TSF - Minoria Absoluta - Podcast: A Europa e os jovens, Marcelo e Costa. A análise com André Abraão e Daniel Ferreira
TSF Radio Notícias 5/13/23 - Episode Page - 39m - PDF Transcript
Foi uma semana de viagens para os políticos portugueses, Marcel Rebelo de Souza e António
Costa estiveram em Espanha para a entrega do Prémio Carlos V a António Guterres.
Jantaram juntos, mas ficou por esclarecer se o jantar serviu ou não para fazerem as
pazes.
Marcel seguiu depois para a Estrasburgo a convite da Presidente do Parlamento Europeu,
abertamente de sola, fetejou o dia da Europa a 9 de maio e discursou também para entre
os EUA.
É isso o tema central da minoria absoluta com o André Abréu e o Daniel Ferreira,
numa Europa que se quer cada vez mais para os jovens e é este mesmo o nosso ponto central
do programa de hoje, André, começo suportivo, o que é que representa a União Europeia nos
dias de hoje para os jovens.
O projeto europeu ainda é uma aposta-ganha.
Viva, antes de responder à tua questão, que é uma excelente questão e vem em boa
hora tendo em conta a celebração do dia da Europa no dia 9 de maio, de 1950 a Robert
Schumann em cima de declaração, mas antes disso é chamar-me de cumprimentar-te, Francisco
e o Daniel e a todos e a todas as nossas ouvintes em casa.
Em Europa, quer dizer, há uma base de valores fundacionais da União Europeia que nos dizem
tudo tendo em conta aquilo que é a nossa constituição aprovada em 1976 e os ideais
da democracia, da paz, da solidariedade, da igualdade são valores que subjazem a nossa
democracia constitucional e subjazem também aquilo que é a opinião do maior parte dos
nossos portugueses.
Para os jovens, quer dizer, as medidas que na União Europeia foram aprovadas e implementadas
depois do nosso país tiveram um impacto estrondoso, podemos falar do irásmos, do ponto de vista
educacional, que abriu portas das universidades portuguesas e não só também das universidades
estrangeiras, abriu Portugal para o mundo.
Mas os sentimentos que os jovens hoje têm essa percecção, ou seja, que a União Europeia
acabou por mudar o país.
Há um ponto interessante porque isto também acontece um pouco com o sentimento democrático
e com a democracia, que estando habituados ao impacto de que a União Europeia vai tendo,
como estamos habituados a ser livres, a viverem democracia e poder votar, acabamos naturalmente
por quase desvalorizar aquilo que é o papel da União Europeia, mas os nossos ouvintes
do interior, principalmente, nenhum deles é capaz de criticar a União Europeia na sua
ação, desde logo os fundos de coesão, as estradas, infraestruturas essenciais em cada
município, falo de piscinas, falo de campos de futebol, falo de escolas, falo de hospitais,
tudo isto foi possível pela União Europeia, em muitos territórios do interior, porque
só adotá-semos um critério meramente económico, como muitos fazem querer em termos populacionais,
em termos de valor acrescentado para os territórios, acho que o nosso país, metade de nosso país,
neste momento estaria vazio e a União Europeia teve um papel absolutamente fundamental.
É uma boa deixa para a entrada em cena do Daniel, Daniel, celebrar a União Europeia
e também celebrar a democracia.
Bom, antes de mais, queria só dar-me a preferências que André, é sempre um prazer vir aqui e
falar um bocadinho ao programa, acho que houve motivos próximos à data do dia da Europa
mais importantes para se celebrar do que propriamente a União Europeia, por exemplo, da vitória
sobre o nazifastismo na Europa.
Quanto à União Europeia, em si, eu acho que não há grandes motivos para celebrar.
O chamado projeto europeu é algo muito contraditório, cujas contradições se têm tentado resolver
cada vez com mais integração, criando ofres problemas, cuja solução proposta é novamente
mais integração.
Isto acontece não porque os povos são muito diferentes uns dos outros e porque os povos
nunca se podem unir, até porque eu da minha posição política seria um bocadinho hipócrita
e dizer que os povos nunca se podem unir, porque isso está um bocadinho...
Mas não vejo valências na União Europeia, ou seja, não foram criados até escalhar alguns
projetos que vieram dar um novo rumo a Portugal?
Bom, é certo que houve muita coisa que a União Europeia trouxe de positiva, eu acho
que não é preciso dizer aqui muito para além das estradas, toda a construção de infraestruturas
que Portugal tinha muito atrasadas e também desse tema o André já abordou, agora a questão
é a custa do que é que isso foi conseguido?
A União Europeia não fez por caridade ou por bondade, a União Europeia fê-lo com os seus
objetivos e a verdade é que os povos acabaram por pagar uma fatura sobre essa integração
que no nosso caso aconteceu com o espratelhamento completo do aparelho produtivo nacional, com
Portugal a tornar-se, pronto, mais um mercado palmanho, um país fundamentalmente do setor
de terciário, ultra-dependente do turismo, embora muita gente acuse mais certos governos
que também têm a sua contraparte de responsabilidade por isso ter acontecido.
