quem está preocupado agora

e negacionista

neste caso do que está a acontecer

é que já há muita gente

à esquerda

é ler os jornais em toda a Europa

e nos Estados Unidos

muita gente está à esquerda e dizem

para aí, atenção, eu primeiro achei isto bem

mas isto está a tomar proporções ridículas

a escritora Ana Barbara Pedrosa escreveu

que há umas semanas escreveu um texto

que dizia a certa altura

será preciso lembrar que a censura

não passa a ser fofa quando é de esquerda

realmente?

já lembra-te aqui no programa

Francisco Louçan tem tido posições

que têm a dizer sobre isto

o leitor de sensibilidade

João Miguel Tavares

eu proponho que, eu tenho a dizer

mesmo que os meus carros colegas

nós temos é que começar a fazer isto

um é tenor, ou até barito, ou até baixo

e nós começamos a fazer isto

exatamente porque

tenho a mesma opinião da última vez

eu também fiz aqui

aquela ideia que eu acho mesmo espectacular

que tenho pena que ninguém aproveite

de um minecamp

para que isto seja feito

porque nós conseguimos

com alguns forços

dos leitores de sensibilidade

transformar o minecamp

num livro perfeitamente legível

para crianças e adultos de bem

eu quero que eles vão à Bíblia

depois da Bíblia do Pessoa Federico Lorenzo

com a Bíblia dos Leitores de Sensibilidade

estás claro cedo porque o Ricardo Araújo Pereira

se declara elementar

o Pedro Mexia diz sentir-se arder

pelo caminho que as coisas estão a tomar

que no futuro poderá ver quem venha a falar

de março de 2023

como nós falamos hoje

do maio de 68 Pedro Mexia

não isso acho que não

não chega ao ponto de se tornar uma revolta cultural

sim o maio de 18 foi uma revolta cultural

e que foi

do ponto de vista cultural vitoriosa

mas politicamente não foi vitoriosa mas foi vitoriosa

o que estamos a falar é de uma revolta

violenta que está a acontecer em França

com centenas de milhares de pessoas

com as administrações contra o aumento da idade da reforma

e com confrontos e distúrbios

em muitas cidades francesas

confrontos e distúrbios cada vez mais violentos

que margem de manobra

tem o presidente de Macron

para encontrar uma saída política

para esta situação

tem pouca margem de manobra porque ele

um dos problemas

eu tenho sentimentos divididos

eu ative

em relação ao Emmanuel Macron

que na alguns momentos parecia apesar de todo

esse adulto na sala

mas que

foi eleito com uma ideologia

que não se queria de direita nem de esquerda

o que é sempre uma ideia

estilha-se o sistema partidário

sem saber muito bem o que vai acontecer

com o Partido Socialista e a Direita Republicana

em fraquejando

aumentou os votos nos extremos

não é uma pessoa dialogante

tem uma arrogância até social

digamos assim que é muito sentido

pela população francesa

e eu não tenho nenhum

mais uma vez

não tenho nenhuma opinião sobre a questão

das retretes

não tenho nenhuma opinião sobre as retretes francesas

das reformas

da reforma

não faço a menor ideia

não, como assim

quer dizer

sempre precisa a lógica da coisa

a situação francesa o que eu quero dizer

é igual a

aumentar de 62 para 64 anos

e em Portugal

em Portugal de 66 anos e mais

qual é a idade certa

fácil ideia

enfim, aqui é uma das mais baixas

da Europa

mas o que

é evidentemente

que ele escolheu um método esquisito

que é um método constitucional, mas é esquisito que

vai ser aprovado sair a votação

agora, se o macron cai

ou cai antes de acabar um mandato

isso não se sabe bem como

ou

acaba o seu mandato, o que é que se segue

com este caldo de cultura

que ele criou na...