Eu penso que a entrada no mercado comum, especialmente na moeda única até mais, tem
virado o Portugal muito para esse rumo, é certo que houve outros programas e há programas
hoje em dia que não sentem palpáveis no nosso dia a dia, existem que pretendem aproximar,
especialmente os jovens da União Europeia, como é o caso talvez o mais conhecido seja
o Programa Erasmus.
Que permita a mobilidade dos estudantes universitários por vários pontos do país, fiz este Erasmus?
Fiz, sim.
E não descentiste mais o Europaista depois de fazer este Erasmus.
Fiquei a sentir um euro cidadão, talvez não tenha aproveitado muito, porque foi no
primeiro semestre do ano letivo 2021.
Durante a pandemia, portanto.
E não foi muito agradável, acabei por, o país foi França, já agora eu acabei praticamente
a falar inglês, porque a minha vida era basicamente só na faculdade, também não pedia.
Da experiência que tens também de outros colegas, por exemplo, não sentes que o Erasmus
é um programa fundamental para os jovens portugueses?
Sinto mais que os jovens ficam agradados por, muitas vezes são jovens que não vão muitas
vezes ao estrangeiro e podem finalmente ir, podem finalmente conhecer outra cultura,
conhecer outra língua, mas eu não acho que tenha tido o impacto de fazer com que as
pessoas se sintam a mais europeias e mais próximas aos outros pobres.
Pelo menos é a sensação que eu tenho, lá sai, eu não sou o CEO dos jovens e portanto
não posso falar para todos.
Mas seria um bom CEO dos jovens.
André, Marcelo Baldeçosa discursou no Parlamento Europeu, como eu disse há pouco, discursou
na quarta-feira e nesse discurso ele pediu também uma mudança geraucional, uma aposta
nas juventudes, foi um dos oito desafios que o Presidente da República lançou para os
próximos anos da União Europeia.
Pergunte-se, isto mostra que as instituições europeias também precisam de uma mudança.
Sem dúvida.
E aqui também, para ir um bocadinho de encontrar aquilo que o Daniel acabou por referir, ele
levantou um ponto que é verdadeiro e é realmente factual.
A União Europeia também é toda em si uma construção.
Nós quando aderimos, a organização, a comunidade para a estadual de direito que aderimos, não
era a União Europeia, era a comunidade econômica europeia.
E portanto nós temos também, no início, claro, convandos fundacionais com uma paixa
democracia, mas muito mais virados para a questão económica e para a integração
econômica.
E desde o Tratado de Mastres, podemos dizer que temos uma alteração daquilo também
que é o paradigma da União Europeia e hoje vai para lá, vai muito para lá, que são
as questões econômicas, orçamentais e financeiras.
E a tendência tem sido essa, temos o next generation EU, que foi um importante apoio
para a recuperação da pandemia, a solução de vida conjunta, isto são, diria, medidas
que vão combater muito esta ideia de que a União é realmente uma União financeira
e econômica e é cada vez menos isso, cada vez mais uma comunidade de valores.
Por isso é que eu falo, e por isso é que nós falamos tantas vezes na importância
de integração europeia, porque a integração europeia é principalmente para afastar esta
ideia de que somos uma União meramente econômica, irmos mais longe na educação, na saúde,
mas isso já aconteceu, porque as diretivas, os regulamentos, outros atos normativos que
saem da União Europeia afetam, diria, largamente aquilo que é a nossa construção jurídica,
o nosso trabalho parlamentar, o trabalho do governo, um exemplo, vamos voltar lá mais
já feito, mas a agenda do trabalho digno, a agenda do trabalho digno cumpriu uma série
de diretivas, transpôs uma série de diretivas que foram aprovadas na União Europeia e trouxe
ganhos verdadeiros pós trabalhadores e, portanto, a União Europeia é cada vez mais
esta comunidade de direito e é aí por isso que eu acho que nós devemos prognar.
Queres responder, Anne Daniela, antes de voltarmos ao discurso de Marcelo?
Sim, sim, bom, eu acho sempre engraçado quando se fala dos valores europeus, porque se é
certo que, e mesmo sendo um bocadinho discutível, durante grande parte de existência do projeto
europeu, até quando era mais uma união apenas económica do que uma união chamada política
aí.
Uma união política, união de estados, direito também, um corpo direito construído.
Pronto, e é certo que a maioria da era, a União Europeia e até a CEA era constituída
pelas chamadas democracias plenas, democracias liberais, no entanto temos visto nos últimos
anos e apesar de todas as sanções e das tentativas da proximação países que têm
rumos muito diferentes e que muitas vezes até são sancionados, mas se não respeitarem
uma certa direita económica do que se não respeitarem uma certa direita à nível dos
valores e a nível do seu estado de direito.
Agora, também é certo que a União Europeia tem compromissos externos com, por exemplo,
um funcionato que de certa forma acabam por amarrar os países a um conceito de certa
forma liderança do mundo com a qual eu não me identifico e na qual eu não vejo que possa
existir uma união realmente democrática e em prol dos povos.
Voltamos então ao discurso.
E o pequeno dito de fazendo um ponto com a questão, realmente é de mais de um ponto
de vista estratégico, é verdade que há esta aliança, mas eu diria que a grande parte
da população portuguesa inota-se também pelo impacto que tem nos partidos, concorda
com este alinhamento estratégico do ponto de vista geopolítico internacional, diria
o que a grande parte da população portuguesa vê no mundo ocidental uma maior proximidade
desde logo de valores, não é perfeito, como nós sabemos, do que no mundo oriental, falo
da Rússia, falo da China e outras potências, mas fazendo esta ponta é realmente muita
coisa para mudar e levantar-se de um ponto que é essencial.
Mas as instituições estão estagnadas?
Eu diria que não.
Foi tão ali isso que Marcelo Reval de Souza queria dizer.
Formas interessantes, mas as grandes formas que tenho tomada não foram tomadas.
O exemplo que o Daniel estava a falar é paradigmático, nós temos os critérios do
Copiniaga que definem se um país pode aderir a União Europeia, se pode vir a ser um Estado
Membro, mas temos outros países que se talvez fossemos fazer essa análise de critérios
Copiniaga, ou dia 2 não podia unitar, mas já lá estão, mas não existe nenhum método
para expulsar para estados membros da União Europeia, isso é uma reforma que nós poderíamos
pensar, porque realmente não podemos ter este tipo de países, como falo por exemplo
da Polónia, falo da Hungria, com estados de direito democráticos, que já nem são,
estão subvertidos, ainda não uniam, mas quantas reformas, há uma reforma para mim essencial
e vai muito de encontro àquilo que Marcelo falou e que vai aproximar os jovens, é questão
da democracia europeia.
E permito-me aqui dizer que nós desta semana vimos um conjunto de documentadores a falar
do caso de Costa e de Marcelo e vinha sempre a conversa das eleições europeias, secundarizando
ou estressarizando, são eleições, são sondagens para o governo, bem o que vamos perceber como
se o Partido Socialista ou o PSC estavam ao mal, é nas europeias, como se fossemeras
sondagens para o governo.
É uma conversa que já vem de algumas semanas para cá.
Vem de algumas semanas?
Sim, Marcelo.
E vai se intensificar com a aproximação das eleições, mas isto tem, este paredimento
tem que alterar, a comunicação social tem que ser cada vez mais...
Tanto o Len como são bens já disseram que as eleições europeias não serão um espalho
do país, até porque muitas vezes as eleições europeias servem para dar um cartão amarelo
ao governo, ao partido que está no governo.
Pois, é a leitura política que os atores fazem, mas não deviam fazer porque têm uma
importância própria e eu acho que nós enquanto jovens, enquanto democracia europeia, temos
que pensar como é que nos aproximamos de adornos europeus e isso passa para reformar
o sistema eleitoral, tornar as eleições cada vez mais europeias.
É uma forma de tornar também a abstinção menor, tanto enquanto as eleições europeias
têm uma abstinção muito, muito...
Sem dúvida, eu diria que talvez num primeiro momento a reforma europeia, isando as eleições,
portanto sendo os partidos políticos europeus a participar diretamente nas eleições e
não os partidos nacionais, porque um deputado, um era deputado, o CDS e o PSC, pretenção
é mesmo grupo político e é preciso desvendar isto, é preciso que as pessoas percebam isto
e este tipo de reformas podem por um lado causar este problema da abstinção, porque
as pessoas não estão muito ligadas à Europa, mas a médio longo prazo vai resultar nesta
questão da integração europeia e isso para mim é absolutamente fundamental, mas deixa
me dar-te uma nota, a abstinção tem vindo a diminuir nas eleições para o União Europeia.
Mas sim foi feito um grande trabalho, principalmente em 2019, para apelar até aos jovens para que
fossem votar com vários programas, por exemplo, desta vez eu voto e na verdade não
houve assim uma diferença tão grande comparando com as eleições anteriores.
É verdade, mas a tendência ou a ideia que nos mostram de que a União Europeia está
definhá-la e que as eleições são cada vez menos participadas, os dados não mostram
precisamente do contrário, a abstinção tem vindo a diminuir e eleição para o Parlamento
Europeu, eleição para o Parlamento Europeu.
Daniel, no discurso do Marcelo Belde-Sosa, o presidente da República disse até que se
os jovens europeus se sentirem afastados das instituições e os populismos e movimentos
anti-sistêmicos crescerem, isso também é culpa dos políticos, concordas com estas
palavras do presidente?
Bom, obviamente que tudo o que acontece no mundo da política tem pelo menos uma conta
parte de responsabilidade dos políticos e nesse aspecto não vejo nada na declaração
do Marcelo Belde-Sosa com que eu...
Você vê principalmente com a questão das instituições europeias e de hoje os extremistas
mostram a crescer muito até nas eleições europeias e é previsível que Portugal também
passa a ter deputados no grupo da extrema-direita a partir de 2024.