isto é uma revolta da esquerda ou da direita

João Miguel Tavares

tudo e ele está ensanduixado lá no meio

dos termos que aí sim

ele próprio alimentou

com o seu partido

o Pau de Tunhas

de qualquer forma o Pau de Tunhas, que assim nos dias normais

é um dos melhores colonistas portugueses

na minha opinião

ele escreveu um PS muito engraçado

no seu último artigo

que ele dizia que o Pau viveu em França

e ele está a dizer muita coisa mudou

o sistema político já há outros partidos

e tudo isso, mas há uma coisa

que permanece exatamente idêntica

o gosto dos franceses é

andar em apurrada com a polícia

justamente, de onde é que vem

Ricardo Esperer

onde é que os franceses vão buscar

aquela energia contestatária

que é realmente

que já é lendária

dá a gosto ver

dá a gosto ver um espetáculo

de luz, cor, chamas

os pneus ardem com muita

intensidade

é a Câmara do Bordeus

tão bonita ardeira

mas deixa eu dizer, o Pau de Tunhas é que tem tanta coisa

mesmo no maio de 68 morreram

só cinco pessoas e três foram por acidente

é um desporto muito praticado

mas relativamente seguro

não morrem, não morrem

é isso, é um kickbox

é mais provável alesionar-te a jogar a bola com os amigos

do que a praticar um desporto perigoso

só que, atenção, nós também precisamos de energia

porque é por causa da pergunta anterior

que é, então este protesto é de quê?

e é preciso estar atento porque há muito

quando eram os coletes amarelos

as pessoas diziam

muito bem esta violência

nas ruas é perfectamente justificada

e até compreensível

e outras de um contrário

se a troca ao de couvira

virámos

não são os mesmos

não, não troca

pois estão, estão mas

mas vamos vendo

mas só uma anotação breve, do outro lado do Atlântico

uma situação que também ameaça a tornar-se um barril de pólvora

é a prisão iminente de Donald Trump

isto será

para o antigo presidente um castigo ou um troféu

João Miguel Tavares

é difícil de dizer ainda agora

é um daquelas casas que não têm grande solução

que é

por um lado todos nós sentimos

que aquilo é o caso

neste momento, há casos mais graves

pelo qual ele também pode ser acusado

é o caso da atriz pornográfica

aquele tarapaco para se calar

e nós sentimos que isto é tão importante

para ele agora vira outra vez victimizar

mas depois ao outro lado que é

não está acima da lei

ou se não está acima da lei, não pode estar acima da lei

e às vezes temos estas questões

que é politicamente, se calhar era melhor que isto não acontecesse

agora

há separação de poderes

é a primeira vez na história da norte americana

que um presidente dos Estados Unidos é formalmente acusado

de um crime

que efeito pode ter isto na dinâmica política interna

norte americana

a dinâmica é péssima

porque já vimos que até

os setores críticos do Trump

estão ao lado do Trump neste porque acham que é

uma perseguição política

ou dá-lhe o jeito a achar que é uma perseguição política

porque o Trump ainda tem muito peso no eleitorado republicano

e toda a gente faz contos

já vi comparações entre esta acusação a Trump

e o caso que levou à prisão

ao Capone, a um século

se considera o paralismo válido, Ricardo Aosparé

ainda antes de sabermos

ao certo qual é a acusação

parece mesmo mais válido

do que os republicanos estão a tentar

que é comparar isto com o Bill Clinton

porque o caso não é um problema sexual

nem sequer é um problema

de pagar a atriz

ou seja, o que se passa

é uma coisa, digamos,

económica ou financeira

é a seguir o raste daquele dinheiro

e saber se ele foi

não tem a ver com...

Seu saiu das contas da campanha?