Sim, sim, eu já diria mesmo que não sendo uma certeza, é quase uma certeza que isso
vai acontecer também em Portugal, mas sim acho que as instituições europeias estão
muito separadas das pessoas, acho que não estou aqui a descobrir a pólvora é algo que
toda a gente sabe, mas claro que os problemas de fundo vêm de muito mais do que apenas
as instituições europeias, se nós olhamos para as eleições nacionais também quase
que não há fora um ou outro país devido ao seu sistema eleitoral, países onde nas
eleições europeias as pessoas votam muito em partidos populistas ou em partidos de extrema-direita
ou quer que seja e depois nas eleições nacionais não o fazem.
Portanto, se a gente colocar os jovens no centro da ação política, não só na União
Europeia, mas também em Portugal.
Globalmente, bom sim é evidente porque os jovens são o futuro, são também uma parte
importante das classes trabalhadoras, as quais eu tanto costumo apelar, mas aqui se me
permites voltar um bocadinho atrás, acho que aqui em relação a participação nas eleições
europeias é menor e claro eu não conheço o caso país a país, mas pelo menos em Portugal
é notoriamente menor até às vezes há uma certa sensação quanto mais próximo o poder
está das pessoas, mais as pessoas votam, ou seja, votam mais nas autárquicas, depois
nas legislativas e depois se não as europeias aqui as presidenciais fogem um bocadinho a
regra sim e acho que a maior prova de que a União Europeia está afastada de cidadãos
é mesmo, ou pelo menos uma dessas provas é o grau da presidência, porque eu não vou
estar aqui a dizer e também não sou hipócrita nem mentiroso para estar aqui a dizer isso,
que os portugueses não gostam da União Europeia, que os portugueses queriam estar fora.
Agora, o que eu vejo é que do meu ponto de vista e isso tem muito mais a ver com a sensação
de que a União Europeia nos sustenta, que especialmente desde que entramos no mercado
comum é maioritariamente verdade, e se Portugal saísse hoje da União Europeia seria muito
difícil conseguir sustentar, só pelo menos manter um modo de vida semelhante ao que
tem hoje.
É isso?
É um facto?
Reconheço isso agora, a questão é por que é que chegamos a esse ponto e por que é
que estamos tão dependentes da União Europeia e por isso eu vejo um rumo inverso que tem
que ser feito.
Agora, enquanto esse rumo não é feito, aquilo que as pessoas sentem muitas vezes no dia-a-dia
é que, bom, nós temos dinheiro por causa da União Europeia, por causa dos turistas
que vêm da União Europeia, por causa das importações e exportações e das trocas
comerciales com outros Estados-membros da União Europeia e acho que o europeio, dos portugueses
e dos países menos ricos da União Europeia, vem muito mais de iduque de qualquer tipo
de sentimento ou de identificação com valores comuns.
Já que falas em europeismo, de facto, o discurso do Marcelo Rebelo de Sousa foi muito europeista,
isso deixou descontente.
O presidente até a certa altura disse que Portugal estará sempre na primeira linha
de defesa da Europa e da União Europeia.
Eu acho que...
E acentuou até, mas antes numa conferência de imprensa com o Roberto Amé de Sola, que
a estabilidade de Portugal em relação à União Europeia não tem que ver nem com
primeiros ministros nem com presidentes da república.
Sim, eu acho que há aqui um erro muito comum e que também dá algum jeito e que, de certa
forma, o senhor presidente da república também acumeteu que é confundir a Europa
com a União Europeia.
A Europa não é a União Europeia, nunca foi a União Europeia a uma entidade, sim, que
está na Europa, sim, com os títulos europeus, sim, mas são coisas diferentes.
Marcelo Boulsosa fala das duas coisas na linha de frente, tanto na Europa como na
União Europeia.
Como na União Europeia, sim.
Mas, pronto, depois nós podíamos aqui estar a discutir se o conceito da Europa é o conceito
geográfico, se é o conceito económico, se é o conceito geopolítico, porque há concessões
diferentes daquilo que é a Europa, sim, de valores também, por exemplo, e por isso
eu acho que é muito óbvio aquilo a que Marcelo Boulsosa estava a apelar.
Agora, pronto, também não há aqui que pintar quem critica a União Europeia como ela está
construída e há aquilo, o rumo que está a dar à Europa, com aquilo que tem que ser
a Europa, com aquilo que tem que ser os valores europeus e, pronto, acho que...
André, Marcelo Boulsosa teve o discurso que deveria ter tido no Parlamento Europeu,
um discurso totalmente europeista.
Sem dúvida, eu continuo a achar e permito-me partilhar isto.
Em grande parte dos problemas que nós vivemos em Portugal são problemas que são replicados
um pouco por toda a Europa, nas grandes capitais, em Paris, em Roma, em Madrid, problemas com
uma habitação que os jovens que se deparam, o problema da precariedade, são problemas
que se replicam um pouco por todas as capitais europeias e um pouco por toda a Europa.
Isto são desafios, que são verdadeiramente desafios geracionais, que ultrapassam fronteiras,
têm muito também que ver com modelos económicos, podemos discutir isso com sistemas econômicos,
e toda esta reforma, todo este novo pensamento que uma geração tem que ter para enfrentar
os seus problemas e para os resolver, tem que ir um bocadinho mais além das nossas
fronteiras, temos que pensar em soluções, temos que pensar em didas que sejam cabranjos
em vários países, que consigam obter um consenso generalizado, porque realmente como
tu diz, nós quisermos reformar a escola pública, teremos estar em linha também com o que
foram reformas da escola pública da União Europeia, porque nós estamos inseridos também
nesse sistema, num sistema cada vez mais globalizado, europeizado, de ensino, a saúde,
a mesma coisa, temos tantas relações, temos tanta proximidade com a União Europeia, que
todas as reformas, todas as soluções sejam pensadas, têm que realmente partir da Europa
e têm que também ter o nosso contributo para a Europa, porque eu acho que é tão
importante as eleições europeias, são as eleições para o Parlamento Europeu, temos
que nos aproximar do Parlamento Europeu, temos que pensar em modelos de participação
semidireta para que a próxima os cidadãos, as iniciativas legislativas que estavam pensados,
os cidadãos, eram um programa muito bem pensado, só que nenhuma foi aplicada pela
burocracia existente, temos que reformar o sistema eleitoral, há tanto por onde pegar
e tanto por fazer, a minha resposta é mesmo esta, mais integração europeia, mais trabalhos
no União Europeia.
Deixa-me voltar ao discurso Marcelo Baldeçosa, até porque há outro ponto de que gostava
de ter o documentário, isto porque Marcelo Baldeçosa, ao contrário do que tinha feito
há sete anos, no primeiro discurso que teve no Parlamento Europeu enquanto presidente,
não falou do governo, nem teve uma palavra sequer para António Costa, isto mostra que
numa altura de tensão e tensão bendible, Marcelo Baldeçosa também sequia distanciar
do governo.
Em 2016, penso eu, quando Marcelo Baldeçosa esteve em Bruxelas, falou bastante da geringonça
e disse várias vezes até que as instituições europeias podiam confiar em António Costa
e nos parceiros de coligação, hoje nenhuma palavra para com o governo.
Poderíamos discutir-se realmente Marcelo, estava com algum tipo de orgulho frio e portanto
não quis trazer a questão do governo a Bailand, mas a verdade é que também do ponto
de vista de comunicacional e daquilo que foi a atitude presente da República, bem,
eu acho que é um bom ponto que nós compararmos, a atitude que foi na altura da geringonça,
em que tentou criar pontos e criar condições para termos um governo com acordo parlamentar
estável e a atitude tem tido nos últimos meses de completa instabilidade de ser um
aráquedas de graça.
Mas essa instabilidade é criada por Marcelo Baldeçosa.
Vamos lá ver, a instabilidade tem várias fontes, tem uma fonte claro do governo que
são erros, mas que são erros, eu considero que se nós daqui a 10 ou 20 anos olharmos
para trás e disséssemos, bom, dissolvemos uma asemlaia da República, o governo caiu
com base neste erro, eu acho que nós tudo diríamos que estaríamos todos a pensar coletivamente
a base disto.
Mas Marcelo não dissolveu a asemlaia da República.
Não dissolveu, mas a instabilidade criou, particular, dos erros do governo e que se
tem, e diria eu até, são algumadores.
Falou vezes demais, Marcelo Baldeçosa, na possível difusão.
Em segundo lugar, a comunicação social também, permite que eu diga, tem feito um trabalho
de desgastar o governo, mas é o papel da comunicação social, é o quarto poder, na falta
da oposição desde logo à direita do outro entro partido do PSD, a comunicação social
tem substituído, nós vemos isso nos comentários políticos que assistimos um pouco por toda
a nossa televisão generalista, e depois claro, presente da República, um presente da República,
não pode, mês após mês, semana após semana, vir falar de solução do Parlamento, vir
dizer que um primeiro-ministro deve demitir ou que um primeiro-ministro não tem condições
para continuar no cargo.
Mas o professor Marcelo é um constitucionalista, ele pega na concepção e que veja, a quem
compete a competência para formar o governo e para escolher quem é que são seus ministros
ou quem, quando saem ou quando entram, são atitudes que eu não consigo perceber de um Marcelo
e entretanto faça essa questão em comparação com Jeringonça, em 2015 ou 2016, um Marcelo
estabilizador de Pontes, em 2023, um Marcelo destabilizador, um Marcelo que, olha, não
consegue manter a boca fechada.
Daniel, Marcelo de Souza também em Estragesburgo, acabou por admitir que Portugal tem muita
influência junto das instituições europeias, principalmente António Costa e também o
secretário de Estado, Thiago Antunes, mas não quis falar sobre uma possível lida de
António Costa para um alto-carga europeu, António Costa pode ser uma versão de Durão
Barroso, uma nova versão de Durão Barroso.
Bem, em primeiro lugar, eu não devido que possa haver alguma influência portuguesa junto
das instituições europeias, o que não há é uma influência do povo português, tal
como dos povos europeus, nas instituições europeias e é isso que me preocupa mais do
que o governo do meu país, seja o qual for ter lá ou não alguma influência.
Em relação à saída de António Costa e não querendo entrar aqui nos casos e casinhos,
bem, eu acho que se não ficaria nada bem, António Costa agora, meio de um mandato com
a maioria absoluta, depois dos tais casas e casinhos que se têm visto, sair do governo
para a União Europeia e a partir daí, pronto, claro, que o presidente da República provavelmente
também ficaria mais próximo de...