Exatamente, ou até esse saiu

se saindo das contas do Trump

se depois não foi

pago, não foi o advogado a pagar

e não há umas confusões aí

de circuitos de dinheiro

circuitos de dinheiro e até fiscais

para afaliar

qual é exatamente a acusação

e eu acho que a gente não sabe isso

Já sabemos por que o Pedro Mechia disse sentir-se arder

agora vamos-te dar a perceber rapidamente

apesar do assunto ser sério

porque é que o João Miguel Vara

está de clara assistido

assistido mas bem vivo pelo que vejo

até porque o chamado suicídio

medicamente assistido é essa a questão

ainda não está legalizado

embora tenha sido aprovada

pela quarta vez no Parlamento

a lei que vai novamente

para o presidente da República

e depois logo se vê se o presidente da República

volta a enviá-la para o Parlamento

o que é que parece ser

mais significativo nas nuances desta alteração

Uma nota muito rápida e até porque devemos

voltar a falar nisto com sua antas decisão

do Marcelo Tomar, agora isto para mim

é um exemplo perfeito do bom funcionamento

das instituições, nós estamos tantas vezes

a dizer mal, no meu caso

passou-se de uma lei que a meu ver era inaceitável

para uma lei que é perfeitamente aceitável

com uma mudança substancial

que é colocar o suicídio assistido

à cabeça e dizer que só

se as pessoas não puderem ser elas a tomar

o compromisso é que podem seguir

que serem otanasiadas e isso para mim faz

total diferença, fico muito feliz

que a lei tenha evoluído nesse sentido

Vamos ver como é que evolui agora

o doceia político está à altura dos livros

e eu trago esta semana

três livros que são afinal apenas um

chegaram os três quase em simultâneo

às livrarias, os títulos são diferentes

as traduções também mas o conteúdo

é o mesmo, é um pequeno tratado

sobre dialética mas não se assustem

já, um pequeno tratado do

filósofo alemão Arthur Schopenauer

um nihilista que é o grande procurador

moderno do pessimismo antropológico

e foi com base na ideia

que os seres humanos têm uma

profunda

propensão natural para a maldade

que Schopenauer escreveu este livro

por volta de 1820, curiosamente

ele é agora um sucesso editorial

200 anos depois no Portugal de 2023

vai-se lá saber porquê

quase uma obra de auto-ajuda

cada editor optou por um título próprio

a arte deve ser uma discussão

sem precisar ter razão na alma dos livros

como ganhar uma discussão

mesmo sem ter razão edição ideias

de ler ou, aquele como parece o mais

próximo do título original e também a edição

mais cuidada, a arte ter sempre razão na

relógio d'água são

38 estratégemas a usar na dialética

de um debate onde o que conta

é mais a forma do que o conteúdo

um exemplo apenas do estratégema

o oito provocar a irritação do

adversário porque estando furioso

ele não consegue ficar em condições

de fazer uma avaliação correta da situação

e de se aperceber da sua vantagem

em termos racionais perdendo

apesar de ter razão

já vimos isto seguramente em muitas discussões

e este é um livro

muito oportuno e que vem

muito a propósito da manipulação

de opiniões que aliás esteve

uma vez mais em evidência no espaço público

esta semana. Há duas maneiras

de ver isto, os estratégemas de Chopinauer

podem ser usados como arma de arremesso

mas podemos sempre encarar-los

também pelo lado benigno como

ensinamentos para não nos deixar

nos enrolar, técnicas de autodefesa

digamos assim. O João Miguel Tavares

sugere a correspondência

entre duas grandes figuras

Sim, ela foi editada originalmente

acho que no início da década de 80 e agora

ela é reeditada a correspondência entre

Eduardo Lourens e José de Sena, dos grandes intelectuais

do século XXII, estrangeirados

que olhavam para Portugal e isto é uma curiosa

situação de Eduardo Lourens como

o pequeno charcolositano

e isto são cartas

infelizmente de interesse desigual

às vezes é só agradecer por terem subido isto ao Aquilo

mas outras vezes têm

reflexões mais profundas

e que são 31 no total entre os anos

50 e o final dos anos 70