Em 2019, António Costa foi convidado para presidir ao Conselho Europeu, rejeitou esse
convite na altura via até esse governo de coligação.
Alegadamente.
Não, já foi confirmado por parte de António Costa, que teve esse convite.
Sim.
Em 2024 não seria uma melhor altura para sair, apesar desses casos e casinhos que falávais.
Bom, eu da perspectiva do partido silícito e da perspectiva de António Costa, acho que sim,
acho que seria para ele a forma, digamos assim, mais digna de sair agora, não queria
mesmo estar aqui a especularia.
Tiramos António Costa como de romba rosa, ou não acreditas nesses?
Eu cada vez mais, e já agora quem é que será o Santana Lopes?
Não, porque Marcelo Robledoso já disse que Santónio Costa se sair, vamos ter eleições.
De solver sim.
Eu cada vez mais, e olhando para a atuação de António Costa e a forma como tem lidado,
crise após crise com o governo do país, eu estou a incri-o que António Costa tem
descartado até pela sua atuação política, uma saída para a Europa.
Eu vejo que cada vez mais António Costa, como comparando, por exemplo, com a Merkel,
com um capacidade para fazer um mandato executivo longuíssimo, eu não descarto de hipóteses.
António Costa, depois de fim do mandato em 2026, que se recanidade e que seja novamente
primeiro-ministro.
Seria o melhor para o PS?
Bom, e depois os militantes terão que decidir, naturalmente, quando chegar ao seu tempo.
Mas não descarto dessa hipótese, porque realmente António Costa tem sido um líder, diria eu,
um nânimo dentro do partido, ter andado algumas vozes discordantes, que é sempre normal
num partido grande e democrático, não é?
Agora, sobre esta discussão nós temos que perguntar, para onde é que António Costa
vai para a União Europeia?
Vá para o presidente do Parlamento Europeu?
Não.
Não, porque tem de ser candidato a Euro-Deputado e...
Precisamente.
Não é provisível.
Isso nunca se ocorrar, não é?
Vá para presidente da Comissão Europeia, poderia ser um cargo, mas nós, com a figura
do Espírito Santo e de Candidate, António Costa tinha que ser o cabeça de lista, neste
caso, do show social end-emocrates na União Europeia.
O Marlayan também não foi, não é por isso, não é presidente da Comissão Europeia.
Outro é que ser, ou não poderia ser, mas os tratados ditam que deveria ser assim, mas
era preciso também, que o show social end-emocrates fossem majoritários no Parlamento Europeu,
algo que a sondagem dizemos que não irá acontecer nas próximas eleições.
E depois também há a questão da competição, quer dizer, nós temos Pedro Sánchez, com
grande probabilidade, irá descer, a deixar o seu cargo agora em Espanha para o final
do ano e, portanto, também sendo presidente internacional socialista, poderá colocar-se
sempre esta hipótese.
Realmente, o Conselho Europeu acaba por ser aqui o único espaço e há uma tradição
de serem incombentos a assumirem o cargo do Conselho Europeu, mas pelos argumentos que
já trouxe, eu acho que isso é uma hipótese sencilde cada vez mais afastada e que é alimentada
sobretudo, parece-me, por uma certa direita ansiosa para voltar ao poder e que não colocou
algo que é fundamental na sua cabeça, que é, o Partido Socialista foi eleito, tem uma
maioria absoluta, doa a quem doer, permita o que eu diga assim, e vai ter que demorar
e, em 2026, novamente, há eleições, preparem um projeto credível entretanto, porque é
isso que falta atualmente e acho que é a grande razão pela qual Marcelo me solveu
a Assembleia, em 2026, vamos a votos os portugueses e os outros partidos.
E este governo chega a 2026?
Eu acho que eles teriam uma maioria absoluta e eu acho que em todas as condições, eu
não sei que claro que aconteça, algo que nós não conhecemos ou é a nossa realidade,
nem que estava, espera-me, por exemplo, uma pandemia, esse tipo de coisas, sim, agora,
com base nesses casos, esses casos têm que realmente sossegar, têm que parar de haver
estes erros amadores de um governo que está desde 2015 em funções, não é o mesmo governo,
mas o core está desde 2015, mas, com base nesses casos, acho que nunca pode ser razão
para detectarmos um governo abaixo pelo bem do país pela estabilidade política.
Fica a dica do André Ebreu para o governo socialista e vamos passar para outros dois
temas, os temas finais, vamos terminar com um toque fós, bastante rápido, e começamos
pela entrada em vigor da Agenda do Trabalho Digno, que entrou em vigor no dia 1 de maio,
curiosamente dia do trabalhador, são cerca de 70 medidas que passam também pela valorização
dos jovens no mercado de trabalho.
André Ebreu, é uma aposta-ganha por parte do governo e também da ministra da Mendes
Guzim.
É uma aposta-ganha por parte do governo, são medidas que, eu e Daniel temos disto
em comum, os direitos do trabalhador são os que nos são caros, portanto são medidas
que o nosso país e os trabalhadores reclamavam já há muito tempo, porque são medidas que
contêm da mesma questão da indignada humana, falam das medidas da precariedade, uma medida
para mim é essencial para os jovens, agora os estudantes vão poder acumular as bolsas
com a comuneração até 14 salários mínimos, ou então o trabalho no verão, eu pude contactar
com colegas na faculdade que tinham que trabalhar ao mesmo tempo que estudavam e não podiam
descontar, porque se o fisco soubesse, o racional soubesse descontava, perdia o direito à bolsa.
Quer dizer, nós sabemos que as bolsas são largamente insuficientes para aquilo que
são os estudantes, mas desta medida é essencial e é de valorizar a precariedade, a igualdade,
a parentalidade, é criar a igualdade na parentalidade, permitindo que o homem e a
mulher assumam um papel primeiro que queiram assumir, mas que é um papel cada vez mais
dividido para não perpetuar estereótipos essenciais.
O reforço da ACT, porque eu acho que o grande problema em Portugal e do trabalho não é
a nossa legislação, porque é uma legislação acho que até protege os trabalhadores, é
a sua fiscalização e é realmente aluvantemente coimas, mas deixa-me dizer que a gente trabalha
de que para mim só procou por uma coisa, a construção jurídica.
O diploma que alterou o código de trabalho é um diploma que a meu ver não foi feito
por os juristas.
Tem normas que são normas interessantes, mas pela forma como estão construídas e redigidas,
vão torná-las completamente insucoíveis.
Uma crítica na menos Godinho?
Não, daria que não ia a na menos Godinho, porque nós sabemos que o processo também
passou por a Assembleia da República, passou pelo governo, passou por uma série de entidades,
portanto não consigo lupar ninguém.
Agora, a verdade é que um diploma tão importante, com medidas tão importantes, como nós vamos
aqui e o Daniel também acho que irá apontar algumas delas, não poderia e não merecia
ter este tipo de redação legislativa.
Daniel Ferreira, a agenda do trabalho digne é apenas uma agenda com um nome bonito, como
diz o PCP.
Sim, dando uma resposta curta, mas dando uma maior acho que tem lá obviamente alguns
paliativos, não é?
Até foi anunciado ano de 1 de maio e tudo mais, e tem lá algumas vantagens das quais
eu próprio vou usufruir.
Agora, há equipontos essenciais onde a agenda do trabalho digne não toca, a caducidade
da contratação coletiva continua e não é combatida, o fim da desregulação dos horários
não tem ali um caminho, tal como o fim da impusição dos turnos, não se abre um caminho,
por exemplo, para as 35 horas, não sendo apenas no setor público, mas em todos os
setores, os 25 dias de férias para todos os trabalhadores são coisas que são de facto
essenciais e nas quais se despeleu não se tocar nesta agenda do trabalho digne, porque
agora com estes paliativos ganham-se mais um balão de oxigênio, que já dá, em princípio,
para mais uns anos.
E também por isso os trabalhadores não podem desarmar, mas isso é outra conversa.
Portanto, pontos positivos, os contratos temporários a termos só podem ser renovados
quatro vezes, e não seis, como acontece agora, se uma empresa fizer um despedimento coletivo
fica também impedida de recorrer ao outsourcing.
A questão das licenças de paternidade, também, tudo mais.
Portanto, são estes pontos positivos que destacas?
Sim, sim, são estes pontos positivos e certamente cá mais, porque afinal de contas é uma agenda,
não é uma folha.
Exatamente.
Exatamente.
Mas sinto que aqui há muitas medidas essenciais nas quais, obviamente, para opção política,
se escolheu não tocar e, por exemplo, eu, à pouca edita, me esquece de referir a garantia
efetiva dos direitos indicais para os trabalhadores, que é algo que, em Portugal, ainda os trabalhadores
sentem um bocadinho de intimidade para sindicalizar, a culpa não é a pena dos inters sindicais,
ao contrário do que muitas vezes se diz, que era seja de uma, que era seja de outra,
e por isso acho que ficou também essa grande falha.
Neste plano, à medida muito interessante, agora vai ser permitido às instituições
sindicais, aos legados sindicais, a cederem a espaços de empresas onde não há nenhum
trabalho do sindicalizado, anteriormente era proibido por lei, portanto, só se tivéssemos
um trabalhador na empresa, que a instituição sindical poderia participar, hoje já pode
e tendo até as instalações, a fazer reuniões, a fixar o tipo de documentação e acho que
isso é essencial para a atividade de sindical e para tentar gariar cada vez mais associados.
E da agenda do trabalho digo, no passamos para a eutanásia que foi aprovada no Parlamento
na sexta-feira contra a vontade do Marcelo, PS, Bloco de Esquerda, Iniciativa Liberal
e PAN, e também alguns deputados do PSD obrigaram o presidente a promulgar o diploma,
ou vão obrigar-te, nem quanto a que Marcelo ainda não o promulgou, André, os deputados
fizeram o que tinha de ser feito?
Absolutamente, a morte medicamente assistida já debatemos aqui, no interior programa,
e está há mais do que tempo de entrar à resolução invigor e temos, uma vez por
todas, a morte medicamente assistida, por uma razão muito simples.