e tem como sempre

notas absolutamente impecáveis da

Méssia de Sena, a mulher de Jorge Sena, que foi

muito importante na preservação

e na divulgação da obra do seu marido

e é uma edição da gradiva

Pedro, mexia atrás

Karen Mansfield

Sim, é o centenário

da Catherine Mansfield, que morreu

muito nova, ela morreu quando 35

anos acho eu

a neo-eslandesa mas

que se afirmou naquele

meio dos escritores modernistas

ingleses de Bloomsbury, Virginia Woolf etc

e que foi sempre tratado um pouco

por esse grupo, que era bastante senóbio

como uma espécie de prima das colónias

assim, uma senhora que não sabia estar à mesa

embora socialmente isso nem sequer

fosse uma questão classista

mas era até ver com o estilo

dos contos dela

que são sarcásticos, são bruscos

e saíram agora

duas edições, uma que retoma

uma das coletâneas mais importantes

dela, se não a mais importante

que se chama da Garden Party, que tem

nesta edição da Penguin no título

Festa no Jardim

e depois uma edição só com um dos contos

o mais conhecido

que se chama Garden Party

na Relógio da Água

e esperemos que saiam

as outras textos da

Catherine Mansfield, que ainda não estão em português

O Ricard Arroz Pereira atrás

um livro que eu não tinha visto

escritos sobre

espaços, coisas e pessoas

Exatamente, é o livro da professora Filmena Silvano

chama-se Antropologia da Vida Material

mas o subtítulo

é escritos sobre espaços, coisas e

pessoas. E custaste muito por que te chamaste

de professora? A professora

é a professora, ainda me diz que me é da nova

Às vezes vou à universidade nova

depois cruzo-me com a professora Filmena Silvano

não lhe chamo professora aqui e ele diz-me

mas por que é que a professora Bilbares Batista é professora

eu não sou professora? Vamos tratar todos por igual

O que é que a professora Filmena Silvano

faz neste livro? Antropologia

e esse é curioso porque através da

Antropologia tem essa coisa fascinante

uma observação meticulosa do que é

muitas vezes banal faz com que a gente veja

coisas que estavam à nossa frente

e a gente não via. Eu tenho a prensa para uma

atividade que faz isso. Neste caso

por exemplo, coisas como

o que significa exatamente

o ato de colecionar, por exemplo

o que é viver numa cidade

como é que habitam uma aldeia

os homens e as mulheres

que foi até que produz nas pessoas e nas nossas

relações com os outros o facto

de nós morarmos numa casa em que há um espaço

levado para todos os habitantes

ou numa casa em que não há

e tudo isso é de facto

são questões

fascinantes

que antes de ler o livro a gente

não sabia que tinha interesse nelas

Portanto vale a pena ver ler o livro

está concluída mais uma reunião semanal

de hoje a 8 dias, à mesma hora

ou qualquer momento em podcast

eu vou avar-se Ricardo Rosper

e

Machine-generated transcript that may contain inaccuracies.

Um crime de delito comum faz salivar qualquer populista que se preze. Se envolver um refugiado, pior ainda; “melhor ainda”, dirá o populista sem escrúpulos. O caso da semana não foi excepção. Entretanto, foi aprovado o cabaz. O IVA zero - ainda há quinze dias rejeitado pelo governo - passa a vigorar em 44 produtos. Mas é capaz de faltar um: coerência. Ao largo da Madeira, continua a saga do Mondego. Parece uma erro de geografia mas é só mais um capítulo de uma crónica cómico-marítima, que alguém há-de escrever um dia. Enquanto isso, a França está a ferro e fogo e Trump, acusado judicialmente, conta também com os ânimos incendiário dos seus apoiantes para transformarem essa acusação num troféu. Quanto a Agatha Christie, que nos livros que escreveu matou gente com fartura, viu chegada a altura (é uma forma de dizer, uma vez que já cá não está para isso) de ser ela a vítima. Não de um qualquer crime de delito comum, mas do lápis azul dos chamados leitores de sensibilidade. Será que a moda chega um dia destes até nós? Para já, não há notícia disso, mas não é de desprezar o inegável potencial da globalização do disparate.

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