Foi associada a fiscalização preventiva, resolvidos problemas constitucionalmente relevantes,
Marcelo vetou politicamente, portanto achou que já não existiam normas constitucionalmente
violadas, agora que há uma confirmação do diploma, portanto, este diploma voltou à
Assembleia e volta para o Marcelo, em tocado, e volta em tocado, claro, tem que haver esta
promulgação.
Agora há um debate de jurídica interessante, que a Constituição obriga Marcelo em oito
dias a promulgar, e se não houver a promulgação de diploma, ela é inexistente, porque como
não existe isso, nunca tivesse existido, não existe todo.
O que é que acontece se o presidente da República não promulgar?
Isso não será feito, porque o presidente da República já disjurou a Constituição
e entende.
O que acontece é que podia ser um assunto interessante, por exemplo, se lago o vetro,
se uma teoria mirabolante da objeção de consciência, que a pessoa personada é só
aplicada a funcionários públicos, mas isso não se colocará e, felizmente, Marcelo
reconheceu o seu papel constitucional e terá que promulgar.
No entanto, deixamos já perguntar-te se a fiscalização sucessiva, que tente o PSD
como chega já garantiram que vão avançar com ela, se não te deixe um bocadinho com
algum receio.
De todo, de todo, porque o Tribunal Constitucional já se pronunciou preventivamente, apontou
algumas questões, essas questões foram sanadas no âmbito da Assembleia da República e,
portanto, pode vir a fiscalização sucessiva, quiserem, podem vir sucessivas, fiscalizações
sucessivas.
O Tribunal Constitucional não se poderá pronunciar, só periga até de estar a ir contra
algo que já se pronunciou no passado.
Daniel, é uma lei que levanta dúvidas?
Acho que aqui há uma questão que pode ser analisada de duas perspectivas.
Ou seja, eu consigo compreender que alguém veja na Assembleia da República, num certo
projeto de lei, razões para votar contra, não razões moralistas, porque, obviamente,
essa mentalidade um bocadinho católica não é algo que mexemos muito, mas vejo que se
possa encontrar, por exemplo, nas falhas de musculidades politivas, alguma razão para
votar contra a lei.
Agora, enquanto Presidente da República, os vetos sucessivos, eu honestamente não
os compreendi.
Do ponto de vista do Tribunal Constitucional não sei, eu não sou constitucionalista,
nem sequer percebo nada de direitos ou duas cadeiras na faculdade, mas do ponto de vista
do Presidente da República, há novas razões, a não ser, obviamente, políticas e moralistas,
para no fundo vetar esta lei.
Para o português comum também, se calhar, foi um pouco incompreensível todo este debate
que levou muitos, muitos anos, com aprovações na Assembleia e depois sempre com vetos por
parte do Presidente.
É possível e isso até me permite tocar uma questão que eu queria tocar há um bocadinho,
mas esqueci-me, que é a do… o Presidente da República está no seu segundo mandato,
Marcelo Rebelo de Souza.
E normalmente, na história da democracia portuguesa, nos segundos mandatos, os Presidentes da República
tendem, no fundo, usando assim uma expressão popular, sair mais da casca e mostrar mais
a sua veia política e ter um bocadinho… ser um bocadinho mais, de certa forma, apretar
mais o governo.
Isso aconteceu com Mário Soares, aconteceu com Jorge Sampaio, aconteceu também com
Cavaco Silva, e acontece agora com Marcelo Rebelo de Souza.
E com Ramalhenos, aconteceu ainda, perante, de uma forma mais flagrante.
E, por isso, acho que esta questão do Presidente de Poder ter posições como tem, por exemplo,
relativamente aos vetos à lei da morte medicamente assistida, é mais uma prova disso
e é algo que tem acontecido sucessivamente e se me permitem aqui ainda acrescentar duas
coisas.
Há aqui outra área que eu sinceramente não percebo, que é muito usada pela direita política,
que é da necessidade de fazer um referendo.
Eu sou contra qualquer tipo de referendo de direitos individuais, porque não acho que
seja algo referendável, seja meus quais forem, seja qual for a minha posição.
E, por isso, para mim, a questão dos vetos do Presidente da República e a questão de
pedir um referendo, para mim são mais...
E, agora, deixam-me também perguntar-te, como é que ves esta ação da direita para
pedir uma fiscalização sucessiva ao documento que já foi aprovado?
É uma posição política da direita que, não conseguindo que a sua posição vingasse
no Fundo da Assembleia da República, porque existe uma maioria confortável a favor da
morte medicamente assistida, está a tentar recorrer a outras instituições.
Eu não compreendo, mas é válido, e se há a direita o querem fazer, pronto, que façam,
mas eu acho que não vai ter grandes resultados práticos.
E o André já disse que essa fiscalização sucessiva não o deixa com receio.
É assim que terminamos, o minoria absoluta desta semana com o trabalho técnico habitual
do João Félix Pereira, que não é sub 35, mas faz parte do programa também habitualmente.
O programa está disponível nas plataformas habituais da podcast e também em itsf.upt.
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Edição de 13 de maio 2023